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Uma pergunta sobre lubrificação do escapamento coaxial

Iniciado por admin, 26 Julho 2016 às 15:40:05

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flávio

Se alguém tiver capacidade para solucionar a questão, fantástico, porque quem tem experiência de campo no FRM é o Adriano. Chapa, essa é para você...

A vantagem teórica do escapamento coaxial é o impulso tangencial, como se fosse um peteleco, ao invés de por fricção, como no de âncora. Porém, a construção do sistema é altamente complexa e só foi possível em produção em massa após pelo menos 4 anos de desenvolvimento pela ETA, para ser acoplado nos calibres 1120 da Omega (2500 na nova designação). A história do velhinho que sofreu com a empáfia de técnicos da Patek e Rolex para convencê-los a "comprar" a ideia é conhecida e grande parte do interesse pelo escapamento. Digo isso porque, hoje, tenho lá minhas dúvidas se um modelo mais simples, em âncora mesmo, mas utilizando materiais como o silício, não seria mais eficaz... Aliás, desconheço testes de campo a confirmar a superioridade do sistema no longo prazo.

Mas há algo estranho na sua adoção. Daniels o projetou, não como algo a ser usado em relógios de pulso, mas bolso, SEM LUBRIFICAÇÃO. E mesmo nos seus protótipos de pulso, usou sem lubrificação (ele instalou escapamentos num Omega Speedmaster Mark, num Calatrava e num Rolex).

Então, depois que a Omega construiu protótipos para produção em massa, notou, no longo termo, oxidação das levees e, assim, resolveu lubrificar. Confrontado com a questão, Daniels disse que como o lubrificante seria usado não para evitar atrito, mas PROTEÇÃO na área de impacto (lembrem-se que o escapamento coaxial não tem impulso por atrito, mas IMPACTO), isso não afetaria o funcionamento do sistema. Aliás, ele acha que os seus modelos não funcionavam totalmente sem lubrificação, depois que analisou os dados da Omega, eis que limpava tudo do modo tradicional, com Benzina, que deixava um "filme" escorregadio nas peças, ao contrário das lavagens de fábrica.

Ocorre que li outro dia que há dois problemas GRAVES na revisão de Omegas coaxiais, contornáveis apenas por relojoeiros experientes: colocação do balanço, que num relógio com escapamento de âncora é coisa de segundos, nos coaxiais não, e PRECISÃO da lubrificação das levees.

Segundo li, a micro gota de lubrificante, na verdade uma "graxa", tem que ser colocada exatamente no centro da área de impacto, e numa quantidade ínfima. Para fazer isso, é necessário usar telelupas com muito aumento (cerca de 20 vezes).

Alguém confirma isso? Alguém tem o manual técnico da Omega que mostra isso, se for verdade? E qual a real dificuldade em campo para colocação do balanço e gota de lubrificante? Há como mostrar foto disso Adriano?


Flávio

ejr888

+1


Também gostaria de acompanhar e entender esse assunto.



Abs.

flávio

Me deu um trabalhinho navegando entre sites, mas achei fotos aqui

https://www.timekeeperforum.com/forum/threads/omega-co-axial-training-completed.21980/

As faces de impulso da roda não são lubrificadas, mas de bloqueio! E é sim para que o impacto do "travamento" seja reduzido. O microscópio é de 50 vezes de aumento...

Adriano, tem como fazer isso sem o microscópio? E como é feito, na prática, cada dente é lubrificado um a um? Como saber a quantidade?


Flávio

Adriano

#3
Patrão, esse assunto é interessante e menos complicado do que parece. Tem duas coisas aí que são importantíssimas de se dizer antes de tudo, pois ambas explicam muita coisa. Para quem é "íntimo" do escapamento co-axial vai achar que isto é trivial pois ambas as coisas são parte fundamental do conceito dele:



1 – todo mundo já leu que o impulso é dado tangencialmente e blá blá, mas o mais importante disso, para efeitos práticos e técnicos, é que não há distinção entre as faces de bloqueio e impulso das levées. Apesar do desenho das levées dele ser o mesmo de uma levée de escapamento de âncora suíço, o que te leva a crer que, assim como nela, há a face de bloqueio e a face de impulso (e cujo ângulo de ambas é FUNDAMENTAL para o funcionamento E QUALIDADE do escapamento, ou seja, máxima eficiência, com mínima perda de energia), no escapamento co-axial não há essa distinção: a face de bloqueio é a mesma face que recebe o impulso tangencial do dente. E sim, é a mesma face que bloqueia na levée do escapamento de âncora suíço. E então por que o desenho da levée é "igual" ao do de âncora suíço? Apenas para resistir ao impacto do bloqueio, enquanto o que você pensa ser a face de impulso na verdade não serve para nada, não tem contato com nada e tem aquele ângulo apenas para se livrar, sem interferência, da passagem do dente subjacente. Então, tenham em mente que bloqueio e impulso são dados na mesma face, pelas mesmas superfícies.



