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A evolução dos escapamentos de silício da Patek

Iniciado por admin, 22 Abril 2015 às 16:22:36

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flávio

Nos anos 2000, Patek, Swatch Group e Rolex criaram uma joint para pesquisar os benefícios e métodos de fabricação de componentes em silício. Como já discutimos aqui várias vezes, os grandes problemas existentes nos escapamentos de relógio são:

1) Influência da temperatura na espiral, que faz com que esta fique mais "rígida" no frio e mais "mole" no calor, causando variações da frequência de oscilação do balanço;
2) Influência do magnetismo;
3) Baixa eficiência do sistema, devido a perdas com atrito;
4) Necessidade de manutenção em períodos curtos, em virtude do ressecamento dos lubrificantes nas levees.

Fato é que o silício se mostrou uma boa alternativa para contornar tudo isso, porque não sofre qualquer influência do magnetismo, pode ser moldado em qualquer formato, mesmo com tolerância de mícrons, e não precisa de lubrificação.

O grande problema enfrentado é que o silício, ao contrário do metal, não pode ser moldado depois de pronto e possui menor resistência a quebra, por ser pouco "elástico", mas de fato "duro".

Eu, como já indiquei em outros posts, acho muito estranho a utilização de técnicas e materiais "space age" em coisas que intrinsecamente são ultrapassadas, como os relógios mecânicos. Eu, pelo purismo, prefiro um componente metálico tecnicamente inferior, mas feito com técnicas tradicionais, ao space age nos relógios. Guardadas as devidas proporções, é como se um cara pegasse seu Ford T com carburador, fabricado nos anos 20 e, para aumentar sua potência, instalasse uma injeção eletrônica.

Mas enfim... Fato é que esses componentes que podem ser moldados nos mais estranhos formatos (o processo é semelhante ao da litofotografia), algo que os metálicos não podem, vieram para ficar.

A Patek, juntamente com as outras, tem colocado em modelos experimentais e que depois são lançados, peças a conta gotas. Inicialmente colocaram uma roda de escape, depois a espiral e, em 2011, um balanço completamente diferente.

O sistema, mesmo utilizando um modelo de escapamento "tradicional" (as aspas são propositais, porque esse formato de desenho de dente da roda de escape não tem como ser feito em metal), de âncora, não precisa qualquer lubrificação e, além disso, é muito mais eficiente no quesito perdas de energia, tanto é que apenas sua utilização aumentou a reserva de marcha do movimento em quase 20 horas.

A busca pelo escapamento perfeito, o que Daniels fez durante anos, hoje tornou-se mais "simples" com os escapamentos em silício.

Vale a pena dar uma conferida nesses três artigos com fotos que mostram a evolução da Patek:

http://patek.watchprosite.com/show-forumpost/fi-11/pi-6919768/ti-987258/s-0/t-patek-philippe-anniversary-year-10-years-ago-launch-of-the-first-advanced-research-watch-the-5250/

http://patek.watchprosite.com/?show=forumpost&pi=6923198&fi=11&ti=987708&s=0

http://patek.watchprosite.com/show-forumpost/fi-11/pi-4546588/ti-702798/s-0/t-patek-philippe-patek-philippe-presents-a-new-breakthrough-the-5550p-with-gyromaxsi-balance-and-oscillomax/



Flávio

EduBr

Seria possível o uso de materiais alternativos em todo o movimento, tornando os mesmos livres de manutenção periódica ou ao menos extendendo estes prazos para 15 ou 20 anos digamos?


EduBr

Então poderíamos dizer que a tecnologia necessária para se construir o relógio "perfeito" do ponto de vista da eficiência e funcionamento existe, é conhecida e já foi provada. Seria então uma questão de tempo e custos até que ela chegue às prateleiras das "butiques"?

Alberto Ferreira

Huuummm...
Pois é...

Boa pergunta, Edu!

Mas, o velho engenheiro mecânico aqui fica se "coçando" para dar um "pitaco"...  :-X

Perfeição mesmo é saber e aceitar que ela não existe...
Pode até parecer que sim...   Mas,...  :D


Citando o poeta...
"meu caro amigo Afonsinho...
...a perfeição é uma meta...
...defendida pelo goleiro que joga na Seleção..."
::)

Ou não?
;)  8)

Alberto