Sou fascinado por história e, sobretudo, pela "mundo em guerra". E sou fascinado pelos instrumentos de guerra, paciência, tenho a mesma opinião do Igor, acho-os interessantes. Bem, ao contrário dele, tenho porte de arma, já atirei (com carabina Gallery 22, Puma 38, Revólver 38 padrão de 4 polegadas, Taurus, Pistola pt 100 .40 e metralhadora HK MP 5. Mas já faz seis anos que não toco numa arma).
Alguns dados rápidos sobre o assunto. A idéia de armas antitanques surgiu, claro, na primeira guerra, com o advento dos tanques. Aliás, o filme tem um erro, pois a disposição dos tripulantes mostrada parece muito mais de um tanque da primeira guerra - no caso o revolucionário Renault - do que os da 2a. Whatever...
De qualquer modo, quando visitei pela segunda vez o Museu do Exército em Paris (Invalides), tirei uma foto de um rifle alemão antitanque da primeira guerra.
Estes troços, já naquela época, já se mostravam meio ineficazes para o serviço, já que a blindagem dos tanques seguiu os avanços das técnicas antitanques. E estes rifles da primeira guerra deveriam ser de "doer" literalmente, pois não se observa mecanismo algum antirecuo, algo, aliás, que de forma pneumática só tinha sido criado mesmo com os famosos 75 franceses (canhões ligeiros).
Pois bem, chegamos ao Boys. Ele era eficaz contra carros leves blindados, mas duvido que tivesse alguma eficácia contra um tanque, mesmo leve, e mesmo com a munição perfurante que veio a ser lançada depois, com ponta de tungstênio.
Mas ele já era um avanço, com seu sistema de recuo por gases e mola. Porém, este lance de rifle antitanque sumiu na história, simplesmente porque utilizar a técnica HEAT se mostrou muito mais eficaz, leve e, já na segunda guerra os alemães tinham armas antitanques com explosivos que efetivamente destruíam tanques (os americanos também, a Bazooka. Aliás, o Boys era britânico, não americano).
Pois bem. Este lance de rifle potente, no entanto, surgiu novamente no início dos anos 80, com o Barret (inicialmente a ferrolho, depois automático), mas como arma de destruição de pequenos veículos (utilizando uma munição explosiva chamada Raufoss).
Fato é, porém, que o uso do tal rifle se disseminou mesmo foi nas operações no deserto pelos americanos, não mais como arma anticarro, mas "antigente" mesmo. Se tornaram rifles para snipper, com alcance inacreditável de até 3 mil metros (efetivo), peso baixo e recuo mínimo, muito inteligente.
E o pior é que os americanos começaram a usar este troço contra pessoas com munição explosiva, os estragos vocês já devem ter visto em vídeos na net, pessoas sendo atingidas e se despedaçando. Aliás, o recorde mundial de snipper, algo em torno de 2,2 km foi batido utilizando um Barret.
Claro, Hollywood não deixou para trás e sempre usou o Barret em filmes quando se quer mostrar o máximo da "maldade". Lembro-me de alguns: O Atirador, cena inicial, quando o cabra derruba um helicóptero com um Barret, algo perfeitamente possível; o novo Miami Vice, onde o "plot" do filme é justamente localizar onde estão os snippers com os Barrets (usados no começo do filme), pois caso contrário não teria blindagem que os evitasse (o troço é calibre .50).
Ou seja, hoje, o Barret é usado como arma de snipper, em substituição aos clássicos rifles 7.62, quando se quer precisão a altas distâncias e em áreas abertas. E há, sim, uma discussão sobre ele violar ou não acordos militares, pois dizem ser desumano e matreiro matar um cara a 3 km de distância usando um bagulho desses.
Porém, como nos Estados Unidos tudo é garantido, você pode entrar agora no site da Barret, e, se tiver os 8 mil dólares (mais barato do que um Rolex Day Date kkkkkkkkk), PODE COMPRAR UM SEM PROBLEMAS!
http://www.barrettrifles.com/Só na Califórnia é que não, pois o Governator SWURPUWPedoneger proibiu a venda. A Barret, então, parou de fornecer peças à Polícia de lá (que usa o rifle), em represália. Só nos EUA...
Em virtude das críticas, a Barret criou a versão .30 do rifle, no intuito de ser algo "menos potente". Na verdade, em virtude da maior velocidade do projétil, este se mostrou mais eficaz e mais mortífero do que o .50.
Vão achar que estou mentindo, mas há alguns meses acharam no cerrado daqui de Brasília, em mau estado (não funcionava), uma metralhadora Browning .50. Como isso foi parar lá, ninguém sabe.
Porém, partindo do pressuposto que o Barret é vendido pela net nos EUA, fico aqui a imaginar quando este troço começar a cair nas mãos de traficantes, terroristas, etc. Não gosto nem de pensar...
Já imaginaram trafis do Rio dando tiros de Barret na Polícia? Aí companheiros, para entrar lá, só com tanque...E tanque pesado, Cascavel não presta não.
Flávio