Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...

  • 1592 Respostas
  • 432282 Visualizações
Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #320 Online: 23 Abril 2014 às 19:46:04 »
Concordo com o Estrela que a cigar aficionado precisa de patrocínios, mais qual revista não precisa?
Não tenho dúvidas tb que os charutos cubanos são os melhores, porém devido a exigência do mercado americano faz com que outros países procurem fazer o melhor possível, e nesse ponto creio que dominicanos e cia estão chegando lá.
Abraços
Julio Celes

Julio, todas as vezes que estou nos EUA procuro esperimentar a maior quantidade possivel de dominicanos , hondurenhos, nicaraguenses e de outras nacionalidades, serio, igual ao cubano nenhum, mais tem muita coisa boa, essa linha Opus X do Fuentes é muito boa, a linha Nicaragua da Davodoff idem, bem, mais bem proximo a um cubano, mais sei la, sempre falta alguma coisa, as vezes o aroma, a queima ou sei la o que, mais que falta falta, agora uma coisa que todos tem melhor que o Cubano é a apresentação, nisso todos os citados dão show.
Rolex ou Rolex.

Fórum Genérico, respostas genéricas.

*

Offline Dicbetts

  • *****
  • 2.030
    • Ver perfil
Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #321 Online: 24 Abril 2014 às 10:12:09 »
A Cigar Aficionado precisar de propaganda é natural, justo e honesto.

Mas é preciso observar limites. O principal: credibilidade. Para uma revista que fala a um público específico, credibilidade é o bem mais precioso.

Ainda que queira, a CA não engana quem conhece. E quem conhece tem o condão de espalhar a propaganda negativa. Esse risco garanto que a CA não corre.

Além disso, reduzir a importância dos cubanos não seria apenas burrice. Seria suicídio editorial.

(É preciso deixar claro que entre as publicações especializadas americanas há a tradição da experimentação anônima. O repórter quando vai a um restaurante, ou a um hotel, para classifica-lo, não se identifica como tal. Passa-se por consumidor normal exatamente para não ser levado por mesuras que influenciem a nota. Caso essa tradição não exista mais é de lamentar.)

De outro lado, há uma quantidade de países e produtores ávidos por tomar um espaço aberto pelo embargo americano a Cuba. E para um público naturalmente exigente dificilmente oferecerão algo de menor categoria. Afinal, que não tem competência não se estabelece.

Creio que não foi por acaso que a CA colocou somente três cubanos entre os 30 melhores charutos de 2013.

E se houvesse algum comprometimento (ou preconceito, ou sentimento anticubano, ou mesmo avaliação comprada), o melhor charuto de 2013 não seria um Montecristo.

Dic

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #322 Online: 24 Abril 2014 às 10:48:30 »
Dic, você gosta duma polemica hehehe então bora, aliás HOJE tem la no porcão estamos lhe aguardando.

A Cigar Aficionado precisar de propaganda é natural, justo e honesto.

R: Ok concordo, masssssss quando o seu maior patrocinador são as empresas da republica dominicana estabelecidas nos EUA (AF, Padron, etc) isso fica meio foda de vc não ficar dando nota boa para os caras.

Mas é preciso observar limites. O principal: credibilidade. Para uma revista que fala a um público específico, credibilidade é o bem mais precioso.

R: Será ? uma publicação americana que não pode ficar mostrando o que é contrabando hehehe por la hehhe. concordo com vc em parte.

Ainda que queira, a CA não engana quem conhece. E quem conhece tem o condão de espalhar a propaganda negativa. Esse risco garanto que a CA não corre.

R: Em 2012 foi a CoronaCigar em Orlando, alias fui em 2008,2011,2012,2013 e 2014 para essa tabacaria, e todas as vezes que me sento la pego a CA e escolho os melhores charutos não cubanos claro, dessa publicação para fumar, resultado, a maioria é uma bosta, o melhor charuto de 2012 o Flor de las Antilhas é uma porcaria de dar dó, o próprio gerente da loja me avisou, porem a fabrica precisava de um UP em sua propaganda e deve ter pagado uma fortuna para ser a melhor, no meio de conhecedores esse charuto é uma piada.

