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Quem gosta de escrever e ler ?

Iniciado por solano, 21 Março 2010 às 08:43:21

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solano

 E aí pessoal, quem é escritor e ou poeta ???? :D


Abs,
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

Paulo Sergio

Nem um, nem outro...
Mas, em meu trabalho, tenho um costume... os documentos principais que tenho que redigir, escrevo manualmente, de preferência com uma boa caneta tinteiro... por vezes, alguns documentos somam algumas laudas!!! Mas isso é compensado pelo prazer da escrita!!!  ;)  ;)  ;)
Abraço
Paulo Sergio
Abraço
Paulo Sergio

paulorocha

Que deste peito paterno
Meu verso encontre algum teto
De compreensão, ou de afeto
Em meio ao mundo moderno...
Mas se for de puro cerno
Há de seguir, sem receio!
Das nascentes donde veio
Aos rumos que Deus lhe mande...
Tendo por norte, o Rio Grande
E o vento a guisa de freio.



Não, não é minha não... Não sou escritor (na verdade já escrevi algumas crônicas, mas nada muito sério).
Mas sou declamador, e não sou dos piores não...


Grande abraço
Um grande abraço

Paulo Rocha

solano

Citação de: paulorocha online 21 Março 2010 às 20:39:04
Que deste peito paterno
Meu verso encontre algum teto
De compreensão, ou de afeto
Em meio ao mundo moderno...
Mas se for de puro cerno
Há de seguir, sem receio!
Das nascentes donde veio
Aos rumos que Deus lhe mande...
Tendo por norte, o Rio Grande
E o vento a guisa de freio.



Não, não é minha não... Não sou escritor (na verdade já escrevi algumas crônicas, mas nada muito sério).
Mas sou declamador, e não sou dos piores não...


Grande abraço






Legal ! :D
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

solano

Um verão que se vai


A vida terá ela estações ? Ou somos nós que nos sentimos quentes, frios ou agradáveis ? Sei que os verões quentes e ensolarados são raros: As chuvas desfazem as alegrias solares com raiva, tenho mêdo delas, sei de sua força e poder. Esse verão de 2010 veio, como uma forte manta de cores , alegrar os Cariocas e como uma compressa destruir Paulistas. Uma barreira de ventos e fatos inexplicáveis deixou as águas caírem por lá, com direito á uma amostra " grátis" na Costa verde. Isso alegrou os Cariocas e desesperou os amigos mais ao sul. Será um castigo, uma prova que a imperfeição tecnológica-humana é falsa? Mas o nosso lindo Rio de Janeiro caminha para virar uma São Paulo aleijada, cheia de calombos, com uma pele rugosa e estragada, fazer o quê? Sorrir ? Somos mais felizes aqui ? O castigo virá ! Agora, voltando ao tema principal, o verão foi lindo aqui no Rio de Janeiro ! Vi manhãs quentes, de céu tom azul e rosa nascerem. Os felizes indo para a praia simplesmente respirar essa felicidade, o carioca sabe viver um verão ! São velhos, meninos, atletas, se jogando no quente desabrigo do Sol, sem receio, com uma quase bravura. Os tristes caminharam para o inferno, onibus lotados, gravatas esbaforidas, falta de ar, cansaço... Vi pessoas mal dormidas, como um bando de zumbis caminhando pelas ruas abrasivas, sobre a enorme frigideira da cidade, um calor de fazer o nordestino não crer, parece piada né ? Vem morar aqui, seu Pernabucano cabra-da-peste ! Você vai virar um bode abafado, não venham com essa de que por aí o calor é menor mas a " sensação térmica " é pior, não acreditarás no que se sente por aqui, deixe seu orgulho calorento prá lá. De novo ao tema, acabando está ! Por mim melhor, sou do time que gosta do suave e não frio inverno, de Maio até os ventos de Agosto. Admiro o verão como um quadro maluco de Salvador Dali, o gênio do pincel; não quero viver essa loucura, só olhar, só olhar, baba baby, baba... As mulheres enlouquecidas e aquecidas, na nudez natural da estação se mostrando, a quem quizer admirar. Vou, de novo provocar, que venham as baianas melosas, as meninas lindas de olhos claros lá das bandas do sul, as caboclas do norte, todas lindas, venham ver a perfeição da forma, do balanço brejeiro e do soriso maroto das meninas do Rio, simplesmente IMBATÍVEIS, Dez, nota dez ! Lembram ? Não tem chance, elas são as donas do verão, os gringos não podem suar, derretem ! Nós, os malandros daqui, tiramos " onda ", fazemos aquela cara de normal, de acostumados, não incomodados com a beleza fulminante delas, somos vacinados. Todos vivem o verão com suas armas de defesa, a minha é a contagem regressiva até Maio, o mês da minha felicidade em vida, do céu azul portenho, da brisa suavemente fria das manhãs, do caqui nos sinais, saladas lindas, das noites bem dormidas sem ar condicionado, delícia pura ! Convido todos os que aqui, por ventura ofendi, venham desfrutar o mês de Maio da Cidade, sim, maravilhosa ! Outros se protegem do verão com o descuido do tempo perdido nas longas tardes de chopps e boas conversas de botequim; tem os fugitivos polares que não saem de seus poderosos ar condicionados, felizes de não suar nunca, de serem superiores aos outros calorentos mortais. As mulheres velhas e pobres dos subúrbios com suas sombrinhas e andar quase parado enfeitando as ruas, os meninos correndo no sol, nas pipas felizes. Cada qual se defendendo do seu jeito.
Segue a vida, rumo à primavera. Mas fica aqui o registro do maior verão que vivi, colado na minha camisa, do meu Mengão Campeão maior, do renascimento de um Carnaval de Rua magnífico, do xixi nas ruas, da criatividade. O carioca sabe viver seus verões.
Somos felizes !


