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Omega - 1120 vs 2500

Iniciado por Correia, 14 Outubro 2012 às 19:14:20

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Correia

Boas!

Questiono os amigos no sentido de dizerem de vossa justiça, qual dos dois movimentos preferem?

1120 ou 2500 co-axial

Sem entrar em grandes considerações técnicas(OK, deveria entrar, mas meus conhecimentos técnicos da "coisa" são rasos... :P), eu acho que prefiro o 1120, sem o escape co-axial.

Sei lá, manias de um, pelos vistos a Omega está a apostar cada vez mais e mais no co-axial, 2500, 8500, agora os fantásticos 9300...tudo com o escapamento co-axial, mas não sei, entre esses dois eu iria de 1120(se falarmos a partir do 8500 aí a coisa mudaria obviamente de figura), essa ideia me ocorreu hoje ao ver um SMP 300 dos novos numa vitrine.... :-\

Digam de vossa justiça! :)






Abraços,
Correia
Convém evitar 3 acidentes geométricos nesta vida : círculos viciosos, triângulos amorosos e bestas quadradas.

Octávio Augusto

Eu tenho 2 Seamasters, um com 1120 e outro com 2500.
O com 1120 já foi revisado na autorizada e é um animal de precisão. Faz +2s numa semana.
Tenho um 2500 que o antigo vendedor diz ter feito uma manutenção, fora da autorizada, e funciona MUITO bem. Continua com as características de um Chronometer.
Este 2500, espero muito dele, pois ele tem modificações que, na minha pouca experiência, considero evoluções no que tange o 1120(balanço free sprung e o escapamento co-axial).

Confesso que fiquei na dúvida quando comprei meu Seamaster james Bond, pois não sabia se comprava o 1120 ou o 2500.
Por várias razões(preço, oportunidade, comodidade, por ser colecionável...) comprei o 1120. Ainda estou bem tentado a comprar o 2500, mas em cerâmica. Achei lindo quando vi.

Meu voto vai para o 2500!!
Abraço,

Octávio Augusto

Desotti

Também voto do 2500, tenho 3 relógios com este movimento e absolutamente nenhum problema, além de precisão acima da média.

Só fiquei com uma dúvida que nunca havia notado antes de observar as fotos acima pois, pelo formato das hastes dos balanços, o 1120 claramente usa balanço glucydur mas o 2500 não, o que achei muito estranho... ???

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Neme

Desculpe a ignorância, mas o 1120 é o que equipa o "Bond" clássico??

Abs.
Neme
Abs.
Neme!

Adriano

Minha experiência me diz que, na média, o desempenho de marcha dele é superior. Há 1120 que bate o desempenho de outro 2500, mas na média, de dezenas e dezenas de 2500 e centenas de 1120 que já testei pessoalmente, nas mesmas "CNTP", os 2500 se mostraram principalmente com melhor isocronismo.

Agora, se me perguntar o quanto dessa vantagem se dá pelo co-axial e o quanto se dá pelo balanço free-sprung, não me arrisco a dizer.

Minha opinião? Não sei. Gosto da teoria, aparentemente comprovada, das vantagens do baixo ângulo de levantamento do co-axial e a óbvia vantagem do free-sprung, mas aprecio o clássico escapamento de âncora.

Quem sabe meu preferido não seria um 1120 com balanço free-sprung...

Abraços!

Adriano

Adriano

Citação de: Desotti online 14 Outubro 2012 às 21:50:37
Também voto do 2500, tenho 3 relógios com este movimento e absolutamente nenhum problema, além de precisão acima da média.

Só fiquei com uma dúvida que nunca havia notado antes de observar as fotos acima pois, pelo formato das hastes dos balanços, o 1120 claramente usa balanço glucydur mas o 2500 não, o que achei muito estranho... ???