2 – tanto o escapamento de âncora suíço como o co-axial são escapamentos double-beat, o que significa que o balanço recebe impulso em ambos os sentidos de seu giro. Logo, você tem dois bloqueios e dois impulsos por ciclo. Diferentemente do escapamento de âncora suíço - que possui duas levées e ambas fazem papel de bloqueio (em uma face) e impulso (em outra face) e todos os dentes da roda de escape fazem o mesmo papel, também de bloqueio e impulso - a âncora do escapamento co-axial tem 3 levées, sendo duas que apenas bloqueiam (as das pontas), e uma central que apenas recebe impulso. E onde vai o outro impulso? Vai direto no platô do balanço, sem passar pela âncora. Por essa razão também, a roda de escape é "dupla", com um jogo de dentes mais externos que fazem papel de bloqueio e impulso direto no platô do balanço, e outro jogo de dentes, mais internos, e em outro plano, que fazem apenas o impulso na levée central da âncora (dentes estes que nas versões "slim" do escape co-axial, chamada pela Omega de "dois níveis", como nos calibres 2500, faz o papel de pinhão também, contra a roda intermediária). Aliás, por isso o nome "co-axial", pois são duas rodas em um mesmo eixo.



Posto tudo isso, vamos ao que foi perguntado: sobre a dificuldade de se remover e remontar o balanço. Na verdade não é difícil, apenas precisa de um truque. O problema é que se o caboclo não souber do truque, fode a porra toda, algo que já vi muitas vezes. O que ocorre é que o platô do balanço é diferente de um platô comum. O platô de um balanço de escape de âncora suíça é chamado de platô duplo, pois ele tem um platô de impulso (aquele que tem o rubi de impulso, que recebe impulso da âncora) e o platô de segurança (que resumidamente, impede que a âncora se desloque inadvertidamente sob impacto e desbloqueie sem querer um desde da roda de escape, até que seja a hora correta de liberar a âncora). O platô do balanço de um escapamento co-axial é quase a mesma coisa, apenas tem dois rubis de impulso (já que recebe um direto da roda de escape e outro dos cornos da âncora), porém com uma diferença: ele fatalmente tem que operar abaixo do plano da âncora, para receber impulso dos dentes externos da roda de escape, que ficam em um nível abaixo da roda mais interna que se comunica também com a âncora. Ou seja, enquanto no escapamento de âncora suíça tudo fica no mesmo plano, e em estado de descanso, o platô está automaticamente livre do dardo e cornos da âncora, bastando erguer o balanço para removê-lo, no co-axial o platô fica abaixo do dardo. Se você puxar como faz com um relógio comum, o platô vai ficar enroscado no dardo. Na melhor das hipóteses, você não vai conseguir remover o balanço. Na pior, você danifica o platô, a espiral (que estica até entortar) e o dardo e cornos da âncora, e se bobear, forçando a âncora, detona a roda de escape também. Então o platô tem um recorte em uma determinada posição que permite que ele passe livre do dardo. Basta girar o balanço com a ponte em uma determinada posição até o dardo e o recorte se encontrarem. Cada calibre tem uma posição para fazer isso. Basta saber qual é, ou ter a sensibilidade de encontrar esse ponto sem forçar nada. Para montar é a mesma coisa, apenas fazendo a operação no sentido contrário. Se tentar colocar "na marra", vai detonar platô, âncora e tudo mais pois o platô nunca vai passar por baixo do dardo.



