Análise do mercado de relógios brasileiro

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Offline Dicbetts

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Re:Análise do mercado de relógios brasileiro
« Resposta #20 Online: 28 Março 2016 às 18:11:22 »
Dic, não posso responder a todas as suas perguntas, mas tenho um dado que vai te surpreender e, se serve para essa marca, talvez sirva para as demais. O relógio mais vendido da Patek até uns anos atrás era o Twenty 4, feminino e a quartz. Dentro da marca, ele respondia por 40% do total de vendas (número de relógios vendidos, não lucro). Por aí imagine...

Flávio

Flavinho,

O problema dessas pesquisas é que são caixas pretas. Seus resultados são conforme o gosto do freguês.

A PP pode afirmar que é o modelo mais vendido porque é o que tem o maior potencial de encalhe, de desvalorização etc.

Assim, induz à venda quando alardeia que é seu best seller.

O resultado dessas sondagens me faz lembrar as suspeitas de fraudes nos leilões, promovidas por algumas casas relojoeiras.

Dic


Re:Análise do mercado de relógios brasileiro
« Resposta #21 Online: 28 Março 2016 às 21:40:19 »


1) qual o contingente feminino de compradoras de relógios? Certamente é maior na Bvlgari - Cartier que na Rolex, vide o preço.

2) qual o contingente feminino de compradoras da Cartier? Maior do que voce pensa, certamente.

3) qual o contingente masculino de compradores de relógios Cartier? Enorme, Abilio Diniz, Aecio Neves e muitas outras "personalidades" usam, especialmente a linha Santos, enfim existe um expressivo publico masculino.

4) qual o contingente masculino de compradores de relógios para as mulheres? Minha esposa tem dois Cartier e nenhum Rolex, acredito que se fizermos uma enquete com os foristas aconteceria o mesmo. Tem Cartier não tem Rolex.

5) qual a marca de relojoaria-joalheria top of mind para o consumidor de alto padrão brasileiro? Rolex, por obvio, porem a Catier tem vários modelos Quartz que partem na faixa de R$ 13k, metade do preço dos modelos de entrada da Rolex no atual cenário

Um abraço Dic;

WAR.

Re:Análise do mercado de relógios brasileiro
« Resposta #22 Online: 28 Março 2016 às 21:47:42 »
Dic, não posso responder a todas as suas perguntas, mas tenho um dado que vai te surpreender e, se serve para essa marca, talvez sirva para as demais. O relógio mais vendido da Patek até uns anos atrás era o Twenty 4, feminino e a quartz. Dentro da marca, ele respondia por 40% do total de vendas (número de relógios vendidos, não lucro). Por aí imagine...

Flávio

Flavio, este dado não me surpreende nem um pouco. Este modelo, feminino, Twenty 4 Quartz é a linha mais barato da PP, já a linha masculina é muito grande, esta marca tem muitos modelos, tenho certeza que você já entrou na loja deles e pode constatar o que estou falando, logo um modelo de entrada e com poucos concorrentes (a linha feminina da PP é bem menor que a masculina) é razoável aceitar a ideia de ser a mais vendida.

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Offline FALCO

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Re:Análise do mercado de relógios brasileiro
« Resposta #23 Online: 28 Março 2016 às 21:50:32 »
Segundo a própria omega, o principal fator responsável pelo ressurgimento da marca foi a parceria com a Cindy Crawford, no auge, a maioria das vendas se concentrava em modelos femininos.
FRM: contra argumentos, não há fatos !!!

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Offline Dicbetts

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Re:Análise do mercado de relógios brasileiro
« Resposta #24 Online: 28 Março 2016 às 21:58:54 »

1) qual o contingente feminino de compradoras de relógios? Certamente é maior na Bvlgari - Cartier que na Rolex, vide o preço.

2) qual o contingente feminino de compradoras da Cartier? Maior do que voce pensa, certamente.

3) qual o contingente masculino de compradores de relógios Cartier? Enorme, Abilio Diniz, Aecio Neves e muitas outras "personalidades" usam, especialmente a linha Santos, enfim existe um expressivo publico masculino.