Além disso, reduzir a importância dos cubanos não seria apenas burrice. Seria suicídio editorial.

(É preciso deixar claro que entre as publicações especializadas americanas há a tradição da experimentação anônima. O repórter quando vai a um restaurante, ou a um hotel, para classifica-lo, não se identifica como tal. Passa-se por consumidor normal exatamente para não ser levado por mesuras que influenciem a nota. Caso essa tradição não exista mais é de lamentar.)

R: To com vc.

De outro lado, há uma quantidade de países e produtores ávidos por tomar um espaço aberto pelo embargo americano a Cuba. E para um público naturalmente exigente dificilmente oferecerão algo de menor categoria. Afinal, que não tem competência não se estabelece.

R: Bom ai eu já acho que é assim, existe coisa boa, sim, comparável ao CUBANO NUNCA, é uma série de fatores cara, tradição, solo, semente, folha, maneira de acondicionar, até como os charutos são embalados influência o seu sabor final, seria como vc comprar um GS a um Rolex, os dois são bons mais Rolex é Rolex, saca, um carro chinoca com um alemão, os dois são bons mais o alemão é alemão, existe algumas coisas que só os cubanos fazem.

Creio que não foi por acaso que a CA colocou somente três cubanos entre os 30 melhores charutos de 2013.

R: Concordo, sempre existe na sua publicação muita coisa Cubana, mais é raro eles serem os TOPS TOPS, isso é uma coisa que esse tal gerente da Corona me falou, tipo, Estrela os caras ficam falando muito do que não pode ser vendido, acabam estimulando um contrabando desse tipo de charuto por aqui hehehe.

E se houvesse algum comprometimento (ou preconceito, ou sentimento anticubano, ou mesmo avaliação comprada), o melhor charuto de 2013 não seria um Montecristo.

R: Dic de vez em quando os champions tem que ganhar não é, não foi assim na copa das confederações?
Rolex ou Rolex.

Fórum Genérico, respostas genéricas.

*

Offline Adriano

  • *****
  • 6.549
    • Ver perfil
Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #323 Online: 24 Abril 2014 às 12:10:18 »
O lance é que não dá, na minha opinião, para comparar charutos de diferentes origens, diretamente. Ou pelo menos não quanto ao aroma. Comparar charuto cubano com dominicano, com hondurenho, ou com brasileiro, para mim, é como comparar uísque com gin, com brandy ou com cachaça. A única semelhança entre essas bebidas é o fato de serem alcoólicas e destiladas. O sabor e aroma muda totalmente. Mesmo se comparar, por exemplo, rum com cachaça, que são bem semelhantes até na matéria prima, mas produtos de sabores bem diferentes.

Charuto, na minha opinião (e demorei para perceber a diferença), é a mesma coisa. A semelhança entre eles é o fato de serem enrolados de tabaco, a mesma espécie de planta (com pequenas variações), e com os mesmos métodos. Só. Pois os aromas são muito diferentes. A explicação é simples: o que você sente no charuto é, em sua maior parte, o aroma da queima dos componentes provenientes do solo e que se impregnaram na folha. Suponhamos que você pudesse pegar sementes de origens diferentes, cubanas, dominicanas, brasileiras, e pudesse cultivá-las num laboratório, em ambiente absurdamente controlado de luz, temperatura e umidade, e num solo rigorosamente idêntico, e depois fizesse charuto com todos eles, o resultado seria charutos muito, muito parecidos.

O oposto é real também: se você pegar uma semente cubana e plantar em São Félix na Bahia, e fizer um charuto com esse tabaco, sabe o que vai acontecer? Vai ter um charuto que dificilmente alguém não diga que não é um mata fina. Isso aliás, é fato.

