RBarbosa, antes de qualquer coisa, concordo com a sua indignação e sou solidário à você.
RBarbosa, vou contar a minha experiencia com a AT Rolex, fui até a Av Paulista em São Paulo e deixei um GMT II para uma revisão geral, 5 dias depois eu recebi via e-mail um orçamento do serviço proposto, autorizei no mesmo dia, 15 dias depois o relógio estava pronto. E na Rolex eles aceitam cartão de debito, credito, cheque ou dinheiro, não se parcelam. É caro, é caro pkct !
A questão é: O problema é a Rolex, o intermediário ou ambos ? Eu "penso" que o problema aí pode ser do intermediador que via de regra é o problema, seja com relógio, carro, bicicleta, alimentos.....
Que o serviço no Brasil de modo geral é horrível, alguém tem alguma dúvida ? E como foi citado a Ferrari, se alguém conhece ou já precisou de uma AT Ferrari ou Porsche no Brasil, diante de um pedido de assistência não planejada e não pensou..."porra comprei uma Fer... ou Por... e o atendimento é da JAC Motors" me diga, porque o negócio ali é feio quando é algo não planejado principalmente.
Eu sou da indústria e a minha esposa é do comércio e eu vivo na carne a consequência de uma cultura que cobra do "empresario" o máximo de eficiência e não cobra do governo e da família, práticas e politicas concisas de formação pessoal e profissional. Todos aqui já viram excelentes serviços/produtos serem destruídos por péssimos profissionais e infelizmente no Brasil nos dias de hoje temos um povo mais "alfabetizado", porém, mesmo eu não tendo vivido este período, sinto falta de uma massa operaria formada por práticos, porém, com excelente formação pessoal.
Abraço
PS.: E recebi o cupom fiscal do serviço via e-mail e por correio.
Já diz o ditado que uma corrente é tão forte quanto seu elo mais fraco. Mesmo levando diretamente na assistência, um relógio passa pelas mãos de diversas pessoas entre você, e até ser devolvido para você. É uma cadeia onde todo mundo tem que fazer seu serviço direito, com competência, comprometimento... Mas são muitas pessoas, muitas delas que nunca tiveram condições de sequer comprar um Swatch. O treinamento vai muito além de dizer o que fazer e como fazer. Envolve desenvolver na cabeça da pessoa uma cultura, ou pelo menos a percepção de uma cultura que ela nunca teve. Algumas pessoas envolvidas não entendem o que um relógio significa para um cliente. Não tem noção do que são relógios com preços de 4, 5, 6 dígitos antes da vírgula, não conseguem visualizar que tipo de ambiente esse consumidor frequenta, como é o mundo do luxo. Não conseguem imaginar os shoppings que essas pessoas frequentam, as lojas que elas entram, o atendimento que elas recebem, quando compram um relógio. Isso tudo é um conceito, é uma cultura, de entender o que é aquele objeto que a pessoa tem em mãos e o que esse objeto significa para o cliente, e o que o cliente espera de tudo que a assistência vai fazer. Isso vai muito, muito além do que ensinar a abrir a ordem de serviço, observar danos, e etc. Esse é um conceito que na maioria das vezes nunca vai entrar na cabeça do funcionário, e não é culpa dele, nem da empresa... é apenas da distância entre o mundo no qual ele vive e o qual o cliente vive.
Nessa cadeia há quem faça o seu melhor. Às vezes uma pessoa, às vezes algumas. Mas se uma não fizer o seu melhor, já era. Equipe composta por 100% de mentes brilhantes só existe na sala de comando de missões da NASA, e em mais alguns lugares do mundo, contáveis nos dedos.
Essa é de longe, de muito longe, a parte mais difícil de se administrar numa assistência técnica desse tipo de produto. Consertar relógio mesmo, é de longe a parte mais fácil. E cada dia que passa, está mais difícil compor uma boa equipe: os jovens estão cada ano que passa mais descomprometidos, mais desinteressados, mais ignorantes (no sentido mais cru da palavra mesmo, sem sentido pejorativo), tratando o emprego como um mero meio de ganhar dinheiro e nada mais, e querem ganhar cada vez mais.
Abraços!
Adriano