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Automático??? Semi???

Iniciado por edulpj, 28 Maio 2012 às 12:44:27

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edulpj

Meu primeiro relógio automático foi um Seiko... E era um daqueles "5" automático "full", não tinham a possibilidade de dar corda manualmente. Hoje, meu relógio de uso diário é um Slava, com automático "semi", ou seja, permite que se dê corda manualmente também, coisa que até hoje só fiz quando comecei a usá-lo.

Tenho lido em alguns fóruns que ter a possibilidade de acionar manualmente, seria um "plus", uma característica a se considerar na hora de adquirir um relógio.

Por outro lado, aqui no "RM", tem um belíssimo artigo sobre os Seiko, que enaltece a excelência do mecanismo "full" da Seiko, exatamente por não precisar de acionamento manual, seria portanto mais desejável do que um "semi" por ter um mecanismo mais eficiente.

Como estou com alguns planos para futuro próximo, gostaria da opinião dos senhores...

Grato desde já...

Adriano

Bem, essa designação de "semi" ou "full" não existe. Existe automático com corda auxiliar pela coroa ou sem. Então digamos nesses termos.

Corda auxiliar pela coroa é preferível. É bem mais prático e fácil colocar rapidamente o relógio a funcionar com corda suficiente para manter uma boa precisão. Com o Seiko, é uma ginástica.

Abraços!

Adriano

edulpj

Citação de: Adriano online 28 Maio 2012 às 13:04:12
Bem, essa designação de "semi" ou "full" não existe. Existe automático com corda auxiliar pela coroa ou sem. Então digamos nesses termos.

Corda auxiliar pela coroa é preferível. É bem mais prático e fácil colocar rapidamente o relógio a funcionar com corda suficiente para manter uma boa precisão. Com o Seiko, é uma ginástica.

Abraços!

Adriano

Fico extremamente feliz que o Sr. tenha conseguido compreender minha inexistente designação... Entretanto, em artigo datado de setembro de 2004 o articulista (ou é o Sr. ou um homônimo seu...) afirma textualmente: "Some-se a isso o sistema patenteadoMagic-lever, que produz um carregamento extremamente eficiente, dispensando a corda auxiliar pela coroa."

Minha curiosidade em última análise é: O que ocorreu nos últimos oito anos que invalidou o raciocínio acima?

O Sr. alega que é uma "ginástica" (sic) colocar um Seiko rapidamente para funcionar com boa precisão apenas "no balanço das ondas" (esta expressão é minha... provavelmente inexistente...). Bem... Aí temos um esboço de quantificação. O que seria essa "boa precisão"? Ou melhor... refazendo a pergunta: Qual seria o erro que um relógio "sem-corda-auxiliar-pela-coroa" apresentaria nas primeiras 24 horas de operação por não ter força suficiente de corda???

Adriano

#3
Agradeço mas dispenso o título de senhor. Talvez daqui uns 40 anos, quem sabe.

Sim, o texto é de minha autoria. E sim, reafirmo o que eu disse no meu texto. O sistema magic-lever é realmente extremamente eficiente, a ponto de ser facílimo de colocar em funcionamento e carregá-lo rapidamente mesmo sem a corda auxiliar pela coroa.

Ainda assim, exige que se "chacoalhe" o relógio para lá e para cá por um pouco antes de usá-lo (ao se pegar ele totalmente parado). Esse pouco de tempo ainda é mais do que o necessário para dar a mesma quantidade de corda se houvesse corda pela coroa.

Nestes últimos oito anos, continuo afirmando que o sistema é suficientemente eficaz para dispensar a corda auxiliar pela coroa. Porém, nestes últimos oito anos, percebi que meu tempo se tornou mais precioso, precioso demais para ficar balançando um relógio por algumas dezenas de segundos ou por mais de um minuto, antes de usar, além de me sentir um perfeito pateta fazendo isso. Não só eu, como quase o "mundo todo" (consumidores da Seiko) percebeu a mesma coisa, por isso a própria Seiko passou a adotar a corda auxiliar mesmo nos calibres mais simples.

Não sei quantificar o que é boa precisão sem nenhum referencial. Mas já que isso não foi claro, entenda-se por "precisão nominal". Aquela precisão média a qual o mecanismo é projetado a funcionar. Ela só se dá com a corda razoavelmente cheia. Quanto? Também não sei, vai de mecanismo para mecanismo e de seu isocronismo. É bem mais fácil promover isso com a corda auxiliar. Sem ela, corre-se o "risco" de começar a usar o relógio com bem pouca corda, e nesse período, até que a corda seja mais carregada pelo movimento do pulso, a precisão pode desviar da nominal.

