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Longines recruta profissionais para aprender a revisar o 2894!

Iniciado por admin, 21 Setembro 2012 às 18:20:37

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flávio

O 2894, como já divulguei aqui, é um dos modelos mais toscos já criados pela indústria relojeira. Coincidência, estou com meu belíssimo (não posso negar) Longines Avigation Chrono no pulso agora. O módulo de carga foi projetado para revisão e não é feio: um ETA 2892 elaboré. Já o módulo... Foi projetado para ser descartado e substituído na revisão.

No Brasil revisavam. Olhem agora o comunicado que recebi do American Watchmakers Institute:

NEW SWATCH GROUP PRODUCTS CLASS AT AWCI
Taught by Dan Fenwick, Nov 5 – 9, 2012 HURRY-Only 4 Spots Left!

This Advanced21 class for CW21's or higher will be taught by Dan Fenwick and will focus on Swatch Group Products. Students will fully service the Frederic Piguet automatic chronograph with column wheel and vertical clutch. This is the Swiss Lever version used by Omega as caliber 3303. The new generation of Tissot Tactile products, including the T-Touch Expert and the Sea-Touch will be introduced. Students will work on the ETA 2894 modular chronograph from Longines.

Longines is requesting that watchmakers be trained on the service of this commonly-exchanged chronograph module. Completion of this course will allow the participant to purchase the specialized tool that permits convenient assembly of the unit. As time permits, students may also review Swatch Group water testing/equipment, information packages and the evolution of the Omega Co-Axial escapement. Call AWCI at 866-367-2924.



Agora a própria Longines quer pessoas treinadas para arrumar a bagaceira! hahahaha


Flávio

Correia

Mas eles vão mesmo reparar o movimento(módulo) ou somente substituir os mesmos? ;D

Esse  Avigation crono é lindíssimo, adoro esse modelo :-*
Convém evitar 3 acidentes geométricos nesta vida : círculos viciosos, triângulos amorosos e bestas quadradas.

Adriano

Na verdade, sempre houve revisão para o 2894 na Longines. Existe um manual da Longines só para isso. Porém, todas as outras marcas, e inclusive a própria ETA, recomenda a troca do módulo. Nem a ETA tem manual para esse módulo. No Brasil, é raro trocar o módulo, pois, como toda peça, chega aqui por um preço indecente. Esse módulo deve estar custando aqui perto dos R$ 2.000,00. Fora a revisão do mecanismo base. Você pagaria R$ 2,5k para revisar seu Avigation?

Lá naquela ocasião, trocamos seu módulo pois havia lá 3 2894 completas, herdadas do Swatch Group, disponíveis para canibalização.

Aqui, temos que revisar tudo o que dá para revisar.

Abraços!

Adriano

flávio

Claro que não! Outro dia o Dan ofereceu um ZERADO pelo E mail por 1400 dólares, algo assim. Era mais fácil eu jogar o relógio fora e comprar outro. Aliás, entre revisões e trocas de pulseira - tudo bem que a preço que paguei há mais de uma década - o relógio já custou o que paguei por ele, preço ridículo, diga-se. Como já mostrei aqui, tenho ainda nota fiscal, bons tempos aqueles: 1200 pilas. Não era barato, mas comprei com minha grana de mesada. Na época era como se fossem uns 6 salários mínimos. Hoje um relógio similar da Longines, na loja, custa uns 7 mil. Mas o salário mínimo - mesmo com ganhos reais na década - ainda não atingiu o parâmetro pelo que paguei pelo relógio.

Eu sei lá Adriano, hoje penso que posso ter sido um dos "premiados" em linha de montagem com algo que não presta. É impressionante! Vocês mesmos já tiveram esse relógio nas mãos diversas vezes, testaram, fizeram isso, aquilo...Ele não funciona cara! Hoje o usei, amanhã o usarei também, mas ele não pode ser retirado do pulso, senão para. E, como está sempre com corda baixa, sua precisão não é das melhores, ultimamente tem atrasado DEMAIS, mas demais mesmo, na casa de minutos  por semana. Mas não vou mexer, esse relógio me dá nos nervos quando o remeto para revisão.

Hoje minha dica é sempre a seguinte: não comprem nada com 2894, porque mesmo se ele não apresentar problemas, tem um funcionamento muito "impreciso": botões duros, ponteiro que anda acelerando e desacelerando...

