Como funcionam os tambores de corda emparelhados?

Nesse tópico não entendi nada, alguém pode me dar uma dica de uma leitura mais voltada para iniciante?

Edson, onde foi que "boiou"? Talvez possa lançar a luz.


Flávio

Pelo que entendo é uma forma de ter uma marcha longa sem precisar de um remontoir.
Uma mola única muito longa teria uma curva de torque mais "esticada", com mais risco de sobrecarga e com um período longo de baixo torque tb - por isso a Lange, por exemplo, usa o remontoir.
Não sei como fica prá carregar a corda, pq não tem prá onde fugir: ou vc desmultiplica a relação e tem que dar 200 voltas prá carregar, ou tem que faz um mecanismo "pesadão". O Lange 31, que é manual, os caras entregam um chave que acopla na coroa. Tem um Hublot que vem com uma "pistola" que parece aquelas de tirar roda de carro...
Mas me digam aí, e no caso dos movimentos automáticos, como fazem? Os rotores são mais pesados, com rodas reversas mais parrudas? Ou precisam "balançar" mais mesmo prá carregar?

Abraços!

Pois é. Com uma corda longa, a curva de "torque x tempo" da corda tem mais ou menos a mesma forma, apenas alongada... Um exemplo clássico: o ETA 2824-2 normal e os novos ETA C07 com 80 horas de reserva, baseados nele. O 2824-2 com 38 horas de reserva tem torque bom até umas 32 horas. As últimas 6 horas a amplitude fica ruim e a marcha idem. Mas nos C07 de 80 horas... o relógio passa o último dia e meio "morrendo".

E sim, você precisará de muito mais voltas do rotor para carregar enrolar essa corda toda. Claro, quando você projeta um calibre do zero com essa intenção, você projeta o sistema do automático de acordo, e aí pode mesmo optar por rotores mais pesados, mais multiplicação... mas novamente com a comparação do 2824-2 com os novos C07: o sistema do automático é o mesmíssimo. No cicloteste (aparelho que movimenta o relógio para se testar o carregamento) de 4 rpm, um 2824-2 tem que ficar 4 horas e 10 minutos para carregar completo, enquanto um C07, 10 horas e 25 minutos.

Abraços!

Adriano

Mas um rotor mais pesado, ou mais denso, não iria alterar outros aspectos, além do peso do peso do próprio relógio, ou seria insignificante?

No peso do relógio, seria insignificante. Até porque o "mais pesado" é modo de dizer: o importante mesmo é que o rotor tenha mais momento de inércia, logo massa não precisa ser necessariamente maior para ele ter mais momento de inércia.

Abraço!

Adriano

Eu entendo que temos dois tambores, um com brida deslizante (como o tambor de relógio de corda automática) e outro com brida fixa (como um tambor de relógio com corda manual). Quando os dois estão inteiramente carregados, o tambor de brida fixa tem torque maior, e portanto sua carga começa a ser utilizada até chegar no ponto em que seu torque se iguala ao torque do tambor de brida deslizante. Quando ocorre esse pareamento, a corda do tambor de brida deslizante começa a ser utilizada até que o torque de ambos volte a ficar desigual. Quando desigualam, aí a corda do tambor de brida fixa volta a ser utilizada, até se igualarem novamente, e assim vai, até o fim da corda.

Ou seja, enquanto os torques são desiguais, usa-se a corda do tambor de brida fixa, e quando o torque se iguala, usa-se a corda do tambor de brida deslizante.

É assim que entendo.

Flávio, são muitas as dúvidas, mas para não me tornar maçante vou te pedir a explicação desse texto, caso não de muito trabalho.

Obrigado pela atenção!!!!

Pergunte aí, porque tenho que saber pelo menos de onde começar. O assunto não é simples (pelo menos não sem uma base teórica simples), tanto é que fui eu mesmo que o lancei para só depois descobrir a resposta, através de premisa do Adriano. Mas mesmo entre nós, como deve ter visto, as conclusões, especificamente sobre a Omega, ainda estão no campo das hipóteses.

Flávio

Vou tentar passar o que eu entendi. O objetivo do sistema é consumir energia sempre da mola que estiver mais carregada. Imagine q vc pega o relógio na gaveta totalmente descarregado e da toda corda nele, carregando o tambor manual. Põe o relógio braco, e ele vai carregando o tambor automático, enquanto consome a corda manual. Vai chegar um momento em q o torque da mola do automático será maior do que a do manual. Aí o relógio passará a consumir a corda do automático. Como vc está com ele no pulso, isso deve ficar sempre assim, preservando o tambor manual. Quando vc deixar o relógio em repouso, ele vai consumir a corda até q o torque caia abaixo do que estava o tambor manual e a maquina passará a consumir esse. Se ficar assim muito tempo, voltará a consumir o auto e por aí vai até acabar.