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"Pivotear"!!!

Iniciado por rpaoliello, 20 Dezembro 2011 às 12:10:40

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rpaoliello

Caros, recentemente adquiri um Jaeger le Coultre, memovox, em plaquet, pasmem de 80 microns!!! (Nunca tinha visto antes)

O mostrador era original e em muito bom estado. Embora estivesse em bom estado geral, ele estava com o "eixo" (não sei se este é o nome correto) da roda de balanço  quebrado. Um amigo pivoteou para mim e até que ficou razoável. 

Aí que surge a dúvida. Os Srs. acham bom (mais adequado) pivotear ou há alguma técnica melhor, sem, é claro, trocar a roda de balanço inteira por uma nova? Sinceramente acho meio estranho pivotear.


Pensei em fazer um eixo, no torno de relojoeiro, e trocar o eixo quebrado, mas não sei se danificaria a roda de balanço na troca ou se afetaria seu centro de gravidade. O que acham? É loucura?

Um abraço a todos.

Paulistano

num relógio desse não dá para fazer brincadeira.
muito cuidado e muita calma nesta hora.
parabéns pelo relógio.
grande abraço.

Cigano

Seja bem vindo caro Rpaoliello, fique a vontade para fazer perguntas....

Como disse o caro amigo, Paulistano, não entregue essa máquina (JLC MM) a qualquer relojoeiro, pois tem muitos curiosos por aí, e como eu sou um deles, eu recusaria a abrir até a tampa dele para ver a maravilha do movimento que ele tem!!

No caso do eixo, o termo correto na troca do "eixo" do balanço, é punçar, pois tem uma ferramenta chamada punçoneira, que é usada para fazer esse tipo de serviço, levando em consideração que, tem que ter habilidade, e experiência para realizar esse serviço!!


Veja mais aqui [...] ;)

Abraços,
Cigano!

Alberto Ferreira

#3
Salve!

Seja bem-vindo, rpaoliello.
Participe aqui conosco sempre que puder.  8)


No passado as caixas com revestimento de 80 micra (80 "microns", se preferir) nem eram tão raras assim...
Para uma certa categoria de relógios, bem entendido.

Eram então chamados de "encascados".

Há vários exemplos, de diversos fabricantes, que como eu disse foram quase que "característicos" de uma dada época.

Apenas para ilustrar, veja este meu Seiko Crown...





Abraços e participe sempre.
Alberto

PS:
Realmente, "pivotear" é tarefa para profissional. Ou seja, para alguém especializado.
Em Sampa tem um dos bons, o Alberto, cuja oficina fica na região da Praça da Sé.

Infelizmente eu não tenho o endereço dele, agora aqui comigo. Mas talvez outro colega possa indicar.

rpaoliello

Obrigado pelas respostas de todos!!!

Cigano, eu bem que imaginava em usar um "punção" e este é meu medo. É tarefa inglória extrair um eixo com fração de milímetros com este tipo de ferramenta. Por isso que fiquei com receio de quebrar a roda de balanço.

Já Alberto, não sabia que o plaque de 80 micras era tão comum outrora. É que os mais recentes são todos de 20 micras.  Se bem que dá para entender; porque conseguir num banho 80 micras é doze...vai tempo no banho. Ovrigado.

Mas ainda pergunto. Vocês não acham que pivotear é um serviço de "segunda"? Vocês não ficam incomodados de fazer este tipo de reparo em seus relógios? Pelo que li no livro do Donald de Carle (El torno del Relojero) ele também não gosta muito.

O que acham?

Abraço.   

Adriano

Pelo contrário, pivoteamento é um serviço de prestígio no ramo. Quando um eixo não existe mais ou um balanço completo tem custo alto, que inviabilize o conserto, a única saída é pivotar o eixo.

A terceira saída é jogar o relógio fora. Sem a arte de se pivotar um eixo, não existiria restauração nesse ramo. Relógio antigo iria tudo para o lixo.

Não encare como uma espécie de gambiarra ou serviço de segunda não. Um eixo bem refeito tem a mesmíssima qualidade do original.

Abraços!

Adriano

Alberto Ferreira

Citação de: rpaoliello online 20 Dezembro 2011 às 20:09:40

...
... os mais recentes são todos de 20 micras.  Se bem que dá para entender; porque conseguir num banho 80 micras é doze...vai tempo no banho.
...
 


Salve!
Mas neste caso, das espessuras de 80 micra, o chamado "encascado", não é banho.
O material, no caso ouro, não é depositado de forma eletroquímica.

O processo é mecânico, envolvendo temperatura e aplicação de uma força localizada para garantir a aderência da "lâmina" de ouro ao metal base, que na maioria dos casos das caixas de relógios costuma ser latão.


A título de referência, veja algumas definições e especificações nestes sites aí abaixo.

http://www.sophisticatededge.com/what-does-gold-filled-mean.html

http://www.competitionbureau.gc.ca/eic/site/cb-bc.nsf/eng/01522.html

Abraços,
Alberto

rpaoliello

Muitíssimo obrigado pelas explicações.

Feliz natal a todos.
Abraço!