Então o que faz o cubano ter gosto de cubano, o dominicano gosto de dominicano, e etc., é, em princípio, o ambiente de cultivo. Isso inclui o solo e sua composição, e também a quantidade de luz e chuva, que interferem na maneira como a planta desenvolve suas folhas (que é o que fumamos) e como ela absorve os nutrientes do solo. Você tem então, em todo cubano (do melhor ao pior), um aroma típico de cubano, e que normalmente é o mais desejado e mais agradável a maioria dos gostos. É uma aroma de terra, e um sabor muito neutro. Ou seja, não é amargo nem doce, na língua. Existe sim uma parcela enorme de subjetividade, e a MAIORIA dos charuteiros, dizem preferir cubanos por mero embalo, mas se fizer uma degustação cega, não conseguem diferenciar um cubano de um dominicano (que são normalmente os mais diferentes entre si). E raramente acumulam alcatrão durante a fumada, especialmente se bem amadurecidos.

Não é absolutamente correto dizer que aroma é algo totalmente subjetivo. Não é. É praticamente um consenso entre os seres humanos de que estrume cheira mal, e, digamos, frutas frescas cheirem bem. Pela mesma razão, o aroma elementar do cubano costuma ser o mais desejado por ser normalmente pouco complexo e pouco agressivo. É quase impossível isso não agradar ao “paladar médio”. É quase impossível você pegar um clássico cubano perfeitamente construído e maturado, e dar, às cegas, para um charuteiro, e ele dizer que está ruim.

Quando você começa a falar de dominicanos, a coisa começa a mudar: o aroma deles é mais complexo, com mais variáveis e normalmente com amargor. E amargor é sabor que raramente é desejado. O ser humano tem uma repulsa instintiva pelo sabor amargo. Quem gosta de coisas amargas (eu, por exemplo) gosta por opção e condicionamento, pois é um gosto que contraria a natureza. Não existe pessoa no mundo que consegue tomar, por exemplo, café sem açúcar com naturalidade, sem que tenha sido condicionada a isso. Experimente dar café sem açúcar a uma criança. Aliás, lembram do primeiro gole de cerveja que deram na vida? Normalmente faz-se isso jovem e não há pessoa no mundo que tenha achado cerveja uma coisa deliciosa no primeiro gole. É horrível, é amargo. Raramente o jovem começa a beber com cerveja, normalmente é com bebidas doces. Voltando ao ponto, o aroma e sabor elementar do dominicano é um perfume meio cítrico e amargo. Resultado? Mesmo os melhores dominicanos possuem amargor e isso é bem mais difícil de agradar ao “paladar médio”. Para piorar, também por força da composição do solo, possuem uma grande tendência de acumular alcatrão durante a fumada mesmo depois de bem descansados e amadurecidos, o que é algo totalmente indesejado, pois o gosto é horroroso, muito amargo. Estraga o seu dia.


Quando você fala de brasileiros, especialmente o mata fina, é também um aroma normalmente agradável. A aroma elementar dele é de grãos torrados (café, amendoim, cacau) e o sabor é adocicado. Raríssimo o acúmulo de alcatrão durante a fumada. E nos hondurenhos, você tem um aroma de semelhantes, ainda mais torrado, mas o sabor é, digamos, oleoso. Também possuem uma média tendência em acumular alcatrão.

Isso são os aromas (o que se sente no nariz) e os sabores (que se sentem na língua) elementares. Além deles, aí sim, existe uma enorme quantidade de nuances que vão depender de vários fatores, além do “terroir”. Aí começa a interferir a maneira como o tabaco é seco e fermentado, depois interfere a maneira como o charuto é construído, e por fim, como e por quanto tempo ele fica descansando antes de ser vendido, ou como e por quanto tempo ele fica armazenado em sua casa.

