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Sobre o Speedmaster Reduced

Iniciado por flávio, 07 Março 2022 às 14:57:11

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flávio

Post que publiquei agora no Instagram

"Em 1965, a NASA submeteu 10 cronógrafos aos piores testes imagináveis. O Omega Speedmaster foi o único que sobreviveu e, desde então, tem sido equipamento oficial de todos os astronautas americanos. Nesta função, o Speedmaster foi à Lua 5 vezes e completou sua 44ª missão no espaço.
Então, a Omega concluiu que era possível melhorar sua aparência e projetou uma nova e otimizada caixa em torno do aclamado movimento, criando o Speedmaster Mark II.
Finalmente, ficou claro que havia a necessidade de um Speedmaster automático. Assim, a Omega criou um movimento pensado para ser automático desde o princípio, um mecanismo que fizesse jus à sua notável história. O resultado é o Speedmaster Mark III, o melhor cronógrafo do mercado atual" (propaganda da Omega veiculada no lançamento do Speedmaster Mark III, em tradução livre).
O Speedmaster Mark III, o primeiro cronógrafo automático da Omega, foi apresentado ao público em 1971, e vinha equipado com o calibre 1040, projetado em conjunto com a Lemania.
Os Speedmaster Mark III e IV, no entanto, possuíam caixas volumosas, moda durante a década de 1970. O primeiro Speedmaster automático com o clássico desenho e caixa de 42mm só seria lançado em 1987, num momento no qual o mercado já exigia relógios menores e mais elegantes. A Omega, portanto, precisava de um produto que atingisse o público que voltava a consumir relógios da marca e buscava a praticidade da corda automática em um tamanho de caixa menor. Naquele momento, projetar um novo movimento estava fora de cogitação. Assim, a Omega contatou a famosa Dubois-Depraz, que inclusive havia trabalhado no desenvolvimento do módulo de cronógrafo que equipara os Heuer Chronomatic, e uma solução econômica viável foi encontrada: acoplar os recém lançados módulos 2020 a um movimento ETA 2890. Em 1988 chegava ao mercado a versão automática e em caixa menor (39mm) do Speedmaster, que acabou apelidada de "Reduced" (versão reduzida).
Tenho carinho por este Speedmaster "Reduced", que ganhei de minha mãe como presente de formatura em 1998: seu salário não permitia gastos supérfluos, mas ela fez questão de marcar a data com algo especial.


Enviado de meu ASUS_Z01KD usando o Tapatalk


Devenalme Sousa

Massa, Flávio. 
Eu acho todas as versões do speedmaster bonitas. Mas, como sempre prefiro relógios com data, o que eu mais gosto é justamente o modelo reduced igual ao que vc ganhou da sua mãe.

igorschutz

Ué, mas o Reduced não tem data... [emoji2371]
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

Devenalme Sousa

Que burro! Dá zero pra mim!

Confundi o do Flávio com o Speedmaster Date que tem os subdials às 6, 9 e 12.

flávio

Depois que postei esse lance no Insta, um cabra italiano que tem um canal no Youtube publicou uma pesquisa legal descortinando que um Reduced foi usado por um comandante de ônibus espacial em 4 missões, tendo conseguido, inclusive, acesso ao cara via NASA, que não só confirmou os fatos como disse que hoje o relógio está com seu filho (o deu de presente). Está em italiano, mas para quem sabe inglês, há legenda. Vejam

https://www.youtube.com/watch?v=G87ySa4oRFU&t=31s

benyvitz

Nostalgia, o Reduced foi meu primeiro relógio mecânico, lá por 2000, paguei usado uns R$950 nele, agora não compra nem a pulseira de couro.

flávio

Citação de: benyvitz online 09 Março 2022 às 15:02:47
Nostalgia, o Reduced foi meu primeiro relógio mecânico, lá por 2000, paguei usado uns R$950 nele, agora não compra nem a pulseira de couro.

O meu custou exatamente 1500 reais em 1998. O pro custava 1850, os tripla data Valjoux 1750 (meu irmão ganhou um na época).

Devenalme Sousa

Citação de: flávio online 08 Março 2022 às 19:49:20
Depois que postei esse lance no Insta, um cabra italiano que tem um canal no Youtube publicou uma pesquisa legal descortinando que um Reduced foi usado por um comandante de ônibus espacial em 4 missões, tendo conseguido, inclusive, acesso ao cara via NASA, que não só confirmou os fatos como disse que hoje o relógio está com seu filho (o deu de presente). Está em italiano, mas para quem sabe inglês, há legenda. Vejam

https://www.youtube.com/watch?v=G87ySa4oRFU&t=31s

É fidedigno isso,  Flávio? Se sim, é uma grande novidade, né.

Devenalme Sousa

#8
Citação de: flávio online 09 Março 2022 às 15:34:22
O meu custou exatamente 1500 reais em 1998. O pro custava 1850, os tripla data Valjoux 1750 (meu irmão ganhou um na época).

