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Mais uma marca que vai para o ostracismo: EBEL

Iniciado por admin, 08 Setembro 2013 às 18:28:23

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flávio

A Ebel sempre foi uma marca "ame ou odeie", até mesmo por seguir fielmente seu lema de serem os "arquitetos do tempo", projetando relógios de "design", mas com qualidade superior. No retorno da relojoaria mecânica, a marca saiu na frente com seus clássicos calibre 137, descendentes diretos dos Lemania e, pasmem, também utilizados com o mesmo acabamento, embora feitos por essa última marca, na Breguet (nos modelos Aeronavale e Transatlantique).

A preocupação da Ebel com o design de seus relógios também pode ser considerado seu calcanhar de Aquiles, pois fazia anos que ela não emplacava algum modelo icônico (se é que emplacou alguma vez). Sim, talvez o 1911 tivesse se tornado um modelo icônico se a marca não o tivesse mudado sucessivas vezes durante os anos.

Há alguns anos comprei um E Type Chrono, muito mais pelo movimento do que pelo design do relógio (foi caro na época, 4200 reais!). A revisão do relógio foi analisada a exaustão em um post, aqui:

http://forum.relogiosmecanicos.com.br/index.php?topic=5765.0

Confesso que quando a Ulysse Nardin adquiriu os direitos de fabricação do 137, não dei muita bola. Li rapidamente as notícias na internet e não percebi que não era algo compartilhado, mas venda total dos direitos. Eles simplesmente não o fabricariam mais!

Notícia aqui:

http://www.watchtime.com/wristwatch-industry-news/ulysse-nardin-acquires-ebels-chronograph-caliber-137/

Passei a perceber nas redes sociais este ano que a Ebel só divulgava relógios femininos e a quartzo. Masculinos? Dois ou três na linha...

Resumo da ópera: implodiram a Ebel, transformando-a numa "fabriqueta" tabajara, como se a marca não tivesse mais de 100 anos de história por trás!

Tudo bem que a marca deve ter passado por dificuldades, mas julgo um absurdo terem chegado a tal ponto! Há duas semanas, a fábrica de bicicletas artesanais Serotta (quem é do meio sabe) rendeu-se ao sinal dos tempos e anunciou que fecharia suas portas. Uma pena, a Serotta era uma instituição no ciclismo!

A Ebel também! Para quem passou pela fábrica (não pequena, diga-se) em La Chaux de Fonds há alguns anos, é para chorar vê-los seguir esse caminho.

Uma pena, sério.

Flávio

Adriano

Triste. Vide Movado: em 2008 em Baselworld vi Museum em ouro branco com turbilhão e complicações. Hoje os Museum são de plástico.

Abraços!

Adriano

Alberto Ferreira

Triste mesmo.

O Flávio tem razão e falar em "ostracismo", mas ele "pegou leve"...

Eu diria, em mau português, que foi é para o "brejo" mesmo.  >:(

Realmente uma pena
Para mim, a questão nem é tanto que ocorram tais "falências" das empresas, por vários motivos, eu até posso aceitar o fato...

Mas, para ser franco, o que me "agride" mesmo é a forma como tem ocorrido, nestes e em outros casos.
:(

Alberto

flávio

Pode ser que com essa visão de relógios apenas femininos e poucos masculinos e mais simples eles se recuperem, mas o estrago está feito. Por falar em Movado, quando a Ebel foi vendida pelo LVMH, quem comprou foi a Movado, cujo passado glorioso desapareceu por completo...

Flávio

MRL

Talvez como negócio a linha da Movado seja até bem lucrativa.

Estive no Caribe no Carnaval e para a Patroa não invocar com a minha compra de um relógio ;D falei para ela comprar um badulaque.

Ela pegou um Movado de quartzo com uns brilhantes, que custou após os descontos US$ 1.800.

Fiquei pensando se a Movado não teria margem maior que a boa Marca Suíça visto que é um produto com zero de inovação e tecnologia mas ainda consegue cobrar um preço elevado pelo que vende...

Alberto Ferreira

Citação de: MRL online 09 Setembro 2013 às 09:38:44
...

Fiquei pensando se a Movado não teria margem maior que a boa Marca Suíça visto que é um produto com zero de inovação e tecnologia mas ainda consegue cobrar um preço elevado pelo que vende...


Sim,...
Infelizmente, para os mais "tradicionalistas" (termo não pejorativo, apenas, por assim dizer, talvez um "estilo" ou uma "concepção"...  ::) ), eu creio que é disto mesmo que nós estamos falando.

Claro que há público e muito provavelmente (bom) lucro.

