Menu principal

Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...

Iniciado por Enéias, 05 Junho 2010 às 22:28:44

tópico anterior - próximo tópico

Paulo Sergio

Abraço
Paulo Sergio

Matheus13

Curiosidade o tópico ter sido upado.
Passei na Tabacaria aqui em BH (na Serra) pra comprar uns charutos, estou passando muito bem esse inverno, me dei ao luxo de voltar a degustar.
Comprei 2 Bundle Selection - um corona e um robusto (meus preferidos pelo custo x benefício) e não resisti, acabei comprando também o kit da Dona Flor, edição especial com três belos "espécimes".

Gostaria de perguntar pro Adriano, devido à sua vasta experiência, se ele recomenda furar ou cortar os Bundles (devido a suavidade).
Já provei ambos, ele furado fica mais consistente, mas já li coisas negativas a respeito do furo (vide meu primeiro post).

Os cubanos sempre corto.

Adriano

Salve!

Paulo Sérgio, estive lá na Gérard e é simplesmente de outro muito. Mas o atendimento deixa um pouco a desejar. Sério! Recomendo pela curiosidade, mas há lugares melhores para se comprar charutos em Genebra. Recomendo a própria Davidoff, na Rue de Rive número 2, que é a loja original da Davidoff, no mesmo endereço há mais de 50 anos.

Matheus, sobre cortar ou furar os bundle, depende muito de gosto pessoal. O corona eu recomendo que corte, já o robusto, depende do dia. Se quero fumar mais devagar, e ter uma sensação um pouco mais forte, eu furo. Se eu quiser fumar mais rápido, corto. Usualmente eu corto dele, pois fumo os bundle justamente para momentos em que não dá para degustar muito bem ou em que seria desperdício fumar um charuto melhor.

Abraços!

Adriano

Adriano

Humm, resgatando este tópico de dois anos atrás, umas fotos do meu umidor da Montecristo, chamado "Salomones II", em edição limitada a 300 peças. É fabricado pela Humidif, uma das maiores fabricantes de umidores para charutos, sediada na Espanha. Comprei este exemplar em Cuba, em 2010, durante o Festival del Habano. Paguei uma bagatela. Vi o mesmo umidor no mesmo ano em uma tabacaria na Suíça, mais precisamente em Bienne (cidade da Omega), por nada menos que CHF 2.000,00. Paguei 1/4 disso.

Como dei uma "revisada" nele no fim de semana, aproveitei para finalmente tirar fotos.






















Abraços!

Adriano

jfestrelabr

Incrivel, era isso que eu estava precisando para o meu novo apê, estarei indo a Aruba agora em Outubro, la na casa del habano deles vou ver se encontro um humidor bacana, claro que não devo encontrar nada barato, mas......

Ps. Parabéns pelo humidor
Rolex ou Rolex.

Fórum Genérico, respostas genéricas.

watchgirl

Fumei charutos ocasionalmente, junto com meu primo que é um grande apreciador e apesar de não conhecer muitas marcas sempre gostei muito de cigarrilhas mais adocicadas como baunilha, mas como sou ex-fumante, é algo totalmente proibido pra mim hoje, visto que basta um trago pro ''vício psicológico'' voltar com tudo.
''All we are is dust in the wind.''

Abraços da Watchgirl!

Julio Celes

Aproveitando a deixa do tópico principal estou ressuscitando esse para pedir ajuda aos amigos mais experientes no assunto do que eu.

Sempre gostei de charutos fumo ocasionalmente, mais de uns 6 meses pra cá tenho fumado bastante, e comecei a variar mais as marcas que consumia comprar, como não sou entendido no assunto em 90% das vezes fumava nacionais, (dona flor, A. M., Dannemann, etc.) até fumava alguns cubanos mais achava um pouco caro para o meu nível de conhecimento então ficava nos nacionais.

Nesta última semana um amigo me deu dois charutos que nunca tinha experimentado um Angelina Exclusivos FFF (Nacional) e um Dominicano Macanudo Hyde Park Maduro, fiquei bastante impressionado com os dois principalmente com o Dominicano, que até já encomendei mais alguns, gostaria da opinião dos amigos sobre alguns outros bons charutos que não sejam cubanos, não esqueçam que não sou expert, então não precisa ser nada top.

Abraços a todos

Julio Celes

Adriano

Os Angelina tiveram uma fase excelente, e depois degradaram demais. Em poucos meses passaram de muito bons para intragáveis.

