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LUBRIFICAÇÃO - RELÓGIOS VINTAGE

Iniciado por Luis O, 16 Abril 2011 às 22:34:24

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Luis O

Prezados
Uma questão me ocorreu hj, quando estava no banho...
Os relógios antigos devem ser lubrificados com produtos novos, ou devem ser lubrificados e limpos com produtos que eram disponíveis à época de sua fabricação?
Pensemos o seguinte: Muito já foi falado acerca de lubrificação de movimentos, inclusive com a apresentação de uma lista interminável de produtos para tal fim...
No entanto, um relógio que foi produzido em 1950, poderia ser lubrificado com produtos bons mas básicos....obviamente que os produtos atuais não eram disponíveis à época de sua fabricação.
Note-se que não são poucas as vezes que vemos relógios antigos, que ficaram parados anos em gavetas, retornarem à vida com um simples saculejar, ou após ser dado corda...seria uma prova de que oslubrificantes antigos são(ou eram) muito bons? Ou ainda, que tais lubrificantes eram extremamente resistentes e eficazes ao longo dos anos?
Tal questionamento se faz necessário se considerarmos todo o fudúrcio que se criou à respeito da lubrificação de movimentos....produtos caríssimos, mão de obra especializadíssima etc, dificultam a manutenção e inibem que os que não querem gastar os tubos (literalmente) com produtos como fixodrop, óleos e graxas especiais façam as revisões dos relógios.
Essa questão esbarra na ganância desmedida das autorizadas, que pegam um movimento omega 267 e cobram uma grana preta para fz uma revisão....mais uma vez pergunta: não seria histeria comercial ou ânsia de ganhar dinheiro?
Assim, trago tal debate à consideração dos amigos.

abs a todos.

Alberto Ferreira

#1
Salve!

Em tese,...
Tudo evolui, inclusive os lubrificantes, as técnicas de lubrificação, etc.
Os lubrificantes modernos são melhores, em especial no que tange à estabilidade e longevidade.
Este é o fato.

A rigor, um produto mais "evoluído" (e talvez, mas não necessariamente, mais caro) deveria cumprir melhor (no mínimo, por assim dizer) aquelas funções básicas.

Se o "excesso" de qualificação poderia ser encarado em algumas situações como "desperdício" (algo "supérfluo" ou "desnecessário")... Bem, talvez seja este o âmago do debate proposto.

Alguns, como eu, pensarão...
"Quod abundat non nocet" (em tradução livre, "o que há em excesso não faz falta")...

Já as questões de custo (relativamente falando) dependem de um contexto mais geral, inclusive do "valor" da peça a ser lubrificada, freqüência de uso, etc.
Um mecanismo criado há muito tempo, quando não havia algumas das tecnologias de manutenção e lubrificação mais modernas, por princípio não deveria apresentar qualquer desvantagem, do ponto de vista técnico, se lubrificado com um produto moderno.
A menos que eventualmente exista algum tipo de "incompatibilidade" de materias, por exemplo com as vedações originais, etc.
O que, convenhamos, é muito pouco provável de ocorrer.

Mas o outro lado da questão, se alguns "atributos" seriam de fato "necessários", para o caso daqueles movimentos mais antigos e "simples", é interessante e deve até haver outras "visões".

Abraços,
Alberto

Daniel

Olá !!!

Bom tópico ! Sempre tive esta dúvida.

Tudo bem que existem produtos novos, mas é preciso efetivamente usá-los ? Do ponto de vista dos relógios antigos. O que sempre existiu, não dá conta ? De outra maneira de ser ver a questão, as revisões feitas pelo meu velho relojoeiro, conservador a antigos materias, não está de acordo com a nova tecnologia ?

Daniel

flávio

Lubrificantes novos. No entanto, como os movimentos antigos possuíam frequência mais baixa, no escapamento, por exemplo, a Moebius faz algo específico para eles, o 941 (estou dando apenas um exemplo). O 9415 é usado em relógios de frequência mais elevada.

Flávio

Luis O

Sim, sim.......mas e antes do 941? O que usava na época de lançamento do 266, 267, 58....., 611?

Certamente não era nem o 9010, e o óleo e a lubrificação duravam muitooooooooo..........e era barato pacas.

A pergunta roda e ninguém a elucida.....me parece que todos tem medo de adotar uma postura conservadora, tipo retorno às origens....

