MEETAmorfose DE LUxO

[helio]

Há muito eu e muitos outros percebem como empurram objetos comuns como premium guela a baixo da nossa ingenua sociedade (eu ia escrever mediocre mas achei meio pesado , mas parecer por aqui chega, em inumeros casos, ser mais importante que  proprio ser), pela primeira vez li um artigo tratando este assunto achei legal compartilhar.
ISTO É Dinheiro 23/01/2013 - http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/109818_METAMORFOSE+DE+LUXO
O curioso é que isto ocorre por aqui com uma frequencia muito maior do que é percebida pela população, foram citadas explicitamente ray-ban, budweiser, Smart, Sephora, Casino, Budweiser e até a Havaianas,Melissa e Ypioca .
[]s

[Adriano]

O que achei mais espantoso foi o próprio diretor da marca, no caso da RayBan, assumir isso, que seu produto não é de luxo, e não fazer o contrário.

Há tempos comecei a notar como mesmo produtos nacionais de um dia para o outro passaram de produtos da classe Z para a A. Vide havaianas. Lembram do comercial antigo com o Chico Anyoso? "As legítimas, que não solta a tira?" Ok, era mentira, pois soltavam a tira sim. Mas nessa época, Havaina era "coisa de pedreiro". Não estou chacotando a profissão não, todo mundo aqui sabe o que eu quero dizer, é isso que todo mundo achava. De repente, virou acessório de "playboy". Como? Fazendo o mesmo que outros produtos como Melissinha, Ypioca, Samelo, e outras: apenas sobe o preço, mas continua fabricando a mesma coisa (para não dizer outra coisa).

Até bota sete léguas virou moda.

Então não é só no exterior que o produto nacional da classe Z virou de um dia para outro moda na classe A.

É isso, nosso consumidor engole qualquer coisa (denovo, para não chamar de outro nome), pela tarjeta de preço. Vai nessa...

Abraços!

Adriano

[igorschutz]

Pô, nos relógios mecânicos isso acontece direto... reloginho mequetrefe vendido a preço espalhafatoso e a galera vai comprando...

Até a pulseira nato, que antes era pulseirinha sem-vergonha, tá virando luxo...

[zugo]

Postei o abaixo em outro tópico e se adequa perfeitamente a matéria:

O grande problema do consumidor Brasileiro é falta de informação. O povo ganhou dinheiro, mas não ganhou cultura. As pessoas compram simplesmente pelo ato de comprar e ostentar. Falar que tem um carro de 100 mil, um tenis de 1000, um relógio de 5 mil, um celular de 2500 etc... No meu convivio social todo mundo possui smartphones carissimos (iphone 5 e Galaxy S3). Agora eu pergunto, sabe quantos sabem usar? QUase nenhum. Tem para falar que tem... O maior absurdo que eu acho são tenis. Um tenis de 200 dólares nos estados unidos chega na nossa vitrine por mais de 1000 reais. Todo mundo compra! Os carros então, me da vontade de chorar... peguem nossos carros de 100 mil reais, convertam para dólar e vejam os AUTOMÓVEIS que podem ser comprados em qualquer país sério. Mas o Brasileiro paga... e se paga, por que diminiur o preço?

O que eu vejo é que o empresariado brasileiro prefere vender 1 coisa de 20mil do que 20 de hum mil. Pois assim o marketing é de que é algo de rico/exclusivo. É só vocês assistirem às propagandas da claro do Iphone, como se fosse algo muito chique e requintado. Enquanto nos USA qualquer pé-rapado entra numa Verizon/AT&T da vida e sai de iPhone novinho por 200 doletas. Aqui você tem que entrar numa "fila exclusiva", marcar horário e ainda pagar 2500 mangos num telefone FIDELIZADO!

Complementando, só no Brasil que Corolla, Ford Fusion e derivados é carro de "patrão", rayban é óculos de rico, iPhone é coisa de gente chique e descolada e assim vai. Mas o Brasileiro PAGA então tá certo de não baixar o preço mesmo. O povo nem sabe o que está comprando... mas se a etiqueta é cara então é pq é bom. A nova moda agora são as camisetas da Hollister, Abercrombie e Aeropostale. Aqui no Brasil é marca de "playboy/rico". Só rindo... uma camiseta de 25 dólares, aqui os caras vendem por 200 reais e todo mundo compra.

Desculpe o português, mas é como eu gosto de dizer: tem mais é que se f**** para aprender. Infelizmente é assim...

Nós somos o povo mais RICO do planeta. Pagamos mais caros por tudo e ainda achamos bom e saímos rindo por aí.

Ps: quero mais é que o povo encha a cara de Bud mesmo! Meus dividendos de AMBV4 e AMBV3 agradecem a preferência!!!

[Alberto Ferreira]

Lembram do comercial antigo com o Chico Anyoso? "As legítimas, que não solta a tira?" Ok, era mentira, pois soltavam a tira sim.
...

