(...) UG, Movado, Certina, Eterna e Zenith ninguém queria. Os mais antigos vão se lembrar. Parece tudo cíclico. Não entendo bem os motivos. Hoje parece que relógio velho é coisa de velho. A turma quer relógio novo e caro.
Em primeiro lugar, parabéns pelo Minerva! Relógio incrível! Quando não o quiser mais, me avisa que eu passo a cuidar dele pras próximas gerações.
Quanto ao povo querer somente relógio novo, peço vênia para dissentir. Pelo menos no exterior, pelo que sei, há uma moda de se valorizar relógios vintages, que se insere no panorama cultural mais amplo de valorização de coisas antigas que se vê hoje em dia. Se você consultar sites estrangeiros, não raro encontrará reclamações de colecionadores mais velhos a esse respeito: ele argumentam que os tais "hipsters" inflacionaram o mercado de relógios antigos.
O problema é que essa tendência de comportamento fez com que peças não tão raras, como Omegas 30T2, dos quais foram produzidos alguns milhões, virassem "celebridades" no mundo dos relógios, o que catapultou seus preços pra estratosfera no caso de alguns modelos!! Já imaginou pagar três mil dólares por uma peça desse tipo? É o que sites como o Hodinkee cobram. E esse pessoal paga. Alguns colecionadores mais experientes ficam furiosos por entenderem que há uma grande desproporção entre preço cobrado e real valor do relógio, considerando-se características como raridade e relevância da peça na história da horologia. Eles afirmam que se trata de puro modismo de jovens endinheirados prejudicando o mercado de relógios antigos.
Agora, aqui no Brasil, concordo: os apreciadores de relógios parecem ter mais amor pelos novos... e caros! Para mim, isso se reflete nos preços dos antigos, que ainda estão relativamente civilizados - por esses dias, comprei dois UG's, sendo um crono, por menos de dois mil reais cada um - e até nos espaços de discussão sobre peças vintages, como este aqui, que me parece um tanto negligenciado em relação aos demais tópicos... Por comparação, o subfórum do WUS é bem mais movimentado.