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O motivo do rolex Gmt não ter a mesma resistência a água que o Sub

Iniciado por Daniel Eira, 23 Fevereiro 2010 às 21:19:53

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Daniel Eira

Amigos,

Acabei de achar esse post no rolex forums que eu achei muito interessante e gostaria de compartilhar com todos que se perguntavam o por que do rolex gmt ter a mesma caixa do sub e ter a resistência a água reduzida: http://www.rolexforums.com/showthread.php?t=87780

Basicamente seria a espessura do fundo (caseback). A explicação me pareceu plausível. Gostaria que os amigos entendidos no assunto pudessem validar essas afirmações.

Abs

Daniel
Membro do RedBarBrazil
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FALCO

Acho a relação feita bastante precária...
Foi testado que o fundo mais fino não resiste à 300 mts? Será que não resiste?
A comparação só teria valor se fosse observado que o "elo" mais fraco na caixa é o fundo e que este não resiste à mais de 300mts.
A conclusão não pode ser tirada das informações existentes. Seria equivalente a dizer que um GMT com fundo de sub teria resistência de 300 mts, pode até ser, mas as informações não são suficientes.
No máximo, foi observado que o fundo do GMT é mais fino, talvez mais por uma opção de conforto do que de resistência à água. Talvez este não seja 300 mts apenas por uma questão de marketing. Posição de mercado.
FRM: contra argumentos, não há fatos !!!

mestreaudi

Os dois relógios foram feitos para diferentes atividades.

A ausência da coroa triplock é uma grande diferença entre eles.

Vale lembrar q os atuais GMT, os de bezel de cerâmica, vem com a coroa Triplock e mesmo assim não tem a resistência dos Sub. Os GMTIIC são resistentes a 200 metros.
Rafael.

FALCO

Citação de: mestreaudi online 23 Fevereiro 2010 às 21:56:26...Vale lembrar q os atuais GMT, os de bezel de cerâmica, vem com a coroa Triplock e mesmo assim não tem a resistência dos Sub. Os GMTIIC são resistentes a 200 metros.


Permanece 100mts/330pés.
FRM: contra argumentos, não há fatos !!!

Gravina



Caracas!!!...........pensava que esta informação do Larry era satisfatória (para mim, era mesmo).................fundo, coroa ;)..............isso sem falar que ambos, aguentam mais do que é informado pelo fabricante (só não sei se 125 a mais :-\..............e que para os nadadores de piscina, nenhuma diferença entre um Sub, e um GMT (até para alguns mais avançados, diga-se!)..isso é até bastante óbvio

Estou precisando........ um pouico sobre este assunto........

Gostaria de escutar o Adriano!

Abs

Gravina

mestreaudi

#5
Citação de: broker online 23 Fevereiro 2010 às 22:01:57
Citação de: mestreaudi online 23 Fevereiro 2010 às 21:56:26...Vale lembrar q os atuais GMT, os de bezel de cerâmica, vem com a coroa Triplock e mesmo assim não tem a resistência dos Sub. Os GMTIIC são resistentes a 200 metros.


Permanece 100mts/330pés.

EXATO!!!!!!

My mistake!

A propósito, achei interessante esse fato da espessura do caseback! Pode ser q faça sentido, mas eu não acho q seja um fator tão relevante assim!
Rafael.

Adriano

Não apenas a explicação é plausível como é absolutamente correta. Claro que a explicação é de ordem técnica. Pois a resposta mais simples para o GMT não ter a resistência do Submariner é porque simplesmente não precisa. Para 99,99% dos usuários de GMT, ele faz tudo o que o Submariner faz e mais um pouco.

- Mas voltando à parte técnica, quando o assunto é pressão, as grande superfícies é que sofrem, pois fletem. E o problema não é a resistência da junta de vedação: uma junta em condições perfeitas dificilmente cede à pressão. O que ocorre e promove a entrada de água em um relógio em ordem é a deformação causada pela pressão. A relação de contato entre as partes muda drasticamente e ali abrem-se as brechas para a entrada da água.

