Banalização do dinheiro. Parte 2

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Offline aguiar

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Banalização do dinheiro. Parte 2
« Online: 18 Novembro 2011 às 22:57:48 »
                Amigos aproveitando o outro tópico levanto um questionamento:
                Quanto seria razoável uma pessoa ter de lastro para comprar um relógio de luxo?
                Por exemplo: para comprar um sub de 15k ela deveria ter dez vezes este valor disponível  em reservas?

                Abçs .
« Última modificação: 18 Novembro 2011 às 23:24:11 por aguiar »

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Offline lucius

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Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #1 Online: 18 Novembro 2011 às 23:06:39 »
Para comprar uma peça de 15k você deve ter 15k, nem um cent a mais e talvez consiga até um desconto.  ;D

Agora se estes 15k irão fazer falta pro leittinho das crianças é outro negócio.

Lucius
Corruptissima re publica plurimae leges

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Offline VIP

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Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #2 Online: 18 Novembro 2011 às 23:40:14 »
Pra comprar um relógio de 15k precisa ter 1,5k para pagar a 1º parcela, depois corre atrás do prejuízo ;D ;D ;D ;D
Instagram : @vip_watch_brasil

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Offline MVasconcelos

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Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #3 Online: 18 Novembro 2011 às 23:45:55 »
Aguiar,

Conforme mencionado no outro tópico, um relogio de 15K na maioria das vezes é comprado por um entusiasta que vai juntar as sobrinhas pra se dar esse mimo.

;)
"O Ministério da Saúde adverte, consulte regularmente seu Horologista."

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Offline mmmcosta

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Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #4 Online: 18 Novembro 2011 às 23:51:50 »
               Amigos aproveitando o outro tópico levanto um questionamento:
                Quanto seria razoável uma pessoa ter de lastro para comprar um relógio de luxo?
                Por exemplo: para comprar um sub de 15k ela deveria ter dez vezes este valor disponível  em reservas?

                Abçs .

Se eu tivesse de ter reservas proporcionais a 10X o valor do JLC que comprei não tenho sequer idéia de quando poderia fazê-lo. Há 4 anos foi possível. Hoje seria impossível.
« Última modificação: 18 Novembro 2011 às 23:54:11 por mmmcosta »
Marcelo

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Offline Adriano

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Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #5 Online: 19 Novembro 2011 às 00:08:07 »
Rsrsrs! Eu também, se tivesse que ter 10 vezes o valor dos meus relógios, estaria usando relógio que fala, do Silvio Santos, lembram?  ;D ;D ;D ;D ;D

Claro, exagero, mas não consigo me imaginar com um patrimônio 10 vezes maior que o valor da minha coleção. Mesmo que eu não comprei mais nenhum relógio, demoraria uns belos anos para isso acontecer!

Claro, muita coisa eu adquiri jovem e solteiro. As prioridades eram muito diferentes. Acho que nem haviam prioridades. As prioridades mudam. Nunca mais me apertei para comprar relógio. Já fiz isso e embora nã me arrependa, hoje não acho mais certo.

Abraços!

Adriano

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Offline solano

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Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #6 Online: 19 Novembro 2011 às 09:41:02 »
 A minha teoria é simples: gaste até 10 % do que ganhas no que Vc quizer, agora ganhe sempre + 10 % do que te é absolutamente necessário!

 Abs,
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #7 Online: 19 Novembro 2011 às 09:48:36 »
Um amigo meu, economista, me disse que teus carros/motos/barcos, não podem corresponder a mais do que 5% do teu patrimônio total, pois eles desvalorizam demais, dão gastos demais em manutenção e seguro e, sendo móveis, são muito fáceis de serem furtados ou roubados. Isso, disse ele, em um mundo ideal, em que se pensa somente com a cabeça, deixando os sentimentos totalmente de lado.

Nunca pensei em relógios sob essa ótica, mas até que os princípios gerais seriam os mesmo, certo?

Na minha visão, entrementes, relógio é algo que me dá prazer, e não uma fonte de investimentos ou gastos. Portanto, a visão que tenho deles é totalmente emocional.