Roberto Solano.
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

paulorocha

Dizem que outrora, numa lavra funda,
Viu-se ali, toda de ouro, uma alavanca.
Todos a querem, mas ninguém a arranca,
E quanto mais se cava, mais se afunda...

Contudo, cavam sempre. E a ganga imunda,
Que desta escavação se desbarranca,
Vai dando ouro, muito ouro, e não se estanca.
Até que de ouro este arraial se inunda!

Quanta sabedoria não encerra
A lenda popular da minha terra
Que ao trabalho e à constância nos convida...

Trabalha! Que o trabalho é teu tesouro!
E será ele esta alavanca de ouro
Que há de elevar-te e enriquecer-te a vida!

(A Alavanca de Ouro - Dom Aquino Correa)
Um grande abraço

Paulo Rocha

paulorocha

Um grande abraço

Paulo Rocha

Mario

Sou redator publicitário, uma espécie de prostituta dos escritores.

Alguns dizem que não valemos a mais reles das vírgulas de nossos textos... Até pode ser verdade, mas nos esforçamos bastante para valorizar nossas virgulazinhas.

E grandes escritores começaram redigindo "reclames".

Versinho italiano, que dedico ao Lula.

Tertuliano, frívolo peralta
foi um paspalhão desde fedelho
tipo incapaz de ouvir um bom conselho
tipo que, morto, não faria falta.

Outro, um anúncio veiculado em bondes:

Veja ilustre passageiro
o belo tipo faceiro
que tem ao seu lado
Mas no entretanto acredite
Quase morreu de bronquite
Salvou-o Rum Creosotado.

De minha autoria:

Somos tão presunçosos que acreditamos poder destruir a natureza.
Como se, criatura, tivéssemos surpreendido ao criador, ao universo, que "não contava com nossa astúcia".
Destruir é nosso talento, é nossa função, é nossa razão de ser. Humano.



Mário

solano

" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

HumbertoReis

Eu escrevi um livro de otorrinolaringologia em 1997. Outro dia, achei um exemplar à venda num sebo na internet.