Agora, se você fugir do aroma, aí sim você consegue comparar diferentes nacionalidade pois a construção, apresentação e queima são coisas que podem ser comparadas objetivamente. O charuto bem construído tem boa apresentação, bom fluxo, baixo índice de fluxo inadequado, queima sem entortar, e forma cinzas adequadas. Nesse sentido, os dominicanos da Oetinger (Davidoff, Avo, Zino, etc.) são absolutamente imbatíveis: a construção é perfeita, impossível pegar um com fluxo “preso”, sempre queimam corretamente, mesmo se você acender meio torto, formam cinzas compactas (mesmo considerando-se a concentração maior de magnésio no solo, que se reflete numa cinza mais branca e mais porosa que a cinza de um cubano, mais escura e mais compacta), a queima é praticamente sempre perfeita. O tempo de descanso é sempre ótimo também: impossível comprar charuto dessas marcas “verdes”.

Nos cubanos, você já começa a pegar um índice maior de charutos “presos”, especialmente em bitolas mais finas, começa a pegar mais problemas de charutos verdes, mal amadurecidos... Nesse sentido, objetivo, os cubanos estão bem longe de serem os melhores.

Em resumo então, o que faz o aroma e sabor do charuto:

- o conteúdo orgânico da folha, minerais, ácidos, alcalóides e etc. que vêm do solo e que são processados pela planta, e dão o caráter elementar do aroma e sabor do charuto;
- a fermentação, pois é durante ela que os componentes indesejáveis são perdidos ou transformados, e têm impacto nos aromas e sabores secundários;
- a construção, pois ela interfere na combustão da folha e a temperatura de queima pode alterar consideravelmente o aroma, pois substâncias que são queimadas à uma temperatura não são queimadas a outra. Como? A quantidade de tabaco dentro do charuto e a maneira como ele é montado controlam o fluxo de oxigênio dentro do charuto e a quantidade de oxigênio disponível para a combustão, e a temperatura da queima. O resultado da combustão é a cinza, que também é responsável por controlar a temperatura da combustão. Por essa razão não é aconselhável “bater” a cinza toda hora. Por outro lado, o charuto bem construído mantém naturalmente a cinza firme por mais tempo. Combustão muito fria deixa o sabor amargo, e muito quente faz o aroma sumir.
- o descanso, depois de pronto, pois o charuto pronto continua processando parte dos componentes da folha por um bom tempo. Sem esse descanso, o charuto é agressivo, “verde”, como costumamos dizer, normalmente sentido pela falta de aroma e queimação na boca, língua e garganta.

Por fim, o resto do aroma pode ser influenciado pela maneira como você acende e fuma o charuto. O acendimento adequado garante uma queima reta, sem defeitos, que podem prejudicar a formação da cinza, importante para a manutenção da combustão. E o ritmo de fumada: não “fritar” o charuto nem deixar ele apagar é o ideal para evitar flutuação na temperatura de combustão e evitar o acúmulo de subprodutos indesejáveis na queima, como o alcatrão.

Tudo influencia um pouco, mas o “terroir” ainda é o que dá o caráter do charuto, e Piñar Del Rio é o lugar abençoado onde a combinação do solo e do clima produzem uma folha de charuto com as características mais apreciadas pela maioria. É o que faz o charuto cubano ter aroma de charuto cubano. Os aromas e sabores secundários são influenciados pelos outros fatores que citei, mas incapazes de modificar seu caráter básico. Ou seja, não há construção nem armazenamento que mude o caráter de um charuto; apenas melhora o caráter básico. Um charuto cubano verde é horrível, mas continua parecendo cubano. E um charuto hondurenho não terá aroma de cubano nem com a melhor construção e conservação do mundo. Ou seja, se você tiver um charuto cubano, bem construído, bem armazenado, e bem fumado, aí você vai até o céu...

Abraços!