Se não quer cubanos por enquanto, e também não quer gastar com dominicanos caros, vá Monte Pascoal, nacional. Certamente o melhor deles, hoje, junto com os Dannemann Reserva. Conheço todos os chaturos nacionais e quase todas as fábricas e seus donos ou diretores. Hoje, tirando o Monte Pascoal e o Dannemann, corre-se o risco de pegar um muito bom ou muito ruim.

A segunda opção são os dominicanos "Bundle Selection", são baratos e de excelente qualidade, tanto de aroma quanto de construção. São da Oettinger, ou seja, nada mais são do que charutos rejeitados no controle de qualidade dos Davidoff e/ou Avo Uvezian. Se tiverem uma manchina na capa, são rejeitados e viram um bundle. Vale muito a pena e é mais fraco que um Monte Pascoal nacional, embora possa ser um pouco mais amargo.

Outra coisa: evite charutos pequenos. Se achar que os pequenos são mais fracos, vai ter uma experiência traumatizante. Vá de um tamanho médio como um robusto e se não conseguir fumar inteiro, joque fora como esta. Não force a barra nem tente pegar um menor.

Abraço!

Adriano

Julio Celes

Valeu palas dicas Adriano, vou procurar esses que você citou.

Abraços

Julio Celes

solano

 Fumei dos 14 aos 26 anos, parando no dia na minha formatura. Voltei a fumar por conta de uma cigarrilha importada de um amigo e fiquei + 8 anos até o nascimento do filho. Hoje tenho 24 anos sem fumar! ;)

O uso de qualquer fumaça incomoda a quem não fuma! ;)

De resto é curtir ( quem gosta ) e REZAR para não ter uma doença grave pelo uso das " fumaças " ! :-\

SORTE!!!! :D :D :D :D :D
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

Adriano

O stress, do qual o charuto me serve de alívio, com certeza causa bem mais doenças, tão fatais quanto. O charuto me afeta por uma hora por semana, em média. O stress, por no mínimo 100 horas por semana. Às vezes, por exatas 168 horas por semana.

Tenho 32 anos e sofro de pelo menos 4 doenças relacionada ao stress, e tomo medicação para todas elas, diaramente. Charutos, inclusive, são mais baratos que muito tarja preta por aí...

Sinto que a última coisa que vai me matar um dia é o charuto. E se ele me matar, será o agente mais agradável entre todos os que lido diariamente e que podem me matar tanto quanto.

Meus 2 cents, claro. Tudo o que eu disse é pura merda para quem pensa o contrário.

Abraços!

Adriano

edulpj

Citação de: Adriano online 26 Novembro 2012 às 02:14:45
.......................

Meus 2 cents, claro. Tudo o que eu disse é pura merda para quem pensa o contrário.

Abraços!

Adriano

Eu PENSO O CONTRÁRIO... Mas o que você disse, Adriano, tá muito longe de ser pura merda... Você está COBERTO de razão!!!

Parabéns pela coragem!


Octávio Augusto

Alguém curte cachimbo??
Depois de fumar cigarro por um tempo, logo troquei pelo cachimbo.
O último que comprei foi um Savinelli Oscar Dry, com filtro de balsa de 6mm, e tenho fumado alguns Captain Black: Gold, Royal e Light. Já fumei o de cereja, mas é enjoativo, e fumei um Davidoff torrado.
Estou apurando o gosto, e buscando novos fumos.  Penso em fumar uns tabacos Savinelli.
Se alguém tem uma dica, sou todo ouvidos!
Abraço,

Octávio Augusto

solano

 Meu Pai fumava Half & Half:

http://www.st-group.com/index.php/pipe-tobacco/half-a-half


Não entendo nada... :-[

Pajé MOURUBIXABA só fuma cachimbo da paz !!!! ;D ;D ;D ;D ;D
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

Adriano

Eu fumo cachimbo também. Tenho um Peterson bem legal, mas é sem filtro e nem sempre consigo fumar com ele. Normalmente prefiro usar um nacional que usa filtros de 9mm da Vauen.

Tenho preferência por tabacos mais fortes. Curiosamente, os mais fortes são os que menos "pegam" a língua, por possuirem menos agentes artificiais, como os tabacos muito aromatizados possuem.

Os Captain Black são exemplos de tabacos muito aromatizados: são mais gostosos para quem está ao redor do que para quem está fumando.

Gosto muito dos tabacos Davidoff. Este ano comprei na Suíça mais uma edição limitada. Excelente. Ainda assim recomendo os Davidoff classicos. Gosto muito do Scotish, do Danish e do English. O English é muito equilibrado com um toque sutil de Latakia, que principiantes não terão problema. Já o Royalty, que acho delicioso, é bem carregado no Latakia e por isso não recomendo para iniciantes, OU recomendo para quem quiser começar a saborear Latakia.