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Desotti, o formato dos raios do balanço não absolutamente conclusivo sobre o material com o qual ele é confeccionado. Convencionou-se, desde a invenção da liga, que balanços feitos de Glucydur tivessem os raios com esse desenho meramente para diferenciá-los. Quem sabe até, era mera firula estética do fabricante dos balanços (Fabriques de balanciers reunies S.A.) que depois se tornou convenção. A indústria suíça convencionou que esse formato de raios é exclusivo para balanços de Glucydur. Você não é obrigado a usar esse formato. Mas usa-se justamente para diferenciar de balanços de qualidade inferior. Mas você pode usar o formato que quiser. Vide os balanços free-sprung da Omega, que obviamente são de Glucydur, e não possuem esse desenho nos raios. Vide ainda os balanços da Rolex.

Agora, o que não se pode é fazer um balanço com esse desenho de raios sem ser em Glucydur ou liga de berílio-bronze semelhante. Obviamente estamos falando da indústria suíça. A China faz balanços de qualquer porcaria com esse mesmo formato.

Abraços!

Adriano

Correia

Tenho dois Omega com esses dois movimentos, um SMP 2254 com 1120 e um PO 2201 com o 2500, portanto nada contra o 2500, apenas prefiro o escape tradicional de âncora.

Amigo Adriano, fazer um 1120(ou outro) com o free-sprung tornaria o movimento muito mais caro que o tradicional?

Claro está que nesta altura do campeonato se vê claramente que o futuro da Omega passe pelos co-axial, será quase uma questão de retórica.

Abraços,
Correia
Convém evitar 3 acidentes geométricos nesta vida : círculos viciosos, triângulos amorosos e bestas quadradas.

Adriano

Amigo Correia, não creio. Para que um 1120 adotasse o balanço free-sprung, mudaria meramente sua ponte, e o balanço em si. Acho que o preço extra do balanço (por causa dos parafusos), compensaria a ausência do regulador, que também é uma peça relativamente cara. Acho que empataria.

Pensando bem, a Omega poderia ter adotado um balanço free-sprung no 1120 antes da adoção do escapamento co-axial...

O próprio 2500 está no rumo da aposentadoria. Não deve passar da versão atual, a "D", que possui roda de escape feita pelo processo "LIGA". Posso estar enganado, claro, mas a tendência é que ele desapareça. Todos os modelos antes equipados com ele estão mudando para o 8500.

Abraços!

Adriano

Correia

Amigo Adriano, se você diz que ficaria melhor, quem sou eu para discordar! :D

Sim, talvez o 2500 desapareça, quando falei no prosseguimento dos co-axial estava até pensando nos 8500, 9300, os in-house com esse escape.

Nos 1120 ou 2500 será talvez forçado poder comparar com um 3135, mas será que os novos já estarão jogando de "ombro" com ele?

Grande abraço! 8)
Correia
Convém evitar 3 acidentes geométricos nesta vida : círculos viciosos, triângulos amorosos e bestas quadradas.

Adriano

Ótima pergunta, pois é uma boa hora para comparar o Omega 8500 com seu concorrente direto, o Rolex 3135.

Sim, concordo que é "forçar a barra" comparar o 1120 ou 2500 com o Rolex. Afinal, por melhor que seja a sua base, o ETA 2892, provado e comprovado, ainda assim é um mecanismo que pode-se lá apontar alguns defeitos. Sim, a Omega corrigiu e eliminou os conhecidos problemas de carga dos ETA, mas, de todo modo, ainda não é um calibre de manufatura Omega e por isso perde pontos preciosos na comparação com os Rolex, que além disso, pode-se dizer que são calibres praticamente indefectíveis.