Vou lubrificar meus omegas com óleo de máquina Singer, e vamos ver no que vai dar.....graxa da Texaco (daquelas de carro).....vamos ver se funcionam.....o máximo que vai acontecer é eu ter que lavá-los de novo.

De qq forma, retorno a questão aos técnicos (relojoeiros) do fórum.....tipo Mauro, Automatic, Reis e tantos outros.

Grande abraço.

Adriano

Os óleos sintéticos estão por aí há bastante tempo, cerca de 60 anos. O que é preciso entender é que óleos sintéticos não lubrificam mais ou melhor que os óleos clássicos, que são minerais ou animais, ou mistura deles. Os sintéticos apenas duram melhor ao longo do tempo, resistem melhor que os clássicos contra umidade, evaporação, mudanças de temperatura e outros fatores ambientais.

Se pegar, por exemplo, uma 30T2 e lubrificar ela do jeito que se fazia em 1940, e testar, e depois lavar tudo e relubrificar tudo com os lubrificantes e técnicas atuais, e testar novamente, dificilmente notará um desempenho melhorado.

A diferença aparecerá ao longo do tempo. Muitos óleos clássicos "engomam", ganhando viscosidade e virando uma coisa grudenta, e não lubrificante. Isso não acontece com sinstéticos. O Fixodrop ajuda a manter a lubrificação no lugar desejado por mais tempo. É mais um benefício que não se tinha à época.

Então com lubrificantes modernos tem-se um resultado melhor por mais tempo. Vale lembrar ainda, que nem todos os lubrificantes clássicos foram substituídos por sintéticos. Há uma porção de excelentes óleos clássicos ainda em uso. Um deles é o Moebius D5. Os relojoeiros gostam muito dos resultados que ele dá.

Por fim, e contudo, os fabricantes recomendam as técnicas modernas para os calibre antigos. Se você pode lubrificar um escapamento de um 30T2 usando fixodrop, por que não fazê-lo?

Abraços!

Adriano

Luis O

Citação de: Adriano online 18 Abril 2011 às 17:14:23
Os óleos sintéticos estão por aí há bastante tempo, cerca de 60 anos. O que é preciso entender é que óleos sintéticos não lubrificam mais ou melhor que os óleos clássicos, que são minerais ou animais, ou mistura deles. Os sintéticos apenas duram melhor ao longo do tempo, resistem melhor que os clássicos contra umidade, evaporação, mudanças de temperatura e outros fatores ambientais.
Se pegar, por exemplo, uma 30T2 e lubrificar ela do jeito que se fazia em 1940, e testar, e depois lavar tudo e relubrificar tudo com os lubrificantes e técnicas atuais, e testar novamente, dificilmente notará um desempenho melhorado.
A diferença aparecerá ao longo do tempo. Muitos óleos clássicos "engomam", ganhando viscosidade e virando uma coisa grudenta, e não lubrificante. Isso não acontece com sinstéticos. O Fixodrop ajuda a manter a lubrificação no lugar desejado por mais tempo. É mais um benefício que não se tinha à época.
Então com lubrificantes modernos tem-se um resultado melhor por mais tempo. Vale lembrar ainda, que nem todos os lubrificantes clássicos foram substituídos por sintéticos. Há uma porção de excelentes óleos clássicos ainda em uso. Um deles é o Moebius D5. Os relojoeiros gostam muito dos resultados que ele dá.
Por fim, e contudo, os fabricantes recomendam as técnicas modernas para os calibre antigos. Se você pode lubrificar um escapamento de um 30T2 usando fixodrop, por que não fazê-lo?
abraços!
Adriano
Esta é a questão que venho tentando discutir com vcs há muito tempo...
Na verdade todo mundo fala que existe um benefício em utilizar óleos modernos em movimentos tradicionais, mas ninguém sabe mensurar este benefício.....é na verdade um grande achismo.....
Pq não utilizar o fixodrop em movimentos como 30T2? simples: PQ A REVISÃO DE UM RELÓGIO DE r$500,00 CUSTARIA r$650,00. Simples.
Por isso, em outro tópico tentei abordar o assunto da periodicidade das lubrificações, ou seja, entendo que vale mais fazer uma revisão a cada 3 anos por 150,00, do que fz uma revisão a cada 5 anos por 650,00.
Me parece lógico isso.
Adicione-se o fato que relógios com 40 anos de uso, e que obviamente usavam lubrificantes e técnicas antigas, ainda estão funcionando perfeitamente........temos um exemplo disso postado hj por mim no fórum.
Assim, o que se extrai de sua assertiva, amigo Adriano, é que os movimentos antigos podem ser lubrificados e revisados com lubrificantes tradicionais, pois a utilização de materiais novos e caríssimos em nada aumentam a vida do movimento....
A pergunta continua: O QUE EU GANHO COM ISSO?
grande abraço e obrigado por participar desta discussão.