4) qual o contingente masculino de compradores de relógios para as mulheres? Minha esposa tem dois Cartier e nenhum Rolex, acredito que se fizermos uma enquete com os foristas aconteceria o mesmo. Tem Cartier não tem Rolex.

5) qual a marca de relojoaria-joalheria top of mind para o consumidor de alto padrão brasileiro? Rolex, por obvio, porem a Catier tem vários modelos Quartz que partem na faixa de R$ 13k, metade do preço dos modelos de entrada da Rolex no atual cenário

Um abraço Dic;

WAR.


Você tem absoluta certeza das respostas que dá. Faz afirmações em todas elas. Sinal de que você dispõe de informaçōes que as confirmam.

Por favor, apresente os dados que as sustentam. Tenho muitas dúvidas.

Dic

Re:Análise do mercado de relógios brasileiro
« Resposta #25 Online: 28 Março 2016 às 22:40:55 »
Bom, uma coisa eu posso afirmar por experiência minha.
Tenho vontade de comprar um relógio para minha esposa (não o fiz ainda pq ela não dá muita bola... Prefere jóia).
Minha vontade é de comprar pra ela um Ballon Bleu... sequer cogito comprar um Rolex pra ela...

Re:Análise do mercado de relógios brasileiro
« Resposta #26 Online: 29 Março 2016 às 00:26:51 »
Algumas considerações e observações:
1.Tem um post de aproximadamente 6 meses atrás em que postaram links e informações sobre o mercado MUNDIAL. Neste, a mesma perplexidade sobre a posição da Cartier (2o lugar em receita de venda, no caso) apareceu.
Era algo sobre o ranking de vendas 2014.
2. Acho que o que estamos vendo é o mercado nacional começar a refletir mais o cenário internacional.
3. A matéria publicada que inspirou o post não é uma pesquisa mas uma análise de mercado.
4. Minha mulher tem 4 Cartier e 1 Rolex e a razão dela é simples - os Rolex femininos ela acha todos parecidos. Os modelos da Cartier são bem variados na forma - redondos, quadrados, retangulares, etc.
5. Para ela o relógio ser automático, quartzo, corda, não faz a menor diferença, aliás, faz, ela prefere quartzo porque ela não precisa dar corda. Trocar bateria é problema? Só se vc acha problema fazer uma visita à loja Cartier. Para ela é desculpa;)

Re:Análise do mercado de relógios brasileiro
« Resposta #27 Online: 29 Março 2016 às 00:30:59 »
Achei o post que citei acima. Infelizmente os links estão quebrados.
Segue o link abaixo:
http://forum.relogiosmecanicos.com.br/index.php?topic=12516.0
« Última modificação: 29 Março 2016 às 00:38:02 por waldirmello »

Re:Análise do mercado de relógios brasileiro
« Resposta #28 Online: 29 Março 2016 às 05:57:56 »
se a opiniao nao vale pq representa apenas o gosto de um usuario e a pesquisa nao vale pq mostra um resultado falso, de acordo com o gosto do freguês.. bora beber q eh melhor!!

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Offline TUZ40

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Re:Análise do mercado de relógios brasileiro
« Resposta #29 Online: 29 Março 2016 às 08:13:22 »
Minha mulher prefere muito mais a linha da Cartier do que a da Rolex. E como o colega bem colocou, os números de fora também apontam a força da manufatura.

Particularmente, eu também acho muito mais elegante para elas um belo Tank do que um Datejust.
"All your base are belong to us"

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Offline FPiccinin

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Re:Análise do mercado de relógios brasileiro
« Resposta #30 Online: 29 Março 2016 às 09:31:13 »
se a opiniao nao vale pq representa apenas o gosto de um usuario e a pesquisa nao vale pq mostra um resultado falso, de acordo com o gosto do freguês.. bora beber q eh melhor!!
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vinniearques

Re:Análise do mercado de relógios brasileiro
« Resposta #31 Online: 29 Março 2016 às 09:53:40 »
já ouvi gente da propria Richemont aqui no pais dizer que o que segura faturamento aqui no Brasil do grupo é a Cartier e a Montblanc.