Mas não posso negar, esse relógio marcou a volta da Longines a designs clássicos e MUITO, MAS MUITO bonitos, tanto é que, na época, ele encabeçou a nova linha criada, "Special Series". O meu ainda é com cristal mineral, foi a primeira série. Seu número não estava nem na casa dos 30 milhões, mas 29 e quebrado. Talvez seja por isso também. Foi um dos primeiros - senão o primeiro - relógio no mercado com os, na época, "novos" 2894. Quem sabe a ETA não os aperfeiçoou com o tempo?


Flávio

JotaA

Sei que já foi dito várias vezes, mas apenas de refrescar minha memória. E o 2892 com módulo DD? Funciona bem? No caso todos os módulos DD são bons ou existe algum mais problemático?

Paulo Sergio

Não entendo o motivo de não se fazer manutenção no módulo e troca-lo, como opção!!!
A complicação é tanta assim, ou o preço da hora de trabalho é mais caro que ele? :-\ :-\ :-\
Abraço
Paulo Sergio
Abraço
Paulo Sergio

flávio

Não sou muito fã dos cronos modulares, eles costumam apresentar problemas, eu diria, "misteriosos". Meu Omega Speedmaster Reduced, por exemplo, há alguns anos simplesmente parou de funcionar, totalmente, como se estivesse travado. Levei-o ao relojoeiro e foi revisado o módulo de carga, que apresentou boa amplitude. Conectado ao módulo (Depraz, não revisado), a amplitude caia muito. Foi revisado o módulo. Nunca mais me deu problema até uma nova revisão, porque estava com espiral amassada e carga ruim (teve que trocar corda). Quando está funcionando, é meu crono mais preciso, sem saltos, sem ponteiros "flutuando", extremamente macio, etc.

Quanto ao Longines, acredito que seja isso. O módulo é tão tosco que não vale a pena o trabalho de revisá-lo (sim, módulos possuem zilhões de pontos de lubrificação, precisam de suportes especiais, às vezes, para manter molas sob tensão e, parece bobagem, são em platina inteiriça).

Mas como já disse aqui, várias fábricas usam cronos modulares, até mesmo - quem diria - a Audemars Piguet, que nos Royal Oak (embora muito modificados e não em todos) usa Depraz 2020.

Flávio

Paulo Sergio

Bom Flávio...
Mas se alguém originalmente tem condições para montar (eles não surgem de "geração espontânea" -  ;D ;D ;D), há que se ter
quem os desmonte, faça a manutenção e remonte, por mais absurdo que pareça, certo?
Ou meu pensamento seria muito tupiniquim, a ponto de "o correto" ser jogar fora o velho, colocar um novo e
"pague-se o que se pede"? :-\ :-\ :-\
Abraço
Paulo Sergio
Abraço
Paulo Sergio

flávio

Paulo, antigamente a hora trabalhada dos gringos não permitia esse raciocínio. Basta ver que, nos EUA, por exemplo, a impressão que se tem é que já vendem tudo com um "cálculo atuarial" embutido de defeitos e, se algum ocorrer, eles não consertam nada, te dão outro. Mão de obra na gringa é cara! Mas aqui ficou mais cara ainda! Basta ver que, hoje, muitas fábricas possuem preços fixos para suas revisões, publicadas nos sites. Os preços das revisões feitos na Suíça - onde a renda de um mortal é mil vezes maior do que a nossa - são os mesmos daqui!

Já discuti isso várias vezes. Considerando que o profissional relojoeiro no Brasil não é rico e, acredito, muito menos o dono das assistências, porque conheço alguns, a conclusão é que girar o negócio é muito caro.


Flávio

Adriano

Todo módulo é complicado, mais complicado do que a mesma função quando nativa do movimento. Não é qualquer relojoeiro que revisa uma parada dessa. Precisa ser dos muito bons. E esses caras custam caro em países decentes. Custa muito mais caro pagar um relojoeiro suíço, ou europeu num geral, ou americano, para perder 3 horas, no mínimo, em cima desse módulo, do que botar um módulo novo de CHF 250,00, ou algo perto disso, quando se está na Suíça ou em algum país cujo imposto de importação não passa de 10%.

