Bem, opinião, como diz o meme do Igor, cada um tem a sua. Mas eu não dou opinião por dar, eu apresento fatos. E voltando ao passado, já não tão recente, o "benchmark" da indústria de relógios de uso geral até os anos 60 NÃO ERA A ROLEX mas a Omega. Sim, tanto é que nas respectivas linhas concorrentes, os Omegas eram mais caros do que a Rolex (ligeiramente, cerca de 20 por cento). Um Constellation, por exemplo, custava mais caro do que um Datejust na mesma conformação. Sim, a Omega fazia Constellations em plaque mas... O Constellation em plaque era mais caro do que um Datejust em aço. Até meados dos anos 40, Omega e Rolex competiam entre si nas competições de cronômetros pela primazia até que... Até que a Rolex resolveu certificar uma caralhada de relógios em kew (na Inglaterra) e VENDER esses relógios (estamos falando de uns 300 relógios...), sendo que passou a não mais ter "tempo" para ajustar movimentos para Neuchatel e Genebra. Resultado? Lá pelas tantas a Rolex abandonou as competições de cronometria e Omega, Patek, Zenith, Longines e Movado passaram a dominá-las, mas com uma primazia disparada da Omega. Aliás, o recorde absoluto de precisão em todos os tempos para relógios de 30 mm (pulso) ainda é da Omega, obtido em 1967 (para relógios de bolso, da Zenith).
No início dos anos 70, por uma opção (hoje com certeza sabemos que errada, mas na época parecia correta), a Omega, que fazia parte de um grupo gigantesco, muito, mas muito, mas muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito maior do que a Rolex (o SSIH), a Omega passou a acreditar que a produção de MAIOR VOLUME, para competir com os japoneses, era o caminho a seguir (essa fase é abordada no livro de Pierre Yves Donzé, The Swatch Group History que, aliás, recomendo a leitura). E começou a fazer alto volume com menor qualidade. O resultado nós já sabemos: em 1982 a Omega estava praticamente falida, e só não foi comprada por japoneses porque Nick Hayek determinou que a marca era a alavanca motriz no luxo que alavancaria o grupo nas décadas seguintes (decisão correta, aliás, pois hoje a Omega e Longines representam metade do faturamento do grupo inteiro).
E a Rolex? Como ela estava nos anos 70, em plena crise do quartzo? NÃO SABEMOS! Os balanços da Rolex nunca foram abertos, por tratar-se de um trust familiar onde tudo é muito secreto. Mas seria ingenuidade pensar que a Rolex estava bem e todas se fodendo na época (minto... Uma marca ia muito bem na época, a Ebel, acreditem ser quiser).
Enfim, as coisas não são tão simples como se pinta. Eu gostaria de saber o que acha, por exemplo, que a Omega faz pior do que a Rolex hoje: cristal, ponteiros, caixa? O que é? Eu digo isso porque tanto Rolex quanto Omega são a referência da indústria da produção QUASE QUE TOTALMENTE AUTOMATIZADA e com muita inovação. Ambas. E repito: eu sinceramente não consigo pegar na mão um Omega atual e um Rolex e dizer que há diferença visível de qualidade...
Para encerrar: qual modelo de plástico é esse que a Omega fez, que até agora eu não sei? Tudo bem que a Omega já fez as coisas mais estranhas possíveis, mas eu não lembro de ter feito algo em plástico. A Tissot, por exemplo, fez nos anos 70. Mas Omega? Eu não lembro.
Flávio