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A marca de relógios mais interessante e subestimada do mundo

Iniciado por mmmcosta, 10 Outubro 2016 às 10:35:48

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Edgar

Amigos,

Acho que até já falei isso aqui. Mas vamos lá. Quando eu trabalhei na área de marketing em uma empresa japonesa, li um case, onde dizia que a Seiko havia feito uma pesquisa de opinião à nível mundial, com os grandes nomes, em todas as áreas. Lógico que são pessoas que não tem conhecimento um pouco mais técnico sobre relógios. Mas, a pergunta era: Que marca de relógio lhe vem em mente? Pediam para citar não lembro se umas 10. Eram pessoas de ambos os sexos e de todas as áreas, inclusive o Papa João Paulo II, participou.... Para a surpresa da Seiko, ninguém no mundo todo mencionou a marca.....

Penso que se uma empresa, por melhor que seja, se fizer produtos de extrema qualidade, voltado a um público A, e se produz alguns modelos mais populares, acho que de certa forma a sua imagem acaba ficando abalada nesse aspecto.  Vale lembrar aqui um episodio. Lembram de quando a tinha um carro que era vendido aqui e tinha a logomarca da Audi, e o mesmo carro tinha a logomarca da VW? Pois é, esse da VW não vendia... Era o mesmo carro....rsrsr. Só por ter o emblema VW, não dizia o mesmo que a Audi.

Eu gosto muito da marca Seiko e tudo o que eles fazem.....Se um dia pudesse ter um GS, não pensaria duas vezes. Se tiver que escolher entre o GS, e o Rolex ou Omega, fico com o GS.

Abraços

Edgar
Escolha o caminho do meio!

Leontap

Citação de: Carbonieri online 12 Outubro 2016 às 17:33:45
Gosto muito da marca, mas convenhamos, com relação ao Brasil nao ha marketing por parte Seiko, o site é um lixo, nao da nem pra saber quais modelos sao vendidos no Brasil. Pra nossas bandas acredito nao haver interesse por parte deles. Quanto a outros paises eu nao sei, mas parece que a publicidadeu realmente não é o forte deles
Acho o marketing fraco da Seiko.


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Leontap

Apesar de também gostar da Seiko, tem uma coisa que eu detesto: a pulseira de metal dos Divers SKX. Apesar de dizerem que é pra deixá-lo mais leve, aquela pulseira molenga da uma sensação enorme de fragilidade, parece que ela vai se torcer por si só! [emoji1304]


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mmmcosta

Citação de: Leontap online 12 Outubro 2016 às 21:11:18
Apesar de também gostar da Seiko, tem uma coisa que eu detesto: a pulseira de metal dos Divers SKX. Apesar de dizerem que é pra deixá-lo mais leve, aquela pulseira molenga da uma sensação enorme de fragilidade, parece que ela vai se torcer por si só! [emoji1304]


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A do meu New Monster é uma beleza!
Marcelo

mmmcosta

Citação de: Carbonieri online 12 Outubro 2016 às 12:19:08
Rapaizzz, o cara tem que estudar muito pra conseguir colocar tanto mau gosto de uma vez só em uma peça
Hehehe... Verdade.
Marcelo

Leontap

Citação de: mmmcosta online 12 Outubro 2016 às 23:02:42
A do meu New Monster é uma beleza!
Eles poderiam usar a do new monster nos SKX.


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mmmcosta

Marcelo

TUZ40

Citação de: Adriano online 12 Outubro 2016 às 15:51:38
Caras, uma coisa é clara: pode-se dar qualquer atributo de qualidade à Seiko, muitos mais do que muitas marcas suíças, mas a Seiko não é e talvez nunca será uma marca de LUXO. E muitas vezes é só isso que basta para uma marca ser prestigiada pelo público geral. Qualidade, beleza e outros atributos ficam em segundo plano para boa parte de quem consome luxo, por mais que neguem isso.

Em mercados miseráveis como o nosso então, "swiss made" por si só é "luxo", mesmo que venha escrito em uma lata de merda.

