Tissot Heritage Petite Seconde e a durabilidade dos ETA 6948

[Leandro]

Caros Amigos,

Eu gostaria de comprar uma relógio para mim e modelos iguais para guardar e dar para os meus filhos quando crescerem.  Pensei em um relógio que fosse durável, de manutenção simples, visualmente agradável, que tivesse um pedigree histórico e que não fosse exageradamente caro.  Há bastante tempo pensava em um relógio mecânico,  provavelmente de corda manual (para simplificar a manutenção) e de marca suíça.  Recentemente, encontrei o Tissot Heritage Petite Seconde e acho que ele atende a todos os quesitos, mas algumas questões ainda me preocupam e gostaria muito de ouvir a opinião de vocês (principalmente do mestre Adriano, que provavelmente saberá as respostas da maioria):

1) O fundo deste relógio é transparente, rodeado por um aro metálico, o que muito me agrada, mas neste aro não há aquelas ranhuras para encaixar uma ferramenta para rodar a tampa.  Alguém sabe como é feito o acesso à máquina do relógio? Seria através de uma alavanca, com o tradicional canivete?  Caso seja desta maneira, o movimento de alvanca não poderia trincar o fundo do relógio?  Ou o acesso é feito de outra maneira?

2) Estou certo em relação à maior simplicidade de manutenção dos relógios de corda manual em relação aos automáticos?  O 6498-1 é suficientemente robusto para aguentar décadas de funcionamento?  Pelo que pesquisei, o movimento existe desde a década de 1950, mas há relógios funcionando a contento e com manutenção possível com este movimento nestes últimos 70 anos?

3) Quais seriam as peças que mais necessitam de substituição em eventuais manutenções do ETA 6498-1?  É possível encomendá-las para formar uma cesta de peças para ter em caso de os relógios precisarem de manutenção daqui a décadas e não ser possível encontrar peças fornecidas pelo próprio fabricante?

Um grande abraço,
Leandro

[ejr888]

Vai de Nomos Club você não irá se arrepender.

[ejr888]

Mas aviso que a manutenção só um relojoeiro no exterior irá conseguir fazer como o mestre Flávio pontuou. 

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[helio]

Mas aviso que a manutenção só um relojoeiro no exterior irá conseguir fazer como o mestre Flávio pontuou.  ...

Depede do que vc chama de manutenção: desmontar, limpar, lubrificar corretamente, remontar e substituir juntas e vedações necessariasnescessarias. Nesta lista apenas o ultimo item poderia em casos expecificos dar problema, coisa que acontece até em relogios simples de marcas comuns. Existem excelentes profissionais aqui no Brasil, sim eles são excassos e mais caros que trocadores de baterias e braceletes. Talvez voce se refira a peças para calibres especificos, que darão muito mais trabalho para encontrar em qualquer lugar do mundo (se for vinatge então a procura pode se tornar um calvario mesmo na EUropa ou nos EUA), ou pequenas modificações que transformem um relógio com calibre comum e que se necessitarem de substituição podem se tornar grandes dores de cabeça, independente do calibre ser um ETA, Ronda ou qualquer outro. Eu gosto de relógios desde minha infancia, isto representa algumas decadas, e talvez por este motivo acabe arrumando muita confusão com relógios exóticos (tenho um exemplar da Aquastar que foi consertado pelo Mauro já há algum tempo, da Watch Service aqui represenatada pelo Adriano, que NINGUÉM tinha capacidade ou queria consertar, uma pivotagem dentro de outra, sou agradecido a ele até hoje apesar de nunca te-lo conhecido; e a base era um simples FELSA 4000, mas a confusão era justamente na alteração que o torna exclusivo), tenho relógios há anos na bancada de um relojoeiro que acabou se tornando um grande amigo meu, diria que tem um exemplar que está lá há mais de uma decada .

[helio]

Caros Amigos,

3) Quais seriam as peças que mais necessitam de substituição em eventuais manutenções do ETA 6498-

Relogios a corda costumam ter desgaste no tubo/coroa quando são rosqueados (nem todos são) e na tige devido ao constante esforço para dar corda, tudo em função da frequancia,nada absurdo. Podem dar problema também da corda por força excessiva no carregamento, algo que quem usa o relogio com certeza não vai fazer.