Eu lembro!
E lembro que elas também "não deformavam e não deixavam cheiro"...

http://www.youtube.com/watch?v=xA5FrrvExiA
 

Alberto

[Adriano]

Outro dia vi uma piadinha que perguntava onde ficava esse "Colégio Hollister",  de tanto ver a molecada com esse uniforme na rua...



Sempre usei camisetas Hering. São umas merdas, mas eu pagava 10, 15 reais na preta básica e tava valendo, para ir para a faculdade, academia... usava uns meses, ela ficava cinza (na verdade, ficava cinza logo após a segunda ou terceira lavagem), mas tava valendo. A pólo custava uns 20 paus, desbotava mais rápido ainda. Mas por esse preço...

Agora, ou melhor, há uns bons anos passaram a custar 3, 4 vezes isso e continuam a lesma lerda.

Outro dia lembrei da CCE. O pessoal estratégico deles é fraco, pois era só multiplicar os preços por uns 5 ou 10, pegar um garoto propaganda da novela das 8, e abrir uma "CCE Store" que de um dia para o outro ia disputar com a Apple o posto de marca favorita da "crasse A" brasileira...

Abraços!

Adriano

[Adriano]

Lembram do comercial antigo com o Chico Anyoso? "As legítimas, que não solta a tira?" Ok, era mentira, pois soltavam a tira sim.
...

Eu lembro!
E lembro que elas também "não deformavam e não deixavam cheiro"...

http://www.youtube.com/watch?v=xA5FrrvExiA
 

Alberto

Mas é claro que a Havaiana não dá cheiro; quem dá cheiro é o pé que vai nela!



Misericórdia...

Abraços!

Adriano

[Mario_Fpolis]

A cerveja Erdinger, só no Brasil é classe A, pra ficar em mais um exemplo.

[Pandolfi]

Alberto, daqui a pouco o Vulcabras vai ser must...
Grande domingo.
Pandolfi

[lucius]

Marketing aspiracional.

Lucius

[ogum777]

é.

é que as pessoas não compram produtos. elas compram qq outra coisa além dos produtos. não sei dizer o quê.

o fato de que se quiser popularizar algo, botar o preço lá em cima ajuda... por incrível que pareça. pois, quanto mais pobre, mais pé rapado, mais baixa a auto-estima, mais focado em marcas está a pessoa. é fato.

quanto mais pobre, maior a possibilidade de querer tomar coca-cola e não uma tubaína. justamente por que é mais cara. e isso eu ouvi de ex-diretor da coca-cola, que contou que nos 70 pros 80 aumentou o preço justamente pra tornar o produto mais desejado. besta de quem toma isso...

mas marcas buscam esse reposicionamento. vide rolex.

cresci vendo propagandas de rolex como relógio pra se usar pra mergulhar, pra velejar, pra entrar em caverna e até pra viver no meio dos gorilas com a dian fossey. mas quem disse que eu tenho coragem de usar um rolex pra fazer meu trajeto diário de casa pro trabalho de bicicleta? quem usa pra mergulhar um relógio que custa mais que todo o resto do equipamento de mergulho? pra bater em pedra, arrastar na areia?

essa é a questão: marcas se descolaram dos produtos. e pessoas, principalmente nos países mais atrasados, vêem marcas, não produtos.

uma ex-aluna minha angolana periodicamente levava malas e malas de havaianas pra angola. vendia a algo como 150 reais o par por lá. e vendia tudo em 2 dias, no máximo.

país recém saído de guerra, praticamente sem ruas asfaltadas... sem estrutura... mas com gente louca pra andar de havaianas...

até onde somos diferentes? um coleguinha comprou um rolex. veio me mostrar. ficou meio cabreiro quando expliquei que não precisava trocar pilha... tá achando que o relógio é solar.

é um desses que se endivida pra ter jipão, rolex, roupas de marca e etc. já sofreu 2 sequestros relâmpagos. já eu...

bom, deixa eu ficar quieto. 

[Alberto Ferreira]

Fora as marcas, ou não... 

Houve época em que senhoras do mais fino trato, mães, esposas, noivas, filhas, usavam e eram presenteadas com pequenas maravilhas mecânicas de "surpreendente beleza e precisão".
Que custavam menos de sete dólares...

Um luxo!  Sim... Mas não naquele sentido, claro! 



Mas isso (o anúncio pelo menos) aconteceu lá pelos idos de 1936...

Hoje, os braços delas continuam tão belos e delicados quanto...
Mas, a coisa agora é outra.
Em todos os sentidos, do tamanho físico, passando pela tecnologia até finalmente chegando ao "luxo"...
Sim, "luxo", agora sim,...   Aquele. 


Dior

Para citar um bem "simples", no conceito de luxo que eu quero ressaltar...

Mas não há nada de errado aqui...
Apenas outros tempos. 

Alberto