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Limpeza com ultrasom!

Iniciado por jgaeti, 27 Janeiro 2012 às 21:36:20

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jgaeti

Fala galera!!!

Seguinte, comprei um aparelho de limpeza por ultrasom para limpar materiais que uso no campo para realizar TE e FIV.

Surgiu a dúvida, no manual fala que pode colocar relógios para limpeza, isso é possível mesmo? Da algum problema ou é só colocar ele lá dentro e deixar funcionando?

Obrigado!

Jgaeti

Paulistano

desde que vc desmonte..... ;D, pode sim, e conheço alguns relojoeiros que usam para limpeza, principalmente de relógios de parede.
mas vamos aguardar mais opiniões, principalmente de nosso grande mestre supremo Adriano.
abraços.

Cigano

Como diz o amigo Paulistano, é mesmo até comum joalheiros e relojoeiros usar, tem até em algumas fornituras para vender!!
Abraços,
Cigano!

Bruno Recchia

ô rapaz, não va mergulhar um movimento de relogio de pulso na agua pura !! coloca na benzina... (ha quem  use agua + amoniaco, e depois benzina) E sobretudo, NUNCA mergulhe o espiral na dita cuja. pelo que eu sei, o espiral pode ser alterado... Não me pergunte porquê !! Mas os ultrasons são utilizados ha peloo menos 40 anos pra limpar movimentos , isso se fazia sem desmontar o movimento, tirava-se o balanço-espiral e o tambor, mergulhava-se o movimento inteiro, deixava-se alguns minutos nos ultrasons, deixava secar, o que é extremamente rapido com a benzina, colocava-se uma mola nova, o espiral com o balanço era passado num banho especial, e o todo era lubrificado, remontado e regulado. Em 15 minutos o relogio tava revisado !!

1 abraço

Bruno

jgaeti

Que animal!!!!

Mas para limpar o relógio montado mesmo? É possível? Ai é na água mesmo?

Obrigado!!!

Cigano

Obrigado pela aula caro Bruno!!
Nossa em 15 minutos ficava pronto ?? Mais era confiável essa revisão ??


Tenham um ótimo final de semana!! ;)
Abraços,
Cigano!

Adriano

O ultrassom hoje é obrigatório em oficinas profissionais. Há um apareho de ultrassom usado para limpeza após o polimento (ou seja, já tudo desmontado já que não se faz polimento com nada montado) para remover a sujeira e restos de massa de polir das caixas e braceletes. O ultrassom possui aquecimento o que ajuda na remoção da sujeira. Para essa limpeza é usada uma solução de água com detergente e amoníaco, ou pode-se usar só agua e detergente, mas a limpea pode ser mais demorada para remover alguns tipos de massas de polir. Isso tem que ser feito com o devido cuidado para que essa limpeza não causa atrito entre as peças ou entre as peças e a bacia do aparelho, para não estragar o polimento já feito.

Já para mecanismos, pode ser feito como o Bruno falou, mas prefiro que seja feito com tudo desmontado. A própria máquina de lavar pode possuir um utrassom embutido. Ou pode-se realizar essa lavagem prévia na máquina normal de ultrassom. Não é algo crítico, ou seja, mecanismos que estavam em uso, com revisões anteriores decentes, dificilmente encontra-se em um estado que a lavagem tradicional não seja suficiente. Mas há as bagaceiras, que passaram por revisões com óleo Singer, e os que ficaram décadas no fundo da gaveta. Esses podem precisar do ultrassom.

Em linha de produção como o Bruno falou, lavando tudo montado, a qualidade é a mesma. A preferência em se lavar tudo desmontado é para que se possa fazer uma checagem do estado de desgaste de todas as peças antes da montagem. Todas mesmo. Pois nem sempre consegue-se avaliar isso com precisão com as peças sujas. Com tudo limpinho e desmontado, o relojoeiro consegue avaliar melhor a necessidade de ajustes ou trocas de peças.

Abraços!

Adriano

flávio

#7
Bruno e demais


Mesmo no livro do De Carle, escrito há décadas, mas que para mim ainda é o melhor sobre o assunto, ele diz para ter extermo cuidado ao lavar balanços (o conjunto completo). O problema, segundo ele, não são nem as molas, mas os rubis de impulso, que costuma(vam) ser colados com goma laca, que se deteriora(va) na benzina.

Mas sobre o De Carle, o legal dele, para os hobbistas, é que ele ensina o método tradicional de lavagem, com pincel, muita raspagem com palito e peça por peça, na benzina. Demora muito, mas faz o hobbista ter um contato direto com cada pecinha e analisá-la, que acho impossível com quem usa máquinas.

Mas enfim, como disse aqui, uma coisa são os hobbistas. Eu via os hobbistas nos EUA (vejo) nem usando as máquinas tradicionais de limpeza, desmontam tudo no modo tradicional, colocam nas cumbucas de limpeza e na máquina de ultrassom que, no caso, são as para limpeza de jóias. Fica bom? Sei lá, provavelmente sim, os profissionais podem dar sua opinião.

