Vamos falar sobre canetas?

  • 3147 Respostas
  • 1506422 Visualizações
*

Pandolfi

Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #940 Online: 18 Maio 2012 às 14:42:09 »
Olá edulpj, parabéns pelas suas postagens, só uso as canetas-tinteiro, tenho várias, Parker, Omas, Sheaffer, Pelikan.
Você falou das Esterbrook, eu frequento o fórum FPN e lá tem um sub-fórum sobre as Esterbrook, já naveguei muito lá e tomei conhecimento delas, são fantásticas mesmo.
Gostei do modelo Pendleton Point CI 9668, acho que é isso mesmo, a cor é maravilhosa, um bordô fora de série...
Esta eu queria...será que é cara?...
Grande abraço
Pandolfi

OBS: Desculpe, mas tomei a liberdade de mandar-lhe um e-mail...
 

*

Offline Roncato

  • ***
  • 163
  • Seus sonhos são infinitos somente para você!!!
    • Ver perfil
Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #941 Online: 18 Maio 2012 às 18:54:48 »

*

edulpj

Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #942 Online: 18 Maio 2012 às 19:02:22 »
Buenas Pandolfi!!!

As fotos em anexo, são da Esterbrook LJ que é o modelo intermediário da linha J. As três que eu postei fotos no forum, são a linha J completa, porém em preto liso. As J mais famosas, são as coloridas "marmorizadas". Visite o site http://www.esterbrook.net/, do Alan Anderson. Ele hoje é a maior autoridade em Esterbrook.

A pena que você citou, a #9668 é a minha predileta. É uma série 9 do tipo FIRME MÉDIA, ou seja, não é nem elástica nem dura demais e com traço médio. Pra você ter uma idéia, variando elasticidade, bitola de traço e formado de ponta, só a série 9 da Esterbrook tinha DEZESSETE penas diferentes.

Na Esterbrook, o conjunto pena/alimentador é montado na caneta por rosca SEM FERRAMENTAS ESPECIAIS. Isso significa que você pode ter várias penas e trocá-las "a mão livre" quando bem entender. Nenhum fabricante oferece essa possibilidade com essa quantidade de penas diferentes. Outra vantagem, é que a Esterbrook além de ter um corpo ultra resistente (não quebrava a toa...), se caísse e danificasse a pena, bastava ir na papelaria e comprar uma pena nova e substituir a danificada e a caneta estava nova outra vez.

Só pra se ter uma idéia, hoje mesmo com mais de 40 anos sem fabricar, ainda se encontra pena Esterbrook "zero bala". Uma
#9668 custa cerca de 15 obamas.

Se eu começar a falar de Esterbrook, não paro tão cedo... Neste final de semana - EU PROMETO - que vou terminar um artigo sobre a Esterbrook no meu blog e publicar. Aviso aqui no mesmo momento.

Ah!!! Não se acanhe de mandar e-mails. Grite a hora que quiser...



*

Offline Cigano

  • *****
  • 6.216
    • Ver perfil
Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #943 Online: 18 Maio 2012 às 20:22:13 »
Caro Edulpj, estou admirado com suas postagens e conhecimento sobre o assunto, eu gosto e admiro muito canetas tinteiro e a forma clássica de grafar um papel.... Apesar da minha admiração, ainda não possuo uma tinteiro, quem sabe uma bem baratinha para começar um dia desses!! ;)

Obrigado por compartilhar seus conhecimentos conosco!! :D ;)

Não elogia muito que eu fico mascarado ;-)))

Eu costumo separar as canetas tinteiro em dois grandes grupos: JÓIAS e UTILITÁRIAS.

Quem usa canetas tinteiro diariamente como eu (levo três no bolso em geral...), não carrega caneta jóia por aí. Por isso, tenho pouquíssimas. Utilitárias em compensação, representam todo o resto da coleção.

