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« Resposta #40 Online: 17 Novembro 2015 às 15:28:37 »
Concordo com o Spring que as vidas de 100 africanos ou árabes não valem a de um europeu, americano, canadense ou australiano. Isso me incomoda profundamente e principalmente quando penso nas crianças.

Quanto à riqueza histórica que se perdeu no Iraque e vem sendo destruida na Síria, também fico muito incomodado. Se havia um lugar a leste do Egito e a Oeste da Califórnia que eu tinha vontade de conhecer era a velha Bagdad.
« Última modificação: 17 Novembro 2015 às 15:35:39 por mmmcosta »
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« Resposta #41 Online: 17 Novembro 2015 às 15:46:23 »
Concordo com o Spring que as vidas de 100 africanos ou árabes não valem a de um europeu, americano, canadense ou australiano. Isso me incomoda profundamente e principalmente quando penso nas crianças.

Quanto à riqueza histórica que se perdeu no Iraque e vem sendo destruida na Síria, também fico muito incomodado. Se havia um lugar a leste do Egito e a Oeste da Califórnia que eu tinha vontade de conhecer era a velha Bagdad.

Pois é, Costa, o berço do homem moderno já era. Enquanto na Europa ainda haviam neandertais, cutucando os orifícios e cheirando, nessa região já se construíam templos. (posso ter exagerado em alguns anos, mas a premissa é essa).

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« Resposta #42 Online: 17 Novembro 2015 às 16:05:17 »
E só fazendo um adendo, se voltarmos no tempo, vamos ver que o islã é uma religião muito tolerante. com outras religiões. Esse extremismo radical é relativamente recente. mas até compreensível. Ninguem, em sã consciência, vai passar 2000 anos com um dedo no cu e um sorriso no rosto. Eu até entendo o lado dos extremistas, mas não me permito simpatizar. Quem gosta de sangue é o GI Joe.
Hoje, por exemplo, a UE disse que vai apoiar militarmente a frança na guerra ao terror. Caras, vai faltar terra pra enterrar tanta gente e isso me deixa doente. Não porque eu realmente me importe com um punhado de franceses ou mussulmanos, para mim são números (para deixar claro, fico muito triste, mas é gente que não temos relação). O que me mata é justamente isso. O patrimônio cultural que acho interessante e sei que jamais terei oportunidade de ver, todo um povo desperdiçando potencial. Porra, o cara que pode ter a chave para as viagens interestelares deve estar perdendo os dedos fazendo bombas nesse instante. Esse é o pior lado. Esses dias mesmo prenderam um guri de 14 anos nos EUA que construiu um relógio com umas sucatas que tinha atirada em casa. o mohamed pretinho constrói um relógio e é um terrorista - que diga-se, nunca mais na puta vida vai fazer nada, absolutamente nada. aquele guri se perdeu, ninguem mais vai ouvir falar dele, agora o Billy Bob bebe cerveja  por um furo no fundo da lata e chapa o miolo fumando maconha medicinal e é um herói. É isso que quase, mas juro, quase, me faz esboçar um sorriso cada vez que uma merda dessas acontece.
« Última modificação: 17 Novembro 2015 às 16:06:56 por RCComes »
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« Resposta #43 Online: 17 Novembro 2015 às 18:58:30 »
Pois é, Costa, o berço do homem moderno já era. Enquanto na Europa ainda haviam neandertais, cutucando os orifícios e cheirando, nessa região já se construíam templos. (posso ter exagerado em alguns anos, mas a premissa é essa).


Sem dúvida.

Agora os  descedentes desses míticos povos destroem esses templos, quais neandertais, e, entretanto, nos entrefolhos desses milhares de anos após o cutuco dos orifícios, os europeus tiveram o engenho de evoluir e dar evolução a quem, milhares de anos e algumas centenas depois da construção desses engenhosos templos continuava, e no tempo em que  a pólvora já havia sido descoberta e mal usada, a matar com pau e pedra.
Convém evitar 3 acidentes geométricos nesta vida : círculos viciosos, triângulos amorosos e bestas quadradas.

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« Resposta #44 Online: 17 Novembro 2015 às 19:45:31 »

Sem dúvida.

