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Até quando e quanto aguenta.....

Iniciado por Neme, 19 Novembro 2012 às 23:48:13

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Neme

.....um relógio no pulso (automático), ao uso extremo, digo uso extremo, não destruindo o relógio,mas usando-o em todos os momentos, dia, noite, festa, piscina, trabalho, enfim, tudo mesmo,sem que nos preocupemos muito.
Gostaria de saber nisso, quais as circunstâncias que mais poderiam oferecer riscos de maior desgaste (funcional e estéica) nos componentes do relógio.
Vamos tomar como base aí, um Omega Seamaster Bond......... e também um Rolex Daytona, já que oferecem propostas distintas.

Abs.
Neme
Abs.
Neme!

Jmm

Uma das condições mais severas de uso de relógios automáticos que vejo é o uso em atividades rurais, no braço do trabalhador rural que pega pesado, serviço braçal.
E o relógio preferido é o bom e velho Orient ("Oriento" como dizem!) que só levam ao relojoeiro se quebra alguma coisa. Fora isso, está no braço todo dia, seja sol seja chuva, na lavoura ou no curral. E aguentam! Não sei quanto, mas aguentam muito pelo cuidado que são tratados.

Filipeandrade

É verdade!

Tenho um tio bem rural que tem um orient que não sai do pulso por nada, o homem tira leite, leva a cana para moer, acompanha ele nas cachaçadas e tudo mais... 

Doce é a vida do operário que se basta a si próprio;
  Vivendo assim, encontraras um tesouro!

Adriano

Não importa o uso, importa a manutenção. Se usar todo dia caçando caraguejo no mangue mas der a manutenção periódica e adequada, vai durar séculos. Se usar de vez em quando sem manutenção e/ou manutenção em bocas-de-porco, estarácom uma sucata em menos de 20 anos.

Abraços!

Adriano

edulpj

Meu primeiro relógio quando garoto, foi um Slava soviético. Cresci e o relógio estava pequeno pra mim... 1974... no "ginásio" como se dizia na época... Meus colegas começavam a ganhar o relógio que era a sensação do momento... O SEIKO!!! Claro que eu quis um... Meu pai entretanto, antes de comprar um relógio novo, perguntou a um primo joalheiro, que relógio comprar. Tinha de ser um relógio à prova de bala, pois eu brincava com o relógio, jogava bola, andava de bicicleta...

O primo sugeriu um EDOX... Fiquei decepcionado... Não tinha a menor idéia que relógio era aquele... Só sabia que todos os amigos tinham Seiko... Criei coragem e perguntei: E o Seiko, é bom??? O primo sentenciou: Seiko??? Tá maluco??? Aquilo é relógio de pedreiro...

Meu pai, sabiamente, comprou um Seiko!!! Se aguentava pedreiro, aguentava comigo também...

Junto com minha Faber Estudante, aquele Seiko me acompanhou até a universidade... Infelizmente, não sei que fim deu... Mea culpa... mea maxima culpa...

Alberto Ferreira

Salve amigos!

Sem nenhuma outra colocação, ou intenção, que não apenas a de fazer um comentário que eu creio talvez seja algo esclarecedor...

A marca que eu vou citar é muito respeitada por mim. Aliás, eu digo mais, eu sou fã dela, e desde muito tempo!


Certamente, todos já ouviram o termo "relógio de peão" para se referir a alguns modelos da marca Orient.

Pois bem,...
Por que isso?

Eles funcionam, anos a fio, no punho de operários braçais (em minas e obras de construção pesada), operando marteletes pneumáticos (e põe vibração e poeira, né?  ;))...
E normalmente eles são mecânicos...
E por que?
Porque lá "no mato" era mais difícil encontrar baterias e tal...  ::)

Eu cansei de vê-los em ação, com suas pulseiras frouxas nos punhos, girando nos braços com toda aquela vibração...
E funcionando, numa boa!

Ah!
Há outros que podem ser enquadrados no mesmo caso.

Abraços a todos,
Alberto

Filipeandrade

Pulseira girando no braço é de lei!

Já presenciei varias vezes tais cenas!

Doce é a vida do operário que se basta a si próprio;
  Vivendo assim, encontraras um tesouro!

Carbonieri

saindo dos mecânicos, o G-Shock é uma pedreira, meu irmão comprou um nos anos oitenta, enjoou dele, passou pra mim que era criança, que passei pro meu pai, que passou pro meu sobrinho e o relógio tai ai.... :D
sic transit gloria mundi

Carbonieri

Citação de: Filipeandrade online 20 Novembro 2012 às 15:28:09
Pulseira girando no braço é de lei!

