O confuso posicionamento da Montblanc/Minerva

[flávio]

Como já ressaltei aqui algumas vezes nos últimos anos, não há como negar que os novos Montblanc/Minerva oferecem padrão de acabamento Patek, visual de Lange e tudo isso por um preço mais camarada. Aliás, como já disse algumas vezes, o calibre de cronógrafo deles é, na minha opinião, o mais belo em produção na indústria.

Porém, como já ressaltei também, Montblanc nunca foi fábrica de relógios no passado e apenas comprou a Minerva para lhe dar legitimidade. Porém, ao invés de caminhar com suas próprias pernas em toda estratégia de marketing, continuou a enviar informações confusas aos consumidores, o que é ressaltado nesse texto. Por exemplo, o mostrador carrega não o nome Minverva, mas Montblanc. Porém, a data de fundação abaixo não é da Montblanc, mas Minerva. Mas não só... O movimento carrega inscrições das duas marcas, num movimento cujo projeto básico era apenas de uma.

Em suma, o texto indica o que tenho ressaltado há anos: uma certa crise de identidade na Montblanc Minerva. Vai parecer estranho o que vou dizer mas, talvez, hoje, que a Montblanc já se aproveitou do "nome" Minverva, fosse a hora de seguir seus próprios passos apenas como Montblanc.

https://www.europastar.com/time-keeper/1004090007-the-confusing-positioning-of-montblanc-and.html

[Dicbetts]

Ou então dividir em duas: Montblanc para a linha mais comum, Minerva para a mais elevada.

A Chopard fez isso e todos entenderam. Separou a LUC do restante.

Dic

[FALCO]

Eu aqui do meu lado não acho que está confuso.
Eu li (por cima) o texto do link e entendi que o autor procurou "criar confusão" onde não tem.
Me parece que ele e mais uma galera "into watches", tem algum preconceito com a absorção da Minerva pela MB e procura problema onde não tem.

A seguinte frase diz muito sobre a "tendência do texto":
"Minerva wouldn't have to fight its way up to the top end of the group, (Vacheron Constantin, Jaeger Le Coultre, IWC and A. Lange & Söhne) because the manufacture already owns a place among them."
Nem nos melhores anos (e estes foram há muuuitas décadas) a Minerva foi no nível atual de VC e ALS. Aliás, a Minerva era um zumbi há também algumas décadas. Uns 15/20 anos atrás, em um dos seus últimos suspiros, ela fez um relógio para um forum (timezone) por uns us$1,300.
Sem tirar o mérito dos seus movimentos, eu sinceramente acredito que a percepção de qualidade que a Minerva tem hoje se deve, na enorme maioria, aos modelos que primeiramente a Panerai e atualmente a Montblanc lança, porque, antes destes, a Minerva era "mais uma".
A Minerva até tinha uma linha high end nos anos 2000, tenho um catálogo aqui em algum lugar, mas nem sei se chegou a vender algum.
Eu tive em mãos alguns modelos Minerva de diversas épocas (nunca moderno) e digo que eram/são relógios bem normais, nem perto de VC e ALS.

[igorschutz]

A Minerva quando era só Minerva nunca foi grande coisa.

A Montblanc quando era só Montblanc nunca foi grande coisa.

Como é que junta "pequenas coisas" e de repente vira uma Patek + Lange, e ainda mais barato?

Sei não, tô vendo exagero aí da sua parte...

[flávio]

Igor, um Wolksvagem Phaeton era ou é, nem sei se fabricam ainda, uma BMW 750 em padrão de acabamento. Mas não era uma BMW... Eu acredito sim sinceramente que a Montblanc atual apresenta padrão de acabamento de marca topissima no mercado. Mas... Ainda carrega um Montblanc no mostrador que nem em sonho tem o heritage das marcas tradicionais de relógios. Isso é o que quis dizer.

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[igorschutz]

Esse monopusher que tá aí no link... Nunca vi na mão, aliás, nem na vitrine, mas nas fotos os parafusos já entregam que não chega no nível de um Patek.

E nem deveria chegar, afinal, dentro do grupo Richemond há pelo menos duas outras marcas para competir com a PP, não faria sentido ter uma terceira.

Ainda continuo achando que você exagerou.

Mas, enfim, a Montblanc é das marcas de relógio mais sem identidade que tem (seguida da JLC). De 15 anos pra cá, já não sei quantas vezes eles mudaram de identidade...

Primeiro começaram com essa bomba aqui:




Depois quiseram ser "muderno":




Mudaram de idéia e passaram a ser clássico-avantgarde (Deus me livre desse relógio horroroso):




Aí viraram filial da Frederique Constant:




E agora são Minerva:





E aí, qual é a cara da Montblanc mesmo?

Quem nasce pra Hyundai nunca será BMW!

[Matt5]

Não há duvida de que a montblanc vem tentando agregar algum Heritage a sua linha tão recente de relógios.
E realmente, relançar a Minerva de antes no nível que se mostra hoje, seria como a Pontiac voltar ao mercado vendendo carros a nível mercedes. Não ia colar...
Nesse ponto a Montblanc conseguiu trazer a minerva para um nível acima do qual ela provavelmente nunca chegou, e com isso elevar a própria montblanc a um patamar de relojoaria que ela demoraria, talvez, décadas para chegar sem a Minerva.
Ainda que não seja um Patek, a marca, uma marca média, tem tido uma evolução bem substancial.

Pra mim a montblanc está no melhor que ela poderia estar com o pouco tempo de vida e dado ao que ela tinha há alguns anos.