Agora os  descedentes desses míticos povos destroem esses templos, quais neandertais, e, entretanto, nos entrefolhos desses milhares de anos após o cutuco dos orifícios, os europeus tiveram o engenho de evoluir e dar evolução a quem, milhares de anos e algumas centenas depois da construção desses engenhosos templos continuava, e no tempo em que  a pólvora já havia sido descoberta e mal usada, a matar com pau e pedra.

Eu não estou defendendo condutas, até porque foi a Ísis que destruiu os templos e relíquias.
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« Resposta #45 Online: 18 Novembro 2015 às 17:00:54 »
Apenas para pensar sobre alguns atores dessa confusão, porque ninguém vai chegar a conclusão alguma, nem terá qualquer solução para apresentar. Porque se fosse fácil, e os interesses individuais não fossem tão divergentes, a paz seria um objetivo fácil de atingir.

Estado Islâmico – Congrega vários “estadinhos islâmicos”, cujo único traço de união é a contradição em si mesma. Vejamos: parte deles é de ex-combatentes das guerrilhas xiitas que ajudaram a derrubar o regime de Saddam Hussein, que era sunita e os esmagava, no Iraque (eram bancadas pelo Irã, berço xiita); outra parte também é de ex-militares do próprio Saddam!

Não, não se converteram para o braço sunita do Islã. Estão nisso somente por grana. São os caras que controlam a venda do petróleo contrabandeado, a venda das obras de arte roubadas de sítios históricos e museus, a compra de armas no mercado negro e os treinamentos militares dos recrutas.

As escravizações de yazidis, de curdos, os estupros, os assassinatos, as decapitações, isso fica para o ramo mais aparente do Estado Islâmico, composto de inúmeros europeus (sobretudo franceses, belgas e britânicos) e asiáticos (chechenos principalmente).

Sobre os asiáticos, já há registro de chineses da região de Xinjiang nas fileiras do EI – o que vem deixando Pequim de cabelo em pé, temerosa de a etnia uigur (muçulmana) importar jihadistas para o projeto de independência.

Síria – O coronel Hafez Assad tomou o poder em Damasco, em 1971, apoiado pela antiga União Soviética. Era o principal personagem, no mundo árabe, que contestava a liderança de Gamal Nasser – tanto que se insurgiu contra o projeto da República Árabe Unida, que dava protagonismo apenas ao egípcio.
 
Muçulmano alauíta, reduziu ao mínimo a participação política de sunitas e xiitas. Foi comandante supremo das forças armadas e era implacável com qualquer um que contestasse seu poder. Fez do filho, Bashar, seu sucessor, o que desagradou amplos setores militares.

Inicialmente, Bashar tentou enfrentar os militares que o contestavam aumentando os espaços políticos dos sunitas e dos xiitas (aqui abriu as portas para o Hezbollah, que fez do território sírio parte da base de congregação de xiitas do Líbano, da Jordânia, do Iraque e da própria Síria).

Quando viu que a manobra deu errado, fechou novamente com os militares e voltou a perseguir sunitas e xiitas. Eclode, então, a guerra civil. Detalhe: Bashar sempre contou com o apoio de Moscou.

Estados Unidos – Achava que Bashar cairia de podre e bancou vários grupos rebeldes sírios, com armas, dinheiro e assessoria técnica (leia-se: treinamento militar pelas forças especiais). Fechou os olhos para o Estado Islâmico, acreditando que faria parte do serviço.

Mais um erro de cálculo, de vários, da política externa norte-americana. Vejam a merda que deu.

Rússia – Com a China, dava sustentação financeira, técnica e militar a Bashar al Assad. Quando resolveu entrar no conflito da Síria, atacava somente grupos rebeldes que lutavam contra o governo de Damasco. Via o Estado Islâmico com complacência, mas, no momento em que alguns dos seus militantes passaram a fazer o caminho de volta às origens para ataques terroristas no Oeste Europeu, colheu informações que chechenos se preparavam para algo semelhante. Um tanto por interesse próprio e outro tanto porque a França pediu, se juntou na corrente de ataque ao Estado.

