Li sobre isso hoje! Sobre a crise de 29, quando os suíços ficaram com um estoque enorme e não conseguiram desová-lo, levando a uma queda de preços, hoje, a ordem seria: dobrem os preços! Em altas camadas sociais e nos produtos de luxo, que são no que se transformaram os relógios suíços, o alto preço estimula demanda.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Thorstein_Veblen
Eu concordo em parte com a teoria, porque as fábricas passaram poucas e boas na crise de 2008 e...Bem, subiram seus preços, mas não houve estímulo de demanda!
Flávio
Flávio, sua teoria tem fundamento sim. Se partirmos das premissas da economia neoclássica, teríamos a necessidade de uma elevação de demanda para que houvesse elevação nos preços. Mas os fatos nos mostrarm o contrário.
Há um ramo da economia chamado Economia Institucional. Um dos fundadores foi um cara chamado Veblen. Os caras dessa escola buscam outros fatores para explicar os fenômenos da economia, entre eles a cultura, política, estrututuras cognitivas dos indivíduos e por aí vai. Hoje já estão num novo momento, chamado Nova Economia Institucional. Douglas North e Ronald Coase são caras responsávieis por resgatar essa abordagem, meio esquecida desde os tempos de Veblen, e que receberam prêmios nobel em economia a partir dessas idéias.
Lembro que o Igor já usou certa vez aqui a expressão "efeito Veblen". Há novos ricos mundo afora, especialmente em países emergentes. Nesses casos, os caras não pertencem às tradicionais elites, famílias que todo mundo conhece, etc. Os caras precisam de ícones, de marcos para definir seu lugar na estrutura social. Objetos de consumo tem históricamente sido usados para isso, é o que diz Veblen. Assim, uma marca eleva seus preços, e seus produtos tornam-se símbolos de distinção social, logo passam a ser buscados para essa demarcação. Daí os mercados atrativos para a indústria suíça justamente na Ásia, onde há uma boa concentração de países com elevados níveis de desenvolvimento econômico.
Certamente fui superficial na explicação, apenas escrevi isso para dizer que concordo com você sobre essa idéia.
Abraço,
Jefferson
PS: Ah, após escrever e reler, lembrei de uma necessária ressalva. Não há em meu texto qualquer intenção de juízo de valor a respeito do que chamei "novos ricos". Considero-os como uma realidade de nosso mundo contemporâneo. Precisamos levá-los em conta para análises como essas, de produtos de luxo.