Fucionamento do Eco drive

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Offline Adriano

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Re: Fucionamento do Eco drive
« Resposta #20 Online: 22 Outubro 2014 às 10:23:19 »
Vale lembrar que o nome "Eco" não é por acaso: o volume de lixo químico produzido pelas baterias de relógios é enorme. Qualquer sistema recarregável reduz enormemente o volume desse lixo. Relógios desse tipo são "ecologicamente conscientes".

Abraços!

Adriano

Re: Re: Fucionamento do Eco drive
« Resposta #21 Online: 24 Outubro 2014 às 09:03:13 »
Embora na minha visão relógios mecânicos por não usarem bateria são mais "ambientalmente corretos", a não ser que no processo produtivo dos mecanismos haja grande diferença a favor dos calibres a quartzo. Alguém sabe dizer?

Re: Re: Fucionamento do Eco drive
« Resposta #22 Online: 25 Outubro 2014 às 01:14:58 »
Embora na minha visão relógios mecânicos por não usarem bateria são mais "ambientalmente corretos", a não ser que no processo produtivo dos mecanismos haja grande diferença a favor dos calibres a quartzo. Alguém sabe dizer?

Eu tb sempre tive esta visão, de que os mecânicos seriam mais ecologicamente corretos por não usarem bateria e por ser, digamos assim, um bem geralmente mais durável, mas no final temos que levar em conta o impacto do processo de produção de cada um, mas não tenho informações para fazer um comparativo desse.
''All we are is dust in the wind.''

Abraços da Watchgirl!

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Offline ogum777

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Re: Fucionamento do Eco drive
« Resposta #23 Online: 25 Outubro 2014 às 18:09:05 »
um relógio mecânico tem um menor número de peças plásticas e maior número de peças metálicas.

isso por si só só o torna ambientalmente mais correto, pois metais podem ser reciclados mais facilmente e não são derivados de petróleo.

os plásticos são recicláveis, mas os metais mais ainda. de modo que não há problemas de descarte de metais na natureza como há de plásticos.

sem falar que metais em geral são encontrados na natureza e não criados pelos humanos, assim a própria natureza os degrada, como é feito co mo ferro, que logo se torna óxido de ferro, ferrugem, e vai se dissolvendo...

pode parecer uma bagatela se pensarmos num único relógio, mas pensemos em milhões deles.

plásticos são resultado da indústria petroquímica, sempre das campeãs na poluição.  afora isso, o problema dos microplásticos:
http://www.ecycle.com.br/component/content/article/35/1267-microplasticos-um-dos-principais-poluentes-dos-oceanos.html

sobre baterias ou não, impactos ambientais e etc , interessante é que a seiko já se manifestou e mantém um site discutindo o assunto:

http://www.seiko-cleanenergy.com/




Re: Re: Fucionamento do Eco drive
« Resposta #24 Online: 25 Outubro 2014 às 18:27:17 »
Não tenho dúvidas na vantagem dos mecânicos no que diz respeito a reciclagem de componentes, etc. A minha dúvida é quanto a produção de materiais e manufatura de componentes, estamos falando aí de metalurgia e mecânica, resíduos industriais da produção de ligas especiais para peças, consumo energético, etc.
Lembrando também que estamos falando apenas do mecanismo, tendo em vista que caixa, cristal, pulseira, etc são comuns a todos os tipos de relógios.
Creio que trata-se de uma comparação entre indústria mecânica e indústria eletrônica sob o ponto de vista ambiental, lembrando que o lado eletrônico ainda tem o ônus das baterias...

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Alberto Ferreira

Re: Fucionamento do Eco drive
« Resposta #25 Online: 25 Outubro 2014 às 18:45:15 »
Pois é...  ::)

No "purismo" de um (talvez um tanto "desbragado"...  ;)) purismo...
Alguém poderia mesmo dizer, até com justa razão, que...
Na usinagem de certas peças mecânicas são usados "óleos" (muitos deles sintéticos - produtos químicos, portanto...  ::)) para refrigeração e lubrificação das ferramentas...
Um certo "fumacê" na produção das ligas...
Que energia é consumida, etc, etc, etc...

Pois é...  ::)


Mas, pelo sim ou pelo não, eu ainda voto no equilíbrio dos bons (e velhos) mecânicos.
 8)

Alberto

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rafagricola

Re: Fucionamento do Eco drive
« Resposta #26 Online: 27 Outubro 2014 às 20:41:25 »
Acredito que os verdadeiros relogios solares são os que possuem capacitor, pois não envolvem química e demora muito mais pra trocar caso dê problema. Os solares que possuem bateria de litium não sao solares pois usam o Sol apenas para adiar a troca da bateria, que nesse caso tem sempre um prazo de validade. Tenho um Casio simples solar, HDD S100, que é a capacitor e após carga máxima, usando despertador, dura 14 dias.    abs 

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Offline Adriano

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Re: Fucionamento do Eco drive
« Resposta #27 Online: 28 Outubro 2014 às 12:36:03 »
Eu não sei qual tecnologia a Casio usa, mas não creio que não seja um capacitor eletrolítico (químico), pois todo relógio que conheço, seja solar, seja do tipo Kinetic/Autoquartz, usam capacitores eletrolíticos. Simplificadamente, baterias recarregáveis.