França – A pátria da “liberdade, igualdade e fraternidade” tem um histórico de perseguições e de racismo. São vários os instrumentos de cultura que falam sobre isso e alguns estão à disposição de todos. Destacaria o filme “A batalha de Argel”, de Gillo Pontecorvo, que chegou a ser proscrito no Brasil nos tempos da ditadura; e os livros “Diários completos do capitão Dreyfuss” (traduzido aqui pelo Alberto Dines) e “Eu acuso”, do Zola.

Também vale a pena ler qualquer coisa sobre a derrota francesa em Dien Bien Phu. Ou sobre o colaboracionismo da República de Vichy e do Marechal Pétain com os nazistas.

Outro grande livro é “Meu pai, o último dos fuzilados”, escrito por Agnes Bastien-Thiry, filha do coronel Jean-Marie – que tentou assassinar De Gaule por conceder a independência à Argélia. Traça um panorama interessante do colonialismo e do desprezo que a França tem pelos africanos (não apenas os argelinos, mas todos os países francófonos do continente).

O francês médio é católico apostólico convicto (herança do imperador Clóvis, considerado o fundador do país). E tem imensa dificuldade em assimilar o protestantismo (Calvino, francês, radicou-se na Suíça), o judaísmo e até o espiritismo (Allan Kardek era francês).

Tem mais gente para colocar nesse caldeirão. Mas, por ora, fiquemos apenas nestes.

Dic

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« Resposta #46 Online: 18 Novembro 2015 às 18:38:23 »
Excelente, Dicbetts!
Abs, Rodrigo.
"Treinar intensamente o corpo para absorver o espírito, diz a tradição." (Musashi, Miyamoto)

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« Resposta #47 Online: 18 Novembro 2015 às 21:40:34 »
O curioso é que os temidos terroristas árabes que atacaram em Paris ou são franceses ou belgas.
sic transit gloria mundi

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« Resposta #48 Online: 18 Novembro 2015 às 22:45:00 »
O curioso é que os temidos terroristas árabes que atacaram em Paris ou são franceses ou belgas.
Mas todos de origem árabe. Favor e honestamente corrigir se eu estiver errado.

A propósito, sei que há malucos associados ao EI que não têm origem árabe, mas, pelo que eu acabei de ver na CNN, não é o caso dos perpetradores dos ataques a Paris.
« Última modificação: 18 Novembro 2015 às 22:49:09 por mmmcosta »
Marcelo

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« Resposta #49 Online: 18 Novembro 2015 às 22:45:27 »
Beleza de análise, Dic! Eu não sabia sobre muito do que você expôs.
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« Resposta #50 Online: 18 Novembro 2015 às 22:59:31 »
A propósito, é possível baixar a revista publicada pelo EI:
http://jihadology.net/category/dabiq-magazine/

A última edição (12) é de hoje e traz no prefácio uma análise acerca dos ataques a Paris.
Marcelo

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« Resposta #51 Online: 19 Novembro 2015 às 09:57:23 »
Beleza de análise, Dic! Eu não sabia sobre muito do que você expôs.

Marcelão,

Tentei mostrar que, nessa suruba, os civis entram sempre com a bunda.

São os únicos inocentes. Os demais, são culpados.

A moral dos estados é flexível desde que o primeiro foi criado.

O que aconteceu em Paris, sexta passada, foi uma barbaridade, sob qualquer ponto de vista. Indefensável, injustificável, intolerável, inaceitável. Não acho que a matança na França mobilize mais que uma na Nigéria, praticada pelo Boko Haram.

Crimes contra a humanidade não podem ser comparados. Têm que ser, todos, sem exceção, lamentados, sentidos, chorados.

Sob pena de nos nivelarmos aos estados em flexibilidade moral.

Dic

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« Resposta #52 Online: 19 Novembro 2015 às 11:31:45 »
Ninguem lembrou da bomba no avião russo, poucos dias antes... deve ser porque os russos não chiam ::)
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« Resposta #53 Online: 19 Novembro 2015 às 13:27:01 »
Não é que os russos não chiam. A midia russa é controlada e não chia.
Marcelo

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« Resposta #54 Online: 19 Novembro 2015 às 13:29:24 »
Jaja é a nossa mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmcosta.
Rolex ou Rolex.

Fórum Genérico, respostas genéricas.