O quanto de tempo isso leva? Não sei, depende do mecanismo, depende do movimento do dono. Se você pegar o relógio com pouca corda e for para um campeonato de xadrez, pode levar o dia todo para carregar o suficiente. Se em contrapartida for para um campeonato de tênis, carregará em poucos minutos.

Abraços!

Adriano


FALCO

#4
Eu, como usuário apenas, fico com a mesma impressão que o velho Adriano.
Todos os Seiko low end que tive tinham as duas características citadas por ele, carregamente extremamento fácil/eficiente e péssimo desempenho com pouca corda.
Pessoalmente acho a tal da "corda auxiliar pela coroa" desnecessária em qualquer relógio, o que não significa que ache ruim tê-la, obviamente. Mas nunca levaria este fator em conta em uma decisão de compra, nem pro "desempate".

PS. Editei para corrigir erros de ortografia.
FRM: contra argumentos, não há fatos !!!

Paulistano

mestre Adriano
você é velho? ;D
abraços.

edulpj

É nessas horas que fico feliz de ter me mudado pro interior... Apesar de considerar tempo como mercadoria preciosa, aqui nestas terras chacoalhar um relógio por alguns segundos, não me tira nada de importante. Também fico feliz de não me sentir nem de parecer um pateta por causa disso...

Uso caneta tinteiro, quando todo mundo usa esfero... Uso chapéu quando todo mundo me olha como se eu fosse o ET de Varginha pro conta do chapéu... Uso relógio mecânico quando o "senso comum" afirma que a razão está do lado dos eletrônicos... Por falar em Pateta inclusive, há alguns meses, um amigo meu viajou para uma dessas Disney's da vida pra levar o filho. Me perguntou de brincadeira, se eu não queria um chapéu do Mickey pra minha coleção de chapéus... Eu disse pra ele, que do Mickey eu não queria, mas se ele não se importasse, poderia me trazer um chapéu do Pateta... É um dos meus prediletos... Verde, com uma faixa escrito GOOFY e até com as duas orelhas do Pateta costuradas nele...

Há um ano, tinha um cara num fórum de canetas tinteiro, que dizia que "piston filler" é o melhor sistema, pois cabe mais tinta e conseqüentemente precisa abastecer menos vezes... Eu disse a ele, que uma caneta que precise abastecer menos vezes, DIMINUI o meu prazer. Caneta tinteiro, é o cachimbo do não fumante. Da mesma forma o relógio mecânico em relação ao eletrônico.

Quanto à precisão, creio que seja preocupação maior para profissionais de relojoaria. Sempre tive o hábito de chegar adiantado nos compromissos...

Termino pedindo desculpas por ter chamado o nobre colega de Senhor... É que fui educado pra chamar a todas as pessoas a quem respeito de senhor... Naquele tempo, senhor não era indício de idade... Como aliás, continua não sendo no mundo inteiro. É mais uma das muitas idiossincrasias brasileiras...

Adriano

Falando em idiossincrasia, a corda pela coroa faz mais falta bem nos calibres que mais precisam dela. O isocronismo de uma 7Sxx é um dos piores que já vi, só perde para máquina chinoca. Sério, um Omega de bolso da década de 1920 com corda espiralada original de aço e balanço bimetálico tem mais isocronismo que um 7Sxx.

O comportamento da 7Sxx é ruim o tempo todo. Usá-lo com a corda "no talo" ameniza os erros de isocronismo pois com corda cheia ele funciona a ridículos 260 graus de amplitude, na horizontal, mas pelo menos, anula um pouco mais os erros do que funcionando abaixo de 220.

Em contrapartida, a 8L35 do Marinemaster e a 4S15 do SUS, que possuem um pusta isocronismo, possuem corda pela coroa... Essas possuem praticamente a mesma marcha desde os 200 até os 300 graus de amplitude. Lembra o comportamento de balanços free-sprung.

Além disso, a corda auxiliar me ajuda a botar a funcionar muitos automáticos mesmo quando não vou usá-los. Boto todos para funcionar de vez em quando. Já os Seiko, só de vez em nunca...

Abraços!

Adriano