A diferença na percepção de marca da Seiko, por conta de sua variedade de produtos e marketing nada agressivo em direção ao luxo (ou em outras palavras, um marketing honesto, pois marketing de luxo de relógios gira em torno de mentiras cabeludas e até cômicas) está explícita neste tópico. É evidente como as percepções são tão diferentes entre os indivíduos e por isso a discussão é em vão.

Abraços!

Adriano

Muito bem colocado pelo Adriano, mais uma vez.  :)

"All your base are belong to us"

jfestrelabr

Rolex ou Rolex.

Fórum Genérico, respostas genéricas.

Alberto Ferreira

Bom dia!

Claro que como fazemos com frequência nós temos que concordar (os mais "doutos" talvez diriam hemos de?  ;)) com a colocação do Adriano.
Muito em especial com a frase final.


Mas,...
As "pesquisas"...
Falando aqui no geral, em tese, portanto sem questionar a informação do Edgar, ok?
Eu não tenho dados para julgar, e nem sabia que ela foi (ou foram) feita(s)...

Então...
Eu faço apenas uma pergunta, despretenciosa, embora com um intencional tom de "cutucada" nas "elites" e seus "eleitos"...

- A pesquisa foi "aberta" (no sentido de que o opinante eventualmente poderia ser identificado)?

Eu pergunto porque, e em qualquer área, quando uma pergunta é feita (com o opinante "assinando" a resposta), sempre me ocorre poder haver um certo risco de na resposta haver uma certa "vertente" de...
...o que pensarão de mim, dos meus "conhecimentos" na área, o que esperam que eu diga ou cite?
...o que pensarão sobre aquilo que eu penso, conheço, e declaro?


Ou não?  ::)
;)

Abraços!
Alberto


mmmcosta



Citação de: Adriano online 12 Outubro 2016 às 15:51:38
Caras, uma coisa é clara: pode-se dar qualquer atributo de qualidade à Seiko, muitos mais do que muitas marcas suíças, mas a Seiko não é e talvez nunca será uma marca de LUXO.

A marca não é, mas os Grand Seiko são.
Marcelo

Shostners

Citação de: Adriano online 12 Outubro 2016 às 15:51:38
Caras, uma coisa é clara: pode-se dar qualquer atributo de qualidade à Seiko, muitos mais do que muitas marcas suíças, mas a Seiko não é e talvez nunca será uma marca de LUXO. E muitas vezes é só isso que basta para uma marca ser prestigiada pelo público geral. Qualidade, beleza e outros atributos ficam em segundo plano para boa parte de quem consome luxo, por mais que neguem isso.

Em mercados miseráveis como o nosso então, "swiss made" por si só é "luxo", mesmo que venha escrito em uma lata de merda.

A diferença na percepção de marca da Seiko, por conta de sua variedade de produtos e marketing nada agressivo em direção ao luxo (ou em outras palavras, um marketing honesto, pois marketing de luxo de relógios gira em torno de mentiras cabeludas e até cômicas) está explícita neste tópico. É evidente como as percepções são tão diferentes entre os indivíduos e por isso a discussão é em vão.

Abraços!

Adriano

Uma outra maneira de colocar o que o Adriano diz é diferenciar, na percepção de valor do produto, os aspectos tangíveis dos intangíveis. Muitas vezes a gente se pega discutindo "qualidade" apenas pelo aspecto do valor tangível (precisão do mecanismo, qualidade do material, da construção, etc), quando a discussão do valor intangível seria igualmente válida.

Um exemplo: Se você for vender uma camiseta de malha amarela simples, isto representa um produto e um preço. Mas se você pegar esta mesma camiseta e pregar um distintivo da CBF na frente e o número 10 atrás, isto representa totalmente outro produto e outro preço. A história do Pelé e da camisa 10 da seleção confere um valor intangível ao produto que, a meu ver, é perfeitamente justificável e vendável. Há muitas pessoas dispostas a pagar para mostrar que são parte do grupo de representantes (torcedores) da história desta camisa.