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« Resposta #55 Online: 19 Novembro 2015 às 14:29:10 »
Não é que os russos não chiam. A midia russa é controlada e não chia.

a mídia mundial não deu a mínima, a isso que me refiro. Ninguem se compadece dos pobres Russinhos.

Bom, de toda forma os franceses estão batendo um novo tipo de recorde, pois ainda não se renderam e se converteram ao islã.

Agora, se eu fosse do IE eu faria o seguinte: lançava um comunicado dizendo para ninguém atacar outros países exceto a frança, isolando eles do resto da comunidade internacional (torcendo, claro, para que os outros países se distanciacem "uhm, já que a bronca não é minha vou ficar quietinha" - Merkel 2016)
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« Resposta #56 Online: 19 Novembro 2015 às 14:45:52 »
A propósito, é possível baixar a revista publicada pelo EI:
http://jihadology.net/category/dabiq-magazine/

A última edição (12) é de hoje e traz no prefácio uma análise acerca dos ataques a Paris.

Isso é uma infâmia. É como se o PCC ou o Comando Vermelho tivessem um jornalzinho, pelo qual justificassem o tráfico de cocaína, a venda de crack, o assassinato de policiais, as execuções no "micro-ondas"...

É a banalidade do mal, como já escreveu Hannah Arendt (muito citada, mas pouco lida).

Apologia do assassinato, do obscurantismo? Não dá para achar isso natural.

Dic

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« Resposta #57 Online: 19 Novembro 2015 às 15:04:49 »
Não é que os russos não chiam. A midia russa é controlada e não chia.

Nem um, nem outro.

O Putin deve ter mandado segurar a informação sobre a origem da bomba que derrubou o Airbus no Egito porque não queria entrar em guerra com o Estado Islâmico. Nunca foi o foco dele.

O que ele queria era descer a porrada nos rebeldes que lutam contra o Bashar al Assad. Porque esses rebeldes também lutam contra o EI. O Putin apostava numa espécie de Mutually Assured Destruction em pequena escala.

Nesse emaranhado, o Bashar vai ficando. Agora, com aquiescência da França (o apoio russo contra o EI passa pela manutenção do ditador sírio) e beneplácito dos EUA (que já sabiam há muito tempo que ruim com Bashar, pior com os rebeldes e péssimo com o EI).

Pelo tanto de muçulmano que tem no território russo, e pela questão mal resolvida da Chechênia, o Putin não queria um teleguiado do EI detonando explosivos no metrô de Moscou.

Mas agora...

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« Resposta #58 Online: 19 Novembro 2015 às 15:14:50 »
Isso é uma infâmia. É como se o PCC ou o Comando Vermelho tivessem um jornalzinho, pelo qual justificassem o tráfico de cocaína, a venda de crack, o assassinato de policiais, as execuções no "micro-ondas"...

É a banalidade do mal, como já escreveu Hannah Arendt (muito citada, mas pouco lida).

Apologia do assassinato, do obscurantismo? Não dá para achar isso natural.

Dic
Eu li a Hannah Arendt em setembro. Excelente!

Quanto à revista, reparou na qualidade da diagramação? Fiquei besta!
« Última modificação: 19 Novembro 2015 às 15:17:43 por mmmcosta »
Marcelo

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« Resposta #59 Online: 19 Novembro 2015 às 15:40:38 »
Eu li a Hannah Arendt em setembro. Excelente!

Quanto à revista, reparou na qualidade da diagramação? Fiquei besta!

Marcelão,

Isso me assusta: o requinte dos caras para falar da maldade. Dão ares de normalidade às maiores barbaridades, fazem crer que há alguma beleza nisso.

Talvez depois que o Estado Islâmico for dizimado (e algo pior fique em seu lugar), os teóricos da comunicação estudem esses "produtos". Já faz tempo que ouço comentários sobre o profissionalismo da propaganda desses malucos.

Foi preciso a II Guerra acabar para que a propaganda nazista fosse esmiuçada. Muita coisa que veio dali é ser vista no marketing político que existe atualmente. Existe até no Estado Islâmico.

Sobre a banalidade do mal, Hannah Arendt o definiu em "Eichmann em Jerusalém". Em qualquer sebo você o encontra.

Dic