Já vi que a rapaziada aqui acelera, mas não consigo gostar de death metal. Sem querer aborrecer ninguém, acho um troço pretensioso, embora reconheça que muitas dessas bandas têm uma técnica instrumental avassaladora.
Mas quando o cantor (?) abre a boca e começa a grunhir (? Latir também serve.), minha vontade de seguir ouvindo se desfaz totalmente. Mesmo porque, quero ao menos entender aquilo que se está falando, sem recorrer ao encarte do CD com as letras (que geralmente são impressas em letras góticas, em azul escuro sobre fundo preto - e não se enxerga picas).
Parei no Slayer, no Exodus e do Death Angel, para citar aqueles que considero o extremo do extremo. Alguns de vocês devem estar dando risadas a essa hora. Não tem problema. Mas ainda consigo entender o que cantam (?) o Tom Araya, o Rob Dukes, o Zetro Souza e mesmo o Paul Baloph.
As letras, claro, são uma bobajada. São o mais raso anticlericalismo e antipoliticismo, pelo menos do caso do Slayer. O que considero um contra-senso, já que o Araya e o Dave Lombardo são, respectivamente, filhos de refugiados políticos chileno e cubano. Claro que ninguém precisa fazer apologia de qualquer regime político - curiosamente, a família de um foi para os EUA fugindo do Pinochet e a do outro, do Fidel -, mas podiam ser mais inspirados no niilismo que preconizam.
Para não dizerem que estou suspenso no tempo, acompanho bandas que considero extremamente competentes. O Hellyeah, do Vinnie Paul, é uma alternativa interessante aos viúvos do Pantera, da mesma forma como o Down - que também atende àqueles que lamentam o fim do Corrosion of Conformity.
O Texas Hippie Coalition segue a trilha deixada pelo Pantera. Outro texano, o Las Cruces fez um dos stoners mais poderosos que escutei na última década. Pena ter durado pouco, mas, ao menos, serviu de embrião para o Blood of the Sun - que segue a linha do hard setentista.
E para quem pensa que Southern Rock hoje é representado apenas Tedeschi-Trucks Band, ouça Alabama Thuderpussy ou Artimus Pyledrive.
Acho que o Hellfueled segue de onde o Ozzy parou e que o Chrome Division faz a melhor homenagem que já ouvi ao Motorhead. Assim como o Gemini Five dá uma leitura menos do Motley Crue.
Mas, apesar de tudo, vim ouvindo para o trabalho Incognito, um dos melhores combos de funky-soul-jazz surgindo nos últimos tempos.
Abs,