Esse TAG Heuer Sport Elegance é bisonho de feio, mas na época era maravilhoso!
Em 1995, eu era um moleque de 14 anos que já gostava muito de relógios, porém até então só tinha tido Casios digitais.
Meu pai teve um Rolex Submariner roubado no trânsito e fomos na H. Stern do Shopping Iguatemi olhar outro (sim, naquela época a H. Stern era revendedora Rolex). Foi então que vi este relógio pela primeira vez. Fiquei completamente doido, era o relógio mais bonito que já havia visto na minha vida!
Insisti muito para que meu pai comprasse o TAG no lugar do Rolex para ele, com a vantagem de, inclusive, ser um pouco mais barato (mas nem tanto). Insisti tanto, fiquei tão maluco com o relógio, que meu pais disseram que me dariam um de natal se eu cumprisse aquelas típicas promessas de adolescente (ser bom garoto, tirar boas notas, etc.)... Nunca fui tão bonzinho e estudioso na minha vida!
Final do ano, objetivos atingidos, fui pessoalmente junto com um tio buscar meu sonho na H. Stern da Praça da República.
Lá na loja, acharam que o relógio seria para ele, afinal, quem seria doido de dar um relógio desse valor para uma criança de 14 anos?
Naquela época, custou R$ 2.170,00, que, corrigidos pela inflação, hoje daria R$ 9.110,00 (porém, corrigidos pela "inflação relojoeira", seria equivalente a uns R$ 25 mil).
Por sorte, os doidos foram meus pais, e o felizardo fui eu! Assim, conquistei meu primeiro relógio de gente de verdade.
Nem sei como foi que consegui convencê-los na época. Meus pais são super mão de vaca para futilidades como relógios, roupas, etc.
Hoje me restou um relógio velho, feio e que não vale um vintém, mas para mim o valor sentimental é enorme.
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Antes que perguntem, o relógio ficou naquele estado (do "antes") porque, na minha ausência durante uma viagem que fiz, meu pai o achou na gaveta onde eu guardava meus relógios e pensou que ele era valioso demais para ficar ali, e decidiu guardar no cofre dele, sem o mínimo cuidado, e por lá permaneceu por anos. Quando finalmente me dei conta de quanto tempo ele estava parado e fui resgatá-lo, encontrei o pobre coitado neste estado.
Desanimado, larguei ele pra lá em outra gaveta, até que tomei coragem de mandar restaurá-lo um par de meses atrás.