Dito isso, o relógio mais caro que tenho é o RM3, comprado em suaves prestações.

Por fim, minha esposa já me disse para vender todos os relógios que ajuntei e trocar por um Submariner ou por um Speedmaster e um Moon Pro. Mas ainda prefiro ter vários e variar do que ter um só, ou mesmo dois, que sempre quis ter, mas ainda considero muito caros para comprar.

Abraços do Mário
Amplexos do Mário

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Offline Balla

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Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #8 Online: 19 Novembro 2011 às 10:39:31 »
A minha teoria é simples: gaste até 10 % do que ganhas no que Vc quizer, agora ganhe sempre + 10 % do que te é absolutamente necessário!

PERFEITO!

Agora... se eu tivesse 10x mais dinheiro que o preço do relógio que quero comprar... provavelmente eu compraria 10 relógios do mesmo preço! E a dona onça ia me fazer dormir no sofá um mês inteiro! ;D

Abraços a todos!
A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original. (Albert Einstein)

Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #9 Online: 19 Novembro 2011 às 11:58:23 »
Disse tudo. ;D ;D ;D


Para comprar uma peça de 15k você deve ter 15k, nem um cent a mais e talvez consiga até um desconto.  ;D

Agora se estes 15k irão fazer falta pro leittinho das crianças é outro negócio.

Lucius
Abraço,

Rodrigão.

Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #10 Online: 20 Novembro 2011 às 09:51:23 »
Amigos,

Para mim nosso hobby é uma paixão e as vezes comentemos loucuras.
Um exemplo, no natal do ano passado estava pensando em comprar mais uma peça para minha coleção. Na época não tinha automáticos e estava determinado a comprar um automático suíço. Olhei os Longines e Certina, vi um Longines crono que era lindo!!! Mas apesar disso ia comprar um Certina simples, visto que o Longines era muito caro para minhas possibilidades. Então encontrei um Oris F1 Day Date por um preço incrível! O mesmo estava "encalhado" fazia bastante tempo! Comprei em Dezembro de 2010! Depois de mais alguns meses e outros relógios :), no meio deste ano, encontrei aquele Longines que citei a pouco pela metade do preço vendido num site de compras coletivas! Liguei para o representante autorizado no Brasil e me certifiquei que era 100%, e mesmo ainda sendo acima do que eu podia gastar a paixão falou mais alto :)! Resumo, estou apertado até agora :) mas comprei o que queria ter adquirido no ano passado!!!
Lógico que as prioridades influenciam e hoje, mesmo encontrando oportunidades como as citadas, não compraria nada! Estou para fechar um imóvel!
Abraços
Bruno Mendonça

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Offline ogum777

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Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #11 Online: 21 Novembro 2011 às 02:53:05 »
hehehe

essas compras não são racionais. são fruto de desejo mesmo. desejo de posse do objeto, desejo de afirmação social.

um estudo antigo americano, dos anos 90, quando havia uma novidade nos e.u.a., uma classe média negra de maior volume, fez-se um comparativo entre bens de consumo comprados por aqueles da classe média ascendente e da classe média consolidada há décadas, invariavelmente branca.

os negros (novos ricos) compravam roupas, carros, relógios.

os brancos (velhos ricos) compravam ingressos em teatros, viagens, cursos, educação, obras de arte.

o estudo ainda terminava com um bom conselho: melhor ter a cama de um milionário que o carro de um milionário: a não ser que se seja taxista, quem passa 8 horas por dia no carro?

li aquilo, vendi o rolex que eu tinha (um explorer II, cujo uso na rua me deixava muito tenso) e comprei um bom colchão. o melhor colchão que pude comprar na época - o que não queria dizer muita coisa, o brasil tava em crise e os preços de rolex eram proporcionalmente bem mais baixos que os de agora, e o relógio veio como pagamento de um serviço feito, subfaturado.

patek com pulseira nato não é desapego, é apenas uma variação na forma de ostentação.

luxo não é o caro, é o raro. o caro é simplesmente caro. aquele supermercado gigante que era a daslu é um exemplo da antítese do luxo.