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Offline Dicbetts

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Re:Análise do mercado de relógios brasileiro
« Resposta #32 Online: 29 Março 2016 às 12:10:31 »
se a opiniao nao vale pq representa apenas o gosto de um usuario e a pesquisa nao vale pq mostra um resultado falso, de acordo com o gosto do freguês.. bora beber q eh melhor!!

Em momento algum disse que o resultado dessa pesquisa é falso.

O que afirmei, e sustento, é que as pesquisas de opinião são manipuláveis. Lembro que o Datafolha tem sido ferozmente contestado pelos números que apresenta das manifestações contra o governo.

A Secretaria de Segurança apontou no protesto do dia 13, na Avenida Paulista, 1,4 milhão de participantes. O Datafolha, 500 mil. A discrepância é imensa.

O método da SS é conhecido e simples: quantidade de pessoas por metro quadrado. E o do Datafolha? Se alguém souber...

Isso não quer dizer que o método da SS é melhor e o do Data pior. Quer dizer que um é sabido e outro não. E é exatamente na falta de clareza que mora o problema.

Toda pesquisa que não diz como é feita, eu ponho em dúvida.

Dic

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Alberto Ferreira

Re:Análise do mercado de relógios brasileiro
« Resposta #33 Online: 29 Março 2016 às 12:20:21 »
Isso mesmo.

E como eu gosto de "sacar" uma "frase de efeito"...
Aí vai uma "colocação", de minha autoria e inteira "responsabilidade"...
...e risco.  :D

As estatísticas aqui no Patropi, sejam elas oficiais ou não, são muito precisas e muito atualizadas.  ::)

Só que, infelizmente, a precisas não são atualizadas e estas últimas não são precisas.
Logo...  :P

Alberto

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Offline flávio

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Re:Análise do mercado de relógios brasileiro
« Resposta #34 Online: 29 Março 2016 às 16:17:39 »
Pô Dic, mas aí você, como diria um ex professor, o Rogério Greco, enfraquece a amizade! Eu prefiro acreditar ou pelo menos trabalhar com dados "oficiais" a imaginar hipóteses. Eu nem procurei muito, mas veja nessa reportagem - vá lá, a Raymond Weil é de entrada - que os relógios femininos representam a maioria do giro. Hermés? 80%

http://www.businessoffashion.com/articles/intelligence/watch-brands-find-growth-in-the-womens-market

Ou... Que confirma o que eu disse sobre a Patek

http://in.reuters.com/article/watches-ladies-idINDEEA3504B20140406


Enfim, a perda de mercado da Rolex num país de terceiro mundo, ou seja, mercado não maduro, não tem nada de inaudito, é o caminho natural das coisas. No mercado não maduro, como muito bem abordado no livro A Time to Change, que foi escrito pouco depois da crise de 2008, as pessoas adquirem bens de luxo não para demonstrarem seu individualismo, mas para mostrarem aos outros o quanto possuem na carteira. É por isso que nos mercados não maduros os produtos de luxo que fazem a cabeça da classe mais abastada tendem a ser os "tradicionais", os facilmente reconhecíveis como tal pelos consumidores. À medida que o mercado vai amadurecendo, as pessoas vão "descobrindo" novas marcas. Nesse sentido, a tendência é cada vez mais o consumo se pulverizar entre outros players. E veja, eu sequer estou falando que a Cartier tenha deixado de ser um player significativo em terceiro mundo, se comparada à Rolex, porque a sua penetração sempre foi global. Mas para citar um exemplo, peguemos a Omega. Ora, enquanto a Omega era A MARCA até os anos 70, aquela a ser batida, as presepadas dos anos 80 fizeram-na perder pelo menos uma geração de consumidores.

Falando sério... Eu tenho 40 anos e já nasci ouvindo falar que Rolex era O RELÓGIO, sem competidores. Mas e meu pai? Meu pai não tinha essa percepção, relógio para ele era Omega, assim como para meu avô. Tanto é verdade que naquele jantar que tivemos com o CEO da Omega, ele disse que o que alavancou as vendas da boutique de Brasília foram os saudosistas que entravam na loja, pessoas mais velhas, buscando "o Omega ferradura da sua juventude". A Omega, pois, deixou de ser percebida entre homens da minha geração e, com muito mais razão, mulheres, como algo "que bota banca" em terceiro mundo.