Já presenciei varias vezes tais cenas!

o relógio fica pro lado interno do pulso, quase na palma da mão ;D ;D
sic transit gloria mundi

Filipeandrade

Citação de: Carbonieri online 20 Novembro 2012 às 15:37:30
Citação de: Filipeandrade online 20 Novembro 2012 às 15:28:09
Pulseira girando no braço é de lei!

Já presenciei varias vezes tais cenas!

o relógio fica pro lado interno do pulso, quase na palma da mão ;D ;D
;D ;D ;D

Doce é a vida do operário que se basta a si próprio;
  Vivendo assim, encontraras um tesouro!

flávio

Nas antigas competições de observatório, que eram ferramenta de propaganda de fábricas que competiam entre si pela precisão, os movimentos eram testados no quesito único precisão. Em 2009, com a volta das "competições" de observatório (já que os resultados deveriam ficar secretos e, no final das contas, as fábricas nem ao menos os utilizam como propaganda, já que hoje precisão é o de menos), resolveram mudar um pouco as regras e testar todo o relógio, no que seriam condições de uso normais diárias. Adicionaram ao teste de observatório, pois, choques e magnetismo. A JLC só libera seus relógios da fábrica após 1000 horas de testes em condições de uso e não foi uma surpresa para mim que dois turbilhões - sim, turbilhões, que pressupõe-se serem ultra frágeis - deles tenham ganhado a competição. Nessa competição, 16 relógios participaram e, depois dos 45 dias de testes, 35% deles ficaram pelo caminho por conta de choques (caso do Greubel Forsey, que acabou ganhando em 2011), magnetismo (Voutlainen), etc.

Entendi a pergunta, então e, indo além do Adriano, acho que o que vale é o bom senso. Você não vai jogar tênis com um Patek ultra fino; não vai colocar um Longines Crono para mergulhar (como um colega meu faz, mas com um Hublot, e teima em colocar a culpa nos defeitos do relógio na marca, não nele); você não vai fazer um rally com uma Ferrari.

Cada macaco no seu galho! Sei que a norma iso que atesta todos os relógios suíços garante impactos que equivalem a uma queda de 40 cms. Não sei quanto isso equivale em desaceleração. Mas sei, por exemplo, que o Federer é endorser da Rolex e já o vi jogando com relógios. Algum relógio dele deu problema pelos impactos? Se deu, não ficamos sabendo. Mas acho que um Rolex foi feito para aguentar um tranco. Eu já joguei meu Rolex Explorer I e o Seamaster Planet Ocean (e são só esses dois mesmos que sofrem...) em cada buraca inacreditável, de mortais dados no mar de uma dezena de metros de altura a porradas em parede. Eles estão funcionando bem até hoje...

Acho que se meu Longines Avigation, para citar o exemplo do primeiro que me vem à mente, porém, caísse de uma altura de meio centimetro dentro de uma caixa de ispor, ele quebraria, assim como encheria de água se colocado dentro de um copo de água.


Flávio

edulpj

Citação de: Alberto Ferreira online 20 Novembro 2012 às 14:56:07
Salve amigos!

Sem nenhuma outra colocação, ou intenção, que não apenas a de fazer um comentário que eu creio talvez seja algo esclarecedor...

A marca que eu vou citar é muito respeitada por mim. Aliás, eu digo mais, eu sou fã dela, e desde muito tempo!


Certamente, todos já ouviram o termo "relógio de peão" para se referir a alguns modelos da marca Orient.
......................
Alberto

Lembrei de uma boa com um Seiko de peão, Alberto... O cara tava quebrando uma mureta na marreta e talhadeira... Ao invés de usar o relógio no pulso esquerdo, usava no direito. Como era destro, o relógio acompanhava a marreta. Aí questionei o cara porque não usava no pulso esquerdo... Ele me disse: "No esquerdo, se eu errar a marretada, acerto o relógio"... Aí eu perguntei: Já errou alguma vez???

E ele respondeu: "Já... Óia só o risco no vidro... Sorte que pegou de esgueia..."

E viva o Relógio de Peão!!!

Alberto Ferreira

Citação de: edulpj online 20 Novembro 2012 às 18:14:44
...
...Óia só o risco no vidro... Sorte que pegou de esgueia..."

E viva o Relógio de Peão!!!

;D

E viva (a coragem d)os peões!  Fruto da necessidade.

Afinal, a mão também "tava na reta".  ;)

Aliás, ambas...
A da "segurança" e a da "guiança", Sô!

"Dotô, onde essa marreta bate não nasce mais cabelo, não..."

E essa foi o Severino que me ensinou.  ;)
8)

Abraços!
Alberto


Marcos David

Lembrei de um Seiko 6139 que comprei em uma feira por preço de banana.

Na negociação, falei pro vendedor que ainda ia gastar no relógio e tal...

Ai ele disse:

- Esse relógio aqui? É só usar e só se preocupe com ele quando parar de vez. O que é muuuuito difícil...