Se você quer uma caneta tinteiro boa e barata para começar na coisa, siga o seguinte roteiro:

1. Compre uma caneta nova. Existem toneladas de canetas vintage que ainda vão durar muitas décadas, mas enquanto você não as conhece, é melhor não arriscar;

2. Dê preferência para uma caneta "à prova de bala", principalmente se você for do tipo desastrado. As melhores nesse quesito, são as canetas feitas em AÇO INOXIDÁVEL ou latão esmaltado a forno ("cloisonnée"). Não são deterioradas nem pela tinta, nem pelo suor das mãos;

3. A menos que você goste de escrita ultra fina, prefira canetas de PENA MÉDIA. Serão sempre mais macias;

4. Procedência: Por incrível que pareça, a China fabrica EXCELENTES canetas-tinteiro e super baratas. Tanto a China continental quanto Taiwan. Sugestões de marcas/modelo: Hero 5020, Baoer 388, Jinhao X450 e Pirre-Paul Stainless. Mas tem dúzias de boas opções além dessas sugeridas;

5. Tinta: Por mais que te falem, nunca comece por tinta permanente. Tem dois problemas básicos: Se cair na roupa, adeus roupa e se secar na caneta, dá o dobro do trabalho pra desentupir.

Tenho algumas canetas à venda no ML, mas não vou fazer propaganda. No dia que acordar com vontade de comprar uma caneta tinteiro e bater alguma dúvida, posso ajudar... É só chamar...

Caro mestre das canetas, Edulpj,
 
Muito obrigado pelas dicas, você veio enriquecer ainda mais este tópico, é um assunto admirado por muitos, assim como entramos aqui por causa dos relógios!!

Assim que eu puder comprar alguma destas, eu postarei aqui... :D

Se continuar assim, vai ter que abrir um sub-fórum só para o assunto !!

Parabéns pela sabedoria sobre canetas, e obrigado por compartilha-las conosco!! ;)

Tenha um ótimo final de semana!!
Abraços,
Cigano!

*

Offline michelim

  • *****
  • 1.733
    • Ver perfil
Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #944 Online: 18 Maio 2012 às 22:47:21 »
A Montblanc é uma auto-falsificação...

Caro Edu,

Tudo bem de gostar de canetas mais simples, mas achar que MontBlanc é auto - falsificação, é forçar a barra. Tenho várias, cada uma mais fantástica que a outra. Podem-se encontrar várias MB 22 mint, com pena de ouro, a preços muito convidativos. 


 Há tempos atrás fiz vários vídeos reviews:




Parker 51 em uso


MB 320


Lamy


Mais um com várias canetas



Aqui minha aurora,



Aqui mais um da P51



Aqui minha M800 com pena muito macia!



O que aprendi nestes anos com canetas tinteiro, e com o fountainpennetwork:

A maciez da escrita é um conjunto de tipo de papel, tina e caneta. E não adianta ter uma caneta cara (ou mesmo barata) se a pena está torta! e se a pena está bem cuidada, a caneta escreverá bem, se estiver com a tinta e papel adequados.

Bem vindo ao fórum!

Mich
“The Quality Remains Long After the Price is Forgotten.”

*

Offline michelim

  • *****
  • 1.733
    • Ver perfil
Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #945 Online: 18 Maio 2012 às 22:53:11 »
Minha última aquisição: Pelikan M205 branca.

Acho que a primeira vez que pensei em comprar essa caneta foi há uns 2 anos atrás. A primeira impressão foi de atração, mas depois fiquei com sentimentos dúbios quanto à elegância dela, sei lá, por ser meio "cheguei", toda branca, meio "aparecida" demais para o meu gosto discreto. Bem, pensei nela denovo e mandei ver. Estou aguardando chegar.




Abraços!

Adriano

Adriano,

Esta caneta é muito bonita, e o bacana destas pelikan série 200, é que a pena é intercambeável com as antigas 400NN, e com as M400 modernas. Com isso, você compra um corpo único, e várias penas, muito fáceis de trocar, é só desrosquear uma e colocar outra, e terá uma caneta totalmente diferente. Eu gosto muito das penas OB ou OM das antigas 400nn que são itálicas ( sempre  aparecem algumas MINT no e-bay).

Abraço

MIch
“The Quality Remains Long After the Price is Forgotten.”

*

edulpj

Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #946 Online: 19 Maio 2012 às 08:38:20 »
A Montblanc é uma auto-falsificação...

Caro Edu,

Tudo bem de gostar de canetas mais simples, mas achar que MontBlanc é auto - falsificação, é forçar a barra. Tenho várias, cada uma mais fantástica que a outra. Podem-se encontrar várias MB 22 mint, com pena de ouro, a preços muito convidativos.  ...........

Bem vindo ao fórum!

Mich


Aí não é nem questão de gostar de mais simples ou mais complicado... É uma questão de CUSTAR O QUE NÃO VALE. Outro problema: PROPAGANDA ENGANOSA... A Montblanc, anuncia em sua propaganda, que a 146/149 são feitas de "precious resin", um polímero secreto, exclusivo da Montblanc... Como diria Padre Quevedo, isso é TCHARLATANISMO... Polímero secreto, NON ECZISTE...