e sim, o economista que manda não ter mais do que 5% do patrimônio em bens cuja depreciação é rápida tem toda razão. desisti de ter carro. circulo em sp de bicicleta - tenho 7 delas, quase todas compradas usadas - e esse é o meu luxo. eu não me estresso no trânsito, não ando em pânico preso dentro de um carro, não há sequestro-relâmpago de ciclista.

no máximo levarão minha bicicleta -e elas não valem muito, são todas com mais de 10 anos de uso, garimpadas em fóruns, ml, redes de contato.

meu poder de compra diminuiu nos últimos anos, à medida em que orientei minha carreira profissional muito mais pelo princípio da satisfação, depois que com 27 anos eu quase tive um enfarto. hoje sou muito mais professor que advogado, dou aulas numa instituição comunitária que paga mal, mas tenho 90% dos meus alunos de classe D e E, negros, gente que rala pra pagar os 360 reais de mensalidade da faculdade, que estuda à luz de velas, que nem sempre tem acesso à internet, gente que são os primeiros da família a chegar ao nível superior (assim como foram os primeiros a chegar ao nível médio, ao nível básico...).

isso me dá mais satisfação ao trabalhar que colegas de faculdade que viraram juízes, promotores, e são uns chatos, pq a cada encontro só sabem reclamar da vida, reclamar do trabalho, reclamar das pessoas, da família e etc.puts, e como reclamam! eles avaliam relógio pelo preço, é claro. pagam 4 ou 5 mil reais em relógio a quartz.  eu não, curto meus divers-zinhos automáticos com gosto. são baratos, não tanto a ponto de poder ter vários, mas não tão caros que não possa ter um ou outro.

meu sonho de consumo não é um hublot. é agora um seiko sumo, mas vai estar fora das minhas prioridades por enquanto.  prefiro caçar mais um seikinho monster, que se quebrar se eu cair da bicicleta não vai me deixar com dor na alma e no bolso.

o problema no brasil é que ricos de verdade há poucos. o que há é pobres, classe média C, classe média B, classe média A. e classe média no brasil é escrava da ostentação do poder de compra. e com isso ela se endivida, se expõe, e curte muito pouco a vida.

os preços de relógios inflarão, pois há procura. enquanto tiver gente comprando os douradões, vai haver relógio de ouro. copia-se sempre os hábitos da classe que se almeja chegar. neo-milionários procuram os relógios de ouro. meus alunos, depois que eu passei a usar um seiko monster laranjão durante as aulas, passaram a usar uns relojões coloridos lá da 25 de março, aqueles de 20 ou 30 reais, até maiores que o meu. é a forma de me copiar. engraçado pra dedéu... ;D

consumo não é racional, é desejo. que gastem 900k num relógio. mas que não reclamem se numa esquina virem o brilho de um cano fumegante na janela, e os 900k vão sair por essa mesma janela. não quero essa vida pra mim.

é.... deixa esse povo torrar essa grana.  a única pergunta que realmente me importa é: 580 pilas é muito por um seiko skx 007 com pulseira jubilee?


Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #12 Online: 21 Novembro 2011 às 09:48:16 »
Parabéns, Ogum777.

Excelente texto.

Num fórum de motos que eu frequentava, depois de uma mensagem matadora, que resumia tudo, e que depois dela nada havia a acrescentar, se dizia "Fecha o Tópico, e para os Pérolas já."

Bom, digo que se pode passar a régua neste tópico e colocar tua mensagem nos Tópicos Clássicos.

Adorei tua reflexão.

