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Deu no "O grobo" de hoje....

Iniciado por CSM, 24 Julho 2014 às 11:10:04

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CSM

Membro do RedBarBrazil

Adriano

Ano passado eu escrevi uma matéria para a Pulso, não me lembro exatamente em qual edição, que falei sobre isso, entre outras coisas. O volume de exportações vinha aumentando ano após ano nos últimos 10 anos, mesmo com o baque de 2008. Mas 2013 já começou com tropeços justamente por causa dos problemas em Hong Kong e a valorização do franco suíço. Como esse volume todo, crescente, era justamente em função da Ásia, o resfriamento da economia por lá teve impacto direto na indústria. 2013 começou mal mas se recuperou um pouco após a metade de 2013. Mas começou a ir mal de novo em 2014 e obviamente, o Swatch Group, o maior gigante entre outros, sofreu. Agora, vejam que o lucro apenas diminuiu.

O lucro nos últimos 10 anos veio aumentando todo ano, em 2011, para toda a indústria, houve aumento de 19% de aumento no volume de exportações (os lucros aumentaram mais ou menos na mesma proporção, dependendo da faixa de mercado que cada grupo atua). No começo de 2013 a projeção era de que o ano fechasse mais tímido, com aumento de 5 a 10%. Não sei quanto fechou, mas acredito que a projeção deva ter se concretizado, mesmo que na pior hipótese. A projeção para 2014 também era ainda mais tímida, de 6 a 8% e pelo que indica essa matéria, não se realizou. Ainda assim, o lucro permanece gigante. O risco é apenas que este ano lucrem menos que o ano passado. Sabendo que o panorama poderia ser esse, uma queda, num semestre, de 8,8% não é grande coisa.

Principalmente porque aposto que o que está ocorrendo é a mesma tendência do começo de 2013. Até metade de 2013, as exportações em valores haviam despencado 17%, mas em volume, haviam crescido 9%. O que isso significa? Que quem parou de comprar relógios foram os que compram alto luxo e alta relojoaria, enquanto o mercado de marcas de prestígio e de entrada cresceu. Sendo que o Swatch Group atua forte nessa faixa, com Tissot, Mido, Hamilton, Certina e até Longines e etc., ela deve estar sofrendo menos do que um Richemont, provavelmente. Por isso deveriam lamber os beiços ainda por cima, como diz o Luiz Carlos Mendonça de Barros.

Abraços!

Adriano

renato155

é impressão minha ou, mesmo com as instabilidades de mercado e previsões futuras não muito otimistas, relógios são cada vez mais assunto de interesse em meios não específicos?

O que tenho visto de gente que nunca se interessou por relógio começar a se interessar não são poucos. E parece só o começo, parece que a "moda" de interesse por relógios ainda é incipiente, girando na sua maioria ainda nos quartz e marcas de grife .....

abs
renato155
Rolex 14060M; Omega Speedmaster Pro; Seiko MM300; Junghans Max Bill Chronoscope; Orient Poseidon; UG Polerouter III;

flávio


Adriano

Pois é, lendo agora o report do próprio Swatch Group, ficou claro que nem a produção recuou, apenas o lucro mesmo. Quer dizer, aparentemente, o cenário de crescimento, ainda que mais modesto que nos anos anteriores, continua realista. Apenas o câmbio, o investimento em marketing nas olímpiadas de inverno de Sochi e o percalço do incêndio da ETA é que puxaram o lucro para baixo, mas não o faturamento bruto.

Abraços!

Adriano

ogum777

Citação de: Adriano online 24 Julho 2014 às 11:42:44
Principalmente porque aposto que o que está ocorrendo é a mesma tendência do começo de 2013. Até metade de 2013, as exportações em valores haviam despencado 17%, mas em volume, haviam crescido 9%. O que isso significa? Que quem parou de comprar relógios foram os que compram alto luxo e alta relojoaria, enquanto o mercado de marcas de prestígio e de entrada cresceu. Sendo que o Swatch Group atua forte nessa faixa, com Tissot, Mido, Hamilton, Certina e até Longines e etc., ela deve estar sofrendo menos do que um Richemont, provavelmente. Por isso deveriam lamber os beiços ainda por cima, como diz o Luiz Carlos Mendonça de Barros.

Abraços!

Adriano

coincidentemente, estava conversando essa semana com um executivo nipo-brasileiro que mantém negócios na ásia. nossa conversa era sobre hábitos de consumo de asiáticos, que em determinados locais havia se trocado a posse de um bem de alta qualidade por vários de média qualidade. (a conversa não versou sobre relógios, era sobre roupas, eletrônicos e etc). claro, a visão dele é do meio que frequenta, não de todo um sub-continente. mas bate com essa sua observação, adriano.

eu tenho um palpite sobre essa mudança que vai além de crise ou não crise econômica, mas iria no mínio virar um artigo de sociologia do consumo, não cabe aqui. mas me pergunto se não é uma tendência que ainda vai longe....