Compras no eBay, demora na entrega e outras implicações

[Bernardo]

Prezados amigos,

Num passado relativamente recente, as compras que eu fazia através do eBay chegavam num prazo bem menor do que o atual. Tudo seguia da forma prevista:  eu fazia a compra, o vendedor enviava, eu recebia e fazia a qualificação. Numa única vez, precisei abrir uma "disputa" (o item veio incompleto e o vendedor não respondeu aos e-mails que enviei), e tudo se resolveu bem.

Atualmente, salvo raras exceções, qualquer coisa que compro no eBay demora muito para ser entregue, a não ser para envio via EMS. Como consequência, não tenho qualificado os vendedores, pois o prazo para qualificação têm se encerrado antes do recebimento do item. Também, como consequência, não vejo como abrir uma "disputa" para um item não recebido. Como exemplo, fiz uma compra no final de novembro, o vendedor foi muito bacana (a princípio, ele não enviava para o Brasil), mas o item ainda não chegou. Sendo assim, não fiz a qualificação e se houver algo de errado com o produto, perdi o prazo para reclamar/abrir uma "disputa".

Lembro que certa vez, naquele passado em que a entrega era mais rápida, houve uma ocasião em que demorou um pouco mais do que o esperado. Após certo tempo, a vendedora começou a me enviar e-mails quase que diários, insistindo para que eu fizesse a qualificação, mesmo sem ter recebido a mercadoria. Não lembro o motivo da insistência, mas será que existe, nas compras feitas via eBay e PayPal, alguma política de somente liberar o pagamento para o vendedor após a qualificação (ou após o prazo máximo para qualificar), tal como acontece em compras no MercadoLivre pagas com o MercadoPago? Se existir, tendo em vista a demora na entrega, pode ser algo mais a ser considerado pelos vendedores (honestos e desonestos), antes de enviarem para o Brasil.

Abs,

[Adriano]

Ocorre que, toda a demora, sem exceção, não é culpa do vendedor. O envio tem sido rápido, o trânsito idem. O que tem empatado é a nossa alfândega, exclusivamente. E TODOS os vendedores que comprei nos últimos anos são taxativos em dizer que não se responsabilizam pela demora na aduana no país de destino. Nada mais justo.

Eu jamais abriria uma disputa contra um vendedor se eu não recebesse um produto que está atrasado ou que foi extraviado na própria aduana, tendo posse do rastreamento, ou seja, ciente de que o cara postou no prazo, que o trânsito se deu no prazo... entendo que esse é um risco meu. Não acho justo punir o vendedor que fez tudo correto, mesmo entendendo que é opção do vendedor enviar produtos "worldwide". Aliás é por terem passado por coisas assim que vendedores não tem mais enviado produtos para o Brasil, mesmo os que enviam mundo afora, constando entre os países excluídos, junto com mais meia dúzia (de todo o mundo).

E tenho DOIS relógios que ficaram de presente para a receita. Foram extraviados lá dentro. Já há mais de um ano e meio. Jamais puniria os vendedores por isso.

Abraços!

Adriano

[Bernardo]

Adriano,

Concordo 100% com suas palavras. Também acho injusto e sem cabimento, na atual situação, abrir disputas por algo não recebido no prazo estimado.

Tenho ficado chateado por não qualificar os vendedores, que no geral, têm sido muito bons. Na compra que citei, em que o vendedor foi muito bacana, eu ia qualificar a negociação antes de receber, mas acabei perdendo o prazo.  

Por outro lado, a demora na entrega acaba favorecendo algum mau vendedor, uma vez que perde-se o prazo para reclamar de um item recebido diferente do descrito.

No caso da única disputa que abri até hoje, devido a um item recebido diferente do descrito, o vendedor simplesmente ignorou os meus e-mails, até o dia em que a disputa foi aberta. Depois, me enviou um número para rastreio e me pediu para retirar o "feedback" negativo, o que fiz de imediato. Detalhe é que o que ele me enviou não tinha número de rastreio, o que descobri  na chegada. O número que ele me enviou era referente a algum outro objeto e o vendedor fez uso dele, me enganando, apenas para retirar o feedback negativo. Vendedores assim acabam se beneficiando da demora que atualmente ocorre nas entregas, visto que se tivesse acontecido nos dias atuais, não seriam alvo de disputa. Na minha opinião, tal vendedor agiu de má fé o tempo inteiro. Tudo isso aconteceu num época em que as coisas chegavam no tempo estimado e dava tempo para se utilizar da proteção oferecida pelo PayPal. Felizmente, na minha experiência, os maus vendedores têm sido exceção.

Enfim, de certa forma, sinto que perdi duas coisas que eram boas: fazer a qualificação, com o produto em mãos, e ter a oportunidade de abrir, se for o caso, uma disputa por item recebido diferente do descrito. Até 2011/2012, isso não acontecia, uma vez que recebia tudo em tempo hábil.

Abs,

[Adriano]

Eu também perdi várias vezes o prazo para qualificar, devido à demora...

O ideal é sempre comprar de vendedores que registram o envio ou escolher por envios registrados de modo que pelo menos você tenha como saber se o vendedor cumpriu a parte dele.