PS: boa sugestão de papo para o próximo encontro no buteco do bento.

FALCO

Citação de: Luis O online 18 Abril 2011 às 18:05:27...
Adicione-se o fato que relógios com 40 anos de uso, e que obviamente usavam lubrificantes e técnicas antigas, ainda estão funcionando perfeitamente........temos um exemplo disso postado hj por mim no fórum...

Luis, o que te leva à crer que o relógio postado está funcionando perfeitamente?
FRM: contra argumentos, não há fatos !!!

Luis O

kkkkkkkkkkkk.....

pelo simples fato de que ele está na minha frente, e desde ontem só atrasou 07 segundos.......

quem postou a foto fui eu........e modestamente, conheço o que estou falando.

portanto.........volto à questão.

abs

FALCO

Citação de: Luis O online 18 Abril 2011 às 19:06:49...
pelo simples fato de que ele está na minha frente, e desde ontem só atrasou 07 segundos
...

Então o fato dele existir (1ª frase) e ter atrasado 7 segundos em 24hs (2ª frase) te diz que ele está funcionando perfeitamente?
FRM: contra argumentos, não há fatos !!!

Luis O


Adriano

 ;D ;D ;D ;D ;D

Luis, sei que não vou conseguir argumentar com você sobre o seu conceito de "bom funcionamento". Eu até entendo: se marca as horas direito, está funcionando direito, pois está cumprindo com sua função direito.

Mas não é isso que importa tecnicamente. A abordagem é bem mais complexa: a amplitude de movimento do balanço é o que indica se a lubrificação está boa ou não. Seu relógio deve estar com amplitude baixíssima e pode se comportar bem em uma posição, mas deve variar muito entre elas. Se não estiver variando muito com pouca amplitude, você está com um cronômetro de competição nas mãos e nem sabe. Duvido.

O simles fato de você ter dito que o relógio está na sua frente, mostra que ele nem mudou de posição. Isso não é avaliação criteriosa de desempenho de um relógio! Não seja teimoso: sei que você sabe disso.

Sendo bem objetivo na sua pergunta: o que você ganha com lubrificantes modernos é maior intervalo entre revisões e melhor desempenho entre elas. Se você lubrificar dois mecanismos idênticos, um a lá "old school" e outro com tudo de mais moderno, o primeiro começara a mostrar desempenho ruim anos antes do segundo.

Outra coisa que você tem que tirar da cabeça: não é o óleo moderno nem o fixodrop que torna a revisão mais cara. Calculo que a quantidade desses materiais, colocadas na ponta do lápis, não devem somar nem R$ 5,00 por revisão. Ora, um vidrinho de 9010 custa uns R$ 80,00. Dura um ano numa assistência, com todo o volume de relógios que se tem. São milhares de revisões. Não é isso que faz o serviço, digamos, da autorizada, mais caro que o do relojoeiro independente.

Abraços!

Adriano

Luis O

Ai, ai Adriano.....

difícil é ponderar com vc....

Sobre a amplitude, o relógio em questão está com excelente amplitude....não fale sobre o que vc não está vendo....e em pelo menos 2 posições...

Sobre a questão da lubrificação, vc roda, roda e não diz muito, apesar de escrever muito. Enfim...um dia desse conversaremos sobre a questão pessoalmente.

De toda forma, continuo discordando de vc sobre a questão dos custos com produtos. Considerando-se o que vc escreveu, se os produtos não encarecem as revisões feitas em autorizadas, o que então encarece? a marca? a fama? os "altíssimos" salários pagos aos relojoeiros? os pontos comerciais onde estão as assistências? o imponderável?

