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Sevilha aos olhos do poeta

Iniciado por solano, 05 Junho 2010 às 13:18:32

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 Sevilha aos olhos do poeta


João Cabral de Melo Neto escreveu:

"Sevilha de noite: A Giralda,
    Iluminada, dá a lição
    de sua elegância fabulosa,
    de incorrigível proporção "

E encantado com a cidade disse:

"Não há uma luz sobre Sevilha,
    Embora sofra sol e lua;
    O que há sim é uma luz interna,
    Luz que é de dentro, dela estua "

A Sevilha feminina,

"Nasceste para ser de Sevilha.
    Sevilha em mapa de mulher..."

    De teu corpo e do de Sevilha:
    Faz a alma de quem vai à festa "

E a alma Pernambucana...

"O que pode ser para alguém
    Não nascer em Sevilha, e quem
    Será capaz de confessar,
    Que nasceu num outro lugar?

    Sevilha? É o mais grande do mundo,
    É onde o alegre toca o profundo.

    Madrid? É o lugar onde vais
    Dançar, mas há carros demais.

    Barcelona? Dançar é em vão
    Não aplaudem, sentam nas mãos "

E em outro trecho,

  "Pernambuco para dançar?
     Bem que iria, se contrato há.

     A gente de lá, que vi aqui,
     Diz que tem um Guadalquivir.

     Como é mesmo? Capibaribe?
E a capital como é? O Recife?

Por lá passou muito cigano?
Então por que os pernambucanos
Sabem habitar tão dentro
Nossa alma extrema, do Flamenco?

E de um ferreiro de Carmona,

"Só trabalho em ferro forjado
    que é quando se trabalha ferro;
    então, corpo a corpo com ele,
    domo-o, dobro-o, até o onde quero

Conhece a Giralda em Sevilha?
De certo subiu lá em cima
Reparou nas flores de ferro
Dos quatro jarros das esquinas?

Forjar: domar o ferro à força,
Não até uma flor já sabida,
Mas ao que pode ser flor
Se flor parece a quem o diga "

E a sensação estranha e diferente da cidade aberta e feminina,

"Só em Sevilha o corpo está
Com todos os sentidos em riste,
Sentidos que nem se sabia, antes de andá-la, que existissem

Sentidos que fundam num só:
Viver num só o que nos vive,
Que nos dá a mulher de Sevilha
E a cidade ou concha em que vive "

O segredo,

"De Joaquim Romero Murube
Ouvi certa vez: "De Sevilha
Ninguém jamais disse tudo.
Mas espero dizê-lo um dia "

... o tudo de Sevilha está no andar de sua mulher"

A maternidade,

"nunca saberá se vive a cidade
   Ou a mulher melhor sua maternidade"

E a música da terra o Flamenco,
"O Flamenco fala do amor
        Como ele, também floralmente,
Mas no Flamenco um punhal oculto
         Nesse canteiro cresce sempre "

E da cidade que cresceu sem perder-se, sem que o progresso lhe afetasse

"Sevilha é a única cidade
Que soube crescer sem matar-se.

Cresceu do outro lado do rio,
Cresceu ao redor, como os circos,

Conservando puro seu centro, intocável
Sem que seus de dentro
Tenham perdido a intimidade:
Que ela só, entre todas cidades,

Pode o aconchego de mulher,
Pode o macio existir do mel,

Que outrora guardava nos pátios
E hoje é de todo antigo bairro "


Esses versos são de João Cabral de Melo Neto, um Pernambucano que percebeu e sentiu emoções diferentes na cidade de Sevilha, nos idos de 1987 a 1989 , e no dito popular se diz : "Quién no vió a Sevilha no vió maravilha..."

Roberto Solano
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

solano

 Para ilustrar !

Praça de Espanha:







Um bar de Tapas :




Torre d"Oro :





A Giralda vista de uma rua estreita :




Uma ponte do Calatrava no lado moderno da cidade:



Abs,
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

solano

 E belísimas construções:





















Como diz um ditado popular : "Quién no vió a Sevilha no vió maravilha..."
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

HumbertoReis

A influência mourisca é evidente.

Pra mim, a Andaluzia é a face que conhecemos da Espanha: flamenco, touradas, gitanos...

Como diz a música:

Sevilla tiene un color especial.