Agora, sobre a lubrificação: sim, ainda que não esteja escrito em lugar nenhum e nunca ninguém tenha dito isso em nome da marca, a lubrificação – deduz-se – serve mais para diminuir o impacto e aumentar a durabilidade do que para auxiliar ou facilitar ou permitir o impulso, como ocorre no escapamento de âncora suíço, uma vez que o escapamento co-axial não depende do deslizamento de superfícies para promover o impulso. O lubrificante usado é óleo mesmo, Moebius HP1300, que é um óleo viscoso ("grosso"), totalmente sintético, de viscosidade semelhante ao relativamente obsoleto D5, ou seja, algo entre 1250 e 1350 cSt a 20°C. Não é um bixo de sete cabeças, mas requer treino e procedimento para lubrificar corretamente, pois ele é muito pouco tolerante à uma lubrificação inadequada. A lubrificação é feita diretamente nos dentes, e não nas levées como em um escapamento de âncora suíço. O óleo é aplicado na face interna do dente (face que vai de encontro com as levées), uma pequena gota de algo em torno de 1/3 da largura do dente bem próximo à borda. Nos dentes mais externos, aplica-se em todos eles. Nos internos, superiores, em um a cada três dentes. Deve-se deixar o mecanismo funcionar por uns 5 minutos antes de checar se a quantidade está correta. Feito isso, verifica-se a quantidade observando o quanto de óleo fica preso por tensão superficial entre o dente e a levée enquanto estão em contato. Só com a experiência (ensinada no treinamento específico) para dizer se é o suficiente ou não. Mas é uma constatação visual mesmo. Se for demais, tem que lavar tudo e começar de novo. Se for de menos, pode-se adicionar óleo. Antigamente havia uma instrução nos 2500 de se deixar funcionar por 24 horas e depois colocar mais uma gotinha de óleo em um dos dentes internos que fazem papel de pinhão também, nesse caso do 2500. Acho que essa recomendação não existe mais, nem para os 2500. E o 2500 ou outros com a versão "slim" da roda, ainda tem uma lubrificação semelhante na roda intermediária (a que se relaciona com os dentes internos que fazem papel de pinhão), com HP750 se não me engano. E sim, tudo isso feito sob o microscópio, que tem que ser binocular (estereoscópico). E tudo com Fixodrop.

O problema é que a área a ser inspecionada é ainda menor que a face de impulso de um escapamento de âncora suíço e é impossível de ver com qualquer lupa com aumento inferior a 15x. E a lupa você não tem noção de profundidade e não consegue olhar as coisas em diferentes planos como no microscópio. E você tem que passar um tempo ali em cima do negócio, é uma ginástica desnecessária fazer isso sem ele.

Na verdade, até para inspecionar de verdade a lubrificação em uma levée de escapamento de âncora suíça, você deveria usar o microscópio.



Abraços!


Adriano


flávio

Vou sentar amanhã, analisar os desenhos e complementar aqui para o povo não boiar. Eu estou enferrujado nas versões do coaxial. De volta à prancheta! Flávio

Enviado de meu MotoG3 usando Tapatalk


flávio

#5
Como até para mim os conceitos estavam um pouco enferrujados, resolvi analisar alguns diagramas, para o povo entender.

Nesta primeira foto, extraída da obra A Revolução no Tempo, de Landes, há o padrão, o escapamento de âncora suíço (âncora continental na foto, a de âncora livre de Emery não é mais usado). Coisas importantes a notar:

Na foto n 1 (repito, do de âncora continental), no lado à esquerda há os dois platôs citados pelo Adriano. Acima dos platôs, não DESENHADO, devem imaginar o balanço girando. Na primeira foto, o balanço está girando no sentido anti horário, conforme seta. Na foto, neste exato momento, um rubi (i) está batendo no entalhe da âncora, a movendo no OUTRO SENTIDO (horário) e, então, desbloqueando o sistema. NESSE EXATO MOMENTO, como mostrado na foto, a roda de escape e, que estava travada SOB TENSÃO DE TODA RODAGEM do relógio, e sempre gira no mesmo sentido, por óbvio (horário), está "escorregando" o dente em forma de "botinha" (o termo correto é "club foot", ou taco). Ao gerar torque de "escorrego" na palheta h, a âncora irá se mover para direita e dar um impulso no balanço, para que este não pare.

A âncora, ao se movimentar para a direita (agora a foto é de número 2), irá bloquear a roda de escape com a palheta DA DIREITA, não através da face inclinada da "botinha", mas plana. Na foto 2 o sistema está bloqueado, NÃO RECEBENDO IMPULSO. A mola cabelo irá então retornar o balanço no seu giro, mas agora no sentido contrário, e a mesma coisa explicada acima irá acontecer nesta outra levee.