De qq forma muito obrigado pela participação e pelas considerações.

abs

Adriano

Luis, eu assumidamente sou a pior pessoa para se conversar se quiser saber de bastidores, porque eu trabalho com isso. Não posso e não quero desagradar ninguém do ramo. Não adianta perguntar para mim, por exemplo, se "é verdade que relógio X dá defeito pra caramba?" Não vou responder mesmo. O "leitinho das crianças" é indiretamente pago por quem fabrica o relógio"X". Não vou fazer gol contra.

Eu sempre procurei separar, aqui no fórum e fora dele, o Adriano que gosta de relógio e o que trabalho com isso. Nem sempre é possível e na maioria das vezes em que não é possível, me abstenho de falar.

O que melhor que posso dizer sobre os custos é, sim, é o ponto que é caro, os treinamentos são caros, e as peças, que trocamos abundatemente, ao contrário do relojoeiro independente, são caras pacas, especialmente por causa dos tributos, e os fornecedores ainda metem um belo "mark up". A margem, da assistência, é ridícula.

Abraços!

Adriano

awatchmaker

#14
Olha como Profissional concordo com quase tudo que o Master Adriano. se assim posso lhe chamar com todo respeito que merece, e se o senhores me permitem fazer algumas ressalvas, tudo isso eh uma questão de valores, nao eh uma questão de "voltar aos velhos fundamentos" ou pagar $150 ou $350, vamos simplificar, se vc tem um relógio dos anos 60 que nao vale nada alem do "valor sentimental" vc pode ateh por graca de caminhao que se funcionar 30 dias vc ja esta no lucro...isso eh fato, agora se estamos falando de um Daytona 18K Paul Newman dos anos 70, por favor, me da licença, QUERO A MELHOR TECNOLOGIA para conservar os pivôs do balanço,das rodas por mais tempo possível, quero sim a melhor graxa que lubrifique toda fricção entre ponte da corda para que o "buraco redondo" nao fique oval, danificando a ponte e comprometendo o funcionamento, quero a melhor graxa para todo o sistema de tirete , sliding pinion, "desculpe esqueci no português" porque usaria óleos baratos e ultrapassados?????????? jamais...... sou profissional e tenho meus padrões,valores entre tudo vou defender aquilo que acredito ser verdade, quem disse que para revisar um relógio, se deixa marca os parafusos?????? muito pelo ao contrario , se poli os mesmos para tirar qualquer sinais do tempo deixando-os como novos.... se eu tiver um relógio Vintage muito valioso, eu quero sim um EXCELENTE  profissional fazendo uma inspecção detalhada em tudo, para que nao venha a perder o valor do mesmo, outra coisa como qualquer bom profissional tenho que valorizar o meu trabalho e tempo, se eu posso trabalhar com tudo do bom e melhor,e oferecer o melhor servico aos meus clientes porque vou perder tempo com velharias sem valor, usando óleos de baixa qualidade,qual eh o ponto ai??????  outra coisa importantíssima, se a Rolex entre outras respeitáveis marcas  investe milhões de dólares e anos em pesquisa e desenvolvimento de melhores produtos quem sou Eu um mero relojoeiro diga-se de passagem para questionar, fazer bico e dizer que eles estão errados e vou continuar a usar os OLEOS dos anos 50...perai... ha uma inversão de valores ai... como disse simples eh uma questão de valores sua pergunta Luis O,  outra coisa quem garante que o oleo de seu relogio dos anos 66 nao esta pastoso gerando ranhuras em todos os pivôs ?????? e em muito pouco tempo o seu " lindo vintage" nao vai estar mais te dando hora corretamente? quem garante que a corda esta com a mesma power de quando ela foi colocada no tambor nos anos 60? e a graxa do sistema de carregamento, como profissional posso te garantir q este relogio eh o tipico caso q quando chega nas maos certas de um bom profissional vai constatar vários pivos ruins inclusive o do balanco, ai o relojoeiro revisa faz tudo que pode ser feito "sem falar de partes" se o relogio nao mantem a hora o "relojoeiro nao presta" ainda sai falando mal,pra mim um bom relojoeiro precisa cobrar soh para fazer orcamento em Vntages" se eu nao abrir inspecionar tudo antes de fazer o orcamento eh jogar no escuro e perder tempo, para finalizar espero que tenho simplesmente despertado para a reflexão, respeitando as diversas opiniões, apesar de ser um pouco incisivo mas o caso estava uma verdadeira inversão de valores aqui e assim nao vamos realmente chegar a nenhuma conclusão, assim deixo um forte e caloroso abraço a todos os colegas Foristas.