Adriano

*

Offline Dicbetts

  • *****
  • 2.030
    • Ver perfil
Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #324 Online: 24 Abril 2014 às 12:19:57 »
Dic, você gosta duma polemica hehehe então bora, aliás HOJE tem la no porcão estamos lhe aguardando.

É a minha natureza. Vou sim.

A Cigar Aficionado precisar de propaganda é natural, justo e honesto.

R: Ok concordo, masssssss quando o seu maior patrocinador são as empresas da republica dominicana estabelecidas nos EUA (AF, Padron, etc) isso fica meio foda de vc não ficar dando nota boa para os caras.

Não é bem assim. A Veja desce o bambu no governo federal e o governo federal anuncia na Veja. Por que? Porque é a líder do mercado das revistas semanais. Algumas coisas não podem ser ignoradas. Se os dominicanos são os grandes anunciantes é porque aproveitam o espaço que os cubanos deixam aberto. E anunciar no líder do segmento é obrigação para quem quer consolidar a presença. Se rola um chamego entre os anunciantes e os editores, acaba dando na vista. E quem é do ramo percebe. Não sou advogado de defesa da CA, mas reafirmo que se não tivesse credibilidade já tinha fechado as portas.

Mas é preciso observar limites. O principal: credibilidade. Para uma revista que fala a um público específico, credibilidade é o bem mais precioso.

R: Será ? uma publicação americana que não pode ficar mostrando o que é contrabando hehehe por la hehhe. concordo com vc em parte.

Poder, pode. Mas é a linha editorial da revista? Uma matéria como essa não estaria melhor na Newsweek ou no WSJ? É uma polêmica que a revista pode e quer sustentar? Tem staff profissional para segurar uma onda dessas? É o que espera seu público eleitor? Os dados do contrabando são abertos pela ATF? A CA não se destina a isso. Está mais voltada para o "joie de vivre" do que para questões econômicas e políticas das relações dos EUA com Cuba.

Ainda que queira, a CA não engana quem conhece. E quem conhece tem o condão de espalhar a propaganda negativa. Esse risco garanto que a CA não corre.

R: Em 2012 foi a CoronaCigar em Orlando, alias fui em 2008,2011,2012,2013 e 2014 para essa tabacaria, e todas as vezes que me sento la pego a CA e escolho os melhores charutos não cubanos claro, dessa publicação para fumar, resultado, a maioria é uma bosta, o melhor charuto de 2012 o Flor de las Antilhas é uma porcaria de dar dó, o próprio gerente da loja me avisou, porem a fabrica precisava de um UP em sua propaganda e deve ter pagado uma fortuna para ser a melhor, no meio de conhecedores esse charuto é uma piada.

Acho que a única coisa a fazer quando isso acontece é escrever uma carta para a CA dizendo o seguinte: "Ei, especialistas da CA, vão enganar cretinos como vocês. Vocês são uns calhordas". E, claro, na carta provar por A+B as razões pelas quais o rankeamento da CA é uma imbecilidade. Nesses casos a contestação tem que ser técnica. É assim que se desmoraliza uma publicação e se desmistifica conceitos. Porque se você for contestar somente com base no seu gosto pessoal, ou como base no gosto pessoal de um grupo, vão te responder assim: "OK, registramos sua reclamação". E segue o baile.

Além disso, reduzir a importância dos cubanos não seria apenas burrice. Seria suicídio editorial.

(É preciso deixar claro que entre as publicações especializadas americanas há a tradição da experimentação anônima. O repórter quando vai a um restaurante, ou a um hotel, para classifica-lo, não se identifica como tal. Passa-se por consumidor normal exatamente para não ser levado por mesuras que influenciem a nota. Caso essa tradição não exista mais é de lamentar.)

R: To com vc.

Enfim concordamos.

De outro lado, há uma quantidade de países e produtores ávidos por tomar um espaço aberto pelo embargo americano a Cuba. E para um público naturalmente exigente dificilmente oferecerão algo de menor categoria. Afinal, que não tem competência não se estabelece.