Na época que pensei em empolgar nas desmontagens, pensei em comprar uma ultrassom vagabunda, coisa de 100 pilas, mas desisti. Ainda acho o limpar peça por peça desafiador e, claro, demorado pacas, gastava um dia inteiro para revisar e lubrificar (pelo menos achava que estava tudo ok...Queria saber do troço funcionar!) um movimento de corda manual simples ou automático simples.


Flávio

Adriano

É, mas Flávio, até hoje, em muitos casos, nada substitui o velho e bom palitinho. Ainda tem condições nas quais ele é imprescindível.

Abraços!

Adriano

Bruno Recchia

é verdade que existe uma enorme diferença entre o amador e o profissional... Pois o amador pode se dar ao luxo de passar 3 ou 4 horas revisando um mecanismo, enquanto um profissional cobra o tempo que passou, e se disser pro cliente que passou 4 horas revisando um reloginho simples, o cliente não  volta... Pior ainda, imaginem-se nos anos 60/70. Zilhões de relogios, TODOS mecânicos, e a maioria comprado relativamente baratinho. Relogio mecânico não era luxo, e sim necessidade. Vocês acham que o operario ia gastar muito dinheiro pra revisar um relogio ? Não, com certeza ! Então, os relojoeiros propunham simplesmente um serviço em adequação com o que desejava o cliente :  serviço rapido e barato, que em 99% das vezes deixava o relogio funcionando "redondo". O resto, era conversa fiada...

Existem maquinas, como a elma, que prevêem justamente o caso de lavagem do movimento montado. E nos anos 70, acho que 90% das revisões deviam ser feitas se m desmonte completo ! MAS... Como bem disse o Adriano, a desmontagem  permite se avaliar o estado do mecanismo, controlar cada eixo, cada rubi, verificar desgastes... O que vai permitir o tratamento preventivo da maioria das causas de quebra ! Quer dizer, concordo em gênero, numero e grau : revisão mesmo se faz é desmontando o movimento !

1 abraço !

Bruno


Paulistano

eu sabia que o álcool (tanto o isopropílico quanto o comum) atacava a goma que prende os rubis e léves...

benzina eu não sabia.....

isso está confirmado?

abraços.

Adriano

#11
Não, a benzina não ataca a goma laca. O álcool (etílico ou isopropílico) sim, inclusive é um método de dissolução da goma, embora não seja um processo rápido pois a goma usada em relojoaria é concentradíssima, diferente da que se usa para acabamentos em madeira por exemplo, que é bem diluída e aí sim dissolve rapidamente com o álcool. Outros solventes podem atacar a goma também, como o éter e a acetona.

Então não é um mergulho no álcool que vai danificar a goma, tanto que já fiz a bobagem de deixar âncoras e balanços algumas horas no álcool isopropílico como se fosse na benzina. Nada aconteceu, mas foi sorte. De todo modo o contato é contra-indicado e requer esse cuidado uma vez que o álcool pode ser usado para limpeza de todo o mecanismo. Mas é imprescindível lembrar-se se não o fazer com a âncora e o balanço, justamente por causa da goma.

Mas a benzina é segura, tanto que é o método padrão de lavagem de peças que contém goma laca.

Ah, complementando, eu não acho bom a lavagem de componentes delicados como a âncora e o balanço no ultrassom, independente da química usada.

Abraços!

Adriano

Paulistano

Citação de: Adriano online 31 Janeiro 2012 às 13:13:26
Não, a benzina não ataca a goma laca. O álcool (etílico ou isopropílico) sim, inclusive é um método de dissolução da goma, embora não seja um processo rápido pois a goma usada em relojoaria é concentradíssima, diferente da que se usa para acabamentos em madeira por exemplo, que é bem diluída e aí sim dissolve rapidamente com o álcool. Outros solventes podem atacar a goma também, como o éter e a acetona.
Então não é um mergulho no álcool que vai danificar a goma, tanto que já fiz a bobagem de deixar âncoras e balanços algumas horas no álcool isopropílico como se fosse na benzina. Nada aconteceu, mas foi sorte. De todo modo o contato é contra-indicado e requer esse cuidado uma vez que o álcool pode ser usado para limpeza de todo o mecanismo. Mas é imprescindível lembrar-se se não o fazer com a âncora e o balanço, justamente por causa da goma.
Mas a benzina é segura, tanto que é o método padrão de lavagem de peças que contém goma laca.
Ah, complementando, eu não acho bom a lavagem de componentes delicados como a âncora e o balanço no ultrassom, independente da química usada.
Abraços!
Adriano
mais uma resposta perfeita...era exatamente isso que eu queria ouvir.
mais uma vez obrigado.
abraços mestre supremo.