Mas em resumo ando desanimadíssimo para comprar coisas do eBay ou do exterior no geral... tenho optado por pagar mais caro mas receber logo. Ficar com o troço 60 dias parado só na Receita é demais...

Abraços!

Adriano

[SandroZC]

Não é a toa que, cada vez mais, vendedores se negam a enviar ao Brasil. A demora na qualificação com certeza é um dos melindres.

Compro peças de motos, pelo e-bay, e algumas estão a cerca de 90 (noventa) dias paradas na aduana.

Infelizmente comprar em nosso país não tem o dissabor somente do preço, mas também de se achar determinados produtos, que por aqui não se encontra.

[ogum777]

pergunto-me se não é intencional, uma forma e desencorajar as compras do exterior e, portanto impactar menos a balança comercial....

[Carretera18]

pergunto-me se não é intencional, uma forma e desencorajar as compras do exterior e, portanto impactar menos a balança comercial....

[Betocd]

pergunto-me se não é intencional, uma forma e desencorajar as compras do exterior e, portanto impactar menos a balança comercial....

Certeza que sim.
Estamos com uma balança comercial indo de mau a pior.
O governos jásubiu o IOF para compras com  cartão no exterior e vai atrapalhar da forma que puder.....

Desanimador esse país.

Abs

[Alberto Ferreira]

O que não é novidade, diga-se.
Em outras épocas e outros governos, havia a CACEX e as suas famigeradas licenças de importação.

Eu vivi diretamente este "processo", pois era o responsável, dentre outras coisas, por projetos de fabricação local de alguns equipamentos pesados de mineração de uma multinacional da área.
Mas havia muito equipamento importado, é claro.

Quando a "balança" ficava negativa, a CACEX, como nós dizíamos naquela época, "sentava" nas tais licenças.
Não diziam diretamente que não, pois havia acordos internacionais de comércio a serem "honrados", mas botavam miríades de "pelos em ovos", faziam e refaziam exigências, pedidos de explicações, etc.
Coisas que muitas vezes beiravam ao ridículo.

E havia uma outra coisa...
Quem exportava, tinha uma "cota" que permitia importar uma fração do valor exportado.

Para o público em geral, os pequenos consumidores, havia listas de produtos cuja importação não era permitida.

Tudo, sim, pelo "equilíbrio" da balança de pagamentos.

Alberto

[Betocd]

Isso ai amigo Alberto.....
Problema antigo do Brasil, esse não fica na conta do PT exclusivamente.

Talvez o periodo do Collor tenho sido o que mais aliviou essas complicações. Pelo menos abriu para mais itens....

Eu era garoto, mas lembro bem a proibição de se importar qualquer  coisa relacionada a informática. Uma reserva de mercado absurda, e que jogou o pais no atraso da era da informática.
Não tinhamos condição de fabricar aqui, e era peoibido importar..... Burrice extrema.... Isso foi ainda na época doa militares? Não me lembro....


Abs

[Alberto Ferreira]

...
... Isso foi ainda na época doa militares? Não me lembro....


Abs

Era...
Talvez mais propriamente na época pouco antes do Collor.

E a "burrice" era tão extrema que criavam "categorias" específicas para proibir itens de eletrônica e de informática, por exemplo.

Só para citar um dos absurdos.
Dentre os itens que eram proibidos importar estavam as válvulas...
Sim,...  ...as válvulas.  
Que os idiotas qualificaram apenas pelo nome, sem fazer qualquer distinção quanto ao uso ou à aplicação.
E era uma verdadeira "luta" para encontrar as formas de declarar tais itens nas licenças, sem cair na confusão (intencional) criada por aquelas "classificações".

Nós, com o nosso sempre presente   jeitinho brasileiro, usávamos um "artifício" e descrevíamos as válvulas de aço (que usávamos nos compressores, nada de eletrônica, portanto..) como "discos de aço"... E tinhamos que orientar o exportador para não falar em "valves", que ironicamente, se fossem aquelas eletrônicas, também poderiam ser ser "tubes", na origem...  
E aí, como discos, a coisa passava...

Ou seja a "semântica" aplicada à proibições de importação.  



E o mesmo acontecia com muitos outros itens, cujo nome original era simples e "criativamente" trocado para evitar que fossem qualificados como aqueles produtos proibidos, com os quais aliás nunca tiveram relação, pois não tinham aquela função que a tal "descrição" englobava de maneira sumária.

E era possível "explicar", aclarar?  Sim, é claro...
Mas enquanto as explicações iam e vinham, em suas marchas e contramarchas, o tempo passava e a balança não inclinava um pouco mais...  

É claro que as coisa não se limitavam apenas a estes exemplos simples que eu citei.
Mas as conhecidas como "gavetas da CACEX" foram, para quem dependia de importações algo muito característico de uma época complicada,...
...ou que era intencionalmente complicada.

Como estão fazendo hoje...


Alberto

[edson rangel]

pergunto-me se não é intencional, uma forma e desencorajar as compras do exterior e, portanto impactar menos a balança comercial....

Faço das suas palavras as minhas se me permitir, por isso que a pouco tempo atrás teve um aumento no imposto para compra internacional.