Pois é amigo Adriano, esse homem aprendeu da pior forma, infelizmente.
Em 94 dei formação no Exército, o tiro fazia-se com as espingardas G3 e com as pistolas P-38.
As P-38(boa qualidade, mas sem grande manutenção e já velhinhas), encravavam com muita facilidade(não há milagres, sem manutenção...), o percutor ficava preso e podia soltar-se segundos depois, provocando o disparo.
Todos os instruendos/recrutas eram advertidos de que caso isso acontecesse, deveriam colocar a arma no chão, devagar, apontada para o alvo, levantar o braço e chamar o oficial ou sargento.
Num dia, um recruta, depois de a arma encravar, esbracejava com a pistola na mão, apontada para todo o lado inclusivé à minha cabeça enquanto gritava "alferes, sargento, tenente, tenente, não dispara, tá presa"
Muitos de nós ficamos brancos, apavorados, sem nos mexermos, foi muito mau mesmo, um colega, depois de a arma já estar no chão e em relativa segurança deu um chapadão nesse rapaz e ele aprendeu a lição.
Dias antes o cabo responsável pelo depósito de armas levou um tiro numa situação semelhante, a 9mm atravessou-lhe o antebraço.
Concordo a 100% com a ausência de seguranças externas, como bem dizes Adriano, isso é mais uma complicação do que propriamente segurança.
Gaston Glock pensou tudo muito bem, o homem é bom mesmo, e muito simples e prático!
Numa Glock, se o gatilho estiver para trás, na posição de "disparo", não há munição no cano.
Se o gatilho estiver acima, pronto a fazer fogo, pode ter, ou não, munição.
Para retirar a corrediça, somente se pode fazer com o gatilho atrás, logo sem munição.
É como tudo, se as pessoas não tiverem atenção, shit happens...
*
Está provado que actualmente o avião é o meio de transporte mais seguro.
Mas deveria ser o automóvel.
Porquê?
Porque
se os automobilistas tivessem uma formação exaustiva e não de brincadeira como acontece por aqui,
se os automóveis tivessem sua manutenção rigorosa como acontece com os aviões(travões, direcção, pneus, direcção, etc etc),
se as regras e sinais de trânsito e as velocidades máximas fossem cumpridas com zelo, teríamos no automóvel o meio de transporte mais seguro.
Mas não, ninguém respeita nada, velocidades, estado do veículo, sinais e regras e depois temos centenas de feridos e mortos nas estradas.
E depois vemos as estatísticas de mortos na estrada e perguntamos : "como"?
Pois...
Abraço!
Correia