Aliás, Latakia é ame ou odeie: há apreciadores experientes que não o suportam. Eu, ao contrário adoro. E para quem é fã da Latakia, recomendo os Dunhill Night Cap e claro, o 965 Mixture. Ou para quem é hardcore de vez, vai logo para o Balkan Sobranie. Tenho várias bolsas fechadas dele que consegui comprar mesmo depois de ter saído de linha. É imbatível e é considerado por muitos o melhor fumo já feito. Mas é "puro" Latakia. É fumar e ver estrelas.

Um que é tão carregado quanto, mas que acho mais fácil de fumar é o McLintock Syrian Latakia.

Resumindo: novatos, tentem se distanciar dos muito aromatizados. São deliciosos para perfumar o ambiente, mas não são tão gostosos para quem fuma. Amargam, queimam a língua e o tabaco em si não é de grande qualidade. A experiência para quem está fumando não é a melhor. Comecem a se distanciar deles e comecem a experimentar os menos aromatizados artificialmente.


- Comecem pelos mais acessíveis por aqui. O Captain Black Gold por exemplo é um ótimo começo pois ele é bem menos aromatizado que os outros, como os de cereja ou algo parecido. Procurem também os Borkum Riff menos aromatizados, que também são bem gostosos. O Sail Black Cavendish é um fumo delicioso, bem adocicado como todo black cavendish. O adocicado dele é muito natural e é fácil de fumar, e muito perfumado. Ah, o Half-and-Half também é gostoso embora seus tabacos não sejam dos melhores.

- E existem sim alguns bem aromatizados de alta qualidade, mas são bem mais caros e nunca se vê por aqui. Tenho um Kohlhase Kopp edição limitada de 2008 ou 2009 que é simplesmente maravilhoso, ainda que bem aromatizado. Assim como vários W.O. Larsen.

- Depois partam para uns com blends melhores e mais complexos, para fugir um pouco do cavendish. Aí recomendo os Davidoff clássicos (das latinhas redondas, nunca os das quadradas). O Danish é um dos mais suaves e oferece um abismo de qualidade entre ele e os tradicionais aromatizados que vemos por aí. Verão que a experiência é bem, bem melhor. "Descem" muito mais redondo. Podem procurar também pelos Amphora.

- E daí partam para fumos mais elaborados, com blends mais "ingleses" com uma pitada de Latakia, tipo um McBaren Plumcake, Navy Flake ou Navy Mixture. Nem que seja para amar de vez ou odiar de vez. Se amarem, haverá inúmeras opções.

- E se gostarem de Latakia, partam para os mais fortes que há.


Uma pequena lista de recomendações:

- Fáceis de fumar e bem aromáticos, fáceis de achar no Brasil: Captain Black Gold e Royal, Borkum Riff Black Cavendish, Half and Half, e Sail Black Cavendish.

- Fáceis de fumar e bem aromáticos, mas que só se encontra no exterior: todos os W.O. Larsen, a gosto. Recomendo o 1864 Perfect Mixture, Signature e um dos melhores que já fumei na vida, o Edition 2009.

- Mais complexos e fáceis de achar no Brasil: Davidoff English, Danish e Scotish mixtures.

- Mais complexos, mas que só se encontra no exterior: vários McBaren e Dunhill.

- Fortes e/ou mais difíceis de serem fumados que se encontra no Brasil: Davidoff Royalty e Flake Medallions.

- Fortes diversos: vários McBaren, McLintock, Dunhill, Balkan e etc. Basicamente todos que tenha uma presença intensa de Latakia. E tem ainda o Three Nums, que nem sei como classificar. É uma pedrada!

Abraços!

Adriano

Octávio Augusto

Que maravilha Adriano!!!

Eu estou começando, e estou queimando uns Captain Black. Minha próxima aquisição será um Davidoff, e seguirei suas dicas!  ;)

Quis priemiro aprender a fumar, para poder passar para fumos de melhor qualidade. Comecei a perceber que os CB têm muita química para deixar o aroma agradável, tanto que fica um resíduo viscoso no cachimbo. Daí, pretendo arriscar em fumos mais caros, ditos de "luxo".

Quanto aos Dunhill, tem uma tabacaria virtual que vende. Se quiser, mando MP.

Tenho muita curiosidade de provar Latakia. Tenho um sentimento que vou adorar.