:P
"O mundo intriga-me. Não posso imaginar que este relógio exista e não haja relojoeiro." ― William Paley

Alberto Ferreira

Salve!

Marcos...
Se você me permite um comentário, com relação ao que escreveu...

"...um Seiko 6139 que comprei em uma feira por preço de banana."
...

E...

"- Esse relógio aqui? É só usar e só se preocupe com ele quando parar de vez. O que é muuuuito difícil...
:P "
...

Pela sua "careta" aí no final, eu creio que você entendeu bem a situação, ou melhor dizendo, que neste caso (um 6139, crono, mais complexo, com manutenção duvidosa, etc)...

Diga lá o que disser um eventual vendedor...
Quanto mais fuçado, pior!

Essa é a regra, portanto, nós temos que ficar bem atentos.

Abraços!
Alberto




rpaoliello

Caro Meme;

Sua ponderação enseja uma interessante discussão.

Fora a robustez notoria de modelos tais como a dos citados pelos colegas a questão tem alguns fatores que são muito interessantes, tais como o uso de rolamentos em rotores que torna o sistema muito mais robusto, o uso de eixos mais grossos, incabloc, dentre muitos outros fatores. Tudo isto influi no "quanto aguenta".

Por outro lado, no "até quando" pesam outros fatores, tais como lubrificação, números de rubis, etc..

Agora uma questão mais técnica, que me causa digamos certo receio (desculpem-me os que não gostam de discussão técnica). A esmagadora maioria das engrenagens dos relógios, são cicloidais, ou seja, não envolventes.

O que significa isto. Explico; as engrenagens funcionam parte atritando os dentes de uma sobre as outra e parte rolando elas rolam como se duas superfícies cilindricas fossem, não atritando e sem desgaste. Para ser bem simplista, nas cicloidais o atrito é muito grande causando um desgaste assentuado ao longo do tempo e mudando o perfil da engrenagem de forma a torná-la inútil.

Já nas envolventes ocorre o oposto, pelo seu método de fabricação por processos, tais como o renânia (tenho até as fresas e algumas "barras de engrenagens de mecanismos" feitos por este processo e se alguem se interessar posto como é feito o processo inteiro), as engrenagens com o tempo desgastam-se de forma a consevar a característica de rolagem de modo que sempre irão melhorar ao longo do tempo. Os perfis de rolagem irão até mesmo melhorar e o proprio desgaste acaba por gerar outro perfil que melhora a rolagem. Um sistema genial.

Então fica a pergunta por que não usar engrenagens envolventes? A causa fundamental é porque na execução, imagino eu, não consigam boa percisão na distância entre eixos, assim tornando a cicloidal mais indicada embora desgaste com maio velocidade tenha maior perda por atrito e perca seu perfil.

Mas com uso de punconadeiras CNC porque não aproveitam e fazem com engrenagens envolventes? Ou mais fácil que tal fazer uma máscara com precisão e furar a platina e pontes com precisão?

Em suma: usando este tipo com o tempo a engrenagem tende a melhorar e não piorar. No particular das engrenagens iriam durar muito mais com isto. E os relógios de passagem.

Um abraço a todos.


Adriano

Os relojoeiros projetistas sabem o que fazem, vai por mim. Se usam dentes epicicloidais, tem um motivo.

Além disso, os dentes da engrenagens de relógios não sofrem desgastes dentro de condições normais de uso. Nenhum desgaste. Um bom relógio com 150 anos de idade apresenta dentes perfeitos, fácil fácil. Desgaste em dentes é irrelevante na maioria dos casos, quando eficiência de transmissão de energia é de máxima prioridade.

Em outras palavras, ainda, esqueça boa parte dos conceitos de engenharia mecânica, quando o assunto é engenharia micro-mecânica. Sugiro o estudo, por exemplo, das normas NIHS 20.

Abraços!

Adriano

Byron

#17
Citação de: flavio online 20 Novembro 2012 às 15:54:05
Nas antigas competições de observatório, que eram ferramenta de propaganda de fábricas que competiam entre si pela precisão, os movimentos eram testados no quesito único precisão. Em 2009, com a volta das "competições" de observatório (já que os resultados deveriam ficar secretos e, no final das contas, as fábricas nem ao menos os utilizam como propaganda, já que hoje precisão é o de menos), resolveram mudar um pouco as regras e testar todo o relógio, no que seriam condições de uso normais diárias. Adicionaram ao teste de observatório, pois, choques e magnetismo. A JLC só libera seus relógios da fábrica após 1000 horas de testes em condições de uso e não foi uma surpresa para mim que dois turbilhões - sim, turbilhões, que pressupõe-se serem ultra frágeis - deles tenham ganhado a competição. Nessa competição, 16 relógios participaram e, depois dos 45 dias de testes, 35% deles ficaram pelo caminho por conta de choques (caso do Greubel Forsey, que acabou ganhando em 2011), magnetismo (Voutlainen), etc.