Quanto a marca a Tissot é uma marca de entrada no mundo de luxo (ao lado da Hamilton e da Mido na classificação do grupo swatch), são poucos os modelos da marca que são desejados pelos colecionadores, mas ela tem história e um de meus modelos prediletos em meu ajuntamento é um Seastar T12 de 1971, com um calibre intermediario entre o 321 e o 861 (outro nó se vc ler minha resposta anterior), mas relógio não é investimento, é gosto; são poucas as pessoas que conheço que REALMENTE ganham dinheiro "investindo" em relogios, e são TODOS comerciantes.

O calibre em questão é baseado no antigo UNITAS https://calibercorner.com/eta-caliber-6498-1/, um calibre bem comum (tem até cópia chinesa  ), não acredito que vc venha a ter grandes problemas com peças pelas proximas décadas. O exemplar que vc escolheu é atemporal, parabens.

[]s

P.S.- O Seastar é parecido com este da foto abaixo

[Leandro]

Vai de Nomos Club você não irá se arrepender.

Eu tenho vontade de ter um Nomos Tangomat há muitos anos, mas a ausência de representantes no Brasil, a ausência de assistência técnica no país e os calibres próprios me afastam da ideia de comprar três Nomos para este projeto.

Também pensei em um Stowa Antea ou um Stowa Marine 41 com mostrador branco, mas a dificuldade para realizar a manutenção destes relógios aqui também dificulta a escolha destes modelos para o projeto.

Um abraço,
Leandro

[Leandro]

Depede do que vc chama de manutenção: desmontar, limpar, lubrificar corretamente, remontar e substituir juntas e vedações necessariasnescessarias. Nesta lista apenas o ultimo item poderia em casos expecificos dar problema, coisa que acontece até em relogios simples de marcas comuns. Existem excelentes profissionais aqui no Brasil, sim eles são excassos e mais caros que trocadores de baterias e braceletes. Talvez voce se refira a peças para calibres especificos, que darão muito mais trabalho para encontrar em qualquer lugar do mundo (se for vinatge então a procura pode se tornar um calvario mesmo na EUropa ou nos EUA), ou pequenas modificações que transformem um relógio com calibre comum e que se necessitarem de substituição podem se tornar grandes dores de cabeça, independente do calibre ser um ETA, Ronda ou qualquer outro. Eu gosto de relógios desde minha infancia, isto representa algumas decadas, e talvez por este motivo acabe arrumando muita confusão com relógios exóticos (tenho um exemplar da Aquastar que foi consertado pelo Mauro já há algum tempo, da Watch Service aqui represenatada pelo Adriano, que NINGUÉM tinha capacidade ou queria consertar, uma pivotagem dentro de outra, sou agradecido a ele até hoje apesar de nunca te-lo conhecido; e a base era um simples FELSA 4000, mas a confusão era justamente na alteração que o torna exclusivo), tenho relógios há anos na bancada de um relojoeiro que acabou se tornando um grande amigo meu, diria que tem um exemplar que está lá há mais de uma decada .

Muito obrigado por suas ponderações. Minha ideia é escolher um calibre simples e sem modificações justamente para evitar problemas na hora da manutenção e montar uma cesta de peças, principalmente das mais "estéticas" para não ser surpreendido pela escassez destas no futuro.

Um abraço,
Leandro

[Marcus Nunes]

Bacana! Me inspirou a pensar em algum!!


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[Leandro]

Relogios a corda costumam ter desgaste no tubo/coroa quando são rosqueados (nem todos são) e na tige devido ao constante esforço para dar corda, tudo em função da frequancia,nada absurdo. Podem dar problema também da corda por força excessiva no carregamento, algo que quem usa o relogio com certeza não vai fazer.

Quanto a marca a Tissot é uma marca de entrada no mundo de luxo (ao lado da Hamilton e da Mido na classificação do grupo swatch), são poucos os modelos da marca que são desejados pelos colecionadores, mas ela tem história e um de meus modelos prediletos em meu ajuntamento é um Seastar T12 de 1971, com um calibre intermediario entre o 321 e o 861 (outro nó se vc ler minha resposta anterior), mas relógio não é investimento, é gosto; são poucas as pessoas que conheço que REALMENTE ganham dinheiro "investindo" em relogios, e são TODOS comerciantes.

