Eu ia justamente citar a crise do quartzo, e apontar que existe uma diferença fundamental: o relógio a quartzo era concorrente absolutamente direto do relógio mecânico. Existe um abismo hoje entre o relógio tradicional suíço e os smartwatches.
A coisa já muda um pouco mais de figura quando o assunto é smartwatch versus relógio a quartzo multifuncional. Aí já é uma questão a se discutir sobre o impacto de um sobre o outro, o mercado e o público que atingem, etc. E se alguém tem que se preocupar com isso, é a indústria relojoeira japonesa e chinesa. A suíça, certamente não.
Abraços!
Adriano
yep!
pensei nisso. eu tenho um prg110. com grana sobrando, seria substituído por um iwatch, pois a função dele é me dar um monte de dados, além de marcar horas.
a indústria suíça e a indústria de mecânicos em geral encontrou um nicho depois da crise da chegada do quartzo. o nicho é justamente o fascínio por máquinas mecânicas.
isso se vê claramente pela quantidade de relógios com fundos transparente, cuja função qual é, senão a de perceber que o movimento é mecânico?
esse nicho chama-se deleite. é por deleite, não por necessidade, que se compra um DSSD, pois ninguém vai meter um relógio desse preço pra arrastar em pedras no fundo do mar, a não ser que tenha muito, mas muito dinheiro, seja um sultão, pashá, marajá, ou o que seja. e aí não vale, pois rolex não faz relógios apenas pra essas pessoas.
é o deleite que faz ainda se vender tanto submariners, moons e etc. nenhum deles mais com uso efetivo de suas funções técnicas que lhe deram origem. hoje há equipamento muito mais preciso e barato para se usar no lugar. mas que é um tesão ter um diver no pulso, mesmo que em frente ao computador (como eu, nesse exato momento, com um skx007, enfurnado numa sala numa rua próxima à avenida paulista e bemdistante do mar ou de qq lago ou rio onde se possa mergulhar), não podemos negar.
pra quem se deleita com um mecânico, inclusive a corda manual (quem usa um relógio a corda manual com pulseira de couro pra mergulhar hoje em dia?), não irá trocar o prazer de ter um panerai para usar o tempo todo um iwatch.
e mais.
além do deleite em si, a afirmação de poder de compra também movimenta, e fortemente, o mercado de mecânicos. existem sim o relógio de advogado, de engenheiro, de médico, de comerciante bem sucedido. às vezes e, no mais das vezes, esse desejo é inconsciente. mas não importa se é consciente ou inconsciente, importa que venda. aí está o espaço do mercado.
durante muitos anos ainda teremos rolex por aí.
a mudança virá mesmo com a chegada das novas gerações que não querem nada no pulso, que nasceram pendurados a um celular e aprenderam a ver horas nele. como minha sobrinha, que tinha um iphone já aos 5/6 anos. ela acha engraçado ter uma máquina pra ver hora no pulso. mas, por moda, gostou muito desse, que nem precisava mostrar hora:
http://tinyurl.com/l4qdx46