R: Bom ai eu já acho que é assim, existe coisa boa, sim, comparável ao CUBANO NUNCA, é uma série de fatores cara, tradição, solo, semente, folha, maneira de acondicionar, até como os charutos são embalados influência o seu sabor final, seria como vc comprar um GS a um Rolex, os dois são bons mais Rolex é Rolex, saca, um carro chinoca com um alemão, os dois são bons mais o alemão é alemão, existe algumas coisas que só os cubanos fazem.

Mas a tradição cubana em momento algum foi colocada em xeque, nem tampouco a CA faz isso. Pelo que observei da CA (e meu raciocínio vai na mesma direção), a ideia é não deixar outros passarem batidos e reduzi-los à segunda divisão. Não tenho nada contra o conservadorismo, mas sou favorável a experimentar (até para dizer que é uma merda) e indicar. Te pergunto: como um "uisquista" de categoria que és, se te colocassem o top da Suntory e uma garrafa de The Ancestor (ainda fabricam?) na frente, qual seria sua opção? Tenho certeza de que ia na segunda, mas não se furtaria a experimentar a primeira. É, creio, o resumo de toda essa ópera. E fechando: carro chinês é um cagalhão. Nem de graça quero um.

Creio que não foi por acaso que a CA colocou somente três cubanos entre os 30 melhores charutos de 2013.

R: Concordo, sempre existe na sua publicação muita coisa Cubana, mais é raro eles serem os TOPS TOPS, isso é uma coisa que esse tal gerente da Corona me falou, tipo, Estrela os caras ficam falando muito do que não pode ser vendido, acabam estimulando um contrabando desse tipo de charuto por aqui hehehe.

Faz sentido. Tenho certeza de que o leitor da CA sabe da questão do contrabando, causado pela (não) relação EUA-Cuba. E que talvez isso explique existirem tão poucos cubanos nessa lista. Só que isso faz dela uma lista injusta, desequilibrada? Como aferir? Não dá. O problema é que não há uma segunda publicação de peso (se tem, me indique; de preferência que não seja americana, para não cair no mesmo engessamento editorial por causa da questão cubana) que conteste publicamente o ranking da CA com uma relação diferente. Assim, o da CA vira verdade absoluta, torna-se referência. E todos vão pela referência.

E se houvesse algum comprometimento (ou preconceito, ou sentimento anticubano, ou mesmo avaliação comprada), o melhor charuto de 2013 não seria um Montecristo.

R: Dic de vez em quando os champions tem que ganhar não é, não foi assim na copa das confederações?

Se os melhores ganhassem sempre, o Brasil teria vencido as copas de 1950 e de 1982, a Alemanha a de 1966, a Holanda a de 1974...

*

Offline Adriano

  • *****
  • 6.549
    • Ver perfil
Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #325 Online: 24 Abril 2014 às 12:29:08 »
Só para complementar, algo que está implícito mas não explícito no que eu disse: o formato do charuto (diâmetro, comprimento e forma) também influencia secundariamente no aroma, pois influencia a combustão. Ou seja, se você pegar exatamente as mesmas folhas, e fizer dois charutos, um pequeno e fino e outro longo e de grande diâmetro, terá sensações bem diferentes.

Ah sim, vale lembrar que existem charutos com blends de diversas origens, especialmente dominicanos e hondurenhos. Ou seja, não são "puros". Diga-se de passagem, charutos "puros" são raros se não forem os cubanos ou brasileiros. A maioria dos dominicanos "top" não são puros, pois o capote pode não ser dominicano e a capa provavelmente é americana. Vide os Zino Platinum, que são dominicanos mas com pouco fumo dominicano em seu blend (um blend bem complexo, aliás). Hondurenhos é a mesma coisa. A variação é muito grande, você encontra dominicanos com diferenças muito grandes de aroma e sabor. Nos hondurenhos então, por vezes é até difícil classificá-los, pois são tão complexos que não se identifica nada com clareza.