Então,...
Para os ditos "tradicionalistas", como alguns de nós que aqui estamos nos manifestando, talvez só haja mesmo uma coisa a fazer.
Nada!  :(

Alberto

Dicbetts

O que me incomoda, no caso da Movado e da Ebel, é que a família que assumiu a marca simplesmente deu um chute na tradição.

Me desapontei porque, quando se fala de Movado, lembro logo do Super Sub-Sea (calibre 146HP). O que a marca é hoje depõe contra sua própria tradição - exceto entre aqueles que sabem separar o ouro do cascalho, que são a imensa minoria e não têm força para mudar uma história que vem sendo empurrada ladeira abaixo.

EngenheiroVIX

Abraços,

EngenheiroVIX

igorschutz

Citação de: EngenheiroVIX online 09 Setembro 2013 às 13:48:12
Vale a pena citar a Cyma também.

Bem lembrado! A Cyma-Tavannes já foi a maior fábrica de relógios da suíça, hoje está na mãos dos chineses e não tem nada diferenciado em seu portfólio...
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

Rafaexp

Triste história.... na verdade o canibalismo empresarial é cruel....

de qualquer forma, lembrei da Minerva e a Monblanc... foi a mesma história tb??? ou não??? versão oficial versus realidade, tem alguma diferença que vocês saibam???

Abraço

Rafa

Dicbetts

Citação de: Rafaexp online 10 Setembro 2013 às 08:56:28
Triste história.... na verdade o canibalismo empresarial é cruel....

de qualquer forma, lembrei da Minerva e a Monblanc... foi a mesma história tb??? ou não??? versão oficial versus realidade, tem alguma diferença que vocês saibam???

Abraço

Rafa

Rafael,

Acho que a diferença aqui é que a Montblanc englobou a Minerva, sepultou a marca, mas não as oficinas. Quero dizer que a Minerva continua existindo (de certa forma), só que com o nome da Montblanc.

Não é o caso do Movado Group. Trata-se de uma marca que rompeu totalmente com a tradição da marca, fabricando atualmente produtos semi-descartáveis. Hoje, a Movado não desenvolve um único calibre; tornou-se mera "engarrafadora".

Já a Montblanc ao menos deu sequência a alguns calibres da Minerva. E aproveita sua expertise para desenvolver outros tantos.

Abração,

Adriano

Exato. É muito diferente. Aliás, muitos lamentam, como nosso patrão Flávio, que a Minerva não tenha sido mantida como "brand".

Abraços!

Adriano

flávio

A Minerva, antes da Montblanc adquiri-la, vinha mal das pernas há anos. Num prédio enorme onde caberiam, talvez, umas 60 pessoas trabalhando, havia 7, salvo engano.

Eu tenho minhas dúvidas se a Montblanc aproveitou o "expertise" da Minerva. Na verdade, compraram-na apenas para dar "legitimidade" ao que pretendiam fazer, uma fábrica de relógios de alto nível, e ponto final.

Como já disse aqui, acho os relógios Montblanc Minerva belíssimos! Vou além: não possuem preços extorsivos pelo que oferecem e são muito, mas muito legais, incomuns e ao mesmo tempo clássico.

Mas, como o Adriano ressaltou, o nome MONTBLANC me remete a canetas, não relógios. É claro que com um nome desses e uma rede de vendas enorme, deram a volta por cima. Mas o nome, pelo menos para mim, tem significado.

Como já disse aqui, houve uma época que competi no ciclismo e pela Gary Fisher, a empresa que "criou" o Mountain Bike (o cara que criou). As bikes da Fisher, mesmo quando já feitas pela Trek (a partir de 1994), tinham uma singularidade tremenda. Eram Fishers porra, uma instituição dentro do ciclismo! Para terem uma noção, atualmente ainda uso uma Fisher 2006, em estado de zero, pois sou cuidadoso. Pessoas já me pararam na rua para conversar sobre a bike, que não tem nada demais, é uma Fisher, apenas isso. Vocês acham que isso aconteceria com uma Specialized? Não... Não aconteceria.

Então, em 2010 a Trek decidiu acabar com a marca Fisher e englobá-la na linha deles. Hoje, você pega uma Trek, escrito Trek no quadro (e com aquele estilo Trek de ser, entenda-se, sisudo) e há um pequeno adesivo: Gary Fisher Collection. No fundo, a bike é a mesma de antes mas... Mas não é. Eu não compraria só por isso.

Com a Montblanc é a mesma coisa. Se a Montblanc tivesse mantido o nome MINERVA como principal e, sei lá, até mesmo colocado um by Montblanc, até encararia. Mas Montblanc, minerva collection, passo. Meu santo não bate com isso e Freud talvez explique.


Flávio

MRL

A Montblanc ganhou muito o meu respeito com a evolução dos seus relógios.