- Além disso, o artigo do "mestre" ressalta alguns pontos interessantes e pouco conhecidos pela maioria: fabricar um número enorme de juntas, coroas, vidros e etc. é contraprodutivo e antieconômico, complicando a contrução, a manutenção, a logística e vários outros fatores são afetados. Por isso é razoavelmente normal e esperado que um GMT e um Sub compartilhem do mesmo vidro, das mesmas juntas, e etc. Se a base é do Sub, seria bobagem produzir novas juntas e novos vidros só porque a resistência do GMT é menor.

- Ainda assim, só para terem idéia, mesmo com a idéia de uma mesma peça servir para diferentes modelos, uma marca como a Omega tem hoje disponível, por baixo, cerca de 650 a 700 juntas de fundo diferentes! Façam uma idéa do que é controlar um sistema de peças assim.

- Outra coisa interessante que o artigo ressalta é o fato de relógios profissionais terem uma resistência real bem maior que a certificada. É comum que a resistência atinja o dobro do declarado. Eu espero facilmente que um Seamaster Professional ou um Submariner cheguem fácil nos 600 sem entrar um átomo sequer de água dentro do relógio. O teste teria que ser suspenso por outros problemas, como o esmagamento.

- Os fabricantes sérios e que manjam de resistência à água contam que o relógio só está perfeito quando sai da fábrica ou de uma revisão. Depois disso, sua resistência vai apenas se degradando, por diversas razões. E ele não pode falhar se ainda tiver 90% da resistência preservada. Por isso, eles projetam a coisa esperando que ele ainda resista ao valor declarado mesmo já tendo algo como 50% de sua resistência degradada.

- Posso falar melhor dos Seamaster, especificamente dos James Bond ou outros modelos 300m: é comum que exemplares totalmente fuzilados, mas fuzilados mesmo, como se tivesse saido dos escombros de um desabamento, e com mais de 10 anos sem manutenção, ainda tenham 100% ou algo próximo dos 100% de sua resistência declarada. O que segnifica que alguns exemplares, mesmo estando num estado de quase sucata, ainda devem resistir fácil fácil aos 200 metros. O que dirá então ao banhozinho de piscina que é o máximo que 99% dos usuários desses relógios fazem.

- Ah, e antes que eu esqueça, o momento "NÃO TENTE FAZER ISSO EM CASA": não quer dizer que você pode negligenciar a manutenção de vossos relógios de mergulho ou então tentar mergulhar tranquilamente com aquele Sicura 400 que foi do papai... Por favor! Chequem seus relógios antes de entrarem na água, mesmo que seja um Sea Dweller Deep Sea. E faça a manutenção adequada nele, e faça com quem sabe o que está fazendo. Pois seu relógio pode ter saído da fábrica ontem e pode resistir a 5000 metros, mas se der na mão de um curioso e ele fizer bobagem na montagem da junta ou fechamento do fundo, seu reloginho de 5.000 metros vai inundar com uma lavada de mão.

- Meu relato é para demonstrar que esses relógios são projetados com muita ciência e uma margem de segurança enorme, e não para demonstrar que podem arriscar seus relógios fuzilados na piscina do clube.

- Divirtam-se!

Abraços!

Adriano

Gravina

Citação de: Adriano online 23 Fevereiro 2010 às 22:37:52
Não apenas a explicação é plausível como é absolutamente correta. Claro que a explicação é de ordem técnica. Pois a resposta mais simples para o GMT não ter a resistência do Submariner é porque simplesmente não precisa. Para 99,99% dos usuários de GMT, ele faz tudo o que o Submariner faz e mais um pouco.

- Mas voltando à parte técnica, quando o assunto é pressão, as grande superfícies é que sofrem, pois fletem. E o problema não é a resistência da junta de vedação: uma junta em condições perfeitas dificilmente cede à pressão. O que ocorre e promove a entrada de água em um relógio em ordem é a deformação causada pela pressão. A relação de contato entre as partes muda drasticamente e ali abrem-se as brechas para a entrada da água.

- Além disso, o artigo do "mestre" ressalta alguns pontos interessantes e pouco conhecidos pela maioria: fabricar um número enorme de juntas, coroas, vidros e etc. é contraprodutivo e antieconômico, complicando a contrução, a manutenção, a logística e vários outros fatores são afetados. Por isso é razoavelmente normal e esperado que um GMT e um Sub compartilhem do mesmo vidro, das mesmas juntas, e etc. Se a base é do Sub, seria bobagem produzir novas juntas e novos vidros só porque a resistência do GMT é menor.