Agora no Brasil, onde CHF 1,00 = R$ 9,50 para peças de relógio, não dá para trocar um módulo de R$ 2.000,00 cobrando R$ 500,00 do cliente e ainda ter que revisar a máquina-base e polir todo o relógio. Logo, temos que nos lascar e revisar, pois o cliente não vai aceitar pagar quase R$ 3.000,00 pela revisão. A não ser que a revisão não seja possível por ter tantas peças danifcadas que caracterize perda total do mecanismo.

A conta é tão simples, que na suíça não se revisa máquinas quartz nem mecânicos simples. Lá não se revisa ETA 2824 nem 2892 sem COSC ou até o nível elaboré. Sai mais barato trocar o mecanismo.

Existe uma opção mais barata, que é comprar o módulo a base de troca. Mas isso é impraticável aqui no interior do interior, por questões fiscais e administrativas.

O módulo DD é mais fácil de revisar e bem melhor em todos os sentidos.

Abraços!

Adriano

Correia

Amigo Adriano,

Já verifiquei o que disse(com as devidas distâncias entre os movimentos tratados no tópico e sobre o que adiante irei falar),  com a Seiko Portugal(Certora), o meu SKX007J teve um problema, começou a adiantar uma brutalidade(creio que numa hora adiantava 6/7 minutos), deveria estar magnetizado(nunca saberei).

Como estava na garantia, o relojoeiro simplesmente trocou o 7S26 por outro, esteve uns dias no Vibrograf, et voilá!

(Devo dizer que passados uns 4 anos, o relógio mantém uma precisão muito boa, faz sempre +1seg/dia)

Perguntei porque não fizeram uma reparação, resposta - "na garantia, não fazemos revisão nestes movimentos". OK.

Há anos ouvi uma "verdade" por parte de um grande chefe de mecânica auto de competição - "Não se consegue fazer um motor de corridas de um Mercedes 190D, nem um táxi com um Alfa Romeo".

Podem ser excelentes profissionais, mas milagres é complicado ;)

Convém evitar 3 acidentes geométricos nesta vida : círculos viciosos, triângulos amorosos e bestas quadradas.

Paulo Sergio

Agora bem entendido!!!  ;) ;) ;)
Obrigado amigos!!! :) :) :)
Abraço
Paulo Sergio
Abraço
Paulo Sergio

Wilson

Citação de: Adriano online 22 Setembro 2012 às 14:32:55
Todo módulo é complicado, mais complicado do que a mesma função quando nativa do movimento. Não é qualquer relojoeiro que revisa uma parada dessa. Precisa ser dos muito bons. E esses caras custam caro em países decentes. Custa muito mais caro pagar um relojoeiro suíço, ou europeu num geral, ou americano, para perder 3 horas, no mínimo, em cima desse módulo, do que botar um módulo novo de CHF 250,00, ou algo perto disso, quando se está na Suíça ou em algum país cujo imposto de importação não passa de 10%.

Agora no Brasil, onde CHF 1,00 = R$ 9,50 para peças de relógio, não dá para trocar um módulo de R$ 2.000,00 cobrando R$ 500,00 do cliente e ainda ter que revisar a máquina-base e polir todo o relógio. Logo, temos que nos lascar e revisar, pois o cliente não vai aceitar pagar quase R$ 3.000,00 pela revisão. A não ser que a revisão não seja possível por ter tantas peças danifcadas que caracterize perda total do mecanismo.

A conta é tão simples, que na suíça não se revisa máquinas quartz nem mecânicos simples. Lá não se revisa ETA 2824 nem 2892 sem COSC ou até o nível elaboré. Sai mais barato trocar o mecanismo.

Existe uma opção mais barata, que é comprar o módulo a base de troca. Mas isso é impraticável aqui no interior do interior, por questões fiscais e administrativas.

O módulo DD é mais fácil de revisar e bem melhor em todos os sentidos.

Abraços!

Adriano

realmente Adriano, desmontar isso daí dá um trabalho danado !

nos Clássicos tem as fotos de um Hublot que revisei :
http://forum.relogiosmecanicos.com.br/index.php?topic=94.0

Hublot com mecanismo ETA 2892 - A2 com modulo DD





abraços,

wilson

Paulo Sergio

Abraço
Paulo Sergio

flávio

Eu tenho. Sim, deveria responder e postar, mas 2 da manhã, espere! ;D


Flávio

michelim

"The Quality Remains Long After the Price is Forgotten."