Tinha planos de escrever outros dois, mas não encontrei uma turminha embalada como da primeira vez e a idéia se foi...

Quanto à poesias, meu nível está para 'batatinha quando nasce...'

solano

Citação de: HumbertoReis online 23 Março 2010 às 21:51:51
Eu escrevi um livro de otorrinolaringologia em 1997. Outro dia, achei um exemplar à venda num sebo na internet.

Tinha planos de escrever outros dois, mas não encontrei uma turminha embalada como da primeira vez e a idéia se foi...

Quanto à poesias, meu nível está para 'batatinha quando nasce...'




Primeiro a água, depois as batatinhas...



Água

Não quero a água que leve, sim a que lave

Não quero a água limpa, prefiro a lama

Lama medicinal, que me lave por dentro

Que transforme meu sangue em lava


Água que rola, empurra, castiga, força maior

Ela fez o homem, o sangue, é dela o poder

Destrói quando quer, o que é dela:

O homem


Vivamos dela, para ela, mas cuidado !

Não há vida sem ela, mas ela é a vida

Vai te afogar, não a prenda, não se surpreenda

A água tem você, é você, respeite-a


Em terra firme cave, em terra frouxa corra !

Em beira rio pesque, olhando as nuvens...

Em chuva reze, se esconda, grite !

Ela é onipresente, ela te têm, pense


O castigo vem do céu, para molhar

O domínio é de cima para baixo

Reze, olhe para o alto

Viva a alegria da chuva

Chore a tristeza do temporal !


Líquido, duro na constância, no ir e vir

Só ela está em tudo, na força do vento

No chão duro, na tua lágrima

Respeite a Mãe natureza

Respeite seu leite : a água


Abraços ! :D
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

paulorocha

Um grande abraço

Paulo Rocha

Enéias

Gosto MUITO de ler. Tenho até um blogue...

solano

" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

solano


Amigo Enéias, essa vai prá você ! ;)


O sonho do triste


Sonha o triste em ser feliz? Será uma opção ou uma obrigação ser feliz? Você aí é feliz? Porque temos que ser felizes sempre? O triste é feliz por ser triste? É muito complicado entender que a tristeza movimenta os corações dos poetas, artistas e sensíveis, como um combustível das artes. Não temos que ser, por obrigação, cheios de alegrias todos os dias, como definir o amor sem a falta dele? Os abandonados, os traídos, amam mais que os amados, isso é certo! Ser querido por todos, viver a vida como um jogo de vitórias diárias, deve ser fadanho. Todos temos que sofrer para reviver valores, a dor trás a cura, na alma essa é a dura verdade. Você só vai ver teu maior amigo na desesperança, nas festas eles são todos cordiais, na riqueza são cotidianos, os "amigos". Na solidão é que tens tua alma te olhando, você sente o peso de ser só você, essa solidão vai costurar tua dor, vai de dar inspiração para esse sofrer inglório de ser só, e só pensar. Hoje, confesso ser difícil ficar só, ser triste por opção de isolamento, plantar no sofrer a semente do descobrir a felicidade. A vida corre, o mundo te pega, os carros passam velozes, na fumaça da louca cidade mecânica os celulares de buscam, é difícil ficar só, para refletir na tua tristeza, para sonhar triste e acordar alegre. Tenho perdido o sono muitas vezes para ficar só e calado, a fuga vem na escrita, tento me achar triste para produzir, preciso desse momento vazio. Vocês vão pensar que é insano buscar um pouco de tristeza para achar valores alegres, um dilema pouco entendido, os mais felizes não aprenderam dominar a o outro lado, eles tem que ter a felicidade do lado, todo dia. Essa obrigação é mortal: Ser feliz!
E agora? Complicou né ? Você leu o texto não entendeu e me acha um depressivo maluco, ficou chato não é mesmo? Todos querem o melhor prá si, sorrir, flanar, debulhar alegrias, e um chato fala de ser triste com uma convicção absurda de afirmar ser esse o melhor caminho para a felicidade. Creio nela sim, mas entendo que os que sabem sofrer sabem viver melhor, não por gostarem da amargura, mas por compreender a dualidade da vida, de provar do sal ao dulcíssimo torrão de açúcar, de valorizar o estrume que aduba o solo que produz a mais linda rosa, de ver no suor do pobre o anel do rico, no menino travesso a gargalhada do velho senil. O prato feito da cantina pode ser a melhor refeição da tua fome, saiba tirar proveito da tua fome e viva comendo melhor. O sexo louco pode ter menos sabor que um beijo roubado da mulher impossível. Aquela carta de amor já te fez chorar de tristeza para te amadurecer no amor maior e maduro, pensou nisso? Quantas lágrimas te levaram à tua escolha final? São essas desalegrias que te remontaram teu frágil coração, não foram os porres de carnaval, nem aquele adorável pôr do sol ao lado da amada não, foi naquele dia de chuva fina e fria que ela não veio que te marcou, te fez triste, teu coração esquentou no ódio da desconfiança e tua mente pensou "Eu a quero"! Desse dissabor nasceu a tua certeza de amar forte, nasceu tua decisão!
Vamos ficar um pouco tristes? Sem medo de chorar, com uma vontade louca de apagar essas palavras tristes do seu quadro-negro, e com o giz escrever SOU FELIZ PORQUE SEI SOFRER!