Meu pai tinha uma 146 esfero. Há dois anos, a caneta rachou... Catei os cacos e levei para uma empresa que trabalha com acrílico e o químico chefe deles analisando o material me falou: "Vai na papelaria e compra cola de isopor"... Fiquei surpreso e perguntei porque... Ele me falou: "Isopor, é polipropileno expandido... Cola de isopor cola polipropileno...". Questionei se colaria essa "precious resin" da Montblanc e o cara deu uma SONORA GARGALHADA... E arrematou: "isso aí é polipropileno injetado... não tem nada de precioso aí"...

Resumo da ópera: Colei com cola de isopor, poli e ficou "zerobala"...

É esse tipo de "miguézinho" que eu não suporto. Denota FABRICANTE DESONESTO. Quer me enganar??? CAPRICHA pois vai ser a primeira e última vez.

Quem quer uma "piston filler" alemã de altíssima qualidade, passe longe de Montblanc. Estará muito mais bem servido com uma Pelikan Souveran (qualquer versão). Se quiser algo mais "enfirulado", Pelikan Toledo. Montblanc jamais...

*

edulpj

Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #947 Online: 19 Maio 2012 às 08:49:10 »
Aí pra cima, falei que gosto de canetas simples... Acho que ficou a impressão que eu fiz voto de pobreza monástica com canetas... Não é bem assim...

De forma análoga a relógios, nas canetas a COMPLICAÇÃO, deve acompanhar EXCELÊNCIA, caso contrário vira ENJAMBRAÇÃO LUXUOSA...

Num breve resumo, até a década de 40, todas as canetas tinham pena exposta, variando apenas algum detalhe do formato do corpo. Na década de 40, a Parker lançou a caneta mais emblemática de todos os tempos a Parker 51 com PENA EMBUTIDA. A década de 60, trouxe penas semi-embutidas como ícone (exemplo clássico: Parker 45). A década de 70 por sua vez, investiu em design futurista, rompendo com tudo que há havia sido feito. Canetas slim, de pena plana foram a bola da vez (exemplo clássico: Parker 180).

Mas há uma empresa que nunca se conformou em seguir moda e sempre procurou lançar sua própria moda. Quase sempre à custa de detalhes estranhos porém vistosos e de mecânica complicada.

Falo da Sheaffer... Abaixo, minha caneta mais luxuosa e complexa, uma Sheaffer Imperial VIII folheada a ouro:



Pena "inlaid" de ouro 14k, não é nem exposta, nem embutida, nem semi-embutida... É "incrustada" na nib section. Abastecimento pneumático (depende de vedação perfeita e dois o'rings que não podem falhar...).

Só há uma Sheaffer mais complicada que ela, a PFM...

*

edulpj

Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #948 Online: 19 Maio 2012 às 09:41:09 »
AS BRASILEIRAS!!!

Não... Não é minissérie da Globo... Nossa indústria já teve competência para fabricar canetas tinteiro no Brasil. Tempo infelizmente que ficou pra trás...

As minhas brasileiras...




Pilot 88 - Caneta de público médio... Mesmo assim, vinha equipada com pena de ouro 14k ...



Parker 51 MkIII Flighter GT - Modelo fabricado EXCLUSIVAMENTE no Brasil. Não houve MkIII Flighter nos EUA. Foi a ÚLTIMA Parker 51 fabricada no mundo até 1975...



Parker 45 Insignia - Insignia era o nome que a Parker dava para as canetas folheadas a ouro tampa e corpo. A P45 Insignia estadunidense é muito rara. Foram fabricadas mais no Brasil do que nos EUA. Detalhe: Apenas a Insignia brasileira tem a flecha do clipe com desenho diferenciado...



Faber Estudante Demonstrator - Uma caneta barata para estudantes. Mesmo assim, tinha pena intercambiável e sistema de abastecimento "piston filler", algo considerado até hoje como exclusividade de canetas caras. As mais comuns eram pretas com janela transparente para monitorar nível de tinta. Fabricada na planta industrial da Faber Castell do Brasil em São Carlos - SP, de onde saíram duas gerações de Faber Estudante mais a Faber 56 e a Faber 66 ambas a cartucho...

*

Offline michelim

  • *****
  • 1.733
    • Ver perfil
Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #949 Online: 19 Maio 2012 às 12:03:21 »
A Montblanc é uma auto-falsificação...