Como o impulso aí é dado por "escorrego", há atrito e a superfície dos dentes da roda de escape deve ser lubrificada. Quando seu relógio começa a ratear, é porque o óleo daí secou ou foi deslocado, por atrito, para as superfícies que não interessam.




Aqui uma explicação do mesmo livro sobre o que acabei de falar:




O escapamento coaxial é muito mais complexo na execução, no funcionamento, mas não há impulso POR ATRITO, e sim por impacto:

Nesta foto, tirada da obra Watchmaking, de Daniels, vemos o projeto original dele (a Omega já usou tanto essa versão como a slim, como citado pelo Adriano).

No escapamento coaxial, ao invés de uma "âncora" com 2 rubis, há 3..

Na primeira foto, alto à esquerda, todo o sistema (repito, a roda de escape aí está conectada a toda rodagem, enquanto o platô à direita ao balanço, como num escapamento de âncora) está bloqueado pela palheta p e dente d, da roda maior COAXIAL à roda menor abaixo. O balanço, conforme seta está girando no sentido horário. Um rubi no platô, como no escapamento de âncora, está entrando no entalhe da "âncora" e irá movê-la no sentido contrário ao do giro do balanço. Ao fazer isso, p irá se deslocar e liberar o dente t.

Ao mesmo tempo, foto à esquerda acima, a roda de escape que estava travada irá se deslocar no sentido da seta (a roda sempre gira no mesmo sentido) e dar um impulso no balanço através da palheta s, CONECTADA AO PLATÔ (impulso direto e tangencial. Não há o "escorrego" aí).

A roda, então, irá alcançar a outra palheta, p2, e será travada em t3. O balanço, que agora girá no outro sentido, irá novamente alcançar o entalhe da "âncora" e deslocá-la para o outro lado. Ao deslocar, o sistema todo ficará livre mais uma vez, a roda de escape irá girar e...

Última foto, a roda dará mais um peteleco no balanço, através da palheta l, NA RODA MENOR, coaxial.

Ou seja, o funcionamento básico do escapamento coaxial é o mesmo do de âncora, mas Daniels teve que criar essa disposição complexa para que os impulsos fossem tangenciais, SEM PERDER O DUPLO IMPULSO A CADA CICLO (dois impulsos por ciclo completo de vai e vem do balanço). E de fato, como bem ressaltado pelo Adriano, os impulsos ocorrem nas faces PLANAS, a botinha aí não serve para nada.





Nessa foto, a disposição dos componentes:





Adriano, algumas outras dúvidas, depois de ler.

A posição dos platôs, pensando mentalmente, não me parece o problema, mas o "encaixe" do entalhe e dentes de âncora numa posição correta. Esse troço é ensinado na prática para os relojoeiros ou o manual técnico indica, mais ou menos, o giro que se deve dar no balanço junto à ponte para entrar corretamente?


Outra coisa. Essa lubrificação da roda de escape é feita com ela deitada ou em pé? Pergunto isso porque como se olha corretamente a quantidade de óleo se esta estiver deitada? E como sabe se o óleo não vai sair da face de impacto para as laterais? E na prática, como é feito? O relojoeiro coloca a roda em algo para olhar no microscópio? E não dá mesmo para fazer com lupa? Qual microscópio estereoscópico usam?

Problemas no escapamento, tem visto alguns aí, ou se mostram fiáveis?



Flávio





Adriano

Suas explicações estão todas corretas Flávio.

Uma observação para ajudar na compreensão do "enrosco" do platô com a âncora: nessa última imagem, o platô está livre da âncora pois nesse diagrama os componentes estão de cabeça para baixo (não sei se Daniels projetava assim, afinal, os mecanismos eram dele e ele tinha liberdade total, ou se é porque é apenas um diagrama mesmo), pois nos calibres da Omega, é tudo isso invertido, e por isso, para tirar o balanço, o platô fica em baixo do dardo da âncora.

Sim, as manuais indicam o quanto se deve girar a ponte para desencaixar o balanço. Normalmente algo em torno de 90°, alguns girando a ponte em direção ao centro do mecanismo, outros girando para fora.