Luis O

Adriano: agora sim...sua resposta foi sincera.....gostei.
Awatch: A minha potagem foi exatamente para gerar considerações, discussões à respeito, e não para dizer que não gosto de utilizar produtos novos, de última geração. Pelo contrário. Quem me conhece sabe que eu não uso porcaria, ou coisa ultrapassada...
Mas a questão é complexa, a muito se fala aki no fórum sem que se chegue a lugar nenhum. O que o Adriano escreveu está certo. O que vc escreveu, tb está certo.
Um esclarecimento: o relógio mostrado não é meu. Não farei revisão nele. Não quero vê-lo trabalhando feito um Daytona. É simplesmente um relógio barato, sem uso, que está funcionando perfeitamente, demonstrando para nós que a ação do tempo não foi tão impiedosa assim. Demonstra, ainda, que mesmo diante de tantos argumentos (lubrificação ressecada ou sua ausência etc) ele continua funcionando à contento. Certeza de continuar funcionando? Impossível.....nem vc sabe se ao longo do dia vai morrer infartado, quanto mais um relógio.
A questão proposta, como já disse, é mais ampla. Me contraponho à histeria e aos preços absurdos que são cobrados pelas autorizadas, sob a alegação de que os materiais utilizados são de última geração, profissionais caros, treinamento, ponto comercial etc.....tudo desculpa para tirar dinheiro do consumidor. Nada me convence do contrário.
Por exemplo, vc: QUANTO VC COBRARIA POR UMA REVISÃO DE UM 30T2, que estivesse em boas condições, sem necessidade de troca de peças? Será que está cobrando o mesmo que uma autorizada cobraria? DUVIDO, pois caso contrário os proprietários levariam à assistência (há exceções em razão de contato pessoal, confiança, simpatia etc)....mas a concorrência seria desleal.
Enfim, a questão é ampla, e não se esgotará aki neste momento. Contudo, já caminhamos bastante.
Agradeço seus comentários.
abs

Adriano

Mas Luis, do mesmo jeito que você disse para eu não falar do que eu não estou vendo, digo o mesmo para ti. Você não sabe o tamanho dos gastos de uma assistência.

Do jeito que você fala, parece que o dono da assistência é um magnata que acende charuto com nota de 100 dólares, dentro de uma Jacuzzi de ouro cheia de Moet Chandon ao invés de água, tudo as custas dos pobres clientes.  ;D ;D ;D

Veja, mais fundamental que tudo isso, são os valores pessoais. Você acha os preços das autorizadas absurdos. E eu também acho o preço de algumas autorizadas absurdo. Mas tem gente que não acha. Se todo mundo achasse absurdo, as assistências estariam às moscas.

Essa é uma experiência antropológica que tenho "de balcão": tem o camarada que acha absurdo R$ 350,00 na revisão de um Constellation moderno, e reprova o conserto. Mas tem cara que paga sem questionar R$ 1.400,00 na restauração de um 30T2. Tem uns que pagam R$ 350,00 na revisão de um Swatch, também sem nem perguntar.

Não dá para comparar o colecionador com o consumidor comum. Para um colecionador manter sua coleção com manutenções de assistência, tem que ter muita grana. Mas o consumidor comum é diferente. O cara compra um Speedmaster, que eventualmente é até seu único relógio, paga R$ 10.000,00, usa ele por 15 anos, detona todo o relógio, até virar um mingau. Depois desses 15 anos, leva na autorizada, e paga um conserto de R$ 1.500,00 onde se troca tudo e deixa o relógio novo como se tivesse saído da loja. E pronto para ser judiado por mais 15 anos. Para esse cliente, esses R$ 1.500,00 é uma barganha. É assim que pensa o cliente da autorizada. Não é a mesma mentalidade sua e nem mesmo a minha! Compreende?

Somos diferentes. Se eu fosse revisar todos os meus relógios em uma autorizada, como um consumidor comum, teria que vender meu carro.

Abraço!

Adriano


Luis O

Adriano

mais uma vez agradeço suas considerações e o tempo gasto com elas...me sinto honrado...de verdade.

Eu sei de tudo isso...sobre os custos, comportamento de consumidores/colecionadores etc......eu estou bastante longe de me considerar uma pessoa limitada e alienada.