Caro Edu,

Tudo bem de gostar de canetas mais simples, mas achar que MontBlanc é auto - falsificação, é forçar a barra. Tenho várias, cada uma mais fantástica que a outra. Podem-se encontrar várias MB 22 mint, com pena de ouro, a preços muito convidativos.  ...........

Bem vindo ao fórum!

Mich


Aí não é nem questão de gostar de mais simples ou mais complicado... É uma questão de CUSTAR O QUE NÃO VALE. Outro problema: PROPAGANDA ENGANOSA... A Montblanc, anuncia em sua propaganda, que a 146/149 são feitas de "precious resin", um polímero secreto, exclusivo da Montblanc... Como diria Padre Quevedo, isso é TCHARLATANISMO... Polímero secreto, NON ECZISTE...

Meu pai tinha uma 146 esfero. Há dois anos, a caneta rachou... Catei os cacos e levei para uma empresa que trabalha com acrílico e o químico chefe deles analisando o material me falou: "Vai na papelaria e compra cola de isopor"... Fiquei surpreso e perguntei porque... Ele me falou: "Isopor, é polipropileno expandido... Cola de isopor cola polipropileno...". Questionei se colaria essa "precious resin" da Montblanc e o cara deu uma SONORA GARGALHADA... E arrematou: "isso aí é polipropileno injetado... não tem nada de precioso aí"...

Resumo da ópera: Colei com cola de isopor, poli e ficou "zerobala"...

É esse tipo de "miguézinho" que eu não suporto. Denota FABRICANTE DESONESTO. Quer me enganar??? CAPRICHA pois vai ser a primeira e última vez.

Quem quer uma "piston filler" alemã de altíssima qualidade, passe longe de Montblanc. Estará muito mais bem servido com uma Pelikan Souveran (qualquer versão). Se quiser algo mais "enfirulado", Pelikan Toledo. Montblanc jamais...


Edu,

A resina da MB é um material muito duro para ser mais resistente a riscos, e isso eu comprovei comparando a minha pelikan M800 preta, que só do movimento de colocar e tirar a tampa, deixou o corpo todo marcado de riscos.Mas por ser dura, é comum a caneta quebrar ( eu já quebrei uma 22 enquanto desmontava a caneta, e vi vários casos de quebra de 146 e 149 na net, principalmente em casos quando o pistão ficou muito preso por falta de lubrificação).

E comigo já aconteceu do corpo da minha M800 vermelha estriada quebrar bem na junção da parte vermelha estriada com a resina preta.


Mas isso acontece..... pra mim, tanto a M800 quanto a MB 146 possuem qualidades excepcionais, e possuem qualidades semelhantes, tanto uma como a outra é questão apenas de gosto pessoal...

Abraço

Mich
“The Quality Remains Long After the Price is Forgotten.”

*

edulpj

Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #950 Online: 19 Maio 2012 às 13:16:07 »
Pois é... TODO POLÍMERO, é obtido por um processo químico denominado POLIMERIZAÇÃO. A polimerização consiste da junção em longas cadeias de uma molécula denominada MONÔMERO. O monômero, quando fornecido no estado líquido, é denominado RESINA.  Todo polímero vem de uma resina, mas vendedores/empresas inescrupulosos, gostam de mistificar essa questão e usar termos misteriosos para valorizar produtos que por si só, não têm nada de especial.

Quando uma caneta é cara, vendedores inescrupulosos dizem que ela é feita de RESINA... Em geral, colocam um adjetivo como "preciosa" ou "especial" ou "secreta" em anexo da palavra resina... Quando querem desvalorizar uma caneta, dizem que é feita de PLÁSTICO e volta e meia pespegam o adjetivo "vagabundo" ou "barato" em anexo da palavra plástico...

Alguns fabricantes agregam em "composite" algum material ao polímero base com objetivo de MELHORAR O POLIMENTO. E só... Quem hoje quer um polímero de alta resistência ao atrito, usa ACRILONITRILA-BUTADIENO-ESTIRENO, um co-polímero conhecido comercialmente como ABS.

ABS, é o polímero que a Parker usa hoje em todas as suas canetas. A legendária Parker 51, nasceu feita de Polimetilmetacrilato, mais conhecido como ACRÍLICO. Curiosamente, na época do lançamento, usavam o termo LUCITE que era o nome comercial que a ICI dava para o acrílico. Cansei de ver "entendidos" em canetas, brigarem pra afirmar que Parker 51 não era feita de acrílico e sim de Lucite...

