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Swatch Diaphane One: review e análise técnica

Iniciado por Adriano, 03 Dezembro 2011 às 23:26:57

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mestreaudi

Que review fantástico!!!  :D

Não conhecia esse relógio, muito menos essa máquina!!

Obrigado Adriano!

Abs
Rafael.

Desotti

Grande Adriano, uma curiosidade: se os testes de marcha mostram resultados diversos, como se regula esse movimento? ???

[[]]'s

Atalo

Pessoal,
Acho fantástico aparecerem por aqui esses relógios. Muito interessante mesmo.
Vi um desses na Swatch Store no Shopping Iguatemi, creio que em 2003. Eu procurava pelos automáticos, aí a moça veio com a pergunta:
Moço, o senhor gosta de relógio "de corda"? Tem um modelo novo aqui.... e me mostrou o tal relógio, sem explicar mais nada. Na hora nem notei que ele tinha essa funcionalidade.
Abraços
Átalo

Adriano

Obrigado amigos, legal que gostaram!

Desotti, a regulagem de marcha se dá da mesma maneira que qualquer relógio: se todas as marchas ou a média total estiver alta, basta regular baixando a marcha. Isso normalmente se faz com mostrador para baixo, por questões óbvias, mas nesse relógio, teria que ser com mostrador para cima. Não muda o resultado.

Isso porque a regulagem só se faz, sempre, em uma posição. É raro se fazer regulagem em outra posição que não com o mostrador para baixo. Se o ajuste for bom, todas as marchas acompanharão a regulagem feita. Se não acompanharem, é porque tem problema de ajuste. O ajuste sim é outra coisa.

Clarificando: regulagem é meramente o fato de mexer o regulador para lá ou para cá (ou mover os parafusos para dentro ou para fora em caso de balanços de inércia variável ou free-sprung, como queiram), que serve apenas para acelerar ou desacelerar a marcha. Se o relógio estiver bem ajustado, aumentando a marcha numa posição aumentará todas. O mesmo vale para o contrário.

Já o ajuste é uma série de fatores que influenciam o comportamento da regulagem em diferentes posições. Um relógio bem ajustado terá boa regulagem ou regulagem semelhante em todas as posições. Terá um bom isocronismo. Se for mal ajustado, terá muita variação de marcha entre posições, terá comportamentos imprevisíveis entre marchas, etc., etc. etc. O ajuste se dá pelo balanceamento do balanço, centralidade e planicidade da espiral em diversas posições, espaço entre os pinos do index do regulador, abertura do escapamento ou "beat error", entre outros fatores.

O meu relógio não tem problema de regulagem mas poderia ter um ajuste melhor. Para isso o conjunto balanço/espiral teria que ser minuciosamente inspecionado e se necessário eliminar desbalanceamentos do aro e acertar com perfeição a centralidade e planicidade da espiral. Não vejo, contudo, sentido em tentar fazer isso. Não é o que procuro nesse relógio e anularia sua graça, que é a de compensar posições.

Abraços!

Adriano

Desotti

Valeu pelos esclarecimentos meu amigo. :)

Em verdade eu imaginava que regular e ajustar tivesse o mesmo significado em horologia, assim onde escrevi "se regula", leia-se "se ajusta".

[[]]'s

Adriano

Realmente, são duas coisas diferentes, por isso meu adendo para explicar.

Por exemplo, o uso de balanço de inércia variável ou free-sprung serve justamente para que a regulagem não interfira no ajuste, como ocorre com o regulador tradicional.

No regulador tradicional, a marcha é regulada diretamente mexendo na frequência de vibração da espiral, alterando seu comprimento útil. Isso interfere diretamente na geometria da espiral e seu comportamento dinâmico enquanto ela contrai e expande, limitando o deslocamento de seu centro de gravidade. Cada vez que se regula a marcha em um relógio com regulador, altera-se o ajuste de alguma forma, por menor que seja essa interferência.

No balanço de inércia variável a marcha é regulada alterando-se o momento de inércia do balanço. Desse modo o ajuste permanece inalterado. É muito mais eficiente na busca por um bom isocronismo.

Abraços!

Adriano

alexandreriz

Adriano muito bom o Review gostei mesmo, e as fotos estão bem bacanas.

Parabéns  pelo bom review.

michelim

"The Quality Remains Long After the Price is Forgotten."

flávio

O @gregduboc desenterrou este tópico na sua conta do Instagram e, ao relê-lo, pensei com meus botões: caralho, nós éramos muito técnicos mesmo no passado do FRM hahahahahahah. Confesso que boiei na explicação do Adriano, sobretudo porque não há um desenho técnico. Aliás, a explicação do Adriano é a mais completa que achei na rede, mas fiquei com uns furos mentais tentando imaginar o que está acontecendo. Minha pergunta, depois de tantos anos, é: a tal patente, citada acima, acharam? Se acharam, podem indicar-me aqui?

Adriano

Citação de: flávio online 12 Fevereiro 2022 às 15:19:49
O @gregduboc desenterrou este tópico na sua conta do Instagram e, ao relê-lo, pensei com meus botões: caralho, nós éramos muito técnicos mesmo no passado do FRM hahahahahahah. Confesso que boiei na explicação do Adriano, sobretudo porque não há um desenho técnico. Aliás, a explicação do Adriano é a mais completa que achei na rede, mas fiquei com uns furos mentais tentando imaginar o que está acontecendo. Minha pergunta, depois de tantos anos, é: a tal patente, citada acima, acharam? Se acharam, podem indicar-me aqui?

Putz, realmente! Até eu precisei queimar una neurônios para entender o que eu mesmo escrevi rsrsrs.

E claro, consideremos que eu escrevi isso há 11 anos! Então tenhamos alguma tolerância para algumas imprecisões.

E por fim, sim, eu tenho a patente dele! Vou procurar aqui e ver se consigo postar!

Abs.,

Adriano

Adriano


flávio

Li e publiquei um stories no @relogiosmecanicos explicando o troço com imagens. Está salvo lá. Valeu pela patente

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