Estou no trampo, numa correria, mas acho que dá para desenvolver rapidamente o tema, para que entendam. O escapamento completo é sempre composto de um órgão regulador e um de contagem de tempo. O primeiro escapamento foi o de vareta. Nele havia atrito, contato constante entre órgão regulador e o contador, etc. A busca dos relojoeiros sempre foi "destacar" o máximo de tempo possível o órgão regulador - no caso do relógio o balanço, no de pêndulo, o próprio - do de contagem de tempo, por razões óbvias. E, depois, diminuir o atrito em todo sistema. O melhor lugar para se aprender isso é vendo a evolução no site do Volker Vyscocil, na parte escapamentos:
http://www.clockwatch.de/index.html?html/tec/hem/zyl.htmNo final das contas, para relógios compactos, o ápice foi atingido com os escapamentos de detenção (ou gatilho, ou cronômetro), ainda no século XVIII (fins). A imagem mostra tudo: na maior parte do giro, o balanço está "destacado" do órgão de contagem de tempo, o contato só ocorre uma vez a cada oscilação e, mesmo assim, de forma muito tênue. Ademais, o impulso é dado de forma tangencial.
A busca é sempre a mesma: maior separação do funcionamento do orgão regulador e um impulso que não atrapalhe o órgão regulador. Isso, na minha opinião, PARA RELÓGIOS COMPACTOS, foi alcançado há séculos nos cronômetros. O resto é resto, variações do mesmo tema para melhor utilização em um relógio compacto.
Nos relógios de pêndulo, o ápice foi a separação completa do órgão regulador (pêndulo) do de contagem de tempo, a ponto de ficarem em dispositivos separados, como explicado pelo Igor no texto sobre os relógios Shortt.
Flávio