Os mais antigos usavam diferentes químicas. Os manuais técnicos referiam-se a eles como capacitores. Hoje referem-se a eles como acumuladores, e quase todos usam acumuladores de lítio-manganês-titânio.

Então que eu acredito que os Casio não estejam livres de também um dia precisarem trocar o acumulador.

Abraços!

Adriano

Re: Fucionamento do Eco drive
« Resposta #28 Online: 28 Outubro 2014 às 16:19:15 »
Capacitores podem ter aplicação semelhantes a bateria recarregáveis, mas funcionam com princípios bem diferentes.
Em uma bateria um componente químico situado entre os pólos "produz" a diferença de potencial (voltagem) por meio de uma reação química. Assim, quando esse material não é mais capaz de produzir essa reação, dizemos que a bateria descarregou. Bateria recarregáveis são aquelas cujo componente químico, ao ser submetido a uma carga no sentido contrário da polaridade, é capaz de "inverter" a reação química.
Essa capacidade não é 100% eficiente, de forma que a cada ciclo de carga, a inversão é menor. É assim que uma bateria, mesmo recarregável, se exaure.
Com os capacitores é diferente. O que fica entre os pólos é um dielétrico - ou seja, um componente que altíssima resistência elétrica - cujo é papel é exatamente não permitir que a corrente elétrica passe de um pólo a outro. Isso é necessário porque em um componente eletrônico tão miniaturizado, ao se carregar o capacitor com grande voltagem a corrente centelharia - ou seja, romperia a resistência do ar. Nos eletrolíticos, esse isolante é um dióxido.
Os capacitores são como um "depósito" de voltagem, digamos assim. Eles são capazes de manter essa diferença de potencial por muito tempo, mas podem se descarregar quase que instantaneamente sem se danificarem, pois a corrente não flui por eles. Por isso são sempre usados em dispositivos que requerem altas correntes em curto espaço de tempo, como flashes fotográficos, onde vc carrega o bicho com uma bateria e depois quase que produz um curto circuito, pois a impedância da lâmpada de flash é muito pequena. Uma bateria não é capaz disso - se vc curto-circuitar uma bateria ela vai aquecer horrores até derreter NÃO TENTE ISSO EM CASA.
Nos relógios solares, o painel solar fornece diferença de potencial continuamente ao capacitor, mantendo sempre 100% carregado. Se não houver luz, obviamente ele pára e o capacitor passa a se descarregar mediante o consumo do circuito. Se vc usasse uma bateria nessa aplicação, teria que ter um circuito que produzisse todo o ciclo de carga da bateria, detectando qdo a bateria se descarregasse para, então, carregá-la e que pudesse desligar qdo a bateria estivesse 100% carregada, senão ela explodiria.

Xiii.... desculpem, mas não conseguir ser mais conciso!
Abraços!

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Offline Adriano

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Re: Fucionamento do Eco drive
« Resposta #29 Online: 28 Outubro 2014 às 18:28:41 »
Boa! Nada como quem entende do assunto.

Eu me lembro especificamente que no caso dos ETA Autoquartz de primeira versão eles usavam o que chamavam de capacitor no manual técnico. Tinha o mesmo formato de uma bateria de relógio, uma "button cell". A autonomia era de 6 dias. Depois eles fizeram um update no circuito que passou a usar o que chamam de acumulador no manual, e com nova autonomia de 100 dias. O acumulador hoje é um Panasonic MT 920. Antes, o "capacitor" era um Renata GC 920 (2,4V - 0,33 farad).

O motivo do upgrade nem era a autonomia, mas o fato do "capacitor" perder sua capacidade de reter a carga. A autonomia, quando tinha alguma, era de horas ou minutos.

Pelo fato deles ressaltarem tanto o fato de um ser um capacitor e o mais novo um acumulador, creio que realmente o eram. A duvida é que, sendo os antigos capacitores, por que eles, de certa forma, se exauriam, ou perdiam sua capacidade (trocadilho sem intenção!).

Abraços!

Adriano

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Alberto Ferreira

Re: Fucionamento do Eco drive
« Resposta #30 Online: 28 Outubro 2014 às 19:48:18 »
Sim, é disso que falamos, de informação proveniente de quem tem o conhecimento técnico bem embasado.

Se o componente foi, intencionalmente ou não, chamado de maneiras diferentes pela indústria em suas propagandas e até manuais, nada como conceituarmos os fundamentos de maneira correta.
Como eu havia proposto, o colega Guilherme colocou a questão sob a perspectiva técnica.

Somos todos gratos por isso.