Papai me deu seus cachimbos. Tenho uns 12, sendo a maioria BBB e Savinelli, e todos sem filtro. Por fim, comprei um Savinelli com filtro de 6mm, que alterno entre o filtro de balsa e o filtro Vauen. O problema destes filtros é que soltam um pó, resultado do material que é utilizado para filtragem(carvão e etc.) e com certeza deve inspirar estas partículas. Com isso, dou preferência aos filtros de balsa.

Cachimbo é uma arte gostosa do ócio. 40 minutos de queima e pensamentos na vida. Gosto de tomar um licor para acompanhar, um 43 ou um Nocello. As vezes um Chivas 12 anos.

Tenho cachimbos de vários formatos, mas quero comprar um longo e curvo, tipo leitura.

Aqui em São Luis não tem tabacaria, por isso faço minhas compras na net. Sempre faço pedidos na Tabacaria Virtual, e pago pelo Pago Seguro. Nunca tive problemas.

Abraço,

Octávio Augusto

Cosentino

Fico pensando que passamos pela vida experimentando, e na maioria das vezes, de forma superficial. Você faz porque é bom, porque os outros fazem, o porque está na moda. Quando perguntam o porque, de que forma, qual é a origem, na maioria das vezes a resposta vem com um monte de interrogações. ???
Mesmo que muitos achem um péssimo hábito, que fede, que incomoda, Whatever... O fato de receber uma aula como essa sobre o assunto, além de melhorar nossa cultura geral, faz com que possamos interagir (até para reclamar!!) de forma bem mais consistente.
Imagine: " Pô Meu.. :-X Pare de fumar esse Three Nums perto de mim!! Já que quer fumar, escolha um  Captain Black Gold e Royal, ou Borkum Riff Black Cavendish são mais aromáticos!!".  ;D
Show Senhores!!
Abraços  

Adriano

 ;D ;D ;D ;D

Realmente Cosentino, um dos grandes baratos que eu tenho é o de estudar esses assuntos! Tenho livros e tudo mais, e sobre os charutos especificamente, já acumulo no "currículo" quatro viagens voltadas especificamente ao "estudo" do assunto.

Conheço alguns dos grandes especialistas de cachimbos e aprendi muto com eles. Recomendo muito o livro do amigo Alfredo A. Maia, "Tabacos e Cachimbos", simplesmente o melhor guia que temos sobre o assunto em nossa língua. Além de uma parte histórica interessantíssima.

Quem me apresentou o Three Nums foi o radialista Franco Neto, da Jovem Pan, uma das famosas vozes do "Oito horas e cinquenta minutos - Repita - Oito e cinquenta".

Octávio, experimente já então o Davidoff Royalty. É realmente equilibradíssimo e vai te dar a exata noção do que é o Latakia. Ele é bem equilibrado e o aroma do Latakia persiste por horas no nariz. É o suficiente para sentir com clareza o que é o Latakia, mas não exageradamente a ponto de traumatizar. É delicioso.

Para explicar brevemente aos curiosos o que é o Latakia: é um tipo de fumo que passar por uma cura (processo de secagem do tabaco) ao fogo. É produzido no Chipre e na Síria, e raramente na Grécia. A cura se dá defumando o tabaco sobre uma fogueira de ervas, especiarias e madeiras como carvalho, pinho e outras bem aromáticas. O resultado é que o "cheiro" da fumaça permanece eternamente naquele tabaco. Fumá-lo é como meter a cara na fumaça de uma fogueira de madeiras nobres e ervas, onde se destaca o aroma do pinho. É uma experiência ímpar.

O Latakia não é fumado puro, o que creio sem impossível. Ele é um condimento à mistura. Um tabaco como o Davidoff Royalty deve ter não mais que 15% ou 20% de Latakia e é considerado forte. O Balcan Sobranie deve passar dos 50%.


Ah, tenho uma recomendação de um aromático classe A, mas um pouco difícil de achar: Jacaranda.

Abraços!

Adriano

Cosentino

Fascinante Adriano! Consegui imaginar perfeitamente o processo de secagem do Latakia.
Fiz um pequeno histórico sobre o assunto, e pretendo me aprofundar.
Mais uma vez obrigado por compartilhar.
Grande abraço

Adriano

Eu tenho uma preferência bem maior pelos charutos, na questão aromática mesmo. Parece difícil para quem está ao redor imaginar que um charuto fedorendo pode ser, para alguém, mais gostoso de fumar que um tabaco aromático de cachimbo. O charuto, ainda, é infinitamente mais prático. Sua conservação pode até ser mais complexa, mas o ato de fumar é bem simples, não há o que errar.

No cachimbo não, a coisa é bem mais complexa. Levei tempo para pegar a mãnha de conseguir uma fumada de pelo menos uns 20 minutos sem apagar. E achei que nunca ia conseguir, mas é tudo questão de prática. De algum modo, você se habitua com o ritmo das baforadas, o modo de encher o cachimbo, o modo de acender e tudo vai dando certo.

O ato de encher o cachimbo é parte fundamental. Se encher correto, terá um bom proveito, não apagará toda hora, juntará menos umidade, e tudo mais. É importante lembrar que a combustão depende de três fatores: o calor, o combustível e o oxigênio! Este último não pode faltar! Por isso, o tabaco precisa ser abastecido com ar e para isso é importante que haja uma espécie de bolsão de ar entre camadas de fumo dentro do fornilho. O ideal é que ele seja enchido em três etapas, criando dois bolsões de ar dentre essas camadas. Isso significa também, que mesmo que você vá fumar pouco, o ideal é sempre encher o cachimbo, mesmo que isso signifique jogar fora parte do fumo não queimado. É melhor do que colocar menos fumo.

Depois que entendi isso e aprendi uma dica simples, nunca mais errei e sempre tive fumadas bem consistentes, com poucos reacendimentos: encha o cachimbo com três punhados de tabaco, lembrando de uma anedota: o primeiro punhado empurre como uma criança, o segundo punhado empurre como uma mulher, e o terceiro punhado empurre como um homem. Lembrando disso, dificilmente errará e criará perfeitamente os bolsões de ar e terá o fumo corretamente comprimido dentro do fornilho. Essa foi a única técnica que realmente funcionou, depois de ler zilhões de técnicas diferentes e tentar todas, sem sucesso satisfatório.

Estudar o assunto é realmente muito gostoso, especialmente fazê-lo enquanto fuma!

Sobre armonizações: o amigo Octávio falou da armonização com cachimbos. Realmente, o ideal são licores. Eu tenho um pouco de dificuldade em armonizar cachimbo com alguma bebida e é mais comum que eu os fume sem tomar nada. Às vezes, um vinhozinho do porto, mas acho um pouco difícil, nem sempre dá muito certo. Um porto é legal, um 43, um Drambuie, um Cointreau, podem ser boas pedidas.

Já com charutos a armonização é mais fácil com diversas coisas. Embora bebidas alcoólicas sejam a primeira coisa que se vem à cabeça, uma das coisas que mas gosto de harmonizar com charuto é café! É até, claro, uma hamonização óbvia, pois estamos falando de coisas "torradas". E, dependendo do charuto, o café ajuda a contrabalancear aquela possível "baqueada" que o charuto pode dar. Melhor ainda para quem toma café puro, como eu, sem açucar nem nada.

Outra coisa boa de se tomar é chá, gelado. Chá simples, tipo chá preto. Mata a sede, limpa o paladar e não compete com o charuto. Agora, se for para os alcoólicos, aí a gama é bem mais ampla e eu diria que vai mais de gosto pessoal. Por exemplo, há quem diga que até vinho vai bem. Já participei de harmonizações com vinho, entre tintos suaves até tintos com muitos taninos, também com brancos e espumantes. Eu diria que não gostei muito de nenhuma. Não pelo charuto, mas porque o vinho saiu perdendo. Vinho não deve servir para limpar a boca, mas para ser degustado com o paladar mais limpo possível. O charuto mata qualquer vinho. Não gosto.

Agora, destilados como uísques e rum, são perfeitos. Eu costumo beber gin. Eu não diria que ele harmoniza com o charuto, mas também não compete: o charuto fica de um lado e o gin de outro. Um não muda o outro. Funciona bem. Para dias mais quentes, mojitos e daikiris são perfeitos. Para quem quiser uma boa harmonização com uísque, sugiro uísques single malt da região de Islay. São aqueles defumados, salgados. São ame ou odeie. Eu amo, então para mim harmonizar charuto com um Laphroaig, é perfeito. Mas para qualquer pessoa, sugiro experimentar uma dose de Laphroaig antes de comprar uma garrafa. Pois o mais provável é que se odeie ele. Imaginem um uísque comum, mas jogue dentro do copo um pedaço de bacon defumado, uma colher de sal marinho e umas gotas de iodo. É o Laphroaig.

E por fim, cervejas. Gosto de harmonizar com charuto, mas dificilmente o faço com pilsens. Opto por cervejas de trigo, ou ales robustas ou ales escuras e amargas. Ou, por uma boa porter, como uma Guinness. Mas cuidado, pois a Guinness pode acabar amargando demais tudo, especialmente se estiver fumando charuto dominicano.

Abraços e boas baforadas a todos!

Adriano

Abraços!

Adriano