Os brasileiros, embora "puros", pois são totalmente brasileiros, podem ter blends diferentes com a mistura do mata-fina com mata-norte.

É por essa razão que os cubanos são todos mais parecidos entre si, pois não existe blend. É tudo o mesmo tipo de fumo. O máximo que se consegue variar é a quantidade de folhas usadas de cada parte do pé. Sim, pois as folhas de diferentes alturas do pé de tabaco são bem diferentes entre si. Os charutos cubanos são feitos mais ou menos todos com a mesma receita e a mesma proporção de folhas de baixo, do meio, e do topo do pé, mas você pode alterar isso mexendo nessa receita. Pois a concentração de nutrientes do solo é diferentes entre as folhas de baixo ("volado"), do meio ("seco") e do topo ("ligero"), assim como a quantidade de sol e chuva que recebem. Se fizer um charuto todo com folhas "volado" ele será de um jeito, e todo com folhas "ligero", completamente diferente. Aliás, um charuto puro ligero deve matar você...

Abraços!

Adriano

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #326 Online: 24 Abril 2014 às 13:01:40 »
Adriano que bom que voltou por aqui, estava com saudades.
Rolex ou Rolex.

Fórum Genérico, respostas genéricas.

*

Offline Dicbetts

  • *****
  • 2.030
    • Ver perfil
Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #327 Online: 24 Abril 2014 às 15:59:34 »
Caramba, que belo debate.

Gostei.

Dic

*

Offline Dicbetts

  • *****
  • 2.030
    • Ver perfil
Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #328 Online: 24 Abril 2014 às 16:42:45 »
Um breve complemento.

A relação (?) EUA-Cuba está implícita em tudo isso.

Com o embargo a Havana (podem discordar de mim, mas acho criminoso; e considero os Castro tão sanguinolentos quanto qualquer Pinochet, só que quem paga o pato é a população), era evidente que a asfixia econômica visaria atingir todo e qualquer produto cubano. Como um dos principais do país é o charuto, estava claro que países próximos, com tradições culturais semelhantes (e quando digo cultura, falo da questão do fumo, cujo cultivo na República Dominicana, em Honduras, na Nicarágua e mesmo no Brasil é tão antigo quanto em Cuba) seriam estimulados a produzir produtos competidores.

Para isso existem as agências de fomento e os créditos de bancos americanos, devidamente associados a bancos locais, oferecendo empréstimos a taxas interessantes.

Só que nada disso se justificaria se o produto fosse ruim, ou se não houvesse estímulo à melhoria. E jogue mais dinheiro em cima para pesquisa, adoção de novas técnicas de armazenamento e de plantação, melhoria das sementes, aumento da produtividade e etc.

Exceto pelo Brasil, Honduras, Nicarágua e República Dominicana sempre estiveram sob o tacão americano. E depois de verem que dele não se livraria, chegaram a uma fórmula de convivência minimamente decente com os EUA. O único governo dentre esses países com simpatia escancarada aos Castro é o de Daniel Ortega, na Nicarágua - que faz discurso inflamado, mas é pragmático nas relações comerciais com Washington.

Alguém se daria ao luxo de ignorar um mercadão como o americano? Nem os cubanos, só que as relações estão cortadas.

Então, melhor para os vizinhos. Que por razões humanitárias abominam o embargo a Havana, mas adoram que os cubanos tenham dificuldades na guerra dos charutos.

E inundam o mercado oferecendo produtos que devem ser tratados com atenção e respeito.

Dic

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #329 Online: 28 Abril 2014 às 12:59:26 »
Ontem aproveitei pra relaxar com um dos charutos preferidos.







abraços

Julio Celes

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #330 Online: 28 Abril 2014 às 13:46:31 »
Muito boa escolha Julio, charuto bem balanceado, nada de pau na moleira igual a um D4 por exemplo (que hoje é o meu robusto preferido).