Mas hoje, com o amadurecimento normal do mercado, essa percepção está ressurgindo ou surgindo em relação a várias outras marcas.

A mulher que quer botar sua primeira "banquinha" no mundo das bolsas, por exemplo, compra uma Luis Vitão. Depois de já ter tido algumas, ela percebe que botar banca não é o paranauè, mas distinguir se entre "azamigas" com uma Gucci sei lá o que. Mesma coisa com os relógios... No mercado maduro, entenda-se, Europa, a assertiva não é verdadeira, porque "azamiga" e "ozamigo" já tinham acesso a outras marcas há décadas e já tinham tido sua primeira experiência com as marcas tradicionais.

A vantagem da Rolex, falando especificamente sobre ela, é que a marca é a "casa da mãe joana" da relojoaria, aceita qualquer um, do neófito não sabe nada que quer tirar onda de rico, ao entendido que visitou a fábrica como eu e que consegue ver além disso. Visitei entenda-se: fui na porta... hahahahahah


Em resumo, acredito sim que a tendência de todas as marcas de luxo "top of mind" seja perderem mercado à medida que o poder de compra e contato de uma sociedade que está evoluindo economicamente permita. O consumidor tira onde que só usava canetas Mont Blanc irá experimentar uma Pelikan; o cara que só tinha Rolexes, irá de novo, como seu pai no passado, comprar um omeguinha; e as mulheres, que só usavam relógios Máiquel Cors, irão comprar seu primeiro Cartier....


Flávio
« Última modificação: 29 Março 2016 às 17:20:48 por flavio »

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Offline Dicbetts

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Re:Análise do mercado de relógios brasileiro
« Resposta #35 Online: 29 Março 2016 às 17:24:50 »
Pô Dic, mas aí você, como diria um ex professor, o Rogério Greco, enfraquece a amizade! Eu prefiro acreditar ou pelo menos trabalhar com dados "oficiais" a imaginar hipóteses. Eu nem procurei muito, mas veja nessa reportagem - vá lá, a Raymond Weil é de entrada - que os relógios femininos representam a maioria do giro. Hermés? 80%

http://www.businessoffashion.com/articles/intelligence/watch-brands-find-growth-in-the-womens-market

Ou... Que confirma o que eu disse sobre a Patek

http://in.reuters.com/article/watches-ladies-idINDEEA3504B20140406


Enfim, a perda de mercado da Rolex num país de terceiro mundo, ou seja, mercado não maduro, não tem nada de inaudito, é o caminho natural das coisas. No mercado não maduro, como muito bem abordado no livro A Time to Change, que foi escrito pouco depois da crise de 2008, as pessoas adquirem bens de luxo não para demonstrarem seu individualismo, mas para mostrarem aos outros o quanto possuem na carteira. É por isso que nos mercados não maduros os produtos de luxo que fazem a cabeça da classe mais abastada tendem a ser os "tradicionais", os facilmente reconhecíveis como tal pelos consumidores. À medida que o mercado vai amadurecendo, as pessoas vão "descobrindo" novas marcas. Nesse sentido, a tendência é cada vez mais o consumo se pulverizar entre outros players. E veja, eu sequer estou falando que a Cartier tenha deixado de ser um player significativo em terceiro mundo, se comparada à Rolex, porque a sua penetração sempre foi global. Mas para citar um exemplo, peguemos a Omega. Ora, enquanto a Omega era A MARCA até os anos 70, aquela a ser batida, as presepadas dos anos 80 fizeram-na perder pelo menos uma geração de consumidores.