Roberto Solano
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

paulorocha

As Contas do Tempo



Deus pede estrita conta do meu tempo,
E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta;
Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo foi-me dado e não fiz conta.

Mas como dar, sem tempo, tanta conta,
Eu que gastei, sem conta, tanto tempo?
Não quis, sobrando tempo, fazer conta,
Hoje quero dar conta, e não há tempo.

Ó vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gastei o vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta.

Pois aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar de prestar conta,
Chorarão, como eu, o não ter tempo...


Antônio das Chagas (1631 - 1682)
Um grande abraço

Paulo Rocha

solano

" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

Mario

Mais um talento descoberto aqui entre os amigos do RM, o de redigir!

Abs
Mário

solano

 Obrigado ! :D Mais um devaneio...


A criação das cores

Em uma terra infinitamente pálida

Em um triste dia

Amanheceu...



O cheiro das cores percorria o céu
Os pecados bailavam
As belezas procuravam sua cor...

Vi um traço de Picasso cruzar com outro de Van Gogh
Uma luz procurando um canário ser cor
Um pecado pálido e sem graça atrás da felicidade

Nesta procura veio um homem todo preto, forte, másculo
Uma lindíssima mulher, alva e imaculada surge
Deu-se a união carnal e metafísica
Um amor sem sentido porém verdadeiro

E vieram as criancinhas
Umas pretinhas
Umas branquinhas
Outras ruivas, loiras, e amarelas

Elas brincaram muito à valer !
Sacudiram as arvores, comeram seus frutos
Cavaram o chão e descobriram minhocas
Saídas das entranhas da terra, do nada, as cores

E nesta pálida terra haviam sons
Todos reunidos e ali parados, esperando a organização da música !
E num toque de mágica fizeram os cegos sentirem as cores
Tudo graças àquelas criancinhas...

Hoje o vermelho brinca de fogo
O azul de Céu e infinito
A rosa de amarelo e outras travessuras
E a música de mágico tece na retina dos cegos a alegria de ver !

Roberto Solano
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

solano

 Nós tamos véios...

Tamos, véios e acalmados,

O tempo não passa, destrói.

E nós não há o que fazer...

Já fizemos !


Fizemos bem e bem feito!

A prova tá na memória, fraca

Tamos todos a procura do todo, o nada !


E a busca do tudo ?

Cadê ?

Vou voltando ao nada

De lá cheguei...

E tu , companheiro ?

Tás preocupado ?

Ou só olhas o tempo ?


Tanto faz, o bicho corre, morde e devora !

:-[
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana