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Cronográfo Cyma

Iniciado por orbu, 01 Setembro 2015 às 21:09:31

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orbu

Boa noite amigos, estou adquirindo um cronográfo Cyma watersport para restauro, porém está faltando a tige, que segundo o proprietário é uma tige dupla. A máquina é um Voljoux 22 calibre 4004 ou 404 não sei bem ao certo. Ele me disse que procurou em vários lugares e não encontrou, e isso desmotivou o restauro. Essa informação realmente procede?? Caso afirmativo alguém sabe onde posso encontrar a tige ???
Obrigado
Orestes

Alberto Ferreira

#1
Boa noite, Orbu!

Amigo,
As informações que você tem, ou que nos passa, estão um tanto confusas (não entenda como crítica - mas apenas como uma orientação, ok?)

Tente conseguir (ou confirmar/corrigir) com mais exatidão modelo do movimento e peças (no caso a tige).

E, a propósito, sendo mesmo um Valjoux 22, e sua tige de fato "bipartida" (como este tipo de construção é conhecido no jargão horológico). Ela na verdade é constituída de duas partes, encaixáveis.

A referência desta peça (a tige, ou "stem" em inglês) é W1189.

E o seu aspecto físico é assim...
...

Eu espero ter apenas ajudado e não confundido...  ;)

Procurando nas boas fornituras deve ser possível obter a tige.

Abraço!
Alberto

PS:
Ao ler os posts do Adriano e do Douglas eu editei porque a minha frase estava imprecisa e/ou apenas parcialmente informativa.
Podendo daquela forma anterior causar mais "confusão" do que informação.
Grato aos amigos!


Adriano

Certifique-se de que é mesmo necessária uma tige bi-partida. Ela é uma tige desmontável, usada normalmente em caixas monobloco, ou seja, aquelas que não possuem abertura pela traseira, tipo os Omega Dynamic da década de 1970 e os Mido Commander clássicos. Como o botão ou parafuso que libera a tige fica na parte traseira do mecanismo, não se tem acesso à ele até que o mecanismo seja removido, e como para remover o mecanismo ele precisa estar sem a tige, usa-se esse tipo de tige, chamada tige dupla ou tige bi-partida. É uma tige que se desmonta se puxar ela além do último estágio. Uma parte fica no mecanismo e a outra na coroa.

Você sabe dizer se seu relógio tem tampa traseira? Pois se possuir, não vejo razões para ser usada uma tige bi-partida, que é bem mais difícil de se conseguir que uma comum, ainda mais para um mecanismo antigo assim.

Abraços!

Adriano

Gravina

Via de regra a tige para o calibre Valjoux 22, não é bi-partida.
De resto, é tudo exatamente como o Adriano escreveu ;)
Se for possível, poste uma foto deste crono para nós, pois existe sim um modelo antigo de cronógrafo Cyma que possui um sistema de abertura antigo por quatro parafusos....o que não chega a ser monobloco, portanto, sem necessidade da tal tige.

Abs

Gravina

Gravina

Cyma - Watersport - caseback


fonte: Style in Time

Abs

Gravina

Adriano

Amigo Gravina, eu já creio que, se a caixa for desse modo, ela tem que ser bi-partida sim. Apesar de não dar para chamar essa caixa de monobloco, na prática ela funciona igual. Esses parafusos soltam apenas a carrure. O mecanismo continua dentro desse "bloco/tampa" e não se consegue acesso à parte traseira para soltar o parafuso que libera a tige. E desse modo, a tige precisa ser bi-partida.

Existem exceções, como alguns Seiko que possuem a caixa desse mesmo tipo, mas a tige é liberada por uma alavanca que consegue-se ter acesso "por cima" do mecanismo. Mas não é o caso do Valjoux 22. Idem para alguns Constellation retangulares/quadrados cuja caixa é assim também, calibres 1012 salvo engano (ou outro série 1000), as tiges são bi-partidas.

Então se for esse o caso, de uma caixa assim, acredito sim que a tige tem que ser a bi-partida.

Abraços!

Adriano

orbu

Boa tarde caros amigos, as explicações foram de grande valia.
O modelo é este mesmo prezado Gravina, porém Adriano, é possível acessar a máquina conforme fotos que o proprietário me mandou, que vou postar o mais breve possível. Gostaria muito de deixar ele na condição original, por isso a preocupação em encontrar a tige, que é na verdade a única peça que falta. Só não sei dizer se o valor a ser pago + peça (tige) compensa.... Ouvi dizer que os cronos da Cyma são raros, mas não tenho a espertize no assunto.

Obrigado a todos pela ajuda e aulas gratuitas.... :D

Abraço a todos
Orestes 

flávio

Para verem como é o Brasil... Sendo financeiramente viável, a falta de tige não seria empecilho para restauração em lugar algum do planeta, eis que uma das peças mais simples para se fazer num torno. Falo sério, fazer uma tige é coisa de relojoeiro principiante na gringa. Repito, sendo economicamente viável, isso não poderia nunca impedir uma restauração. Flávio

Alberto Ferreira

Boa tarde!

Apenas para tentar ilustrar com este meu Seiko, para os que não conheciam o sistema de tige bipartida.
Portanto apenas mais um exemplo daquilo que nós estamos falando sobre as tiges.


SEIKO 2519-0151R






Abraços a todos!
Alberto

Gravina

Citação de: Adriano online 02 Setembro 2015 às 12:04:57
Amigo Gravina, eu já creio que, se a caixa for desse modo, ela tem que ser bi-partida sim.

;) Valeu Adriano!



Posso estar errado, mas se eu tivesse uma aula de como fazer uma tige, e algumas horas de empenho, já conseguiria fazer algo. ??? ???
Já uma bi-partida, não sei!

Abs

Gravina



Alberto Ferreira

Pois é, meus caros...
É um bom debate este.  ::)

Como disse o Flavio, não é coisa tão difícil assim.

Mas, a bem da verdade, este é um dos grandes problemas para os que gostam dos vintages, já que em geral eles já não dispõem mais (ou é difícil conseguir) de peças novas para reposição.

Seja bipartida ou não, tendo a técnica e as ferramentas, um relojoeiro mediano poderia fazer, pois não se trata de uma daquelas peças assim tão "complexas", se é que eu me faço entender.

Claro que aqui no Brasil as dificuldades são muitas, mesmo entre os relojoeiros mais respeitados.
Falta muita coisa, inclusive se me permitem dizer (embora com o respeito que eles me merecem), fora do ambiente das empresas especializadas (ou seja as autorizadas) falta formação, e há muito "autodidatismo".


Pois bem,...
Eu, apenas a título de ilustração, vou mencionar um fato...

Tempos atrás, o nosso colega Wilson, que é relojoeiro,  fez a adaptação (uma "gambiarra" assumida) de uma tige bipartida, e a ideia dele foi mostrar a possibilidade (e superar a dificuldade).

Infelizmente eu não consegui localizar o tópico, que se não serve como exemplo de técnica acadêmica, serve como demonstração do que a "criatividade" pode fazer... Ou força a fazer...
Isso se a tal "criatividade" for exercida, com respeito e consciência, por alguém bem intencionado, e conhecedor das suas limitações materiais, bem entendido.

Mas, evidentemente isto apenas enfatiza o real problema, a falta de materiais (oficinas bem equipadas com ferramentas) e formação técnica formal.

Abraços!
Alberto

Bernardo

Citação de: Alberto Ferreira online 02 Setembro 2015 às 13:38:47

Pois bem,...
Eu, apenas a título de ilustração, vou mencionar um fato...

Tempos atrás, o nosso colega Wilson, que é relojoeiro,  fez a adaptação (uma "gambiarra" assumida) de uma tige bipartida, e a ideia dele foi mostrar a possibilidade (e superar a dificuldade).

Infelizmente eu não consegui localizar o tópico, que se não serve como exemplo de técnica acadêmica, serve como demonstração do que a "criatividade" pode fazer... Ou força a fazer...
Isso se a tal "criatividade" for exercida, com respeito e consciência, por alguém bem intencionado, e conhecedor das suas limitações materiais, bem entendido.