Falando sério... Eu tenho 40 anos e já nasci ouvindo falar que Rolex era O RELÓGIO, sem competidores. Mas e meu pai? Meu pai não tinha essa percepção, relógio para ele era Omega, assim como para seu avô. Tanto é verdade que naquele jantar que tivemos com o CEO da Omega, ele disse que o que alavancou as vendas da boutique de Brasília eram os saudosistas que entravam na loja, pessoas mais velhas, buscando "o Omega ferradura da sua juventude". A Omega, pois, deixou de ser percebida entre homens da minha geração e, com muito mais razão, mulheres, como algo "que bota banca" em terceiro mundo.

Mas hoje, com o amadurecimento normal do mercado, essa percepção está ressurgindo ou surgindo em relação a várias outras marcas.

A mulher que quer botar sua primeira "banquinha" no mundo das bolsas, por exemplo, compra uma Luis Vitão. Depois de já ter tido algumas, ela percebe que botar banca não é o paranauè, mas distinguir se entre "azamigas" com uma Gucci sei lá o que. Mesma coisa com os relógios... No mercado maduro, entenda-se, Europa, a assertiva não é verdadeira, porque "azamiga" e "ozamigo" já tinham acesso a outras marcas há décadas e já tinham tido sua primeira experiência com as marcas tradicionais.

A vantagem da Rolex, falando especificamente sobre ela, é que a marca é a "casa da mãe joana" da relojoaria, aceita qualquer um, do neófito não sabe nada que quer tirar onda de rico, ao entendido que visitou a fábrica como eu e que consegue ver além disso. Visitei entenda-se: fui na porta... hahahahahah


Em resumo, acredito sim que a tendência de todas as marcas de luxo "top of mind" seja perderem mercado à medida que o poder de compra e contato de uma sociedade que está evoluindo economicamente permita. O consumidor tira onde que só usava canetas Mont Blanc irá experimentar uma Pelikan; o cara que só tinha Rolexes, irá de novo, como seu pai no passado, comprar um omeguinha; e as mulheres, que só usavam relógios Máiquel Cors, irão comprar seu primeiro Cartier....


Flávio

Flavinho,

Enfraqueço não. Entre amigos não tem isso.

O que venho tentando dizer é que pesquisa, assim como o papel - segundo o camarada Mao -, aceita tudo.

Você sabe que os caras que assessoro trabalham com pesquisas. Mas antes de darem um resultado, fazem uma imensa introdução sobre a metodologia, os porquês de limitar a sondagem a um espaço de tempo, de usarem um índice X (no caso, usam o do IBGE), de desprezarem o fator Y e por aí vai. Claro que se usarem outro espaço de tempo, outro índice (o da FGV, por exemplo) e desprezarem outro fator, dará um resultado diferente. É natural.

Então, sabe o que torna a pesquisa deles séria? Disponibilizá-la de cabo a rabo. Quem quiser discordar daquilo, esteja à vontade. Mas não pode dizer que há pontos obscuros, mal explicados, ou que se baseia em empirismos e achologias.

O que torna uma pesquisa crível não é exatamente o resultado que obtém, mas a explicação sobre como foi feita (estrutura, método, índices etc.)

Aqui voltamos à pesquisa que põe a Cartier em segundo no ranking nacional de vendas.

A empresa que a levantou faria um excelente trabalho se a explicitasse. (Nem se diga que existe uma cláusula impeditiva. Qualquer assessor mínimamente preparado sabe isso será razão de contestação. Que é o que faço.)

Disponibilizada, não haverá uma única pessoa capaz de contestá-la. Se os métodos foram aqueles, e com os devidas justificativas para utilização daquele formato respondidas, cessa a discussão. Como disse acima: podem discordar, mas não podem acusar má-fé.

E uma pesquisa que traz dados sobre consumo tem que se obrigatoriamente explicitada em todo seu teor. Ora, se a Volkswagen está sendo processada nos EUA por fraudar dados sobre índices de poluição, com dados rigorosamente tornados públicos para imprensa, ONGs e governo (lembremos que o presidente da montadora renunciou por causa do escândalo), imagine uma sondagem que reflete o mercado consumidor de relógios (infinitamente menos importante, menos controlado e pelo qual somente uns poucos se interessam) no Brasil.

Agora, imagine se ninguém sabe e ninguém viu como se chegou a tais conclusões.

Dic