A própria Parker, na terceira - e última - geração da Parker 51, a Mk III, substituiu o acrílico por ABS.

ABS, além de altamente resistente ao atrito, também é um copolímero de ALTO IMPACTO, o que significa alta resistência a choques. Em outras palavras, bem menos propenso a quebrar.

Nos dias de hoje, quem fabrica caneta em POLIESTIRENO e não em ABS, só pode estar de gozação com o consumidor...

Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #951 Online: 19 Maio 2012 às 20:44:10 »
Boa noite a todos.

Caro amigo Edu,aproveitei o seu conhecimento em canetas e peguei uma dica sua para comprar a minha primeira caneta tinteiro.
Uma JINHAO X750 pena média.
Assim que chegar posto as minhas primeiras impressões.

Grande abraço

Julio Celes

*

edulpj

Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #952 Online: 19 Maio 2012 às 20:49:40 »
Em lutheria, diz-se que tem pessoas que OUVEM COM OS OLHOS... Isso na prática, significa que essas pessoas se deixam influenciar pela MARCA de um instrumento e não pelo som dele emitido. Esse tipo de pessoa, foge de teste cego, pois teme a cilada de gostar do som de um instrumento "sem marca"...

Esse fenômeno se transporta para vários outros tipos de equipamentos.

No caso das canetas tinteiro, se fosse possível escrever com elas ignorando a marca, muita gente se surpreenderia com algumas marcas mais simples.

Vai com tudo com a X750 Julio... Se você não for daqueles que se impressionam com marca, TENHO ABSOLUTA CERTEZA de que você vai gostar muito dela.

*

DonPepe

Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #953 Online: 19 Maio 2012 às 21:31:42 »
Aí pra cima, falei que gosto de canetas simples... Acho que ficou a impressão que eu fiz voto de pobreza monástica com canetas... Não é bem assim...

De forma análoga a relógios, nas canetas a COMPLICAÇÃO, deve acompanhar EXCELÊNCIA, caso contrário vira ENJAMBRAÇÃO LUXUOSA...

Num breve resumo, até a década de 40, todas as canetas tinham pena exposta, variando apenas algum detalhe do formato do corpo. Na década de 40, a Parker lançou a caneta mais emblemática de todos os tempos a Parker 51 com PENA EMBUTIDA. A década de 60, trouxe penas semi-embutidas como ícone (exemplo clássico: Parker 45). A década de 70 por sua vez, investiu em design futurista, rompendo com tudo que há havia sido feito. Canetas slim, de pena plana foram a bola da vez (exemplo clássico: Parker 180).

Mas há uma empresa que nunca se conformou em seguir moda e sempre procurou lançar sua própria moda. Quase sempre à custa de detalhes estranhos porém vistosos e de mecânica complicada.

Falo da Sheaffer... Abaixo, minha caneta mais luxuosa e complexa, uma Sheaffer Imperial VIII folheada a ouro:


Pena "inlaid" de ouro 14k, não é nem exposta, nem embutida, nem semi-embutida... É "incrustada" na nib section. Abastecimento pneumático (depende de vedação perfeita e dois o'rings que não podem falhar...).

Só há uma Sheaffer mais complicada que ela, a PFM...

Caro xará,

Assim como vc, além de relógios aprecio canetas tinteiro. Tenho duas sheaffers imperial iguais a essa, uma fabricada no Brasil e outra nos EUA. É uma caneta robusta, bem acabada, com traço "molhado" e muito gostosa de escrever. Dificilmente passa desapercebida.

Concordo contigo que as Montblancs hoje custam demais, mas são canetas muito boas. Concordo que o preço é desproporcional ao que entregam. Tenho uma 146 e uma 145 e gosto muito, apesar de achar minhas Parker muito melhores.
Minhas canetas preferidas são as Parker 51 e 61. A 51 em especial é simples, funcional e muito bonita. Tenho uma de 1954 que funciona como se tivesse saído da fábrica hoje.

Abraço

Arriba!
« Última modificação: 19 Maio 2012 às 21:33:37 por DonPepe »

*

edulpj

Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #954 Online: 19 Maio 2012 às 21:55:15 »
Falou tudo Don Pepe!!!

Sobre as Sheaffer e as Parker, tenho um amigo que costuma fazer a seguinte comparação...

