O padrão do acabamento funcional da ETA sempre foi muito bom e, ao contrário do que muitos dizem, até mesmo o estético, conquanto claramente com um visual "industrial" demais. Aliás, nos movimentos top de linha da ETA, eu sempre achei o acabamento estético melhor, por exemplo, que dos espartanos Rolex.
No entanto, eu sinceramente preferia que a ETA fizesse algo "diferente" e mais honesto como, por exemplo, a Omega fazia no passado. É uma unanimidade que aquele acabamento dourado dos Omega antigos era muito interessante. Mas não só. Havia polimento nas bacias de apoio dos rubis, chanfrados nas bordas externas, algo que também é visível hoje. A adoção de perolizados - algo que não havia no passado -, porém, acabou saindo um estelionato, na minha opinião. Aliás, isso é comum nas marcas de preço médio, como ressaltei outro dia ao olhar algumas fotos do movimento do Daytona, tanto época Zenith como nova. Ora, eu preferia um acabamento "brushed" em toda superfície, ou mesmo um simples folheado total, a uma tentativa de mostrar que estão fazendo um acabamento "superior", quando na verdade não estão. Não posso negar que visualmente os movimentos tanto da Omega quanto Rolex (o 4130) sejam bacanas. Ao olho nu e "com roupa". Quando se tira toda roupa do relógio, percebe-se que os acabamentos são todos pelas metades, indo apenas até onde o olho vê.
Imagine aquela mulher ultra mega gostosa ao olho nu mas que no biquini não é bem assim... Pois é... São esses relógios de preço médio, muito bonitos com roupa mas meramente "passáveis" sem roupa.
Mas enfim, como disseram acima, se fosse para fazer o acabamento total, custaria mais caro, bem mais caro. Eh... Eu sinceramente tenho minhas dúvidas.
Particularmente sobre o modelo de acabamento adotado pela Omega, que foge do tradicional "geneva bars", acho isso bacana, porque cria identidade de marca. No entanto, confesso que acho meio estranhas as tais listras em arabesco. Nos calibres 80XX até caem bem, mas no 90XX acho que fica meio over. Aliás, há muita coisa over no acabamento aparente neste relógio, como os escritos indicando que este possui roda de colunas, dois barris, etc.
E pelo que o Mauro falou - até mesmo porque eu não tenho capacidade técnica para analisar isso - , parece que se esqueceram da funcionalidade do troço. Digo isso porque quando a Rolex abandonou o movimento Zenith, o mote a ser seguido no novo projeto era a simplificação, tanto é que conseguiram fazer a mesma coisa do que antes (e melhor!), com pelo menos 25% de peças a menos.
Em suma: eu reconheço a eficiência técnica deste movimento da Omega, acho os relógios que são equipados com o 90XX belos, mas o movimento em si, na minha opinião ESTÉTICA somente, não me convence. Falo sério e, como sabem, sou fã da Omega, mas nem por isso vou deixar de criticá-la.
Flávio