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NY Times - Artigo com John Mayer e seus relógios

Iniciado por GuilhermeLago, 04 Maio 2015 às 09:14:48

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GuilhermeLago


Dicbetts

Uma coisa é certa: esse "mala sem alça" conhece - ou, quanto mais não seja, está bem orientado.

Com a grana que tem, podia recorrer ao padrão "burro de cigano" (cheio de ouro e pedrarias) habitual nas celebridades.

E exceto pelo AP todo em ouro, os demais são de tirar o chapéu.

Dic

adamog3

#2
O cara manja mesmo...além de ter bom gosto!
Como o Dicbetts falou...com a grana que tem e o status de celebridade, poderia muito bem ostentar por aí com Hublot Richard Mille(nada contra as marcas, só mencionei ambas por fazerem a cabeça dos milionários)no pulso.
Aqui tem a matéria do NY Times traduzida, pra quem interessar.

http://johnmayerbr.com/pt/2015/04/30/john-mayer-em-materia-para-o-nytimes/

aguiar

                 Esse tem bom gosto !!!

TUZ40

Ótimo gosto, vai contra a maré no ramo do entretenimento e esportes.  ;D
"All your base are belong to us"

paulomario77

Prezados,

Sobre o IWC Big Pilot's Watch, fiquei intrigado com esse texto do site do fabricante:

"Within no time at all, the spring-mounted rotor and Pellaton pawl-winding system build up a power reserve of over 7 days, before the movement is mechanically brought to a halt by a complex train in the power reserve after exactly 168 hours. Stopping the movement before the tension in the spring is exhausted eliminates the danger of diminishing torque in the mainspring, ensuring the same level of accuracy the whole time the watch is running."

Isso é diferente da tal brida deslizante que impede que a mola seja sobrecarregada? Ou não tem nada a ver uma coia com a outra?

GuilhermeLago

É meio que o contrário.  ??? ???
Esse sistema da IWC tem o objetivo de parar o relógio antes que a corda se esgote totalmente, ou seja, evita o funcionamento em condição de "sub-torque", enquanto que a brida deslizante evite o "sobre-torque".

GuilhermeLago

Ah, se a pergunta era sobre o Pellaton, esse é um sistema de carga um pouco parecido com o "magic lever" da Seiko, só que bi-direcional.
Em vez de o rotor acionar engrenagens, como no caso das rodas reversas, ele é ligado a um came que desliza sobre um garfo que oscila. A esse garfo são ligados dois cliquês que se alternam em girar a roda de carga. Ah, sim... esse rodinha vermelha é de plástico!

Rafael_DF

Esse sub-torque seria prejudicial ao mecanismo?

Alberto Ferreira

Citação de: Rafael_DF online 06 Maio 2015 às 12:41:31
Esse sub-torque seria prejudicial ao mecanismo?


Boa tarde, Rafael!

Não.
Prejudicial propriamente não é, não no estrito sentido de causar eventuais danos (mecânicos) ao movimento.

Mas afeta a dita "precisão" e, se assim for, pode ser entendido como um "prejuizo", mas (apenas) no que tange a um funcionamento mais adequado (sem variações da marcha).

Abraços!
Alberto

flávio

Lago, sempre achei que a rodinha fosse em rubi. Onde falam que é plastico?


Flávio

GuilhermeLago

Citação de: flavio online 06 Maio 2015 às 15:35:13
Lago, sempre achei que a rodinha fosse em rubi. Onde falam que é plastico?


Flávio
[/quote
No review do TimeZone:
"Movement

For those of you who don't like plastic parts in your watch movements, this model is not for you. The rotor, along with the two rollers that ride along the cam, are plastic. There is also a thin plastic disc covering the winding wheel. The remainder of the model is metal, although I am unsure of the type. I would guess that it is some sort of plated brass or similar material. "


http://people.timezone.com/library/itsabouttime/itsabout0002

paulomario77

Citação de: Alberto Ferreira online 06 Maio 2015 às 13:27:29

Boa tarde, Rafael!

Não.
Prejudicial propriamente não é, não no estrito sentido de causar eventuais danos (mecânicos) ao movimento.

Mas afeta a dita "precisão" e, se assim for, pode ser entendido como um "prejuizo", mas (apenas) no que tange a um funcionamento mais adequado (sem variações da marcha).

Abraços!
Alberto

Alberto,

Desculpe se a pergunta for ingênua, mas esse prejuízo à precisão é apenas enquanto o sub-torque ocorre, ou a operação continuada nessa região de sub-torque vai afetando a precisão do relógio cumulativamente e como um todo?

Para o usuário, essa proteção na verdade é transparente, é como se o relógio parasse com menos reserva, não? Ou então a parada seria mais previsível, sempre após 168 horas.

flávio

Pense no coelho da Duracell com bateria fraca, agonizando para funcionar. Um relógio mecânico é assim. Quando a corda está fraca, o relógio perde bastante amplitude no balanço e passa a não marcar o tempo corretamente. É por isso que há uma faixa ótima de funcionamento do relógio e, no passado, usavam os "caracóis" (fussee). A IWC limita o uso da corda ao seu ponto ótimo, para que com energia "baixa" a precisão não seja afetada.