Contudo, a discussão é saudável, e faz com que todos pensem no que acontece quando se leva um relógio para um relojoeiro local ou numa autorizada...É um momento de reflexão, que pode, inclusive, justificar, ainda mais, a escolha de uma autorizada como prestadora de serviços.

De qq forma, a questão não se esgota aki. Muito ainda há de se discutir...inclusive com chpps na frente, no Boteco do Bento....

Mais uma vez obrigado. Grande abraço.

PS: tenho certeza que o dono da sua autorizada não usa Moet Chandon nacional para tomar banho......TENHO CERTEZA... :D :D

awatchmaker

ser for por na ponta do lapis quase nao da "lucro" porque sao tantas coisas, ferramentas adequadas sao extremamente caras, aluguel, seguro, alarme, Óleos kkkk, relojoeiros capacitados, outros funcionários, para falar a verdade pode fazer algum dinheiro mas gasta-se muito muito tbm.... para se formar em relojoeiro nao custa barato..no mínimo 2 anos ,  e depois de tudo ainda nao tem experiência.... enfim... no meu caso investindo muito na minha profissao em  complicações mecânicas em ferramentas por longos anos que tem alguns relógios que nao da mais tempo de fazer, nao eh nem pelo fato do dinheiro porque se nao poderia fazer qualquer outra coisa e talvez faria mais $$ do que faço Hj, existe a paixao que leva a gente a investir a vida .... mas este mercado da reparação de relógios eh muito semelhante ao de automóveis vc dirige um carro popular qualquer, vc põe óleo barato, troca pastilhas de freio barato em qualquer mecanico numa garagem qualquer, sim? se vc tem um BMW vc precisa levar na autorizada pra fazer estas coisas para nao correr o risco de fazerem alguma coisa errada e te custar muito$$$$ nem vai poder colocar qualquer óleo soh mesmo o sintético ... mas se vc tiver montado numa Ferrari ou num Lamborghini a cada 5 mil quilómetros vc vai ter que fazer uma revisão, ao invés de 10 mil, as pastilhas vao ser de carbono especiais, os parafusos todos de titânio o equipamento investido para fazer esta manutenção eh bem diferenciada muito mais investimento, nem por isso vc vai deixar de ter uma, ninguém leva um fiat na BMW trocar as pastilhas de freio, vai te custar muito mais caro na verdade o mecânico que faz a Ferrari , faz sentido? as vezes temos um relogio que nao vale a pena mesmo, entao procuramos uma alternativa mais barato, as vezes pode ter "aquele" relojoeiro que nao se importa com treinamentos, ferramentas modernas aluguel barato ou nem paga aluguel etc..., usa um oleo D-5 obsoleto mas valido, relojoeiro a vida toda, faz preco e acaba fazendo ateh de certa forma um bom serviço, ai eh escolher se vc quer fazer,se quer fazer 100 relógios por semana "bateria por exemplo" e fazer $1000 consertar 10 relógios na semana e fazer 1000 fazer 5 relógios na semana e fazer 1000 ou um relogio e fazer 1000....isso eh  a parte boa desta profissão dependendo das habilidades e oportunidades, enfim.... esta semana ja começou bem intensa na bancada , espero que continue assim ateh sexta para depois ir la no boteco do bento bebemorar.... abraços. 

Luis O

Falou, falou e não disse nada AW........

Eu tenho uma moto que necessita de cuidados especiais....e nem por isso me deixo levar pela histeria tecnológica...

Os óleos utilizados são normais (especificação de fábrica), a gasolina recomendada é comum.....o mecânico não precisa falar japonês....ele pode falar português mesmo que já está muito bom...

Não sei se consigo me expressar tão bem quanto vc, mas o que quero dizer é que para relógios simples, tipo 30T2 e similares, não há necessidade alguma de se gastar uma grana em suas revisões. Vou morrer dizendo isso, e espero que alguns entendam.

Sei que vc tem que defender o leitinho das crianças, e não falaria o contrário. Nem vc, nem o Adriano, que foi bastante sincero na postagem acima.

De qq forma a questão permanece. E a minha conclusão, dps de tudo que li, é que não se precisa gastar muito dinheiro para se conservar relógios vintages, tampouco os relojoeiros precisam cobrar quantias absurdas para revisá-los.

Enfim, vamos continuar nosso papo no Boteco do Bento. É só marcar durante a semana que vem. ALGUÉM SE HABILITA?


Grande abraço e ótima noite.