Existem diversas maneiras de criar valor intangível para um produto e a que provavelmente é a mais utilizada na alta relojoaria é a exclusividade. Associa-se a marca a eventos relacionados a um estilo de vida exclusivo e elitizado, cobra-se um preço que garanta que poucos possam ter o produto, adicionam-se atributos técnicos tangíveis que diferenciem os produtos, mesmo que minimamente, dos que sejam vendidos a preços "não-exclusivos". A partir daí, o que a marca vende não é somente um excelente relógio em si, e sim uma carteirinha de membro de um clube exclusivo na forma de um excelente relógio. A fórmula do lucro, neste caso, é "baixo volume x altíssimo preço - altos custos (até um certo ponto) = lucro".

Entendo quando o Adriano coloca que muitas vezes são usadas "mentiras cômicas" (sobre os aspectos técnicos de um produto, imagino) para justificar a sua exclusividade. A questão é que, só pelo lado técnico, é impossível mesmo justificar a diferença entre um relógio de $5 mil e um de $50 mil. A questão é que você não pode fazê-los exatamente iguais (senão o marketing do intangível não se sustenta) mas a diferença na percepção de valor vai estar toda fora da questão técnica: desde o design estético até o preço, tiragens limitadas, etc. Não acho que isso seja necessariamente "bullsh*t" - a questão é que tem um monte de gente que valoriza e paga por essas coisas. E, se tem, por que não vender pra elas?

Agora à questão da Seiko em si.

Pelo meu ponto de vista, esse tipo de "marketing de exclusividade" tem lar natural na Europa. Penso que, por lá, a ideia de exclusividade associada à existência de uma aristocracia ou nobreza faz parte da tradição histórica. É só contrastar, por exemplo, como a Europa vende automobilismo (Formula 1, high tech, GP de Monaco, Paddock Club, Ferrari) com a maneira em que isso é vendido na América (NASCAR, Stock Cars, Indy 500, Gasoline Alley, GM/Ford/Toyota/Honda). E o contraste é ainda maior se compararmos com a tradição cultural de um país como o Japão, em que o individualismo não é bem visto e a conformidade às normas, encorajada (não que não haja elite ou castas no Japão, me refiro mais à valorização, no povão, da postura de conformidade).

Considerando a tradição japonesa, o posicionamento do marketing da Seiko (assim como o das companhias japonesas de praticamente todos os segmentos) vai ter poucos aspectos intangíveis. Eles até tentam vender um pouco de história, mas essa questão da exclusividade seria quase um contrassenso na cultura deles. Então os caras pegam pesado em vender a parte tangível (a engenharia do produto, os materiais, a precisão, etc) e, até por necessidade, em massificar o produto. Deste modo, a fórmula de lucro deles vai ser "alto volume x baixo preço - baixos custos = lucro". A dificuldade de uma marca como a Seiko vai ser conciliar a necessidade de vender uma boa engenharia com a necessidade de manter custos baixos - às vezes isso vai resultar em concessões  de qualidade que tornem alguns produtos inaceitáveis para um aficionado.

Então, olhando por este ponto de vista, concordo 100% quando o Adriano diz que a Seiko nunca será uma "marca de luxo". Nunca será mesmo. Eles até tentam fazer isso com a Grand Seiko (que faz produtos extraordinários), mas aí é como o Volkswagen Touareg que alguém citou anteriormente: pode ser um super carro, mas ainda é "um Volkswagen".

Do nosso lado, o dos aficionados, essa questão toda abre uma oportunidade de encontrar "bons negócios", penso. Isso porque a escala de valor percebido de um aficionado é um negócio muito particular: o que nos move é uma combinação de inovações técnicas com atributos históricos e de design. Em alguns casos entra a exclusividade, mas não no senso de pertencer ao grupo que vai ver a America's Cup de dentro do barco, mas sim no de ter uma peça rara, ainda que esta tenha origem "humilde". Então, como essa escala de valor está "desalinhada" com a lógica "padrão" do marketing das empresas, pode abrir oportunidades de encontrar relações preço/valor favoráveis - peças pelas quais a indústria não cobra tão caro mas que valem muito para nós. O Flávio outro dia estava citando a Nomos, e este é um dos casos que ilustra o ponto - alta qualidade técnica e de serviço, bom design, mas um preço mais baixo (pq eles ainda não tinham ou tem o nome pra cobrar tão caro quanto outras marcas mais estabelecidas). Outro caso seria o argumento do cara do artigo - de que a Seiko, em alguns modelos, vai oferecer uma ótima relação preço/valor se "exclusividade" é algo que não te interessa ou não está ao seu alcance.

