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Movimentador para relogios automáticos

Iniciado por chip, 25 Agosto 2012 às 13:37:22

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chip

Viva

Caríssimos Amigos... Alguém poderá informar o que quer dizer a respectiva escala (verde)?


Tenho pesquisado pelo manual de instruções disto e não encontro... Comprei um Begeon 5803 em 2ª mão e não trazia instruções.
Alguém me poderá ajudar a perceber as respectivas designações?

Saudações
Aquele abraço

Adriano

Olá Chip! Na verdade é bastante simples: esse diagrama serve de referência para você saber se o relógio a ser testado está em ordem quanto ao carregamento da corda.

Antes, vale lembrar, para todos os leitores, que o Cyclotest não é um watchwinder, mas um um aparelho de teste que funciona primariamente para avaliar o desempenho do sistema de carga de relógios automáticos e secundariamente para testar o relógio em várias posições e em movimento, para ver se algo errado pode acontecer, se ele atrasa, adianta, ou pára, e é útil até para relógios a quartzo.

Todo relógio automático tem uma curva de velocidade de carregamento, que vai de 1,5 a 3,5. A escala externa mostra o número de horas de teste no aparelho, e as escalar internas seguintes mostram a reserva de marcha que se deve atingir com aquele número de horas de teste. O teste padrão é feito em 4 horas de Cyclotest. Um relógio com carregamento mais eficiente deve ter carregado o suficiente para uma reserva de marcha mínima de 42 horas e máxima de 56 horas. Já um calibre mais antigo, ou menos eficiente, deve oferecer no mínimo 20 horas e no máximo 31 horas de reserva de marcha.

Simples assim. Mas a escala naturalmente é genérica e varia de calibre para calibre. Mas de todo modo, para qualquer calibre moderno, deve-se considerar que 4 horas de Cyclotest devem ser o suficiente para atingir pelo menos 42 horas de reserva. Caso contrário, tem problema de carregamento.

Abraços!

Adriano

chip

Viva

Olhe Mestre Adriano, mais uma dica de ouro :)... Não sei como agradecer toda a ajuda que me têm facultado ;).
Mas fica aqui expresso o meu enorme agradecimento ao R.M., em especial ao Sr. Adriano, Sr. Alberto, Sr. Gravina entre outros Users.

Saúde, muita saúde e muito, mas muito obrigado.
Aquele abraço

Alberto Ferreira

Salve!

Grato pelos agradecimentos, caro Chip.

Sempre que precisar, você pode contar com a "turma do FRM", eu creio que nós sempre teremos um grande prazer em tentar ajudar.
8)

Participe sempre que puder.
Um abraço!
Alberto

Adriano

#4
Imagine, Chip! Estamos aí!

Uma dica: pode perceber que a escala que vem no aparelho vai de uma a oito horas. A maioria doa fabricantes recomenda o teste de 4 horas, mas eu gosto de fazer um de duas horas também, pois abrevio o período de observação da reserva de marcha e tomo como parâmetro que o relógio tem que gerar 24 horas de reserva de marcha com duas horas de teste. Assim fica simples: deixo duas horas no Cyclotest, e se eu tirar ele ao meio-dia, o dito cujo tem que estar funcionando no meio-dia do dia seguinte.

Abração!

Adriano

Adriano

Ah tá, outra coisa: a velocidade de carregamento não deve superar 3,5, pois leva o relógio a um "overwinding" constante, que altera a marcha e estressa a corda e o tambor.

Então, um carregamento mega-eficiente não é bom, ao contrário do que se pode pensar.

Abraços!

Adriano

chip

Saudações

Mais uma informação preciosa... Apesar de eu já ter cometido os erros focados, fica o reparo para no futuro isto não acontecer :)

Muito obrigado pela disponibilidade... Grato por tudo

Bem hajam todos
Aquele abraço

Cigano

Bela tópico caro Chip, e claro, bela explicação do funcionamento desta "tabela" pelo caro Adriano, quando eu via fotos deste aparelho na net, parecia que eu estava vendo fotos de alguns instrumentos de medições usados em cursos de engenharia e desenho arquitetônico, ou seja, não entendia nada, uma vez pesquisei, sem sucesso !!
Muito bacana...
Obrigado por compartilhar, tenham uma ótima semana!! 8)

Abraços,
Cigano!

flávio

Um adendo: nos Longines Avigation com movimento ETA 2894, você deve ajustar o troço para um zilhão de voltas e a 700 mil rpms. Mesmo assim é capaz do relógio não carregar! ::)


Flávio

Cigano

Citação de: flavio online 26 Agosto 2012 às 20:54:41
Um adendo: nos Longines Avigation com movimento ETA 2894, você deve ajustar o troço para um zilhão de voltas e a 700 mil rpms. Mesmo assim é capaz do relógio não carregar! ::)


Flávio

Nossa é um relógio muito bonito para ser ruim para carregar, será defeito de projeto ??