Foi falado da Hyundai, mas a audi antes dos anos 80 era abaixo de bmw em posicionamento de mercado, um modelo audi custava quase metade do equivalente bmw, hoje competem em pé de igualdade.

[Leontap]

Confrades, com a licença para desviar levemente o tópico - talvez nem tanto - pergunto-lhes: o que acham quando alguns falam que a Montblanc não tem tradição em relojoaria?


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[Clélio]

   Rapaz, a Montblanc sempre esteve meio perdida, como disse o Igor, os primeiros relógios eram um arremedo de uma história que eles não tinham, uma roupagem vintage vindo de lugar nenhum.
    A associação / compra da Minerva serve para respaldar essa "história".  Sinceramente, acho que a Montblanc esta achando um caminho.

    Abs a todos

[igorschutz]

Confrades, com a licença para desviar levemente o tópico - talvez nem tanto - pergunto-lhes: o que acham quando alguns falam que a Montblanc não tem tradição em relojoaria?

Nada mais que a verdade!

Fazem relógios de qualidade, mas têm tradição.

[igorschutz]

E realmente, relançar a Minerva de antes no nível que se mostra hoje, seria como a Pontiac voltar ao mercado vendendo carros a nível mercedes. Não ia colar...

Cola sim. Consumidor de relógio caro é irracional e adora um marketing.

Blancpain era um nada e ficou chique, e alguns doidos compram.

Jaeger-LeCoultre fazia movimentos pica, mas os relógios eram toscos, e no final dos anos 90 mudaram de foco e tem gente que se pergunta porque não a consideram entre PP+VC+AP.

A. Lange & Söhne era história e voltou do nada, como fachada de IWC+JLC.

Se tivessem trabalhado a marca Minerva, nego compraria na boa, e não haveria um tópico ou post em blog questionando tradição, pois história nas costas eles tinham.
Ocorre que alguém lá no Richemont tem grande xodó na Montblanc e tenta alavancar a marca na força. Nem sei porque tanta insistência.

[mestreaudi]

(...)
Ocorre que alguém lá no Richemont tem grande xodó na Montblanc e tenta alavancar a marca na força. Nem sei porque tanta insistência.

Ao meu ver, a marca Montblanc tem muito mais apelo comercial que a Minerva.
Produto com marca já consagrada sem a necessidade de reinserção no mercado, preço de acordo com seu nicho, rede pronta de boutiques Montblanc no mundo todo e por fim propagandas com celebridades espalhadas nos meios de comunicação...
Junta uma marca com a outra, fica excelente! A popular no mostrador e a da tradição, expertise e know how na máquina.

Abs.

[igorschutz]

Junta uma marca com a outra, fica excelente! A popular no mostrador e a da tradição, expertise e know how na máquina.

Junta a Mercedes-Benz com a Cyma, e daqui a pouco o fmaiap2003 vai falar que é quase Patek. 

[Dicbetts]

Apesar de gostar dos relógios, sempre me perguntei a quem a Montblanc se destina.

Digo isso porque parece condenada a ser uma espécie de "marca de passagem". Tiro por mim: tive um que não decepcionava nem me dava orgulho, e rodou assim que surgiu coisa melhor. E acho que isso aconteceu com todos (ou quase) que tiveram um Montblanc.

Da mesma forma que creio que quem já teve um, não quer outro. Acha legal, tem simpatia, mas a cota foi preenchida.

Dic

[FALCO]

...Se tivessem trabalhado a marca Minerva, nego compraria na boa, e não haveria um tópico ou post em blog questionando tradição, pois história nas costas eles tinham.
Ocorre que alguém lá no Richemont tem grande xodó na Montblanc e tenta alavancar a marca na força. Nem sei porque tanta insistência.

Talvez não fizesse sentido "inventar" mais uma marca de alta gama, que no fim poderia apenas canibalizar as citadas que já são do grupo (ALS, JLC, VC). Ainda mais que parece (sei lá onde vi) que a VC está sofrendo para se justificar.
Sei lá, só um ideia, os caras tem mais informação que a gente, mas que Montblanc vende bem é um fato, em suas diversas gamas de produtos (canetas, couro, relógios etc.).

...Digo isso porque parece condenada a ser uma espécie de "marca de passagem"...
...Da mesma forma que creio que quem já teve um, não quer outro. Acha legal, tem simpatia, mas a cota foi preenchida...

Esta descrição me parece muito parecida com outras marcas, como:
Longines, TAG Heuer, Tissot, Hamilton, Zenith, Baume & Mercier e talvez outras mais.

[igorschutz]

(...) parece (sei lá onde vi) que a VC está sofrendo para se justificar.

VC é uma daquelas marcas que "todo mundo fala que é boa, então deve ser boa, vou repetir", mas que relógio bão mesmo eu nunca vi.

Não tô falando que é uma porcaria, mas sempre a vejo como segunda ou terceira opção. Tipo a Audi (que andaram mencionando aí ontem).

[Enéias]

Parei para pensar um pouco em tudo o que disseram. Eu me desfiz dos MB que eu tinha, pois perdi o gosto, mas agora que está com a Minerva eu quero um, pois achei o máximo.

Claro que tem que ser de aço.



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[Enéias]

No frigir dos ovos, unanimidade mesmo é o Rolex...

Ou estou errado?

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[igorschutz]

Nada, sempre tem os "eruditos" que insistem em alegar que não enxergam porque a Rolex é a régua pela qual a indústria se mede.

[fbmj]

Uma resposta:

https://www.youtube.com/watch?v=QxhUccE5QYc