A lubrificação é feita com tudo montado, e pelos orifícios de inspeção da platina, com tudo "deitado". Por isso o microscópio estereoscópico: você consegue olhar as coisas "de lado" e não tudo chapado, então consegue ter visão de onde colocar o óleo. Você consegue olhar para a face do dente. Talvez precise inclinar um pouquinho o porta-movimento, mas dá para ver claramente a face e aplicar o óleo ali sem borrar ele para outros cantos. Claro, isso é pura habilidade e destreza do relojoeiro. E a checagem de quantidade sim, é deitado, para ver o tamanho do filme que se forma entre a levée e o dente.

E não, pelo tanto que tem no mercado, pode-se dizer que é confiável sim. Mas enquanto os defeitos de geometria nos escapamento de âncora suíço é nulo, de vez em quando acontece com um co-axial aqui ou ali. Raro, mas acontece. E não tem ajuste (de profundidade de levée ou algo assim): se acontecer, tem que trocar a roda e âncora.

Abraços!

Adriano

flávio

Outra coisa: usa-se qual pica óleo? Pergunto isso porque na minha limitada experiência quebra cabeças há década desmontando relógios e remontando, para lubrificar contra pedra, normalmente picava uma gotinha com o menor pica óleo (preto), pingava a quantidade picada na lateral do porta óleo e, depois de limpar o pica óleo, picava de novo. Mas acho que seria muito numa roda dessas. O que usam?


Flávio

Adriano

Cara, pica-óleo me parece ser uma das ferramentas mais "pessoais" que há. Não há regra. O relojoeiro usa o que ele se sentir mais confortável de usar. O que importa é o resultado. Por exemplo, há os que adoram pica-óleos automáticos para contra-pedras. Outros odeiam. É pessoal. Como pinça.

Abraços!

Adriano

Adriano

Patrão, percebi que não respondi completamente suas perguntas ao me lembrar de uma coisa importante: a luz dr fundo do microscópio! Ela ajuda muito pois dá contraste ás coisas, especialmente porque a levée e o óleo são transparentes. Sem a luz fica muito mais difícil.

Mas sim, o resultado é mais importante que os meios. Se um caboclo conseguir fazer isso perfeitamente com a lupa e sem luz, sem problemas. É bastante desconfortável para ele, há até uma questão de ergonomia aí, mas dá para fazer "na lupa".

Embora a Omega não certifique uma oficina se ela não tiver o microscópio, e tem que ser aquele que você viu no link que postou, que é o mesmo que temos, o Carl Zeiss Stemi DV4. É um "brinquedão" bem legal. Impressiona ver um escapamento com ele.

Abraços!

Adriano

flávio

Olhei agora, 7 mil reais no representante oficial... Mas há de outras marcas similares com até 30 vezes de aumento por 3500... Flávio

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Adriano

Honestamente achei até que fosse mais caro. Esse mais barato tem iluminação em cima e em baixo também? A luminosidade é regulável?

Abraços!

Adriano

flávio

Cara, digite microscópio estereoscópico no Google, tem até de mil reais... Todos possuem iluminação, alguns por LED, uns abaixo, outros acima... Fato é que se a Zeiss faz por seis mil, exatamente o que mostrou, pode ter certeza que tem similar muito mais barato, pois a Zeiss cobra caro. Andei pensando com meus botões... E microscópio digital, não rola? Esses custam na faixa de 800, são basicamente câmeras que jogam as imagens em telas. Perde se a tridimensionalidade, mas ganha se em tamanho de imagem. Flávio

Enviado de meu MotoG3 usando Tapatalk


Adriano

A diferença na tridimensionalidade que você tem com esse microscópio é sensacional. O digital não proporciona. Isso facilita muito as coisas. Você vê coisas que não consegue com a lupa ou outro tipo de microscópio. É difícil explicar, só vendo para entender a diferença.

Eu entendo que para uma oficina pequena, buscar alternativas mais baratas seja o caminho. Para uma autorizada, no entanto, o custo de um microscópio Zeiss como o que temos é baixo perto da média dos equipamentos que precisamos ter. Qualquer outro equipamento básico (cronocomparadores, máquinas de teste, máquinas de lavar) custa qualquer coisa entre 4 a 10 vezes isso. E perto do investimento necessário para ter tudo o que uma marca exige, cuja soma pode ser qualquer coisa entre 100 a 800 mil reais, o microscópio não faz nem cócegas...


Abraços!

Adriano