Vou buscar mais conhecimento sobre os temas que ressaltou.
Sobre a fabricação, mesmo nas manufaturas pequenas que visitei, como a Glashutte Original, a usinagem hoje é totalmente feita por fresas computadorizadas. Na Glashutte Original é tudo usinado, não estampado. Mas eles produzem não mais do que 15 mil relógios ao ano, podem se dar ao luxo. A diferença nessa específica manufatura é que as peças realmente diminutas são feitas por erosão elétrica. Pelo que pude notar ao olhar os procedimentos, na erosão elétrica a peça já sai com um grau de "acabamento" (as aspas foram propositais, pois não há acabamento, mas a peça já sai muito boa da máquina) muito bom; nas fresas "normais", nem tanto. O acabamento para retirada de "fiapos" metálicos, polimento, decoração, etc, pelo menos na Glashutte Original, é completamente feito de forma manual. Mas é tudo produzido em divisão intensa de trabalho. Nesta fábrica, por exemplo, havia uma moça responsável apenas por azulamento e polimento de parafusos. Disse o relações públicas da empresa que é intenção da marca que o "ôreia" consiga galgar espaços dentro da marca e vá subindo degraus até se tornar master watchmaker de complicações, mas nem todos conseguem. E quando digo subir, o sentido e literal: a parte de usinagem na marca é no primeiro andar, acabamento no segundo, montagem no terceiro. E acredite, como ressaltei em alguns posts do passado sobre viagens: falta profissional. Na Glashutte Original, por exemplo, o "engraver" das pontes do balanço (aquilo é tudo feito a mão e com diferenças sutis entre um relógio e outro, ainda que usando o mesmo padrão. Nenhum relógio é igual ao outro, ainda que só se perceba na lupa) tinha pediido demissão e deixado a marca a ver navios. Segundo o relações públicas, fazia meses que haviam terceirizado a gravação das pontes do balanço para um artista de Dresden que, claro, estava cobrando caro por isso. Portanto, eles estavam contratando, mas não havia pessoa a ser contratada, acreditam?
Flávio