Coincidência ou não, hoje dei pra minha esposa um SARB035 de aniversário  :)

mmmcosta

Citação de: Shostners online 13 Outubro 2016 às 10:53:19

Considerando a tradição japonesa, o posicionamento do marketing da Seiko (assim como o das companhias japonesas de praticamente todos os segmentos) vai ter poucos aspectos intangíveis. Eles até tentam vender um pouco de história, mas essa questão da exclusividade seria quase um contrassenso na cultura deles. Então os caras pegam pesado em vender a parte tangível (a engenharia do produto, os materiais, a precisão, etc) e, até por necessidade, em massificar o produto. Deste modo, a fórmula de lucro deles vai ser "alto volume x baixo preço - baixos custos = lucro". A dificuldade de uma marca como a Seiko vai ser conciliar a necessidade de vender uma boa engenharia com a necessidade de manter custos baixos - às vezes isso vai resultar em concessões  de qualidade que tornem alguns produtos inaceitáveis para um aficionado.

Então, olhando por este ponto de vista, concordo 100% quando o Adriano diz que a Seiko nunca será uma "marca de luxo". Nunca será mesmo. Eles até tentam fazer isso com a Grand Seiko (que faz produtos extraordinários), mas aí é como o Volkswagen Touareg que alguém citou anteriormente: pode ser um super carro, mas ainda é "um Volkswagen".

Do nosso lado, o dos aficionados, essa questão toda abre uma oportunidade de encontrar "bons negócios", penso. Isso porque a escala de valor percebido de um aficionado é um negócio muito particular: o que nos move é uma combinação de inovações técnicas com atributos históricos e de design. Em alguns casos entra a exclusividade, mas não no senso de pertencer ao grupo que vai ver a America's Cup de dentro do barco, mas sim no de ter uma peça rara, ainda que esta tenha origem "humilde". Então, como essa escala de valor está "desalinhada" com a lógica "padrão" do marketing das empresas, pode abrir oportunidades de encontrar relações preço/valor favoráveis - peças pelas quais a indústria não cobra tão caro mas que valem muito para nós. O Flávio outro dia estava citando a Nomos, e este é um dos casos que ilustra o ponto - alta qualidade técnica e de serviço, bom design, mas um preço mais baixo (pq eles ainda não tinham ou tem o nome pra cobrar tão caro quanto outras marcas mais estabelecidas). Outro caso seria o argumento do cara do artigo - de que a Seiko, em alguns modelos, vai oferecer uma ótima relação preço/valor se "exclusividade" é algo que não te interessa ou não está ao seu alcance.

Coincidência ou não, hoje dei pra minha esposa um SARB035 de aniversário  :)

Ótima análise!

E que belo presente. Comprou no Brasil?
Marcelo

TUZ40

Shostners começou bem!

Precisamos de mais posts assim.  :)
"All your base are belong to us"

Adriano

Perfeito Shostners!

Deixe-me fazer dois adendos que me lembrei: acho - e é apenas palpite meu - de que a razão pela Seiko nunca atingir uma percepção de uma marca de luxo está relacionado ao fato de ser uma marca japonesa, assim simples. Pois não faz parte da cultura deles esse tipo de "imaginário". Os japoneses fazem uma coisa ao contrário de todo o mundo: fazem os melhores produtos e mais refinados para consumo interno. Os GS são exemplos disso e a abertura desses modelos para o resto do mundo é coisa recente. E que a Seiko relutou para manter com o mesmo nome e não apelar para uma outra marca como a Credor. Algo semelhante à Toyota com o Lexus. Alguém já ouviu falar no Toyota Century? Seria um produto totalmente invendável em qualquer lugar do mundo, ainda mais com a marca Toyota. Os japoneses possuem essas coisas que são difíceis de explicar para o resto do mundo. A percepção de marca deles envolve outros valores, razoavelmente diferentes dos ocidentais. Mesmo o produto top do top, é vendido para eles com base em atributos como precisão, durabilidade, conforto, estética minimalista... Tudo menos status.