- Ainda assim, só para terem idéia, mesmo com a idéia de uma mesma peça servir para diferentes modelos, uma marca como a Omega tem hoje disponível, por baixo, cerca de 650 a 700 juntas de fundo diferentes! Façam uma idéa do que é controlar um sistema de peças assim.

- Outra coisa interessante que o artigo ressalta é o fato de relógios profissionais terem uma resistência real bem maior que a certificada. É comum que a resistência atinja o dobro do declarado. Eu espero facilmente que um Seamaster Professional ou um Submariner cheguem fácil nos 600 sem entrar um átomo sequer de água dentro do relógio. O teste teria que ser suspenso por outros problemas, como o esmagamento.

- Os fabricantes sérios e que manjam de resistência à água contam que o relógio só está perfeito quando sai da fábrica ou de uma revisão. Depois disso, sua resistência vai apenas se degradando, por diversas razões. E ele não pode falhar se ainda tiver 90% da resistência preservada. Por isso, eles projetam a coisa esperando que ele ainda resista ao valor declarado mesmo já tendo algo como 50% de sua resistência degradada.

- Posso falar melhor dos Seamaster, especificamente dos James Bond ou outros modelos 300m: é comum que exemplares totalmente fuzilados, mas fuzilados mesmo, como se tivesse saido dos escombros de um desabamento, e com mais de 10 anos sem manutenção, ainda tenham 100% ou algo próximo dos 100% de sua resistência declarada. O que segnifica que alguns exemplares, mesmo estando num estado de quase sucata, ainda devem resistir fácil fácil aos 200 metros. O que dirá então ao banhozinho de piscina que é o máximo que 99% dos usuários desses relógios fazem.

- Ah, e antes que eu esqueça, o momento "NÃO TENTE FAZER ISSO EM CASA": não quer dizer que você pode negligenciar a manutenção de vossos relógios de mergulho ou então tentar mergulhar tranquilamente com aquele Sicura 400 que foi do papai... Por favor! Chequem seus relógios antes de entrarem na água, mesmo que seja um Sea Dweller Deep Sea. E faça a manutenção adequada nele, e faça com quem sabe o que está fazendo. Pois seu relógio pode ter saído da fábrica ontem e pode resistir a 5000 metros, mas se der na mão de um curioso e ele fizer bobagem na montagem da junta ou fechamento do fundo, seu reloginho de 5.000 metros vai inundar com uma lavada de mão.

- Meu relato é para demonstrar que esses relógios são projetados com muita ciência e uma margem de segurança enorme, e não para demonstrar que podem arriscar seus relógios fuzilados na piscina do clube.

- Divirtam-se!

Abraços!

Adriano



Namaste

Gravina

Adriano

 :D :D :D :D

Ah, e para terminar: nunca tinha visto essa propagada da Rolex e achei simplesmente muito foda! Acho que é a melhor e mais fantástica propaganda de relógio que já vi!

E tenho certeza de que aquilo é sério mesmo! Um relógio masculino como um Seamaster ou um Sub recebem um "peso" de algo em torno de 70 a 80 kg sobre seus vidros e seus fundos, quando submetidos à apenas 100 metros de água. Estamos falando de peças com não mais que 30 ou 35 mm de diâmetro.

Essa força cresce em P.A. conforme a pressão aumenta. Isso mesmo, os 70 kg aos 100 metros viram 700 kg aos 1000 metros. Façam as contas de quantos quilos recebe a tampa do fundo ou o vidro e um Deep Sea... E aí entenderão a complicação em se fazer um monstro desse e porque esse relógio já é uma lenda.

Abraços!

Adriano

mestreaudi

Rafael.

FALCO

Adriano, ótima e completa explicação, além de tudo simples.
Mas, meu questionamento é, no caso específico:
A informação de que o fundo do GMT é mais fino é suficiente para justificar a diferença de profundidades?
Seria apenas se fosse provado que este é o elo mais fraco, o que não foi. E se este fundo não se deformar ou permitir passagem até os 300mts? Ou 500 mts?
Pode ser? Sim.
Deve ser? Sim.
Foi provado que é? NÃO !!!
FRM: contra argumentos, não há fatos !!!