Olá Alberto,

O tópico seria esse?

http://arquivo.relogiosmecanicos.com.br/082/01.htm

Abs,

flávio

É... Mas ao que parece foi feita uma gambiarra, porque mesmo nos livros práticos de relojoaria (o do De Carle é um exemplo), a fabricação de uma tige (ou um pivô), é o "bê a bá" do torno de relojoeiro. É a primeira coisa que um relojoeiro construtor aprende, porque simples. Basta analisarem a construção de uma tige. É apenas um cilindro metálico cuja bitola tem que ser reduzida em determinados espaços, com uma seção quadrada ao final. Acho que a principal dificuldade reside aí, porque para cortar o cilindro ao meio, certamente deve existir uma ferramenta ou "chuck" adequado, no próprio torno. Como disse, tudo tem que ser economicamente (ou sentimentalmente) viável, mas isso é trabalho para pouco tempo no torno. O que falta no Brasil, pois, é ferramental e técnica, porque um relojoeiro de WOSTEP deve aprender a fazer isso na primeira aula de torno, falando sério.


Flávio

Alberto Ferreira

E quantos relojoeiros vocês conhecem, aqui no Brasil, que têm um torno em sua oficina?

Alberto

flávio

Pois então... É o mesmo que você chegar a uma loja de troca e balanceamento de rodas e eles não terem... A máquina de balanceamento.

Curiosidade que tenho Adriano: na Watchtime há algum cara que maneja razoavelmente bem (muito bem nem ouso perguntar, com o devido respeito...) um torno?


Flávio

Adriano

Sim Flávio, temos um relojoeiro no Rio e pelo menos um em São Paulo, além do próprio Mauro, que usam bem o torno. O torno tem diversas funções em uma oficina.

Abraços!

Adriano

flávio

Bom saber!!! E, aliás, tem como perguntar aí para "os mano" como se corta uma tige ou peça semelhante, com a precisão necessária? É no torno mesmo, com um adaptador, ou precisa de outra ferramenta?


Flávio

Alberto Ferreira

#17
Citação de: Bernardo online 02 Setembro 2015 às 14:16:16
Olá Alberto,

O tópico seria esse?

http://arquivo.relogiosmecanicos.com.br/082/01.htm

Abs,

Obrigado, Bernardo!
Na verdade, no tal post que eu lembrava (muito antigo) eu pensava ter visto ele mostrar algumas fotos do procedimento de "criar" uma tige bipartida a partir da adaptação (modificação) de uma peça existente, mas eu posso estar enganado e o tal post ser mesmo este...  ::)

Mas isto não importa.
Ao mencionar o fato eu não pretendi enfatizar o "quebra galho", que eu ressalto bem aqui ter sido assim apresentado pelo próprio Wilson, um "quebra galho".
Portanto o que eu apenas quis comentar foi que a fabricação de  uma tige não é mesmo nada de tão complicado assim, como já dito, é algo bastante básico para um relojoeiro formado e equipado.

Mas certamente desde que pelo menos exista na oficina um torno adequado para a construção de peças (ou seja, com os implementos necessários) e obviamente alguém bem treinado para poder usá-lo.

Abraços!
Alberto

orbu

Boa tarde amigos, fico feliz que este tópico tenha levantado tamanho debate. Para simples "mortais"
como eu, foi de grande valia....
PS: É a primeira vez que posto fotos, e estou com uma certa dificuldade... Estou usando o photobucket.
Tenho 4 opções de link para determinada foto, qual devo usar?
E quando uso o pré-visualizador a foto aparece?
Obrigado e desculpe as perguntas
Orestes

dsmcastro

Citação de: orbu online 02 Setembro 2015 às 18:58:46
Boa tarde amigos, fico feliz que este tópico tenha levantado tamanho debate. Para simples "mortais"
como eu, foi de grande valia....
PS: É a primeira vez que posto fotos, e estou com uma certa dificuldade... Estou usando o photobucket.
Tenho 4 opções de link para determinada foto, qual devo usar?
E quando uso o pré-visualizador a foto aparece?
Obrigado e desculpe as perguntas
Orestes

No photobucket copie o link sob o nome "Direct" e para inserir no post, clique no botão de imagem e cole o link entre os colchetes.
www.marciomeireles.com.br
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