Ao ponto de que, para penetrarem em outros mercados, precisam inventar até outras marcas ou sofrer eternamente com esse estigma.

Outra coisa que gostaria de dizer: trabalhando neste ramo há esse tempo todo e inclusive diversas vezes como jornalista, participei de incontáveis apresentações de produtos, aqui e na Suíça. Algumas são de vomitar, tamanho o volume de asneiras, meias-mentiras (ou mentiras completas) ditas, e o abuso daquelas palavrinhas mágica do marketing de luxo. Também entendo que o público consumidor do luxo em geral "necessita" disso, mas por outro lado, acho que pelo menos para relógios, o público anda cada vez mais esclarecido e tem marca por aí achando que o consumidor é burro, ignorante ou idiota.

Abraços!

Adriano

Shostners

Citação de: mmmcosta online 13 Outubro 2016 às 11:38:49
Ótima análise!

E que belo presente. Comprou no Brasil?

Obrigado!

Comprei o SARB no eBay, de um vendedor no Japão, por uns 300 e poucos Obamas. Ficou uns 3 meses escondido em casa porque, sabendo que essas compras internacionais demoram, comprei com antecedência. Mas, para minha surpresa, entre postagem e retirada na agência dos correios foram apenas 9 dias. Importante é que fez sucesso hoje  ;D

Shostners


Marcos David

Citação de: Shostners online 13 Outubro 2016 às 10:53:19
Uma outra maneira de colocar o que o Adriano diz é diferenciar, na percepção de valor do produto, os aspectos tangíveis dos intangíveis. Muitas vezes a gente se pega discutindo "qualidade" apenas pelo aspecto do valor tangível (precisão do mecanismo, qualidade do material, da construção, etc), quando a discussão do valor intangível seria igualmente válida.

(...)


Shostners, Mais uma vez parabéns pelo post...  8)


Citar
...peças pelas quais a indústria não cobra tão caro mas que valem muito para nós.

Por isso uma dos meus favoritos é o seikinho da década de '80.

Abraços.
"O mundo intriga-me. Não posso imaginar que este relógio exista e não haja relojoeiro." ― William Paley

Shostners

Citação de: Adriano online 13 Outubro 2016 às 12:47:24
(...)
Outra coisa que gostaria de dizer: trabalhando neste ramo há esse tempo todo e inclusive diversas vezes como jornalista, participei de incontáveis apresentações de produtos, aqui e na Suíça. Algumas são de vomitar, tamanho o volume de asneiras, meias-mentiras (ou mentiras completas) ditas, e o abuso daquelas palavrinhas mágica do marketing de luxo. Também entendo que o público consumidor do luxo em geral "necessita" disso, mas por outro lado, acho que pelo menos para relógios, o público anda cada vez mais esclarecido e tem marca por aí achando que o consumidor é burro, ignorante ou idiota.

Bem... tem sempre a diferença entre o marketing bem feito e o mal feito :) Mentiras e asneiras nem precisa dizer que não dá pra engolir mas, muitas vezes, algo que provoca esta mesma sensação é o marketing feito só de propaganda, sem entregar um produto e/ou uma experiência que esteja à altura do oba-oba (think João Santana/Dilma). Então às vezes o problema é a propaganda e às vezes é a execução do produto/serviço que dá uma rasteira na propaganda.

Cabeças brilhantes de marketing são muito raras no mundo, porque são caras que vão pensar não só no argumento de venda do produto, mas que também tem de ter a capacidade de acertar a promoção, projeto, fabricação, distribuição, venda e pós venda pra garantir que a propaganda que ele fez não se torne uma promessa vazia. Não adianta só pensar na promessa, tem de botar a mão na massa e fazer acontecer (think Comandante Rolim/TAM [ou ao menos a fama dele]). Aqui no Brasil criaram essa expressão "marqueteiro", pra se referir aos (muitas vezes) picaretas que se dispõem a vender, com promessas atraentes e manipulativas, um produto que na verdade é inepto. E isso é a exata antítese do que deveria ser o marketing e o "marqueteiro".

Pelo jeito tem "marqueteiro" na Suíça também (guardadas as devidas proporções).  :)


flávio

Excelentes participações, concordo com quase tudo.


Flávio