Alberto

Re: Fucionamento do Eco drive
« Resposta #31 Online: 29 Outubro 2014 às 10:35:24 »
A duvida é que, sendo os antigos capacitores, por que eles, de certa forma, se exauriam, ou perdiam sua capacidade (trocadilho sem intenção!).

Abraços!

Adriano
Um capacitor pode perder sua "capacidade" ao longo do tempo por vários motivos. As principais são a exposição a altas temperaturas, aplicação de voltagem maior do que a recomendada além de deterioração do eletrólito, que é um componente orgânico.
Esses componentes vem evoluindo muito e as tecnologias vem sendo "combinadas". O que acontece com os capacitores "puros" é que ao passo em que sua energia é consumida, a voltagem cai rapidamente. Os circuitos dos relógios não são nada flexíveis quanto a isso e certamente "cortavam" o funcionamento logo que a voltagem baixasse de um dado valor - chamado voltagem de cut-off. Com as baterias é bem diferente, elas vão perdendo energia, mas a voltagem permanece quase constante.
Esses MT920 são componentes mistos. Eles incluem uma bateria recarregável de Li-Ion e um supercapacitor (veja 0.33F é farad prá chuchu! é tipo 500 vezes mais do que os capacitores eletrolíticos comuns).
A função da porção "bateria" é justamente manter a voltagem caso o capacitor seja exigido por muito tempo - ou seja, o relógio ficar no escuro por muito tempo. Como ela é pouco exigida, terá poucos ciclos de carga e poderá durar bastante.
Além disso, os circuitos devem vir evoluindo para consumir menos energia em operação e tb com recursos de "hibernação" e painéis solares mais eficientes, enfim, tecnologia prá todo lado.

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Offline Adriano

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Re: Fucionamento do Eco drive
« Resposta #32 Online: 29 Outubro 2014 às 12:16:44 »
Show! Não fazia idéia de que esses eram acumuladores "mistos". Eu pelo menos é a primeira vez que leio uma explicação com esse nível de detalhe sobre esse assunto.

Obrigado Guilherme!!

Abraços!

Adriano

Re: Fucionamento do Eco drive
« Resposta #33 Online: 29 Outubro 2014 às 15:46:25 »
Eu que agradeço, Adriano!
Antes de tudo,deixa eu melhorar uma coisa: eu usei o termo "misto", mas acho que o melhor seria "híbrido", pois não são módulos. Na verdade é um capacitor eletrolítico onde o eletrólito é um íon de lítio. Assim, ele tem comportamento eletrostático (típico de capacitor) e também eletroquímico.
Esses tópicos são ótimos pq fazem a se mexer    ???
Quando eu me formei já existia a tecnologia desses capacitores, mas sem uso comercial ainda. Eu nunca tinha visto o MT 920. Graças a esse típico eu fui atrás e quando vi Li-íon escrito nele fiquei intrigado e fui pesquisar um pouco. Foi muito bom isso!

Abraços!

Re: Fucionamento do Eco drive
« Resposta #34 Online: 08 Novembro 2014 às 14:00:56 »
A duvida é que, sendo os antigos capacitores, por que eles, de certa forma, se exauriam, ou perdiam sua capacidade (trocadilho sem intenção!).

Abraços!

Adriano
Um capacitor pode perder sua "capacidade" ao longo do tempo por vários motivos. As principais são a exposição a altas temperaturas, aplicação de voltagem maior do que a recomendada além de deterioração do eletrólito, que é um componente orgânico.
Esses componentes vem evoluindo muito e as tecnologias vem sendo "combinadas". O que acontece com os capacitores "puros" é que ao passo em que sua energia é consumida, a voltagem cai rapidamente. Os circuitos dos relógios não são nada flexíveis quanto a isso e certamente "cortavam" o funcionamento logo que a voltagem baixasse de um dado valor - chamado voltagem de cut-off. Com as baterias é bem diferente, elas vão perdendo energia, mas a voltagem permanece quase constante.
Esses MT920 são componentes mistos. Eles incluem uma bateria recarregável de Li-Ion e um supercapacitor (veja 0.33F é farad prá chuchu! é tipo 500 vezes mais do que os capacitores eletrolíticos comuns).
A função da porção "bateria" é justamente manter a voltagem caso o capacitor seja exigido por muito tempo - ou seja, o relógio ficar no escuro por muito tempo. Como ela é pouco exigida, terá poucos ciclos de carga e poderá durar bastante.
Além disso, os circuitos devem vir evoluindo para consumir menos energia em operação e tb com recursos de "hibernação" e painéis solares mais eficientes, enfim, tecnologia prá todo lado.

Perfeita explicação GuilhermeLago, o negócio é mais tecnológico que eu pensava, era justamente essa explicação mais aprofundada dessa tecnologia que eu não havia achado em lugar nenhum, suas explanações foram muito eficazes.
''All we are is dust in the wind.''

Abraços da Watchgirl!