Flávio

Alberto Ferreira

#14
Citação de: paulomario77 online 06 Maio 2015 às 20:46:42
Alberto,

Desculpe se a pergunta for ingênua, mas esse prejuízo à precisão é apenas enquanto o sub-torque ocorre, ou a operação continuada nessa região de sub-torque vai afetando a precisão do relógio cumulativamente e como um todo?

Para o usuário, essa proteção na verdade é transparente, é como se o relógio parasse com menos reserva, não? Ou então a parada seria mais previsível, sempre após 168 horas.

Boa noite, Paulo Mario!

A imagem feita pelo Fávio é boa e certamente esclarecedora para um "leigo".

E apenas complementando com relação à sua pergunta em si.
Não é continuada, não, ela ocorre apenas quando a corda já não consegue gerar o torque necessário para manter uma "precisão" adequada. Apenas isso.

Ocorre apenas naquela situação, que foi chamada de "sub-torque" de forma figurada, diga-se de passagem.
Afinal torque é torque, não é?  Sem prefixos...  ;)   :D
O termo sub foi agregado apenas para enfatizar que o torque estaria na região abaixo do ideal. Portanto "sub-torque" não é exatamente um termo técnico, ok?

E é por esta razão que o IWC citado tem a tal função (ou complicação) que "pára" o movimento antes que ele "entre" na zona onde o torque seja insuficiente para manter a "precisão" estipulada pelo fabricante.
Este artifício garante que o relógio se mantenha dentro da faixa especificada de "precisão".

Na verdade é, por assim dizer, uma sofisticação...   Ou, se preferir, um "aprimoramento" técnico.

Ah!
Eu ia me esquecendo...
Sim, o IWC simplesmente pára, como se a corda tivesse acabado.

Abraços!
Alberto

GuilhermeAzeredo

Show este tópico!! Como é bom aprender com os Mestres!!  :D

Abraços!!

Rodrigoa

Muito legal o tópico mesmo, dês de que comprei o iwc portofino 8days dou corda com 2 dias de reserva até ficar cheia, a precisão dele me deixou muito satisfeito com a aquisição, como meu primeiro IWC a marca ganhou meu respeito, certamente outros virão.

flávio

A escolha de 8 dias para alguns relógios não é aleatória. Na verdade, a maioria dos relógios de mesa possui corda para oito dias (eu tenho um para 16, mas sinceramente não é padrão), assim como os reguladores de pedestal. Por quê? Porque o usuário acostuma-se a dar corda uma vez POR SEMANA, havendo, então, um dia de "lambuja" no sistema.

Sobre as questões de torque de corda, mais alguns conceitos rápidos já discutidos aqui, mas que não custa repetir. Já perceberam que os relógios top costumam vir com inscrições do tipo "ajustado em 5 posições, temperatura E ISOCRONISMO?

Pois é... Isocronismo é a capacidade do balanço girar no mesmo "tempo", seja em arcos curtos ou longos. E isso é consequência direta do torque da corda.

Numa corda completamente cheia, mais "força" é enviada ao sistema, portanto, o balanço percorre arcos longos e, teoricamente, gasta mais tempo para liberar todo conjunto de engrenagens (através do escapamento). O relógio, pois, tende a atrasar. Quando a corda está baixa, o balanço fica faquinho, fraquinho, e percorre uma menor distância, o relógio tende a adiantar.

Essas questões já vinham sendo estudadas desde o tempo de Galileu, com pêndulos, pois ele observou que, independentemente do arco que este percorresse, o tempo gasto era o mesmo. Eh... Mais ou menos. A explicação era que nos arcos curtos, a distância era menor, mas na distância maior, arcos longos (tentem imaginar o pêndulo...), a gravidade impulsionaria este de forma mais rápida e, então, tudo se compensaria. Ou seja, em que pese o arco mais curto, o pêndulo vibraria mais lentamente do que num arco longo e, no final das contas, tanto faria se este fosse lançado de "longe" ou "perto", o tempo gasto seria o mesmo.

Bem, fato é que a gravidade não atua de forma linear assim...

Nos relógios de pulso, o isocronismo TEÓRICO foi alcançado com a mola do balanço (espiral). Pensem num balanço girando. Se nos arcos curtos a distância percorrida é menor, também é verdade que, nos arcos longos, a mola do balanço (espiral), se comprime com mais "força" e, portanto, lança o balanço de volta no seu arco com mais velocidade, o que compensaria a maior distância percorrida.

Mas sabemos que isso não é tão certo assim... Portanto, nos extremos da corda - ou muito cheia ou muito vazia- , o isocronismo perfeito é impossível de se obter.

Nos relógios automáticos, isso não é um grande problema, porque teoricamente o relógio irá funcionar quase sempre cheio e é ajustado para manter precisão nesse estado.

Nos relógios de corda manual, sobretudo com corda longa, porém, as diferenças de construção da mola (questão de metalurgia) começam a aparecer. Portanto, as fábricas costumam "desprezar" a porção final da corda, para aproveitar apenas a sua porção com torque ótimo.

Acho que deu para pegarem o conceito.


Flávio

Rodrigoa

Obrigado pela aula Flávio, compartilhar dos teus conhecimentos é uma honra

adamog3