Amplexos do Mário
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Offline mhasse

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Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #13 Online: 21 Novembro 2011 às 10:30:11 »
Ola amigos, acho que cada um pensa de uma forma!
Quando comecei a colecionar relógios, tinha uma pequena reserva em dinheiro!
Hoje eu tenho uma grande reserva em relógios, grande reserva monetária para mim, mais não são relógios que desvalorizam.
Relógios esses que se postos a venda, demoram um pouco, mais no minimo eu vendo ao preço que paguei e com calma com certo lucro!
 Hoje to vendendo alguns para comprar um outro bem, uma moto, custa muito mais caro, mais segundo que pesquisei essa moto desvaloriza pouco.
Pensei comigo, compro uso um pouco e curto a vida, se algum dia me der dor de barriga vendo, logico perco um pouco de dinheiro, mais o que ganhei com satisfação e alegria acho que ja esta pago essa diferença monetária!

abraços e bons negócios:)
Hase
"Lá, onde há risco, não há morte. Aqui, onde não há nenhum risco, não há vida. " - Pa. Duruz p/ Jo Siffert"Seppi"

"Os covardes, não fazem história!!."

Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #14 Online: 21 Novembro 2011 às 10:34:18 »
Pensei comigo, compro uso um pouco e curto a vida, se algum dia me der dor de barriga vendo, logico perco um pouco de dinheiro, mais o que ganhei com satisfação e alegria acho que ja esta pago essa diferença monetária!

Penso por ai...

Abraços,

Rafa

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Offline Adriano

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Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #15 Online: 21 Novembro 2011 às 10:38:28 »
Boa parte das minhas reservas são meus relógios também. Se eu vender com calma, não perco nem 10% do que eu investi.

Abraços!

Adriano

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Offline ogum777

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Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #16 Online: 21 Novembro 2011 às 16:30:49 »
Parabéns, Ogum777.

Excelente texto.

Num fórum de motos que eu frequentava, depois de uma mensagem matadora, que resumia tudo, e que depois dela nada havia a acrescentar, se dizia "Fecha o Tópico, e para os Pérolas já."

Bom, digo que se pode passar a régua neste tópico e colocar tua mensagem nos Tópicos Clássicos.

Adorei tua reflexão.

Amplexos do Mário

obrigado, mário.

mas opiniões discordantes são necessárias para que as discussões progridam. e relógios de luxo também. os primeiros relógios de pulso não eram peças de luxo? paciência, o ser humano é assim. os ricos querem ser diferentes, e os pobres querem ser iguais (aos ricos).

esse tópico ainda tem muito o que dar.


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rasbrito

Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #17 Online: 21 Novembro 2011 às 16:47:50 »
ogum777,
Acompanho os elogios do amigo ao seu texto. Belas palavras, especialmente estas aqui:
"o problema no brasil é que ricos de verdade há poucos. o que há é pobres, classe média C, classe média B, classe média A. e classe média no brasil é escrava da ostentação do poder de compra. e com isso ela se endivida, se expõe, e curte muito pouco a vida. "
Parabens amigo...
ps: Quanto ao SKX007 por 580 pratas.. bom, a menos que você consiga comprar lá fora (180 obamas na amazon/ebay em média), acho que esse preço é o melhor que você consegue aqui no Brasil.

Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #18 Online: 21 Novembro 2011 às 17:44:15 »
Boa parte das minhas reservas são meus relógios também. Se eu vender com calma, não perco nem 10% do que eu investi.

Abraços!

Adriano

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abs

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Offline ogum777

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Re: Banalização do dinheiro. Parte 2
« Resposta #19 Online: 21 Novembro 2011 às 18:07:35 »
ogum777,
Acompanho os elogios do amigo ao seu texto. Belas palavras, especialmente estas aqui:
"o problema no brasil é que ricos de verdade há poucos. o que há é pobres, classe média C, classe média B, classe média A. e classe média no brasil é escrava da ostentação do poder de compra. e com isso ela se endivida, se expõe, e curte muito pouco a vida. "
Parabens amigo...
ps: Quanto ao SKX007 por 580 pratas.. bom, a menos que você consiga comprar lá fora (180 obamas na amazon/ebay em média), acho que esse preço é o melhor que você consegue aqui no Brasil.


obrigado. quanto ao skx, optei por um monster black. serão dois agora. vou esperar outro skx, de preferência com pulseira de elos sólidos - me parece que essas do monster são assim, estou esperando um chegar aqui em casa.

quanto a comprar lá fora, fiz cálculos, com a tributação não sairia muito diferente do que se paga aqui.