O modelo em sua questão, seria este caro Flávio ??


Fonte das imagens

Tenha uma ótima semana!!
Abraços,
Cigano!

chip

Citação de: Cigano online 26 Agosto 2012 às 17:10:48
Bela tópico caro Chip, e claro, bela explicação do funcionamento desta "tabela" pelo caro Adriano, quando eu via fotos deste aparelho na net, parecia que eu estava vendo fotos de alguns instrumentos de medições usados em cursos de engenharia e desenho arquitetônico, ou seja, não entendia nada, uma vez pesquisei, sem sucesso !!
Muito bacana...
Obrigado por compartilhar, tenham uma ótima semana!! 8)



Caro Cigano

Que bom saber que foi útil também para Si e outros Membros irão precisar... Quanto a mim esta e outras dicas do Mestre Adriano, são "cultura horológica"

Saudações
Aquele abraço

flávio

Sim, idêntico, mas o meu é branco, da primeira série (feito em 1999), ainda com cristal mineral. Os problemas que já tive com esse relógio são notórios, não vale nem mais a pena explicar. No meu caso, se eu partir da corda completamente cheia, manualmente, e colocá-lo no WW com o maior número de rotações possível, ele se mantém carregado; girando uma vez a cada 15 minutos, porém, em cerca de alguns dias ele se descarrega. Partindo de meia corda com uso no pulso, ele se descarrega em 3 dias, no máximo (ele não carrega no meu pulso, muito embora o rotor esteja absolutamente livre, algo que, por exemplo, no meu Ebel, antes de ir para a revisão, não ocorria). Partindo do zero, ou quase zero (5 voltas na coroa), ele se descarrega em 12 horas no máximo. Como já disse aqui, tenho severas críticas quanto ao ETA 2892 na sua conformação ETA (há modificações excelentes no mercado, como a da Omega). O ETA 2824, para mim, continua sendo um movimento melhor ao que se presta. O 2892 carregando o módulo 2894, que é tosco ao último grau, nem se fala! Eu não consigo compreender o que se passa com tal movimento, mas como já narrei aqui - basta procurar na busca - , o movimento é ruim. Comigo, pelo menos comigo ele não funciona nem a porrete, e olha que já foi revisado em autorizada duas vezes, num padrão até superior ao da Longines, seja em lubrificação ou ajuste (seguiram o padrão da Chopard, que usa o mesmo movimento). Belíssimo relógio o Avigation branco (não gosto - e é simples questão de gosto - do preto), não o venderia, pois comprei barato demais, foi meu primeiro relógio adquirido com meu dinheiro, etc. Mas não funciona, simples assim.


Flávio

Cigano

Sim caro Flávio, eu me lembro desta sua história com seu Longines e o Ebel...
Muito esquisito o que ocorrem com eles, vou dar uma pesquisada para ver se há reclamações de outros donos de Longines e Ebel, com mesmo calibre do seu!!

Obrigado pela paciência, e pal breve explicação!! ;)
Abraços,
Cigano!

Adriano

#13
Meu Omega Dynamic usa calibre 1138, que nada mais é que o 1140 (e família) do Speedmaster do Flávio, mas sem acumulador de horas. Está revisado, na autorizada  8), corda nova, roda inversora nova, lubrificado da melhor maneira possível, e... carrega mal. Não tem parado de um dia para o outro. Mas se eu der corda total e continuar usando ao longo de uns dias, a corda vai mais descarregando do que carregando e estabiliza em algo em torno de meia corda ou no máximo 3/4. Nunca chega à corda cheia com uso no pulso, pelo menos não com minha movimentação diária normal, que é de escritório, nem no fim semana, que passo "semi-morto".

Se eu fizer o mesmo uso com qualquer outro relógio, no fim do dia a corda está "rasgando" de tão cheia. O Speedmaster Broad Arrow então, com o calibre 3303, que vale lembrar que é unidirecional, boto no pulso de manhã com um pouco de corda e no fim do dia tá batendo 330º de amplitude. O Dynamic se chegar a 280º na horizontal é muito. Por isso, no Dynamic, sempre que pego dou corda pela coroa até encher.

Ah sim, e tudo isso com o rotor soltinho soltinho, mesmo com corda cheia, assim como o Flávio relata no dele.

