Rapaz, que tamanho de mensagem... E o curioso é que, em se tratando de um tópico de apresentação, você... não se apresentou! Bom, segue a vida...
Você aborda muitos temas na sua mensagem. Penso, inclusive que ela deveria ser objeto de tópico próprio, a fim de facilitar a consulta a eventuais respostas às suas indagações.
Vamos por partes:
Durabilidade Omega X Orient: seu Omega, independente de qual seja e qual máquina o equipa, é uma porção de vezes mais refinado que seu Orient "de guerra". O japonês foi desenvolvido e construído para ser bruto mesmo, com acabamento pouco requintado e altas tolerâncias, ou seja, ele funciona até com areia dentro, mas funciona mal, mesmo quando era novo. Já o Omega é um produto de grande precisão e construção esmerada. Se bem cuidado, oferecerá boa capacidade cronométrica até hoje.
O Orient tem precisão estimada na casa dos 40 segundos diários, já o Omega fica próximo à precisão de um cronômetro (4 a 6 segundos diários). A diferença é muito grande!
Outra coisa: o Omega vivia na gaveta, o Orient vivia no braço. Relógios guardados parados muito tempo sofrem mais e param antes daqueles que são postos pra rodar, mesmo que sejam usados diariamente. Aliás, quase todo objeto mecânico que dependa de lubrificação sofre desse mesmo mal. Deixe um carro repleto de fluidos parado décadas em uma garagem e tente dar partida pra você ver o que acontece.
Aliás, fazendo analogia aos carros: um motor "Go Devil" que equipava os primeiros Jeeps Willys podia rodar com pouco óleo, combustível da pior qualidade, no meio de um lamaçal e ainda puxando uma carreta, mas era completamente ineficiente em termos de potência e consumo. Em contrapartida, o motor W16 do Bugatti Chiron, se você colocar um óleo um pouquinho mais grosso do que o especificado, é capaz de fundir os comandos na primeira acelerada. E aí, qual conclusão pode-se chegar sobre ambos os motores?
Enfim, o Omega claramente não é inferior ao Orient e tampouco é menos robusto ou tem vida útil menor. Ele é um produto mais sofisticado e exige, para tanto, manutenção mais sofisticada, porém lhe entregará resultados [muito] melhores do que o que você pode esperar do Orient.
Indicação de relojoeiro: falando por mim, eu só posso indicar relojoeiros dos quais conheço o trabalho e que passam pelo meu crivo. Já passei pela Watch Time (Autorizada Omega) e já passei pela Carpinobilis, a ambas tem minha aprovação. Também já passei por outros relojoeiros durante minha vida de colecionismo (quase 20 anos nessa estrada), mas, infelizmente, nenhum deixou saudade, então prefiro não cometer a deselegância de destratar o trabalho deles neste espaço depois de tanto tempo dos respectivos ocorridos.
Lamentavelmente, não conheço nenhum dos profissionais mencionados por você, então não posso avalizá-los, porém, o que posso lhe dizer com absoluta certeza é que QUALQUER relojoeiro que lhe passe um orçamento sem ao menos examinar com critério seu relógio (e isso inclui pegar o relógio na mão, ver com os olhos, abrir o fundo, olhar com uma lupa, passar num cronocomparador) ou é charlatão ou é mal profissional (se não na arte do ofício, ao menos na arte de tocar um negócio), pois ou ele vai te passar um valor muito acima do real, que cobrirá qualquer risco e você estará pagando por algo que não levará, ou ele vai te passar um valor abaixo do necessário pelo serviço e não vai executar o trabalho a contento, afinal, ele não estará sendo suficientemente remunerado por isso.
A grande vantagem de se fazer o serviço na Autorizada é que seu relógio voltará como ZERO, pronto para mais tantas décadas de vida, porém, infelizmente, a Autorizada, pelo próprio vínculo que possui com a marca, é obrigada a seguir as orientações desta, e, portanto, não pode oferecer serviços "parciais" com preços menores, então, diferentemente de um relojoeiro independente, eles não podem apenas dar uma "limpada" e uma "lubrificada" na máquina e cobrar "trezentão" por isso. A Autorizada é OBRIGADA a trocar a coroa, trocar a vedação, trocar ponteiros (em sendo o caso), trocar molas, trocar parafusos, trocar vidros, etc., e depois vão ajustar seu relógio aos padrões de fábrica, vão dar garantia de 1 ano, e, para isso vão cobrar não só a mão de obra, mas também as peças, que, por sua vez, são cotadas em francos suíços, e tem também o custo intrínseco dos aparelhos e ferramentas modernos e atualizados, que eles são obrigados a ter e usar em seu relógio, etc. Ou seja, não dá para comparar em custo com um relojoeiro com formação de 1980 (sem posteriores atualizações), com ferramentas de 1960, com Vibrograf B200 de 1950, que usa só dois tipos de óleo para tudo, que não troca molas, que recondiciona peças, que "veda" com silicone, etc. É um mundo de diferença, e muito do preço está nisso.
Portanto, escolha com sabedoria seu relojoeiro de confiança. Se seu relógio tem menor valor monetário e você não pode gastar o valor dele em uma [não tão simples] manutenção, ao menos procure um profissional que seja transparente e lhe explique com clareza tudo o que ele poderá fazer pelo seu relógio e lhe cobre um preço justo por isso. Pode ser mesmo que você não queira que seu relógio fique zero e que você quer só uma limpeza e lubrificação, para que ele funcione marromenos, mas melhor do que parado. Tem mercado para tudo! Eu mesmo tenho relógio velho sambado, que ponho no braço, uso só um dia, e nem vejo se ele tá atrasando, se está adiantando e quão preciso está, simplesmente porque não me importo. Também não teria coragem de levar numa super oficina fodida e pagar R$ 2 mil para arrumar meu cacareco, pois ele está longe de valer isso (monetária e sentimentalmente). Porém, se eu tivesse um relógio que fosse relíquia de família, que me lembrasse meu velho, eu procuraria levá-lo no melhor relojoeiro disponível para a grana que possuo e, depois disso, passaria a conservá-lo com cuidado.
Sumiço das suas postagens: esta versão do FRM está aí há 10 anos, e, creio, que enquanto o fmaia estiver vivo, vai querer mantê-lo ativo, então reze pela saúde dele.
Um abraço,
Igor