Chris Galbraith

Citação de: Adriano online 23 Fevereiro 2010 às 22:37:52
Não apenas a explicação é plausível como é absolutamente correta. Claro que a explicação é de ordem técnica. Pois a resposta mais simples para o GMT não ter a resistência do Submariner é porque simplesmente não precisa. Para 99,99% dos usuários de GMT, ele faz tudo o que o Submariner faz e mais um pouco.

- Mas voltando à parte técnica, quando o assunto é pressão, as grande superfícies é que sofrem, pois fletem. E o problema não é a resistência da junta de vedação: uma junta em condições perfeitas dificilmente cede à pressão. O que ocorre e promove a entrada de água em um relógio em ordem é a deformação causada pela pressão. A relação de contato entre as partes muda drasticamente e ali abrem-se as brechas para a entrada da água.

- Além disso, o artigo do "mestre" ressalta alguns pontos interessantes e pouco conhecidos pela maioria: fabricar um número enorme de juntas, coroas, vidros e etc. é contraprodutivo e antieconômico, complicando a contrução, a manutenção, a logística e vários outros fatores são afetados. Por isso é razoavelmente normal e esperado que um GMT e um Sub compartilhem do mesmo vidro, das mesmas juntas, e etc. Se a base é do Sub, seria bobagem produzir novas juntas e novos vidros só porque a resistência do GMT é menor.

- Ainda assim, só para terem idéia, mesmo com a idéia de uma mesma peça servir para diferentes modelos, uma marca como a Omega tem hoje disponível, por baixo, cerca de 650 a 700 juntas de fundo diferentes! Façam uma idéa do que é controlar um sistema de peças assim.

- Outra coisa interessante que o artigo ressalta é o fato de relógios profissionais terem uma resistência real bem maior que a certificada. É comum que a resistência atinja o dobro do declarado. Eu espero facilmente que um Seamaster Professional ou um Submariner cheguem fácil nos 600 sem entrar um átomo sequer de água dentro do relógio. O teste teria que ser suspenso por outros problemas, como o esmagamento.

- Os fabricantes sérios e que manjam de resistência à água contam que o relógio só está perfeito quando sai da fábrica ou de uma revisão. Depois disso, sua resistência vai apenas se degradando, por diversas razões. E ele não pode falhar se ainda tiver 90% da resistência preservada. Por isso, eles projetam a coisa esperando que ele ainda resista ao valor declarado mesmo já tendo algo como 50% de sua resistência degradada.

- Posso falar melhor dos Seamaster, especificamente dos James Bond ou outros modelos 300m: é comum que exemplares totalmente fuzilados, mas fuzilados mesmo, como se tivesse saido dos escombros de um desabamento, e com mais de 10 anos sem manutenção, ainda tenham 100% ou algo próximo dos 100% de sua resistência declarada. O que segnifica que alguns exemplares, mesmo estando num estado de quase sucata, ainda devem resistir fácil fácil aos 200 metros. O que dirá então ao banhozinho de piscina que é o máximo que 99% dos usuários desses relógios fazem.

- Ah, e antes que eu esqueça, o momento "NÃO TENTE FAZER ISSO EM CASA": não quer dizer que você pode negligenciar a manutenção de vossos relógios de mergulho ou então tentar mergulhar tranquilamente com aquele Sicura 400 que foi do papai... Por favor! Chequem seus relógios antes de entrarem na água, mesmo que seja um Sea Dweller Deep Sea. E faça a manutenção adequada nele, e faça com quem sabe o que está fazendo. Pois seu relógio pode ter saído da fábrica ontem e pode resistir a 5000 metros, mas se der na mão de um curioso e ele fizer bobagem na montagem da junta ou fechamento do fundo, seu reloginho de 5.000 metros vai inundar com uma lavada de mão.

- Meu relato é para demonstrar que esses relógios são projetados com muita ciência e uma margem de segurança enorme, e não para demonstrar que podem arriscar seus relógios fuzilados na piscina do clube.

- Divirtam-se!

Abraços!

Adriano

Sem comentarios!  :o :o :o

Karaleo......QUE AULA!!!!!!!!!!!!!!!

Adriano........vc já sabe, né?! Sou suspeitissimo pra falar, então vou me conter!!! Sou fã incondicional do amigo!  8) Pronto, falei de novo! ;D
No need of swiss 2 B a WIS!

Chris Galbraith

Citação de: Adriano online 23 Fevereiro 2010 às 22:53:46
:D :D :D :D

Ah, e para terminar: nunca tinha visto essa propagada da Rolex e achei simplesmente muito foda! Acho que é a melhor e mais fantástica propaganda de relógio que já vi!

E tenho certeza de que aquilo é sério mesmo! Um relógio masculino como um Seamaster ou um Sub recebem um "peso" de algo em torno de 70 a 80 kg sobre seus vidros e seus fundos, quando submetidos à apenas 100 metros de água. Estamos falando de peças com não mais que 30 ou 35 mm de diâmetro.

Essa força cresce em P.A. conforme a pressão aumenta. Isso mesmo, os 70 kg aos 100 metros viram 700 kg aos 1000 metros. Façam as contas de quantos quilos recebe a tampa do fundo ou o vidro e um Deep Sea... E aí entenderão a complicação em se fazer um monstro desse e porque esse relógio já é uma lenda.

Abraços!

Adriano

:o
No need of swiss 2 B a WIS!

Adriano

Fernando, não sei se entendi bem a pergunta por isso não se minha resposta responderá. Vamos lá:

- Os pontos fracos do relógio no que diz respeito à resistência à água são o fundo, o vidro e a coroa, e botões, quando há. É meio óbvio: são as aberturas da caixa.

- Baseado nisso, um GMT é como um Submariner subdimensionado: necessita de fundo mais fino, vidro mais fino, e coroa e juntas menos robutas (com dimensões menores). Mas se o vidro é o mesmo e se (apenas "se") a coroa é suficientemente resistente, a grande diferença que impede um GMT a chegar aos 300 metros é a tampa do fundo. Digamos que com uma tampa de Sub, ele vira um Sub com função GMT.

- Honestamente acho que a Twinlock aguenta o tranco. Quase todos os relógios de alta resistência que vemos por aí tem uma coroa de conceito semelhante ao do Twinlock e resistem a mais de 300 metros. A Triplock é ótima, mas parece ser um troço superdimensionado.O que quero dizer é que acho que um Sub aguentaria os mesmos 300 m com coroa Twinlock igual à do GMT. Talvez já não diria o mesmo do Sea Dweller.

- O fundo sofre mais deformação do que um vidro duro, como mineral ou safira. Logo a tampa é um ponto mais preocupante do que o vidro, pois este quase não se deforma. O fundo se deforma mais e sua conexão com a caixa pode ficar prejudicada pela deformação. Além disso, o vidro precisa ser superdimensionado pois não tem que resistir apenas à pressão da água, mas à uma eventual porrada, que pode ser ainda pior debaixo da água. O vidro tem que ser resistente ao impacto.

- Um exemplo mais objetvo: se comparar um Seamaster 300 metros com um Planet Ocean de 600 metros perceberá que o vidro tem quase as mesmas dimensões, a junta de vidro é quase a mesma, a coroa e válvula de hélio são as mesmas (salvo pelo desenho), e até a junta de fundo é praticamente a mesma. Mas a tampa do fundo... Do Planet Ocean é uma parede de cofre. Entendeu?

- Imagine a tampa do fundo como um disco: ela comprime a junta do fundo contra a caixa. Mas imagine que ao passo que a pressão aumenta e o centro da tampa começa a entortar para baixo, a borda da tampa, como a aba de um chapéu, começa a entortar para cima... bem onde está a junta de vedação. A junta então, ao invés de ser cada vez mais comprimida, começa a ser menos comprimida e aí...


Agora uns pontos importantes para se ter em mente:

- Tudo que estamos falando diz respeito à relógios de mergulho submetidos à alta pressão. Relógios normais funcionam de outro modo. Em relógios normais, digamos resistentes a menos de 150 metros, são as juntas exclusivamente que proporcionam vedação. A estrutura praticamente não importa. Basta que haja em cada abertura um elemento que impessa a passagem da água. É uma simples barreira física.

- Um relógio de mergulho funciona assim até um certo limite, quando a pressão começa a chegar em um ponto em que o bicho começa a deformar. Aí, aqueles encaixes lindos e perfeitos entre as peças começam a mudar... Entra aí uma puta ciência para dar à caixa estrutura para lidar com essa deformação, absorvendo-a, transmitindo-a e equilibrando-a entre todos os elementos. Se uma peça deforma mais que a outra com a qual se relaciona, a tolerância de encaixe muda e uma junta de vedação que há ali e que estava até então bem comprimida, passa a relaxar e aí a água passa...

- A deformação que o relógio sofre dentro do seu limite de profundidade é uma deformação elástica: ele encolhe, mas volta perfeito. E tem que resistir à isso por centenas de vezes sem mudar as tolerâncias. Esse é um dos motivos para que, por mais que um Sub possa chegar aos 600 metros, ele não é certificado para tal, porque chegar aos 600 um dia é fácil, mas fazer isso todo dia pode não ser a mesma coisa. Mantendo um limite de 300, garante que você possa levar ele ao limite todo dia (caso use-o profisisonalmente) e possa continuar fazendo isso todo dia por 30 anos. Ele tem que resistir a centenas desses ciclos de esmagamento e voltar perfeito. O vidro tira isso de letra; as juntas também, e ainda podem ser trocadas. Mas o aço... tem o lance da fadiga... E o fundo é de aço. Entende por que ele é um elemento preocupante?

- Além disso, o limite evita que essa deformação passe do regime elástico e entre no plástico: é quando o bicho entorta e não volta. E se ele deixar de voltar um décimo ou quem sabe um centésimo de milimetro, pode ser o suficiente para que as tolerâncias dimensionais de sua estrutura estejam prejudicadas. O que vai acontecer é o que aconteceu com o relógio da propaganda da Rolex. E a propaganda diz, em termos técnicos, que mesmo deformando todo de maneira irreversível, as tolerâncias de encaixe entre as peças continuaram intáctas, mantendo as juntas comprimidas e garantindo a resistência. É merito da estrutura. Engenharia pura.

- Por fim, a prática mostra que a maioria dos relógios que sofre entrada de água, ela ocorre pela coroa. Acabei de dizer que o fundo é preocupante e não a coroa certo? O Adriano está louco então? A coroa então é o ponto mais fraco então? Estruturalmente não, MAS a coroa sofre com algo que as juntas do fundo e do vidro não precisam resistir: a manipulação, às vezes semanal ou quase diária, seja para ajustar as horas, para dar corda, para acertar o calendário... Por isso, em um relógio em ordem, a coroa requer pouca preocupação. Mas com o uso, a solicitação dela vai reduzindo a vida útil e para piorar, ela é um item negligenciado pelo relojoeiro médio, que acaba dando atenção à junta do fundo e deixa a coroa para lá. E aí, dá-lhe água entrando pela coroa. É o cenário mais comum de relógios que entram água. O próprio usuário, quando leva o relógio para manutenção, acha que está sendo "roubado" quando é orçada a troca da coroa. Então a manipulação torna-a com o tempo um item de vedaçao que requer atenção, e infelizmente é muito negligenciada.

Abraços!

Adriano


Adriano

PS: pessoal, escrevi tudo bem rápido e sem reler uma linha sequer. Por isso devem haver inúmeros erros de digitação, pontuação, acentuação, concordância e outras barbaridades gramaticais. Perdoem os erros. Juro que não é "narfabetismo".   ;D

Abraços!

Adriano

Desotti

PQP, que aula Adriano, sem outras palavras que não sejam de admiração e agradecimento!   

Grande abraço! :)

Marcelo.

igorschutz

Adriano, pára de escrever bobagem!!!

... brincadeirinha! ;D

Se este tópico não for para os clássicos, eu me demito! :D

Um abraço,

Igor
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

nilomis

Adriano,

Perfeito, de 'A' até 'Z'.

Da gosto ver, quem realmente entende de um assunto, produzir uma explicação clara e absolutamente compreensível para nós, os amadores.

Abs,

Nilo

Arrais

Grande Adriano,

Li duas vezes para não esquecer das informações... ;) ;) ;) ;)

Obrigado

Arrais
Easily satisfied with the Best

mestreaudi

Hummmm me pergunto...

Então o Rolex GMT II 16760 Fat Lady, na teoria tem uma maior resistência do q os GMT "normais"?

Esse modelo de transição foi feito com a caixa do Sea Dweller.
Rafael.