"Parker, é como esposa... Discreta, elegante, te conhece melhor que você mesmo e se esforça pra te ajudar sem te fazer sombra...

Sheaffer, é como AMANTE... Emperuada, espalhafatosa, não tá nem aí com você e freqüentemente chama tanta atenção que acaba te fazendo sombra. E dá uma despesa louca..."


Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #955 Online: 20 Maio 2012 às 08:54:20 »
Caro amigo edulpj...
Entre as MB, pergunto se o modelo 145 não seria uma "boa alternativa" às que têm pistão?
Digo isso pela "praticidade"no uso de cartuchos/conversores!
Abraço
Paulo Sergio
Abraço
Paulo Sergio

*

DonPepe

Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #956 Online: 20 Maio 2012 às 09:33:27 »
Caro amigo edulpj...
Entre as MB, pergunto se o modelo 145 não seria uma "boa alternativa" às que têm pistão?
Digo isso pela "praticidade"no uso de cartuchos/conversores!
Abraço
Paulo Sergio

Caro Paulo,

A pergunta não foi para mim, mas como tenho e uso uma 145 no dia a dia creio que posso contribuir.

Na minha opinião, sim são uma ótima alternativa no dia a dia  pela praticidade do cartucho e ainda oferecerem a opção de utilizar um conversor para uso da tinta de vidrinho. Já as de pistão são mais tradicionais.

Arriba

*

edulpj

Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #957 Online: 20 Maio 2012 às 09:34:54 »
Excelente pergunta Sérgio... Mas nem assim a Montblanc ganha essa parada... Hoje no Japão, existem TRÊS fabricantes top de canetas tinteiro... A Pilot (a mais conhecida e popular), a Sailor (que fabrica as mais sofisticadas e caras) e a PLATINUM, a minha predileta das três. A Platinum hoje, fabrica a MAIS BARATA e a MAIS CARA caneta tinteiro do Japão... A mais barata, a Platinum Preppy, custa em média 2,50 obamas. A mais cara, a Platinum PP-300000 (totalmente construída em ouro 18k), chega a custar 5000 obamas...

Muito bem... A empresa Platinum Nakaya Pen, tem como carro chefe, a Platinum #3776... É chamada de Montblanc japonesa... Porque??

A Montblanc, traz gravada na pena, a altura do Monte Branco, que eles dizem ser 4810 metros do nível do mar... Mais uma mentira do fabricante, pois não chega a 4807, mas vá lá...

A Platinum #3776, tem esse número pois é a altura do Monte Fuji...

Falemos de números... Uma Montblanc 145, chega a custar 600 obamas... Uma Platinum #3776 básica, custa 80 obamas se for comprada com pena de aço inoxidável ou 175 obamas com pena de ouro 18k.

Se você preferir uma #3776 decorada A MÃO pelos mestres aposentados da Nakaya (eles empregam os velhinhos depois de aposentados como reconhecimento pelos serviços prestados...), com técnica Maki-e (pintura feita com pó de prata ou de ouro) e envernizada com verniz Urushi (laca vegetal ou charão) ela pode beirar os 800 obamas...

Pessoalmente, prefiro penas de aço inoxidável... Eu não pensaria duas vezes perante a questão: Montblanc 145 x Platinum #3776

Ah! Ia esquecendo... A #3776, foi a primeira caneta tinteiro NO MUNDO a utilizar abastecimento por cartucho. É fornecida com conversor. A medida de cartucho adotada pela Platinum, é PROPRIETÁRIA, mas eles não se acanharam... A caneta é fornecida também com um ADAPTADOR, que permite a utilização de CARTUCHOS INTERNACIONAIS (medida européia, com "gargalo" de 2 mm)...

*

edulpj

Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #958 Online: 20 Maio 2012 às 09:38:01 »
Correção: O cartucho internacional tem o diâmetro do canal do "gargalo" de 3 mm. Muito próximo do padrão Parker, mas este tem canal de 1/8", o suficiente para um não servir no outro...

Re: Vamos falar sobre canetas?
« Resposta #959 Online: 20 Maio 2012 às 10:03:47 »
Como diz o Exmo Sr Deputado Tiririca, "quando eu ODÍO eu ODÍO"!!!  ;D ;D ;D
Obrigado, mesmo assim, pela resposta amigo edulpj!  ;) ;) ;)
E obrigado por dividir sua experiência amigo DonPepe!!! :) :) :)
Abraço
Paulo Sergio
Abraço
Paulo Sergio