Obs:. Me desculpem a orientação das fotos, iphone é foda kkkkk.
« Última modificação: 28 Abril 2014 às 14:13:03 por jfestrelabr »
Rolex ou Rolex.

Fórum Genérico, respostas genéricas.

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #331 Online: 01 Maio 2014 às 22:33:49 »
Feriado aproveitei pra um "tempero de família".




Abraços
Julio Celes

*

Offline Dicbetts

  • *****
  • 2.030
    • Ver perfil
Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #332 Online: 02 Maio 2014 às 16:03:37 »
Feriado aproveitei pra um "tempero de família".

Abraços
Julio Celes

Julio,

O que você tem a dizer desse Alec Bradley?

Ontem, trabalhei de casa pilotando um Partagas D4. Depois coloco fotos.

Abs,

Dic

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #333 Online: 03 Maio 2014 às 13:47:00 »
Dic esse e um charuto bem leve não e dos meus preferidos
mais vale uma prova
Abraços
Julio Celes

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #334 Online: 09 Maio 2014 às 16:19:12 »
Upzinho com algumas crianças  ;D









Rolex ou Rolex.

Fórum Genérico, respostas genéricas.

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #335 Online: 10 Maio 2014 às 20:27:42 »
Chegaram hj pra mim



Abs

Julio Celes

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #336 Online: 20 Maio 2014 às 12:36:16 »
Dando um UP!

Fumei este aqui numa viagem que fiz. Muito bom charuto!



Outro que gostei bastante foi o Davidoff 4000. Nessa foto, ele já está quase no final e mantendo aroma e saber bem agradáveis.



Tembém fumei um Romeo y Julieta Short Churchill e um Davidoff Entracto. O RyO é fora de série!! Muito bom mesmo! O Davidoff é ótimo e encaixa bem para uma fumada rápida, pois é um charuto curto.

Abraço,

Octávio Augusto

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #337 Online: 20 Maio 2014 às 16:23:51 »
Esse Bolívar é top Octávio, pena ser tão carinho e termos tantas outras opções do mesmo preço e melhores nas prateleiras quando vamos as compras, uma opção com praticamente o mesmo custo e com a mesma pegada Medio/Forte do Bolívar é o Partagas E n°2, na minha opinião hoje um dos melhores charutos do portifolio da Habanos.

Os:. Agora sim , sem as max fivelinhas  :P
Rolex ou Rolex.

Fórum Genérico, respostas genéricas.

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #338 Online: 21 Maio 2014 às 10:51:54 »
Caro Estrela,

Realmente este Bolíver é muito bom. Também senti essa pegada mais forte.

Ainda não me aventurei a fumar Partagas. Como estou iniciando e aprendendo na prática a degustar e perceber aromas e sabores, fico com receio de fumar algo mais forte.

Nesta viagem que fiz, tive a oportunidade de comprar alguns cubanos a preços bons(freeshop). Além disso, comprei uns dominicanos bons também. Isso tem me ajudado a apurar o gosto pelos charutos e a conhecer coisas nmelhores, com aromas diferentes e particulares.

Por indicação da tabacaria pelo Julio Celes, que agradeço publicamente, encomendei estes aqui, que chegaram ontemx:





Experimentei apenas um Zino XS, que há tempos desejava. Muito bom!!

P.S.: Continuo com o relógio e as pulseiras. Kkkkkk
Abraço,

Octávio Augusto

Re: Falemos de charutos, cigarrilhas e cachimbos...
« Resposta #339 Online: 21 Maio 2014 às 14:45:31 »
Os Opus X são excelentes, eu recomendo fortemente, agora Zino eu já não curto.
Rolex ou Rolex.

Fórum Genérico, respostas genéricas.