Ano passado eu escrevi uma matéria para a Pulso, não me lembro exatamente em qual edição, que falei sobre isso, entre outras coisas. O volume de exportações vinha aumentando ano após ano nos últimos 10 anos, mesmo com o baque de 2008. Mas 2013 já começou com tropeços justamente por causa dos problemas em Hong Kong e a valorização do franco suíço. Como esse volume todo, crescente, era justamente em função da Ásia, o resfriamento da economia por lá teve impacto direto na indústria. 2013 começou mal mas se recuperou um pouco após a metade de 2013. Mas começou a ir mal de novo em 2014 e obviamente, o Swatch Group, o maior gigante entre outros, sofreu. Agora, vejam que o lucro apenas diminuiu.
O lucro nos últimos 10 anos veio aumentando todo ano, em 2011, para toda a indústria, houve aumento de 19% de aumento no volume de exportações (os lucros aumentaram mais ou menos na mesma proporção, dependendo da faixa de mercado que cada grupo atua). No começo de 2013 a projeção era de que o ano fechasse mais tímido, com aumento de 5 a 10%. Não sei quanto fechou, mas acredito que a projeção deva ter se concretizado, mesmo que na pior hipótese. A projeção para 2014 também era ainda mais tímida, de 6 a 8% e pelo que indica essa matéria, não se realizou. Ainda assim, o lucro permanece gigante. O risco é apenas que este ano lucrem menos que o ano passado. Sabendo que o panorama poderia ser esse, uma queda, num semestre, de 8,8% não é grande coisa.
Principalmente porque aposto que o que está ocorrendo é a mesma tendência do começo de 2013. Até metade de 2013, as exportações em valores haviam despencado 17%, mas em volume, haviam crescido 9%. O que isso significa? Que quem parou de comprar relógios foram os que compram alto luxo e alta relojoaria, enquanto o mercado de marcas de prestígio e de entrada cresceu. Sendo que o Swatch Group atua forte nessa faixa, com Tissot, Mido, Hamilton, Certina e até Longines e etc., ela deve estar sofrendo menos do que um Richemont, provavelmente. Por isso deveriam lamber os beiços ainda por cima, como diz o Luiz Carlos Mendonça de Barros.
Abraços!
Adriano