Eu acho a série Nicolas Rieussec maravilhosa e o novo Rising Hours sensacional.

É realmente triste o desaparecimento da marca da Minerva, mas vejo todo este processo de turnaround do negócio de relógios Montblanc como um movimento da Richemont para fortalecer seu posicionamento nas marcas de "médio porte" de luxo. Digo isso porque estão subindo os preços de Panerai e IWC aproximando-os de JLC e deixam a Montblanc subir e disputar neste segmento de até 10 mil dólares, aonde a proposta de valor da Montblanc é muito boa. E me parece um movimento de marcas que está sendo muito bem feito.

Dicbetts

Citação de: flavio online 10 Setembro 2013 às 12:05:21
A Minerva, antes da Montblanc adquiri-la, vinha mal das pernas há anos. Num prédio enorme onde caberiam, talvez, umas 60 pessoas trabalhando, havia 7, salvo engano.

Eu tenho minhas dúvidas se a Montblanc aproveitou o "expertise" da Minerva. Na verdade, compraram-na apenas para dar "legitimidade" ao que pretendiam fazer, uma fábrica de relógios de alto nível, e ponto final.

Como já disse aqui, acho os relógios Montblanc Minerva belíssimos! Vou além: não possuem preços extorsivos pelo que oferecem e são muito, mas muito legais, incomuns e ao mesmo tempo clássico.

Mas, como o Adriano ressaltou, o nome MONTBLANC me remete a canetas, não relógios. É claro que com um nome desses e uma rede de vendas enorme, deram a volta por cima. Mas o nome, pelo menos para mim, tem significado.

Como já disse aqui, houve uma época que competi no ciclismo e pela Gary Fisher, a empresa que "criou" o Mountain Bike (o cara que criou). As bikes da Fisher, mesmo quando já feitas pela Trek (a partir de 1994), tinham uma singularidade tremenda. Eram Fishers porra, uma instituição dentro do ciclismo! Para terem uma noção, atualmente ainda uso uma Fisher 2006, em estado de zero, pois sou cuidadoso. Pessoas já me pararam na rua para conversar sobre a bike, que não tem nada demais, é uma Fisher, apenas isso. Vocês acham que isso aconteceria com uma Specialized? Não... Não aconteceria.

Então, em 2010 a Trek decidiu acabar com a marca Fisher e englobá-la na linha deles. Hoje, você pega uma Trek, escrito Trek no quadro (e com aquele estilo Trek de ser, entenda-se, sisudo) e há um pequeno adesivo: Gary Fisher Collection. No fundo, a bike é a mesma de antes mas... Mas não é. Eu não compraria só por isso.

Com a Montblanc é a mesma coisa. Se a Montblanc tivesse mantido o nome MINERVA como principal e, sei lá, até mesmo colocado um by Montblanc, até encararia. Mas Montblanc, minerva collection, passo. Meu santo não bate com isso e Freud talvez explique.


Flávio

Respeito sua posição, mas penso de maneira distinta.

No universo dos negócios, os caras fazem canibalismo com base em certos parâmetros - e nem todos dão certo, registre-se. A Minerva estava à beira da extinção, desacreditada, esquecida; calculo que poucos (como nós) a saudariam se ressuscitasse. Uma pesquisa qualificada deve ter confirmado tal impressão.

Então, fez o quê a Montblanc? Engoliu a Minerva, agregando-a a um nome forte, pujante, ainda que de canetas. E partiu para a nova seara. Sai-se bem, por enquanto. Tudo, claro, sustentado por um marketing agressivo, que a favorece na consolidação no universo dos relógios.

(Basta ver que em revistas de moda e de artigos de luxo, a Montblanc é uma das principais anunciantes. Aposta, certamente, que a qualidade das canetas alavanca os relógios. E atira nas duas das principais vertentes de exibição de status, atualmente: relógios e canetas. Está aí a Pulso para confirmar.)

Talvez um "Minerva by Montblanc" fosse a solução que queremos, mas nosso carinho pela marca e pela tradição não faz parte da equação. Talvez também desse certo - não há como prever.

E se amanhã a JLC lançasse uma linha de canetas? Ou a Rolex, de utensílios de viagem? Pela força das marcas, creio que teriam grandes chances de virarem sucesso.

Dic.

vinniearques

#15
Dicbetts, tenho um exemplo vivo dentro de casa, meu pai adora os relogios Montblanc exatamente por ser....... Montblanc, uma marca de luxo, independente de qual é o carro forte dela, pra ele pouco importa, ele é um consumidor padrão do mercado, não liga se é marca de caneta ou de Relogios, luxo é luxo e Montblanc é luxo pra quem não é ligado como nós!