O calibre em questão é baseado no antigo UNITAS https://calibercorner.com/eta-caliber-6498-1/, um calibre bem comum (tem até cópia chinesa  ), não acredito que vc venha a ter grandes problemas com peças pelas proximas décadas. O exemplar que vc escolheu é atemporal, parabens.

[]s

P.S.- O Seastar é parecido com este da foto abaixo

Muito obrigado!

Já podemos começar uma lista de peças:

Tige
Coroa
Corda

Alguém recomenda mais alguma?

Um abraço,
Leandro

[ejr888]

Bacana! Me inspirou a pensar em algum!!


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Vai sem medo. É muito bom pegar nos relógios e ficar indeciso. É uma faixa de preço deliciosa de explorar.

[Leandro]

Alguém sabe como se abre a tampa traseira do Tissot Heritage Petite Seconde?

Um abraço,
Leandro

[Adriano]

De maneira muito resumida, eu sinceramente diria que se gostou do relógio e cabe no orçamento, vá em frente e não se preocupe com o resto. Diga-se de passagem, acho esse modelo belíssimo!

Já respondendo às dúvidas:

1 - a tampa é de pressão, não é rosqueada. A abertura se dá usando um canivete com lâmina apropriada para essa finalidade (aquelas dos famosos "canivetes de relojoeiro). Eu diria de quase impossível o vidro trincar nesse processo. O risco aí, como de qualquer fundo de pressão, é a falta de habilidade (ou uso de ferramenta incorreta, ou ambos) acabar marcando a caixa e a tampa, fazendo um "dente" no aço, e/ou cortar ou danificar a junta de vedação.

2 - as 6497/6498 são famosas por sua robustez e não é para menos que estão aí até hoje. E embora eu confie tranquilamente em suas encarnações modernas, é bom ter em mente que a qualidade dos materiais com que são feitos os mecanismos são mais importantes que de seu desenho, para efeitos de robustez e durabilidade. Logo, não é porque uma Unitas 6497 de 1900 e bolinha seja durável que sua versão moderna também seja. Muita embora nesse caso eu confio tranquilamente que sim. Mas apenas comento isso para que fique claro que um mesmo calibre pode ter diferenças bem grandes de qualidade ao longo de sua vida, dependendo dos materiais usados em determinadas fases de sua existência. Já vi inúmeros casos de um mesmo calibre com diferenças gritantes de qualidade um para outro. Logo, convém ter em mente que um calibre bem reputado em uma época pode não ter a mesma qualidade da época em que fez fama. Repito, contudo, que não vejo ser o caso do 6497/98.

3 - eu não acho absolutamente necessário estocar peças do mecanismo ou do relógio... Acho ok se por acaso se deparar com essas peças por aí e quiser comprar. Mas realmente planejar essa compra, acho excessonde zelo. Além do que, não vai conseguir. Como qualquer outra marca hoje, peças de reposição não são comercializadas avulsas para clientes finais.

Eu não me preocuparia, principalmente com peças do mecanismo. Não é raro revisar uma máquina dessas dos anos 1960 que não precisam de nada, exceto limpeza e lubrificação. Estamos falando em 60 anos de uso? Acha que vale a pena se preocupar em ter peças para trocar no ano de 2080, digamos? De modo algum é uma crítica; apenas pondere se é mesmo necessário pensar nisso agora e se vale a pena ponderar isso em sua decisão de compra.

Abs.,

Adriano

[helio]

Muito obrigado!

Já podemos começar uma lista de peças:

Tige
Coroa
Corda

Alguém recomenda mais alguma?

Um abraço,
Leandro

Honestamente como disse o Adriano no post acima, eu não me preocuparia com isso. Meu pai, já falecido, dizia que quem sofre por antecipação muitas vezes sofre de maneira desnecessaria, e quando necessita, sofre dobrado.
[]s

[ejr888]

Nao quero dar muito pitaco ai nesta area.


Pensa num Tissot Chemin des Tourelles tambem.