Agora, comparar o 8500 com o 3135 é bem mais justo e eu diria que um resultado empatado, pelo menos para o meu gosto. Ambos são de manufatura, ambos com balanço free-sprung, então nesse quesito empatam. Mas há concepções totalmente diferentes entre eles, técnica e filosoficamente falando. No 8500 temos um calibre ultra-moderno, com tudo o que é tendência: escapamento alternativo (co-axial), espiral de silício, duplo tambor de corda com excepcional isocronismo e alta reserva de marcha, diversas possibilidades de ajustes, ou seja, é quase impossível não conseguir um ajuste e regulagem precisos... enfim, tudo o que há de mais moderno. E sim, ainda é robusto, pelo que pude experimentar. Porém isso tudo faz dele um calibre altamente complexo, cheio de detalhes que requerem cuidados de toda ordem na montagem, regulagem, lubrificação...

O Rolex 3135 é o total oposto: extrema simplicidade de construção, e logo, sem segredos. Apenas uma evolução da mesma coisa, há décadas. Sem novidade, sem riscos. Aliás, tem tudo o que faz o Rolex ter sua fama: um mecanismo com construção de jipe mas acabamento, "conforto" e precisão de uma limousine.

Então admiro ambos, por igual, mas por razões diferentes. O 8500 por seu vanguardismo e o 3135 por exatamente o oposto: tradicionalismo.

Vale absolutamente o mesmo para os cronos 9300 da Omega e os seus concorrentes, como o Rolex 4130 e o Breitling B01. Assim como o 8500, o 9300 é fabuloso, tudo do mais top. Mas com um manual técnico de quase 40 páginas, um milhão de adendos, e detalhes, e observações, e checagens... O 4130 e o B01 são totalmente o oposto: o mais simples possível, para se fabricar e principalmente para se dar manutenção. Admiro todos por igual, mas por razões diferentes.

Aí cabe a cada um escolher qual caminho deseja seguir, ou qual filosofia agrada mais. E acho um pouco arriscado que se escolha por um ou por outro sem conhecê-los bem. Quanto mais conheço esses calibres com filosofias diferentes, mais difícil fica para mim dizer qual eu prefiro, ou qual eu gosto ou simpatizo mais...

Abraços!

Adriano

Desotti

Grande Adriano, grato pelos esclarecimentos. :)

Uma pergunta de ordem técnica referente ao 8500: além da óbvia vantagem de não sofrer com o magnetismo, há alguma outra vantagem real na adoção da espiral de silício ante a primeira versão do calibre com espiral Nivarox, que possa refletir positivamente na precisão do movimento?

[[]]'s

Adriano

#11
Sim. Não porque é de silício, mas pelo método com o qual pelo qual ela é feita. A espiral das ligas metálicas convencionais, seja lá qual for a liga, é feita mecanicamente, ou seja, o arame de metal é prensado até atingir a espessura necessária, cortado, enrolado, dobrado, etc. etc. etc. Isso tudo resulta em imprecisões geométricas, mesmo que de ordem atômica, mas suficiente para ter impacto na marcha. E ainda precisam ser coladas ou soldadas no pitão e na virola, gerando mais chances de distorções.

A espiral de silício não, é feita pelo processo LIGA, ou seja, do mesmo método que se fabrica elementos eletrônicos microscópicos. O resultado é uma espiral geometricamente perfeita, podendo inclusive ser feita por completo, ou seja, com virola e pitão, dispensando mais dois elementos sujeito a erros e deformações em suas junções. Ou seja, o método com o qual são feitas as espirais se silício permite espirais perfeitas, e de ponta a ponta, homogêneas, do pitão à virola.

Abraços!

Adriano

igorschutz

Inclusive, pelo processo Liga, a espiral pode ter espessura variável, o que por si só já introduz um novo elemento a ser estudado a fim de se obter a mola perfeita.
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

Adriano

Verdade. Vide a própria Spiromax da Patek: sua curva terminal é mais espessa para dar rigidez e funcionar como a espiral de Breguet, mantendo o centro de gravidade da espiral o mais próximo possível do centro geométrico durante o ciclo de expansão e contração. Citei a Spiromax pois sua imagem de divulgação é bem clara quanto à esse detalhe.