Entendi a pergunta, então e, indo além do Adriano, acho que o que vale é o bom senso. Você não vai jogar tênis com um Patek ultra fino; não vai colocar um Longines Crono para mergulhar (como um colega meu faz, mas com um Hublot, e teima em colocar a culpa nos defeitos do relógio na marca, não nele); você não vai fazer um rally com uma Ferrari.

Cada macaco no seu galho! Sei que a norma iso que atesta todos os relógios suíços garante impactos que equivalem a uma queda de 40 cms. Não sei quanto isso equivale em desaceleração. Mas sei, por exemplo, que o Federer é endorser da Rolex e já o vi jogando com relógios. Algum relógio dele deu problema pelos impactos? Se deu, não ficamos sabendo. Mas acho que um Rolex foi feito para aguentar um tranco. Eu já joguei meu Rolex Explorer I e o Seamaster Planet Ocean (e são só esses dois mesmos que sofrem...) em cada buraca inacreditável, de mortais dados no mar de uma dezena de metros de altura a porradas em parede. Eles estão funcionando bem até hoje...

Acho que se meu Longines Avigation, para citar o exemplo do primeiro que me vem à mente, porém, caísse de uma altura de meio centimetro dentro de uma caixa de ispor, ele quebraria, assim como encheria de água se colocado dentro de um copo de água.


Flávio
Apenas um adendo, com relação ao tênis: muitos dos tenistas top ten são embaixadores de marcas de relógios.
Para ficarmos nos mais emblemáticos, temos o Federer com Rolex, o Djokovic com Audemars Piguet e o Nadal com seu famosíssimo Richard Mille, que pesa apenas 20 gramas e que custa mais de US$ 500 mil.
Curioso é que apenas o Nadal joga de relógio! Ele o coloca no braço direito, já que usa a canhota para jogar. No seu backhand, com os dois braços, penso que a extrema leveza do relógio não o incomode. Aliás, penso que está justamente aí a propaganda da Richard Mille.
O Federer NÃO joga com relógio: entra na quadra com o Rolex, tira-o, e apenas o coloca imediatamente, assim que termina a partida.
Interesante é que, em teoria, ele poderia usar sim, já que é destro e bate o backhand com apenas uma das mãos.
O seu Rolex não iria "atrapalhá-lo" em nada. ;D

Abraço.

P.S.: se alguém aqui de BSB joga tênis e quiser bater uma bolinha, sinta-se imediatamente meu convidado.
" J'ai plus de souvenirs que si j'avais mille ans."  C. Baudelaire

Alberto Ferreira

Salve, amigos.

Sim, a discussão é interessante.

Mas, se me permitem,...
Aí vão apenas mais dois centavos, na questão do perfil dos dentes das engrenagens usadas nas "rodagens" dos relógios.


Há que se considerar o regime de uso, ou talvez em uma linguagem menos técnica, as condições a que são submetidos os dentes daquelas engrenagens.
Dentre estas condições estariam as dimensões (como já foi dito), o torque, os esforços nos pontos de contato (as forças aplicadas ali) e, por que não, a complicação construtiva, etc.

Por último, uma asserção pragmática, se não há desgastes relevantes, os projetos não podem estar propriamente "errados", haja vista o tempo pelo qual estes são aplicados nos relógios.
Eu sei que isso não foi dito...  Que os projetos estão errados... Mas não custa debatermos e quiçá aclararmos um pouco mais a fundo, não?  8)

Abraços a todos!
Alberto

rtakami

Eu sempre reparava nos relógios dos pedreiros e lembro na minha mente o Orient KD nos mais velhos/idosos.

Citação de: Alberto Ferreira online 20 Novembro 2012 às 14:56:07
Salve amigos!

Sem nenhuma outra colocação, ou intenção, que não apenas a de fazer um comentário que eu creio talvez seja algo esclarecedor...

A marca que eu vou citar é muito respeitada por mim. Aliás, eu digo mais, eu sou fã dela, e desde muito tempo!


Certamente, todos já ouviram o termo "relógio de peão" para se referir a alguns modelos da marca Orient.

Pois bem,...
Por que isso?

Eles funcionam, anos a fio, no punho de operários braçais (em minas e obras de construção pesada), operando marteletes pneumáticos (e põe vibração e poeira, né?  ;))...
E normalmente eles são mecânicos...
E por que?
Porque lá "no mato" era mais difícil encontrar baterias e tal...  ::)

Eu cansei de vê-los em ação, com suas pulseiras frouxas nos punhos, girando nos braços com toda aquela vibração...
E funcionando, numa boa!

Ah!
Há outros que podem ser enquadrados no mesmo caso.

Abraços a todos,
Alberto