1500,00 num speedmaster? Mesmo ñ sendo pra qualquer um, era um preço muito atrativo e provavelmente muito justo pra um relógio desse nível e história. Até eu, com o salário da época (com um certo esforço, é claro), poderia comprar um novo.

flávio

#9
O melhor (ou menos pior...) método para se aferir o custo de bens no passado e em outros países é a comparação com o salário mínimo vigente da época. Pesquisando, descobri que o salário mínimo brasileiro em 1998 era de 130 reais. Ou seja, o Speedmaster que minha mãe comprou custou 11.5 salários mínimos da época, quantia de modo algum não significativa, tanto é que minha mãe teve que ralar para conseguir isso. Trocando em miúdos: um trabalhador não qualificado da época precisaria trabalhar um ano para conseguir ter acesso a este tipo de bem.

Convertendo em "moeda" atual (o salário mínimo está por volta de 1200 reais), teríamos um valor "atual" quase na casa dos 15 mil reais, o que é muita grana. Vejam: quando disse acima que o método de conversão por poder aquisitivo é o menos pior, é porque ele costuma acompanhar a "evolução" social do período, não apenas a inflação. Digo isso porque, a título de exemplo, o salário mínimo brasileiro subiu em quase todos os anos acima da inflação  e, ao contrário do que muitos dizem, houve sim uma diminuição do "gap" entre a remuneração dos trabalhadores qualificados e não qualificados (o problema, no Brasil é que eu não acredito que isso ocorreu por um aumento na base, mas por uma diminuição no topo hahahahahaha. Eu mesmo, se tivesse o salário vinculado ao mínimo, estaria ganhando, sem brincadeira, uns 50 mil reais por mês, e nem em sonho, mas nem em sonho chego perto disso...).

Mas voltando ao assunto, relógio suíço nunca foi barato. Um ano de trabalho para comprar um simples Speedy é MUUUUUUUUUUUITA coisa! É grana em qualquer época!

E então chegamos aos dias atuais, nos quais um Speedy atual custa uns 50 mil reais, se não for mais, ou seja, uns 40 meses de salário de um trabalhador não qualificado... Há duas coisas a se considerar aí: houve sim um aumento ACIMA da inflação (suíça) dos relógio, pois um Speedy custava 1500 dólares há 20 anos, hoje custa lá uns 6 mil. Nem em sonho a inflação suíça chegou perto de triplicar valores de bens. Sobre a desvalorização do real, prefiro nem comentar...

E aí começou a ocorrer, algo que me tirou da relojoaria, para mim foi game over, um TOTAL DESCOMPASSO entre o que você compra e espera receber e o que recebe pelo que paga. Gente, para mim, o meu Speedy é um produto que custou 1500 dólares, convertido para valores atuais deveria custar (a preço da época, como expliquei acima), uns 15 mil reais e... Eu não consigo sequer ver 15 mil reais no troço, no máximo, com muita fé, uns 5 mil e olhe lá! É uma porcaria de produto feito em massa aos quintilhões, com cristal de plástico, um monte de peças estampadas, nada de metal precioso e... Custa 50 mil hoje hahahahahahahahahahahahahah Puta que pariu!

O mundo da relojoaria atual só não é mais estúpido e bizarro do que o dos vinhos (sim, eu também manjo um pouco do riscado...), no qual você paga 500, 1000 reais (sequer vou entrar na seara dos vinhos ultra caros...) num troço feito por algum fazendeiro (que propagandeia ser um "mago"...), espera ter uma experiência de 2, 3 horas de 500, 1000 reais e... Enquanto bebe pensa: é isso mesmo? É isso mesmo? Eu preferia ter comprado um tonel inteiro de cana brava pelo preço, ficado ultra bêbado e teria uma experiência transcendental muito melhor! Mas vai falar com o bando de enoidiotas que infestam o meio do vinho que nada vai te entregar mais do que 500 reais, ainda que você gaste 500 mil. Fala isso para um milionário...

É a mesma coisa no mundo da relojoaria. Quer comprar? Compre. Mas não espere muita coisa, pois vai se decepcionar.


Flávio

Devenalme Sousa

Eu concordo plenamente, Flávio. Nada justifica os preços de 20 anos atrás, e os de hoje, só rindo mesmo pra não chorar. Mas há 20 anos, a situação não era tão bizarra como o é atualmente. No passado, um trabalhador médio, com um certo "sacrifício", ainda conseguiria comprar. Hoje em dia não consegue comprar nem com esforço, nem com sacrifício. O tempo para trabalhador médio (com as ressalvas já referidas) ter relógios desse nível passou. E não acredito que volte mais.

Enéias

Temos que ver os relógios por um outro prisma, que não se encaixa mais com os nossos tempos dourados, em que o dólar e o real tinha quase a mesma paridade. Relógio virou joia, artigo de alto luxo, como nunca foi visto e tende a subir muito mais. Viram agora no confronto da Rússia com a Ucrânia, como os milionários russos estão protegendo o dinheiro? Ouro, joias e relógios. Relógio tende a manter o preço e em alguns casos chega a subir. Sigo muita gente no Instagram e gosto de ver os relógios feitos pelos independentes: todos acima de 10 mil euros. Caixa de aço...