Atualmente, um relógio "padrão" tem 28800 batidas por hora. Ou seja, a cada hora ele faz 28800 tics e tocs. Como no escapamento de âncora a cada "tic" (e a cada toc) um dente da roda de escape é liberado, a cada tic, o ponteiro anda um pouquinho. Quanto ele anda? Matemática pura e simples. Se são 28800 por hora, são 480 por minuto e... Voilá! 8 por segundo. Ou seja, a cada segundo no mostrador, num relógio comum, o ponteiro dá oito saltinhos. Num El Primero, por exemplo, que gira a 36000 batimentos por hora, os saltinhos são 10. Nos relógios antigos, como o Cricket, cuja frequência era (é) de 18000, há 5 saltinhos por segundo. Mas como o Igor falou, há mecanismos que podem alterar isso, como o tal "dead beat". Eu particularmente nunca vi um relógio com dead beat funcionando... Aliás, nunca nem vi um... O mais próximo de um dead beat, mecânico, que você algum dia pode encontrar por aí, mas difícil também, são os cronômetros de marinha. Mas aí a questão é outra: o cronômetro de marinha, por projeto, não faz tic e toc, só tic e tic... Então, a cada oscilação do balanço, ele só libera o conjunto de engrenagens uma vez (num relógio comum, duas vezes, como disse acima). E vibrando a apenas 14400 batimentos, fazendo a matemática, um cronômetro de marinha praticamente gira visualmente como um relógio a quartzo, avançando o ponteiro apenas duas vezes por segundo.
Fui além do que queria, mas acho que deu para sacar o conceito.