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Uma carta aberta à indústria publicada no SJX

Iniciado por admin, 19 Março 2018 às 16:14:19

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flávio

Já se vão dez anos da crise de 2008, uns 7 do lançamento da obra considerada seminal (mas chata, convenhamos...) sobre os rumos da indústria, A Time to Change que, inclusive, foi recuperada em discussões entre mim e um relojoeiro residente nos EUA e... Nada mudou.

A indústria, e temos discutido isso aqui há um bom tempo, eu então, martelado à exaustão, simplesmente não se ligou que as pessoas já nascidas no século 21, a geração  de vinte anos, NÃO ESTÁ NEM AÍ para relógios mecânicos. E a indústria, como ressaltado no texto, continua insistindo nessa pataquada de tentar vincular sua imagem a pessoas que elas supostamente seguem, como se isso fosse alavancar vendas. Como ressaltado no texto, o Biver acredita mesmo que alguém irá comprar um relógio mecânico suíço caro porque o Jay Z, sim, o Jay Z usa? Tenha santa paciência! A geração atual, e POR MAIS PARADOXAL que possa parecer, tem cada vez mais, justamente para se contrapor aos bens descartáveis e não singulares, procurado heritage (não fabricado) e algo a mais, sobretudo no quesito "artesanal", para investir seu dinheiro. Vejam que louco... Nem em meus mais íntimos sonhos eu pensaria que "os até 30 anos" de hoje estariam interessado, por exemplo, em alta gastronomia. Pois mesmo o parco de recursos tem se arriscado nas cervejas "artesanais", para citar um exemplo, porque oferecem novas experiências e trazem em si... o artesanal.

Não concordo com tudo o que o cara disse, mas sim, uma pessoa só pode valorizar um relógio mecânico se sabe o que está por trás, e sem mentiras e exageros. Qualquer pessoa que nunca tenha visto a fabricação de um relógio mecânico, impressiona-se ao ver. Não precisa ir longe, quem é piolho de redes sociais viu o tanto que aquele vídeo da Patek sobre a construção do seu relógio foi compartilhado, e por uma maioria de pessoas que sequer tinham sabiam do que se tratava um relógio.

Portanto, apesar de eu não concordar integralmente com o cara, acho sim que a indústria, por mais paradoxal que possa parecer, não irá conquistar os novos lançando, como a Tag fez, relógios "smart" que em pouco tempo estarão obsoletos. Conquistará justamente dizendo que o produto não é obsoleto, e PORQUE não é.

http://watchesbysjx.com/2018/03/an-open-letter-to-the-swiss-watch-industry-from-a-frustrated-millennial.html

Adriano

Em outras palavras, parar de mentir ajuda muita...

Abs.,

Adriano

flávio


Dicbetts

Me cansa ver alguns caras tentarem decretar o fim, o declínio ou a falência do que quer que seja. Tal como esse autor da carta aberta. Antecipar o que será dessa indústria é pretensioso, e um tanto burro.

Não conheço uma única indústria que não tenha feito da mentira, da enganação, da marquetagem rasteira pilar para o sucesso. Da geladeira à gasolina, em algum momento concordamos ao consumir o papo furado.

Se a geração do milênio hoje curte uma cerveja artesanal (tem muita porcaria por aí com status de obra-prima) ou uma boa cozinha (tem quem elogie a banana com placenta da Bela Gil, chef formada), há que se perguntar: isso não é mais acessível que um relógio? Não têm mais programas na TV paga? O prazer não é imediato? Não reúne mais amigos? Ou...

Não nego que o Biver, e agora o Kern (decidiu que vai alavancar a Breltling à base de eventos em massa), me irritam ao personificarem figuras à Silvio Santos para venderem o peixe. Mas, considerando que o SS está aí há mais de 50 anos, com um programa mequetrefe, empurrando carnês do Baú, sinal que há público - a mesma sinapse é feita pelos que escutam o Biver ou o Kern, cuja única diferença é a classe social.

Essa carta é somente queixume. A indústria continuará enganando, mentindo, se caroneando em celebridades desimportantes, colocando os preços lá em cima, ressuscitando "mestres" do passado, "construindo" tradições...

Dic

igorschutz

O que eu entendi é que esse camarada quer voltar ao marketing lá dos anos 2000, quando as marcas não tentavam te vender "luxo" e sim qualidade, tradição, legado.

Por exemplo: os catálogos da JLC naquela época apresentavam os relojoeiros criativos da marca, com uma foto e uma breve biografia do sujeito, como esse cara tá sugerindo.

Hoje, pra vender um relógio, marca X te convida pra uma corrida de carros, te dá ingresso para um show, te dá um guarda-chuva, boné, carteira, te convida pra degustar uísque...... Imagina quanto não custa bancar tudo isso e ainda bancar os embaixadores e "amigos" da marca??..... E os preços do relógios vão lá pra cima...

Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES