Pessoal,
O pior do acidente, ao meu ver, não é nem o acidente (muitas vezes, o dano nem foi tão grande assim), mas a sensação após o acidente: "ah, se eu tivesse sido menos negligente...", "se eu tivesse guardado ele melhor...", "Que burrada! Era só ter tirado o relógio antes de fazer x, que ele não teria arranhado!", "ah, mas se eu não tivesse usado ele hoje, e sim outro, mais barato...". Essa sensação é muito desagradável, até porque todo santo acidente, por mais que outras pessoas venham achar que eram imprevísiveis e não foi culpa do dono, nós continuaremos a nos culpar e dizer que "não, que foi culpa nossa sim" - salvo em casos especiais, como alguns colocados aqui no forum. Aliás, mesmo em caso de assalto isso acontece! Afinal de contas, pode-se sempre comprar um relógio baratinho (vendido na esquina, por meros R$ 20,00) e usar nessas ocasiões mais "arriscadas".
Tenho muito cuidado com meus relógios, mas ainda assim tive alguns acidentes feios. Alguns, na hora, me causaram susto e depois esqueci; outros me revoltaram. Vai aqui uma pequena lista, seguida de comentários:
1. Citizen Promaster
Havia comprado um Citizen Promaster com vidro de safira, um relógio muito bonito e que fiquei apegado logo de cara. Tenho o hábito miserável de deixar o relógio em uma "estantezinha" onde coloco meus livros, um tanto quanto alta, mas não tão alta assim. Pois é...uma vez, na praça, fui retirar o relógio dela, mas não sei se meu toque foi brusco ou não, o miserável caiu no chão, justamente com o vidro para baixo.
Resultado: apenas uns micro-ricos ao redor da safira, mas nada nela. Relógio em funcionamento perfeito.
Esse acidente repetiu-se do mesmo modo quase 8, 9 meses depois, mas o resultado não percebi até hoje. Ainda assim, sem problema.
2. Orient
Sem dúvida alguma, uma verdadeira burrada. Havia colocado uma daquelas pulseiras de couro baratinhas (da Chainon, acredito) e o relógio não estava ruim. Peguei ele e fui colocá-lo no pulso, mas na hora terminou caindo quando fui fechar a pulseira. Caiu - como sempre - com o vidro para baixo, ou seja, tendo contato com o chão. Resultado: um micro risco quase imperceptível ao olho nu no cristal mineral.
3. Seiko 5
Não foi especificamente um problema cuja culpa fosse minha. Um amigo veio falar comigo e aí terminou batendo com a pulseira do seu relógio no meu. Curiosamente, aqui o resultado foi pior do que as duas quedas, já que deixou duas marcas na minha pulseira - mas não tão perceptíveis assim.
4. Technos
Tive um Technos de titânio que, na época, não havia sido barato. Logo no dia em que coloquei no pulso, a sensação de leveza e conforto acabou por baixar o meu nível de alerta e cuidado. Ah! Mas para que? Falando com um amigo meu, sem querer, terminei chocando ele, ainda que de leve, contra a parede, cuja textura lembra muito a que foi descrita pelo Igor.
Resultado: logo no primeiro dia de uso, 3 marcas bem vísiveis na pulseira de titânio.
É, creio que foram esses. Cheguei a conclusão que o cuidado jamais vai eliminar esses imprevistos: reduz bastante, sem dúvida, prolonga a vida do relógio, claro, mas conseguir evitar todo e qualquer tipo de acidente (incluindo aqui roubo, quedas, riscos no vidro, riscos na pulseira e etc)...É inviável.
Digamos que consigo conviver melhor com isso hoje em dia.
5. Rolex Explorer 2 ( Réplica )
Há muitos anos atrás, ganhei de um amigo uma réplica do Explorer 2 (o branco, GMT). Não gostava de réplicas por vários motivos, mas essa experiência consolidou o meu entendimento sobre esse tipo de relógio: you really get what you pay for. Putz, quantas dores de cabeça!
a. Já viram como é uma coroa rosqueada numa réplica do Rolex? Pesadelo completo. O problema não era nem retirar a coroa, mas "enfiar" ela de volta e girar: a coroa nunca entrava e você ficava tentando, forçando, o dedo doia. Normalmente, eu utilizava um pano de uma camiseta para isso.
b. A pulseira era uma cópia do bracelete Oyster. De longe, a cópia era perfeita, impecável...Agora vai usar! Com 7 meses, um dos pinos da pulseira arrebentou. E agora? Cadê pino de pressão para vender, ou ao menos que chegasse perto? Não tinha, então tudo bem, fui na "gambiarra" e arranjei, com um sujeito que consertava relógios (mas era um camelô), que acrescentou um pino. O resultado deu certo? Deu...por 7 dias. Depois o pino começou a enferrujar e cada vez mais, a pulseira voltava a ficar mais solta...
E aí entra o acidente...Igual ao Citizen, sim, mas dessa foi protagonizado por minha mãe. Quando vi o relógio caindo, pensei logo: "a safira deve ter ido para o brejo, ele vai atrasar não sei quantos minutos, arranhou todo" e outras coisas mais que pensamos quando isso ocorre. Mas não foi o caso. Nem o mecanismo sofreu com isso, nem a safira (sim, novamente, o relógio caiu com o vidro para baixo!) saiu arranhada, nem a caixa e muito menos a pulseiras sofreram quaisquer tipos de arranhão. Contudo, claro, o pino começou a afolozar cada vez mais... Não, meus amigos, o relógio podia ser bonito, resistente ou o que for, mas com uma coroa dessas (horrível), e tendo um mecanismo fraco, eu sabia que não iria durar muito, logo não compraria uma pulseira oyster (daquelas que vendem por $ 56 dólares, muito competentes por sinal) para um relógio como esse.
Em todo o caso, creio que ele veio a durar 1 ano (um) ano e uns dois meses. Tempo bom, onde apanhou bastante e poupou meus outros relógios de vários danos...
Grande abraço para vocês e excelente tópico,
Leo.