Abraços!

Adriano

flávio

Complementando o que o Adriano falou e explicando melhor. Como disse, não há problema na revisão dos meus relógios. Eles simplesmente não funcionam bem PARA MEU USO, que fico o dia inteiro digitando, e pouco mexo. Mas que é um saco, ah, isso é! O ETA 2824 não padece do mesmo problema, o que me indica que, para o mesmo movimento de pulso, ele carrega mais. E para mim o relógio tem que carregar muito! Um tenista talvez faça seu 2892 carregar corretamente. O curioso é que meu Omega, com o movimento semelhante ao do Adriano (1143) não tem esses problemas. Os problemas estão no 2894. O Ebel é outra história. Ele até mantém a corda no meu pulso, mas não posso sair do zero.


Flávio

chip

Caro Mestre Flávio

Pelo que leio e tive oportunidade de pesquisar sobre os Seus comentários, no que se refere ao Eta 2894, à 1ª vista me parece que e perdoe-me a expresão, o Mestre Flavio é que "tem problema" em relação à máquina em questão? Ou pura e simplesmente essa máquina foi mal concebida no que toca ao modulo do sistema de autonomia?.
Pois me parece que não é necessário um tenista usar o ETA 2894... Se calhar e apenas essa máquina "necessita" de um pulso mais "movimentado"... Julgo de que!!!
Pois! a máquina já foi vista por especialistas que entendem do assunto, não é mesmo?

Quanto ao Mestre Adriano que refere que o 1138 carrega mal, mas e como diz que também foi bem revisto com peças novas e tudo e que mesmo assim não carrega como pretendido, isso quer dizer que o sistema do automático apenas carrega uma parte até encontrar maior resistencia da mola real e depois o sitema não tem "força" para vencer a inércia seguinte?
Então e se assim for, poderá o Eta 2894, "padecer" do mesmo?

Se me permitem, só mais duas questões: Quando o mestre Adriano diz que o 3303 no fim do dia tem 330º de amplitude, isso não é muito?
Depois o Dynamic (1138) com a amplitude de 280º, está razoável não é? Se bem que se fosse mais um "bocadinho" seria o ideal, ou estou errado?
Me desculpem as questões, mas serve como que tentar perceber mais sobre o assunto.

Muito obrigado
Aquele abraço

Adriano

Todo 2892, a princípio, não carrega bem. Quando se mete um módulo nele, que pode exigir uma corda com mais tensão (isso é questão de projeto), a coisa complica e normalmente acontece isso mesmo: carrega bem até certo ponto. Isso acomete 2892 mais antigos, 2892 com módulos, 2894, Omega 1140, 1141, 1143... Pode ou não acometer.

O que ocorre é que é evidente que, com o mesmo uso, ele carrega bem menos que qualquer outro mecanismo.

Os 330º foi modo de dizer. Não pode chegar a isso. Mas chega fáil nuns 315º. E o 1138, com corda cheia, tem que dar 310º na horizontal. Aos 280º na horizontal, para um relógio que acabou de ser revisado, é pouco, indica que ainda está nos 3/4 de corda.

Abraços!

Adriano

flávio

Chip

Em termos. Tenho mais de uma dezena de relógios, todos atuais (de uns 15 anos para cá) e revisados. O único que me dá problema é o 2892 "normal", com o módulo 2894 então, não funciona. Ao projetar um relógio, o sistema de carga não pode ser tão eficiente - como o Adriano falou - a ponto de carregar instantaneamente e a todo momento o relógio, a ponto de fazer com que a brida sempre deslize no tambor, o que não apenas causa desgaste, como flutuações de torque. No entanto, não pode ser tão ruim a ponto de carregar pouco...O 2892, na minha opinião, carece de um sistema eficiente de carga para pessoas normais, não precisa nem ser um jogador de tênis. Talvez por isso, desde as modificações no cronômetro 1120 da Omega essa tenha trocado corda, rolamento e sistema de rodas inversoras. Os 2892 da Omega nunca tiveram problemas de carga. O que acho estranho, partindo do pressuposto que a Omega é do Swatch Group, é a não adoção em todos os 2892 das simples modificações da Omega.

A Richard Mille, se não me falha a memória, tem um sistema de ajuste das suas massas oscilantes para que se adaptem ao usuário, através da mudança de seu centro de gravidade.


Flávio

chip

Viva

Ao mestre Adriano e Mestre Flavio... Muito obrigado pela teoria e pelas explicações técnicas;)

Bem hajam
Aquele abraço