Ah.. Pra arrematar de vez a visão do meu pai, entre as canetas dele, tem uma em especial que adora, uma Rolex toda dourada, e ele gosta porque é Rolex........

Vai entender!


Mais se quer saber as vezes vendo a curtição que ele tem em comprar um relogio porque é bonito ou de luxo ou seja lá porque ele gostou do relogio, fico pensando se ele está de tudo errado....

Dicbetts

Citação de: Vinnie online 10 Setembro 2013 às 13:17:21
Dicbetts, tenho um exemplo vivo dentro de casa, meu pai adora os relogios Montblanc exatamente por ser....... Montblanc, uma marca de luxo, independente de qual é o carro forte dela, pra ele pouco importa, ele é um consumidor padrão do mercado, não liga se é marca de caneta ou de Relogios, luxo é luxo e Montblanc é luxo pra quem não é ligado como nós!

Ah.. Pra arrematar de vez a visão do meu pai, entre as canetas dele, tem uma em especial que adora, uma Rolex toda dourada, e ele gosta porque é Rolex........

Vai entender!


Mais se quer saber as vezes vendo a curtição que ele tem em comprar um relogio porque é bonito ou de luxo ou seja lá porque ele gostou do relogio, fico pensando se ele está de tudo errado....

Vinnie,

Caneta Rolex pra mim é novidade. Mais uma que aprendi.

Seu pai pensa como 99,9% das pessoas. E ele está certíssimo, embora nós, aqui, não estejamos errados.

Fazendo filosofia barata (mas verdadeira), são "visões diferentes do mundo".

A Montblanc tem um nome estabelecido no mercado de luxo, tal como a Chanel, a Cartier, a Bulgari, a LV, a Hermés...

O que ele deseja, a Montblanc entrega. É o que conta.

Ele fica feliz e você igualmente satisfeito em ver a alegria dele.

Todos ganham.

Abração,

vinniearques

Citação de: Dicbetts online 10 Setembro 2013 às 14:01:44
Citação de: Vinnie online 10 Setembro 2013 às 13:17:21
Dicbetts, tenho um exemplo vivo dentro de casa, meu pai adora os relogios Montblanc exatamente por ser....... Montblanc, uma marca de luxo, independente de qual é o carro forte dela, pra ele pouco importa, ele é um consumidor padrão do mercado, não liga se é marca de caneta ou de Relogios, luxo é luxo e Montblanc é luxo pra quem não é ligado como nós!

Ah.. Pra arrematar de vez a visão do meu pai, entre as canetas dele, tem uma em especial que adora, uma Rolex toda dourada, e ele gosta porque é Rolex........

Vai entender!


Mais se quer saber as vezes vendo a curtição que ele tem em comprar um relogio porque é bonito ou de luxo ou seja lá porque ele gostou do relogio, fico pensando se ele está de tudo errado....

Vinnie,

Caneta Rolex pra mim é novidade. Mais uma que aprendi.

Seu pai pensa como 99,9% das pessoas. E ele está certíssimo, embora nós, aqui, não estejamos errados.

Fazendo filosofia barata (mas verdadeira), são "visões diferentes do mundo".

A Montblanc tem um nome estabelecido no mercado de luxo, tal como a Chanel, a Cartier, a Bulgari, a LV, a Hermés...

O que ele deseja, a Montblanc entrega. É o que conta.

Ele fica feliz e você igualmente satisfeito em ver a alegria dele.

Todos ganham.

Abração,

Muito bem colocado, e só pra mostrar já que não conhecia a caneta, é exatamente igual a essa ( foto da internet)


Alberto Ferreira

Break! Break!
;)

Bem,...
O exemplo da caneta "Rolex"...

Nós temos que diferenciar duas coisas, quando uma marca engloba, assimila (ou "engolfa"  :-[) outra...

E os produtos promocionais como, por exemplo, os "brindes" (presentes para clientes) de determinada marca.

Eu creio, até contestação pelos que melhor conhecem os "meandros" da marca, que o caso da caneta Rolex deva ser este último.

Alberto

Dicbetts

Citação de: Alberto Ferreira online 10 Setembro 2013 às 14:13:48
Break! Break!
;)

Bem,...
O exemplo da caneta "Rolex"...

Nós temos que diferenciar duas coisas, quando uma marca engloba, assimila (ou "engolfa"  :-[) outra...

E os produtos promocionais como, por exemplo, os "brindes" (presentes para clientes) de determinada marca.

Eu creio, até contestação pelos que melhor conhecem os "meandros" da marca, que o caso da caneta Rolex deva ser este último.

Alberto


Se a canetinha for brinde, faz jus à Rolex.