Escala Telemétrica ou Telêmetro

[fabs77]

Aproveitando a iniciativa do nosso amigo Humberto sobre a interessante escala pulsométrica, segue uma pequena contribuição sobre a escala telemétrica. Caso eu tenha cometido algum deslize, ou exista algum tópico aberto sobre o assunto, por favor, me corrijam e complementem!  



Através da escala telemétrica ou telêmetro é possível medir a distância de um fenômeno visível e audível. Uma das aplicações práticas dessa característica é calcular a distância entre uma tempestade e um observador. Nessa situação o tempo decorrido entre o relâmpago e o som do trovão pode ser registrado e, utilizando a marcação da escala, estima-se a distância.

O funcionamento se dá da seguinte forma: aciona-se o botão de comando do ponteiro no momento em que o fenômeno é visto (momento do relâmpago), ao escutar o som do trovão (geralmente alguns instantes após o relâmpago) interrompemos o funcionamento do ponteiro. Verifica-se na escala telemétrica a marcação onde se encontra o ponteiro, geralmente gravada em quilômetros.

Essa é a distância aproximada entre o fenômeno e o observador.

A escala telemétrica baseia-se na velocidade de propagação do som através do ar que é de, aproximadamente, 340 metros por segundo (considerando a temperatura média de 20 graus Celsius, pois, a temperatura ambiente pode influenciar bastante na velocidade da propagação do som).

Na imagem abaixo, considerando o uso conforme o exemplo citado, estima-se que a distância entre a tempestade e o observador é de 8,5 Km.



Já ouvi dizer que a escala telemétrica foi utilizada nas I e II Guerras para controle das artilharias, porém, não saberia exemplificar o uso nessa situação, nem se a informação realmente é verdadeira.

Alguém mais usa a escala ou pode passar mais informações?

Abração!

Fab's

[O Cara]

Obrigado pela aula Fabs, quando comecei a ler, pensei que estava falando da escala taquimétrica, mas depois percebi que não.
Gostei do texto, pois nem sabia que existia esse tipo de escala num relógio, pelo menos nunca havia percebido (provavelmente nos que vi, achei que era a taquimétrica, por isso não gravei na memória).

Muito obrigado.

[leon]

  Obrigado pela partilha 
Abs
Leon

[HumbertoReis]

Já ouvi dizer que a escala telemétrica foi utilizada nas I e II Guerras para controle das artilharias, porém, não saberia exemplificar o uso nessa situação, nem se a informação realmente é verdadeira.

Se não me equivoco, os soldados mediam a distância das tropas inimigas pelo tempo entre o clarão dos disparos e o som. Essa escala tem um charme todo especial, não acham?

Eu vi um Daniel JeanRichard com essa escala. Lindo.

E o Baume Mercier postado também está uma beleza.

[Luis O]

que aula legal....vcs são f.........sabem tudo mesmo.

abs

[fabs77]

Se não me equivoco, os soldados mediam a distância das tropas inimigas pelo tempo entre o clarão dos disparos e o som. Essa escala tem um charme todo especial, não acham?

Eu também já vi essa informação em algum lugar, mas acho meio complicado aceitá-la, pois, o intervalo entre "clarão" e "estrondo" de um canhão seria, praticamente, simultâneo. Também não seria possível considerar o estrondo do impacto da carga (contra um destino, por exemplo), pois, não haveria a mesma relação existente numa tempestade onde o fenômeno visual também gera o audível, permitindo a medição através da diferença de velocidade entre o visual/audível.

Abraços!

Fab´s

[Alberto Ferreira]

Salve!

Pois é...
Em tese a questão seria similar à do cálculo da distância em que uma descarga atmosférica (raio) ocorreu.

Ou seja,...
Nós vemos o relâmpago, contamos (com a escala apropriada num cronógrafo) o tempo que leva para ouvirmos o trovão e calculamos (ou lemos) a distância em que a descarga ocorreu...

Mas, no meio de um "tiroteio" de artilharia, com várias peças praticamente atirando ao mesmo tempo, realmente é quase impossível.
Primeiro, como dito, pelas distâncias naturalmente menores, o que complica a leitura/cálculo, e em segundo lugar porque nós não saberíamos com certeza qual detonação foi a proveniente do nosso obus... 

Abraços,
Alberto