Abraços!

Adriano

Paulo Sergio

Caramba!!!  :o :o :o
Cada informação conseguimos com uma simples pergunta!!!
Muito bom amigos!!!
Abraço
Paulo Sergio
Abraço
Paulo Sergio

Correia

MUITO obrigado pelas explicações, amigo Adriano :D

Ou seja, o 8500 poder-se-á considerar como que um moderno 3.0 TDI com mil e uma inovações tecnológicas, a todos os níveis, capaz de sacar facilmente + de 200 cv, ao lado de um bloco 2.8 - 6 cilindros a gasolina, daqueles com 10/20 anos, mas totalmente fiáveis, sem as "grandes" ajudas electrónicas xpto e turbos de geometrias variáveis, etc etc. 

Na hora de revisar, pois terão lá as suas diferent€s dificuldad€s ;D... ::)

Sei lá, prefiro o BMW 2.8 a um Audi 3.0 tdi...mas também prefiro um velhinho Integrale 16v a um V8 4.9 americano.

FiabilidadeXRobustezXManutenção = O que mais a gente gostar, o resto... :D 8)

Fabricar umas dessas espirais "topo de gama"... :o...têm de ser "muitos anos a virar frangos"...a perfeição é o limite...na minha humilde opinião, deve ser do mais difícil de conseguir num calibre.

Abraços!!! 8) :D

Correia
Convém evitar 3 acidentes geométricos nesta vida : círculos viciosos, triângulos amorosos e bestas quadradas.

flávio

E vejam: as ligas metálicas usadas em relógio surgiram na metalurgia como não variáveis à temperatura. Volto a dizer: o calcanhar de aquiles dos relógios é a variação de temperatura e, salvo engano, o silício tem menor coeficiente ou erro medio do que as ligas de berílio bronze. Aliás, no passado, fizeram reguladores de precisão com pêndulos de quartzo, vidro e tudo quanto é coisa que puderem imaginar. Lá pelas tantas, vingou o pêndulo em Invar com peso em mercúrio (ou Invar também, com sistema de compensação pelo tradicional método de latão e aço).

Flávio

Paulo Sergio

Amigo Adriano...
Você falou na "série D" do 2500...
Poderia dizer quais são as diferenças entre as "séries" A, B, C e D?
Qual o ano de seus lançamentos?
Outros calibres, como o 1120, passaram por "séries" como o 2500?
Caramba, esse assunto fascina!!! :o :o :o
Abraço
Paulo Sergio
Abraço
Paulo Sergio

ThiagoDF

Citação de: Paulo Sergio online 16 Outubro 2012 às 21:38:12
Amigo Adriano...
Você falou na "série D" do 2500...
Poderia dizer quais são as diferenças entre as "séries" A, B, C e D?
Qual o ano de seus lançamentos?
Outros calibres, como o 1120, passaram por "séries" como o 2500?
Caramba, esse assunto fascina!!! :o :o :o
Abraço
Paulo Sergio

Também tenho muito interesse na resposta do Mestre Adriano, além de querer fazer outros questionamentos.

Será um "mau" negócio adquirir um 2500 daqui pra frente, caso ele realmente seja descontinuado? Faltarão peças de reposição no curto prazo? Melhor investir logo, apesar do maior preço, num 8500?

Agradeço de antemão pelas respostas, sua opinião é algo que passei a levar em conta! ;D

Abraço.
Membro do RedBarBrazil

- STR -

Amigos,

Somente um adendo nada cientifico, tenho um PO com calibre 8500 e com a espiral de silício, e o relógio no uso normal, quando sincronizado com o "relógio atômico" do IPhone, depois de 4 dias fazendo a media, apresenta + 1,2 seg dia!!

Então minha constatação pessoal e que "a coisa" funciona e muito!!

Grande abraço

Rodrigo STR

"O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, mas sim por àquelas que permitem a maldade." - Albert Einstein